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a a

ua.

REVISTA :

dos Historic & Gengraphic

SÃO PAULO

Indice do Volume VIII

Uma data historica—pelo er. João Lourenço Rodrigues . Dr. Americo Bruziliense— Biograpbia—pelo dr. Carlos Vilalva . hi Contribuição para a Historia da Capitania de S. Paulo Governo de Rodrigo Cesar de Menezes pelo dr.

Washington Luiz +... en

O apostolo 8. Thomé na America-por monsenhor C. Pas- salequa . cc Ria Erg

Da evolução historica do vocabulario geographico no Bra- zil-—pelo dr, Theodoro Sampaio. . ......

Os Guayanás da Capitania de S. Vicente-—pelo dr. Theodoro Sampaio... Ros

Homens é aspectos--Coronel Jonquim Quirino dos Santos pelo dr. Julio Mesquita...

Proclamação da Republica em S. Paulo-Do 15 a 18 de Novembro de 1889-—polo dr. Joto Moraes. . ..

A ultima sessão do Conselho de Estado—Subsidio para a Historia Patria—pelo dr. João Moraes. . ...

Historia de Iguape—pelo sr. Ernesto Guilherme Young.

As abelhas socises do Brazil é suas denominações ee —polo dr. H. Von Ihering. +...

Relação do alguns documentos existentes no Archivo da Camara Municipal do S. Pnulo, os quaes servem de subsidio para a historia de S. Paulo (1638-1683) pelo sr. Francisco 1. X. de Assis Moura. . .

As Bandeiras paulistas (de 1601 a 1604-pel dr. Orvillo A DERDgS do Said pec Vas RS de 8 TE SEA,

PAGS. à

222

399

E ==

A Questão do Acre—pelo dr. João Conlho Gomes Ribeiro.

A batalha de Ituzaingo (20 de Fevereiro 1827)—pelo dr. J. C. Gomes Ribeiro, +... a

A origem dos Sambaquis—pelo dr. H. Von Theriag

Os Sambnquis—pelo dr. Alberto Lófgren..

Doação da Capella da Graça feito por José Adorno e sun mulher Catharina Monteiro em 1589-—copia, pelo dr, Manoel Guimarmes.

O lando de Roma—Conferencia da: de Orvilla Derbpl.

O laudo de Roma—Resposta no professor O, Derby por A.

O Jaudo da Guyana —pelo dr. J, C. Gomes Ribeiro .

O lando de Roma—Resposta ao ar, A. da Gazeta de No- ticiar—pelo dr. Orvilla A. Derby . 0.

Discurso oficial pronunciado nn sessho magna do 9.º am versario do Instituto pelo orador dr. Theodoro Sampaio.

Relatorio da Directoria. . 2...

Eango is easalia a! doapeas (da aii ida BOSS polo ia sonreiro dr. Carlos Reis... cc.

Quadros dos socios neenitos em 1903... ....

Relação geral dos membros do Instituto Historico e Geo- graphico de S. Panlo. Relação dos socios que, durante o anno “de 190: tam a joia da admissho. Relação dos socios cujas Sad Sano a aid do 1903... .. Es REA CR, Actas das sessões esa am 1908, . caras Lista dus ofertas durante v anno de 1908. . 0. Nota relativa à escriptara de doação da enpella da Graça ERA sperm mm nado É ojue ss

PAG. 42

as 446 458

Uma data historica

MEMORIA APRESENTADA AO INSTITUTO HISTORICO K GROGRAPHICO DI SÃO PAULO

7 e muito debatida, mas ainda não satisfactoriamento é a da verdadeira data do descobrimento do Brazil. Sabe-se que em 1823, ES so tentava de inaugura nossa primeira Constituinte, José Bonifacio propôz em conselho que a abortura se ronlizasse a 3 de Maio, em honra co descobri- mento do Brasil, Assim se foz e assim se continuou a fuzer tacitamente emquanto durou a monarchia; mas proclamada a republica, o Governo Provisorio decretou que a festividade de 3 do Maio tivesse motivo explicito a descoberta de Cabral, PAU, va! Oonmiinigão: da Répuliios estabalêco. quai abertura do congresso sa do sempre a 3 de Maio, consa; sesim o uso adoptado no regimen monarchico, o que equivale a a meia dos motivos invocados pelo patriarcha da independencia.

E ainda mais, si levamos em consideração certas informações fornecidas por chronistas da antiga metropole, reconhoceremos que o costume de celebrar a 3 de Maio o descobrimento do Brazil remonta nos primeiros tempos da colonização, tendo, pois, uma origem muito anterior no estabelecimento da monarchia,

Co 1, pois, reconhecer nisto a existencia de uma tradição cont «que, vindo do periodo colonial ao imperio e do impe- vão á republica, foi finalmente consagrada em lei, no dom; esta,

nem poderá ignorar hoje que essa tradição está em desharmonia com 4 historia eseripta ?

o Ata no estudante da historia patria em que dia chegou Cabral ás nossas plagas, o, por mais imberbe que elle seji mos necnsar nbertamente a tradi de haver per- um grosseiro anachronismo. De facto, n historia con-

pela vor dos seus orgams mais autorizados, assegura armada de Cabral, sabindo do Tejo a 8 de Março de 1500,

ds Indias, houve vista das Terras do Brazil n 22 do

contemporanea, dizemos nós, e dizemol-o proposi-

talmente, por isso que ató o princípio deste soculo a tradição e a historia onizaram-so perfeitamento neste ponto, usseve- zando ambas o mesmo facto, a saber :—que o Brazil foi descoberto a 8 de Maio de 1500. Até então esta data tinha por si todos os suffragios.

Zerra de Vera Cruz, fora o primitivo nome do Brazil, e essa denominação não podia deixar de suggerir a idén de uma coincidencia entre n chegada dos portuguezes o n festivi- dade ceclesinstica da invonção da Santa Cruz.

vulgo devia ligar forçosamente esses dois factos isolados, concluindo dahi que, si o Brazil se chamou a principio Terra de Santa Cruz, é que o seu descobrimento se deu no dia de Santa Cruz, isto 6, à 3 do Maio,

Não era costumo dos portuguezes, em suas expedições, ba- ptisar logares descobertos com os nomes das santas que lhes marenva a calenda ?

Importa reconhosermos agora que o primitivo nom de nosso paiz não se liga a uma razão chronologica, mas sim 4 uma razão astronamica,

Numa obra recentamento publicada em Portugal, sobre o descobrimento do Brazil, diz o ilustrado escriptor Alberto Pi- mentel: «Si o aspecto da terra era para elles um livro fechado, cujos segredos desejavam conhecer, o aspecto do céu não os dovia impressionar menos, nessa primeira noite de Brazil, pela profusão dos sous astros pelo brilho das suas constellações entro as quaos avultava aos olhos dos portuguezes o Cruzeiro do Sul, figuração luminosa do lenho sagrado onde expirára o Deus que elles ado- ravam e que, por uma suggestão maravilhosa, parecia tel-os attra- hido alli.

«Brilhante constelação do céu dos tropicos, grupo deslum- brante de estrellas fulgidas: que parece perpetumr no firmamento a divina tradição do Calvnrio:

Foi gente nossa a primoita Que to viu na osphora austral : Ólhos foram portuguezos,

E maves de Portngals.

Pelo que ahi fica, é lícito conjocturar que o Cruzeiro so apresontasso aos olhos dos pilotos portuguczes como a mais propria, entre as constelações visinhas do polo do sul, para caracterizar a situnção astronomica do paiz descoberto: dahi a denominação de terra da Vera Cruz, que lhe deu o descobridor,

Esta bypotheso afigura-so-nos muito mais plansivel do que

o valor deste argumento, não foi

in acima assigualada, entre a tra

vorsi ppareceu

Fr El-Rei D. Manoel, de Portugual, por Pedro Vaz inha, escrivão da armada de Cabral.

por bo até que, em 1817, por ara fe ar is rarenda di pe is traças, vir estabelecer a verdado historica, que a tradição avia jaltecado.

Extrahimos della os seguintes topicos, que mais interesse oferecem: a elucidação do nosso assumpto. «E homi ingo, 20 do dito mz fhiareo), ás 10 horas pouco mais on menos, howvemos vista das ilhas de Cabo Verde, ber da ilha de S. Nicolau, seguudo o dito de Pedro Escobar, piloto, e à noite seguinte, à segunda feira, lhe amanheceu, se perdeu da frota Vasco de Athnide, com a sun núv, sem nhi haver tempo forte nem contrario para poder sor, «Fex o Capitão suas diligências para o achar cm uma é ontras partes, e não npparecen mais, o assim seguimos nosso ca- minho por este mar de longo, até terça-feira, oitava de Paschon, que foram 2! de Abril, que topúmos alguns signnes de torra, sendo da dita ilha, segundo pilotos disseram, obra do seis cen- tas e sessenta ou oitenta Jeguas, as quaes eram muita quanti- dado de hervas compridas, a que os mareantos chamam botelho, e assim outras a que chamam rabo de asno; o à quarta-feira se- guinte, pela manhã, topâmos aves, à que chamam fura-briuchas, e neste dia, 4 horas de vespera, houvemos vista de terra, a sa- Der: primeiramente do um grande morro muito alto, redondo, e do outras serras mais baixas, ao sul delle, o do terra chh com E arvoredos, no qual monte alto o capitão poz o nome o fonte Pashoal, e à terra o de Vera Cruz. Mandou lençar o pros mo; acharam vinto 6 cinco braças, é ao sol posto, obra de 6 Je- guas da terra, surgimos ancoras em dezenovo braços, ancora— gem limpa. E Ali ficamos toda aquela noite», - | Como so pelos trechos transcriptos, a armada de Cabral “avistou, isto é, descobriu o Brazil, no dia 22 de Abril, No dia into deu-se o desembarque de uma parte da tripolação, a qual subiu a explorar o litoral. Os portuguezes demoraram-se

em Porto Seguro até 2 de Mnio, dia em que levantaram anco- ras, para continuar sua derrota com destino ás Ink

Darci da carta de Vas Caminha, cujo valor, como fonte bistorica, é realmente inestimavel, ruiu por terra a chronologia da tradição, e o 22 de Abril, sem respeitar direitos ris reconquistou as glorias que o 3 de Maio lhe havia usurpado por mais de tres seculos,

Confrontando as duas datas, verifica-se haver entre ellas uma diferença de 11 dias.

Os nossos bistorindores, tempos depois do aparecimento da carta de Vaz Caminha, puxcramse a investigar as cansas que podiam ter dado logar no anachronismo,

O erro em patente, mas algum motivo devia haver a jus- tifical-o,

Em uma memoria lida poranto o Instituto Historico do Bra- «il, o marechal Beaurepaire Rohan sustentou que a origem do erro estava na reforma do calendario, levada a effeito em 1582 pelo Papa Gregorio XIII.

O calendario juliano, instituido por Julio Cesar no começo da era christã, em virtude de um erro do alguns minutos no caleulo do anno tropico, npresentava um atrazo de 10 dins na epocha do duscobrimento do Brazil.

Assim quando o calendario marcava 1.º do Janeiro, era om realidade 11 de Janeiro, havendo identica diflerença em todas as datas do anno.

Esse atrazo trazia como consequencia uma antecipação em to- do o eyelo das festas moveis da Egreja, dando margem a continuas confusões

O Papa Gregorio XIII, usando das suas prerogativas de chefe da Egreja, resolveu por isso reformar o calendario e, como primeiro

para essa reforma, ordenou que o dia seguinte a 4 de Outubro le 1582 fosso considerado, não como 5, mas como 15 de Outubro,

Essa suppressão de 10 dins, devia ter por efeito restabelecer as festas movais do anno em suas epochas precisas. Posto isto, veja- mos si é possivel explicar pela reforma gregoriana o anachronismo acima apontado,

Notemos de passagem que o costume de celebrar a à de Maio o descobrimento de Cabral existia no Brazil antes de ser levada a effeito a refurma do calendario juliano,

(P, Raphael Galanti, Lições de Historia do Brazil).

Demos, porém, de barato que a carta de Caminha fosse conho- eidn naquella epocha: qe o annivorsario até 1582, se tivessa celebrado sempre a 22 de Ábril, e ouo a mudança fosse detormina- da depois, pela intenção de corrigir o erro do antigo estylo.

pos

Como efiectuar essa correcção ? Seria preciso, evidentemente, que a partir de 2 de Abril vespera do sao) se fizesse o mesmo salto de 10 dias, ore lo pelo Pa;

O dia seguinte, que devia sor 22 de Abril, passaria a sor 2 do Maio. Notemos bem —? de Maio o não 3, como geralmente afirmam os compendios. Para passar de 21 de Abrila 3 de Maio, seria pre- eiso enpprimir um dia mais, portanto LI dias.

Vê-se pois, que o recurso lembrado pelo marechal B. Rohan, para harmonizar a tradição com a historia, é falho, inutil, não de- aii: como tal ser acceito a titulo de solução definitiva do pros

lema.

Varnhngem, perfilhando a opiniho do marechal B. Roban, pa- reco todavia ter reconhecido o Indo yulneravel dessa explicação, Assim é que, procurando illudir a dificuldade, opina elle que, cor mo verdadeiro dia do descobrimento, se deve considerar o dia 23 de Abril, por isso que, segundo a carta de Vaz Caminha, a 23 se ellectuou o desembarque dos portuguezes em terras do Brazil,

Por essa reforma consegue-se sffectivamente conciliar as cousas,

Com maia um pouco de boa vontade, chegariamos com o 22 de Abril a 4 do Maio, O então torinmos que a Paschoa, no anno de 1500, so deu a primeiro do Maio, o que seria verdadeiramente um facto fin de siécle.

É lícito, pois, pôr em duvida a validade das explicações de B. Roban e Varnhngem, reconhecendo muito embora a grande sucto- ridade desses dois escriptores,

De facto, por um capricho inexplicavel se poderia ter dado ema pretendida rectificação, quando outras datas egualmente nota- veis da nossa historia não sofireram alteração alguma e permane- com onde astavam antes da reforma.

Para sermos consequentes, seria mister mudar à data da des- coberta da America para 23 de Ontubro, a da fundação de S. Panlo

ra 5 de Fevereiro, o assim todas ns demais datas anteriores á re- ma secgorinna.

Mas isso leyarmos-ia a uma verdadeira Babel, dir-me-ho prova- velmente os purtidarios da explicação supra citada.

De pleno accordo, mas então cumpre renunciar-mos tambem á bypothese de rectificação quanto á data do descobrimento do Bra- ob pena de cabirmos numa verdadeira incongruencia.

Fica assim secentuado o seguinte facto: si desde o princi-

io da colonização se commemorava no dia 3 de Maio o desco-

Esonto do Brazil, trata-so de um costume anterior á reforma, e q intervenção desta não tem razão de ser.

Com efeito, a explicação de um uso por um facto posterior

À introdueção do mesmo uso, por mais engenhosa que seja, sorá

sempro um absurdo,

it sutisfactoria que essa epileinão é a bypothese formulada pelo P. Raphael Galanti, professor do colegio de Yti, em suas Lições de Historia do Brazil.

A 3 do Maio, afirma elle, não se commemora o descobri- mento do Brazil, mas sim o [neto da posse, que delle tomou Ca- hral em nome da coroa de Portugal. Os colonos preferiram ao dia do descobrimento o din da posse, que, na opinião delles, so realizou a 3 Maio,

Essa opinião (dos colonos) baseava-se no sentir commum de diversos chronistas do reino (Damião de Góes, João de Bar- ros, Castunheda, ete,) 08 quaes não tendo conhecimento da car- ta do Vaz Caminha (descoberta om 1817) afirmavam que Ca- bral avistou a terra da Vera Cruz a 24 do Abril 6 tomou posse della a 3 de Maio de 1500,

Esta é, em nossa opinião, a unica hypothose aecoitavel na actualidade: cabe agora nos competentes decidir si ella encerra a verdadeira doutrina com relação á origem desse antigo ana- ehronismo, que deve desapparecer quanto antes, para credito da nossa chronologin.

Resumamos as nossas conclusões,

Em toda esta conteoversin verifica-se a existencia de dois erros,

1.º um erro. dos chronistas, que sem buscar suas conelus em boas fontes historicas pasearam para 24 de Abril um frcto occorrido a 22 o descobrimento, passando consoquentomento para 3 de Maio outro facto occorrido a de Maio a posse,

2 um erro do vnlgo, confundindo a comemoração da pas- se, com a do descobrimento do Brazil.

Devemos ponderar, pois, que, si ba uma correcção que so imponha logicamente, essa deve consistir em mudar a festivida- de de 3 de Maio para o dia 1.º do mesmo mez.

Isto não significa, porém, que nos declaremos partidarios do abiquas innovação nesse sentido,

José Bonifacio em 1828 devia conhecer à carta do Vaz Caminha, a qual fora publicada em 1817, como dissemos no co- meço desto trabalho.

—Que motivo o levou a dar preferencia ao 3 de Maio?

—A tradição, sem duvida.

A continuidade tradicional exige, com efeito, que a fosti- vidade permaneça onde atá hoje tem estado; e, como diz um opuseulo, editado ha algas annos pela casa Luemmert, desde que, agora se trata de uma lei, nos cumpre acatal-a.

João Lovunsço Ropriaues.

DR. AMERICO BRAZILIENSE

Dr. Americo Braziliense

Mro cano MinaxDa ÁzevaDO.

Pediu-me, para a Revista do Tustituto Historico, a biogra- phia do nosso inolvidando Americo, que sabia ter eu escripto e publicado na roça, por ocensião do seu passamento.

ão pondo negar-lh'a, pois bem sabo como lhe sou obediente ; mas, declarei quo desejava retocar o escripto, que fóra feito em con- dições especines, como nelle proprio confessei. Que sim, disse-me,

Pois bem! Volto atraz, o entrego a minha noticia, tal qual a publiquei em Março de 96, Eis porque:

u penso que vasei naquelle despretencioso trabalho inspi- zado por erneiante saudade todo o men devotamento pelo nosso infeliz amigo; agora, pareceme que não seria berma Jeal modificar do qualquer modo aquillo que então cu disse; mesmo na fórma não Jo quero tocar, pois assim poderia, talvez, infortanadamente, desnaturar os conceitos que expendi. Demais, este modesto trabalho foi meu titulo de admissão como socio effectivo do Ine- tituto Historico: não tenho o direito de alternl-o.

Keléve-me, pois; e si julgar que esse escripto assim desata- viado merece ter muior vóga, e que isso traduziri mais uma pe- paia homenagem no grande patriota, que o admita entre as

paginas da Revista,

Para isso envio-lhe os numeros do Botucatúense que o edi- torou em 1896, como vê:

« DR, AMERICO BRAZILIENSE

* Falleceu no Rio, victima de terrivel enfermidade, o grande brazileiro Dr. Americo Braziliense de Almeida Mello.

Desde o dia 20 que, mesmo de longe, acompanhavamos com un» ciedade n marcha fatal da molestin: diariamente quasi, nos eram tranemittidas noticias do cstado do illastro enfermo, hoje extineto,

Amigo do emerito cidadão, companheiro em suas alegrias, como em suas tristezas ; curtindo com elle amargos dissabores em épocha hem conhecida; ligado a elle pelos laços de uma amizade intima, do um grande respeito, do uma admiração enorme, de uma adoração mesmo, precisamos vencer a dôr que nos acabru-

sa

uba para posta diha este ultimo preito, que o dever de piodade por assim dizor filinl nos impõe; lançar aqui, currente calamo, e com o auxilio dy momoria, as notas mais salientes da vida do grande brazil ou contar ns raras virtudes q o exornavam, e os netos de civismo que lho encheram os 62 amnos de uma existencia toda dedicada à familia, no seu Estado natal, 4 patria, à Repubica.

Nasceu no dia 8 de Agosto do 1833, na Cepital do S, Pnulo.

Com 22 anos de edade estava Americo Braziliense formado em sciencias jurídicas e socines, deixava a Academia e train para a vida pratica uma inteligencia brilhante, burilada por estudos acurados das sciencias e lottras.

Bua carreira academica foi toda cheia de triumphos : a es- tima e a especinl consideração dos mestres; O respeito e 4 gran- de admiração dos collegus, eram provas do quanto se distinguira na Faculdade o estudante Americo Brazilionso.

Assim, trazia para fóra um nome feito, prestigioso.

Indo encetar sua carreira de advogado na cidade de Soro- caba, onde residia seu venerando pae, Dr. Francisco Antonio de Almeida Mello, o novel advogado não poude resistir á vocação qo ha pars a politica, e, iniciando-so nella, não tardou a ser elevado no alto posto de chefe do partido liberal, a cuja bandei- ra so ncolhera desde o seio da academia.

Notou-se então um facto curioso e foi que Americo Brazi- Jisnse teve de lustar politicamente contra seu pue, que era chefo do partido conservador da localidade .

Moço de educação aprimorada, summamente respeitador de sou vonerundo pao, à quem adorava, Americo não sentiu-se cons- trangido em contrapôr as suas idéias politicas ás de seu proge- nitor, que, apezar disso, não estimou menos o filho, mas, ao con= trario, mostrava aprecinr-lhe a independencia.

Eleito logo Deputado à Assembléia da então Provincia de S. Paulo, teve o mandato renovado nas legislaturas seguintes des- empenhando sempre no seio daquela corporação papel salien- Ussimo, quer na tribuna, onda alcançou por muitas vezes trium- phos notáveis, quer como director da Assembléa, do que foi pre- aidente por largo periodo de tempo.

Tambem foi magistrado. Como juix municipal e de orphams da Faxina, soube se haver com tanta justiça e prudeneis que ainda hoje seu nomo é pronunciado com respeito polos po- vos do termo que então era extensissimo. A! braadura no tratar os homens rusticos elle sabia unir a energia na execução da Jei.

Distribuia a justiça com calma e reetidão e prendia como auctos ridade policial os criminosos, sem alarde nem perseguição. (1) Em 1860, Americo Brnsilienso defendeu iso perante a Congregação da Faculdade de Direito, para doutorar-se. Foi mais um assigunlado triumpho academico, pois deu-se o fncto exco- peional de sujeital-o n Congregação 1 provas rigorosissimas.

Em 1862, casou-se o dr, Americo com a exma. sm. d. Mar cellina Lopes Chaves, filha do barão e da baroneza de Santa

mea,

Deste consorcio nasceram & filhos, —o dr, Americo Braziliense Filho, ilustre elinico em 8, Paulo, d, Alics Brazilionso, d. Zu- leika Braziliense, d. Eponina (casada com o sr. Joaquim Pa; conecitundo negociante em 8. Paulo) d. Ruth (casada ha um mez com o dr. José Mariano de Camargo Aranha, advogado em São Paulo), « 3 meninos. A todos elles deu o dr. Americo esme- mada educação, a todos e ú digna consorte distribuia tantos e taes afectos e carinhos por tal modo retribuidos, que era de encantar 4 harmonia da fam

Em Maio de 1864 foi à Europa 4 conselho medico, pois tinha a saúde alterada pelo excesso de trabalho, principalmento na Assembléu Legislativa, na qual fizera sempre uma figura proe- minente.

Restabelocida quasi a sua precaria saúde, disse-lhe o sem medico em Pariz que devia elle voltar no Brazil ou passar o inverno no meio dia do velho continente.

Pnssou então para a Ttalia, e em seguida percorreu os pai xes mais adeantados do velho mundo, em busca de novos co- mbecimentos, occupando o seu tempo em ler o estudar, privando com os sabios da velha Europa, e desse modo ilustrando ain mais o seu enlto espirito, revigorando as snas idêns liberaes.

Retornando da Europa, onde permanecera 2 annos, foi, em 1866, nomeado presidente da provincia da Parahyba do Norte, cargo esso que teve de deixar para tomar assento no Parlamento, Fi, fim, nêmo memo anno, eleito. deputado pela provincia da

Paulo.

Em 1867 foi convidado para presidir a provincin de Por- mambuco, mas excusou-se e o governo neceitou-lhe a excusa por- que não podia dispensar os seus serviços no seio do parlamento, onde effsctivamente o dr, Americo representou um papel muito distineto na sustontação das idéas ministorines,

Em 1868 porém, teve de acceitar, mesmo pera prestigiar o Governo, —s presidencia da importante provincia do Rio de Ja-

(LF P. Rangel Pestana, 1876.

dat PQ dm

neiro, posto case que deixou a 16 de Julho dessa mesmo ano, em virtudo da mudança politica que se operou no pair, substi- tuindose o Ministerio harias (liberal) pelo que organizon então o visconde de Itaboraly (conservar

“Tombem por esse facto perdeu o dr. Americo a sma cadeira de deputado, porque apresentando-se o Gabinote Itaborahy d Ca- mara tempornria, e, exposto pelo Presidenta do Conselho o pro- grammn do novo Governo, suscitou-so n questão de confiança, na qual tomaram parte, pelo lado do governo Itaborahy o Pa- iba ea ilado da: e ppoeiidia== Joaê: Bonifacio Sálina bs Ma uho, Christiano Ottoni e Tavares Bastos,

Tendo-se de votar a moção, aleançou o Gabinete apenas LO votos contra 82, pelo que, propoz e obtovo da Corda a disso- lação da Camara.

Voltando a 5, Paulo, o eminento parlamentar entregon-se de novo às lides do fôvo, dedicando-se tambem à causa da abo- lição, doutrinando com a palavra e com exemplo, pois ao mesmo tempo que convertia em regra da Maçonaria (na qual oceupava o primeiro posto) «que seus membros nho podinm possuir eserte vos», libertava todos os que acabavam de lhe tocur no inven= tario do barão o buronozs da Santo Branca,

Nessa crugada sunta o dr. Brazilionso teve por companheiro Americo de Campos o o negro Luis Gama, alma branca e pura como à causa que lidava, e que foi estimulo para os abnegados companhoiros o condemuação para os falsos abolicionistas, explo- radoros de peculios dos escravos,

A esse tempo concorreu o dr. Americo a ums cadeira de lente da Faculdade de Direito. Fez um coneurso brilhante, mas não foi nomendo, porque, dizia-se, «não púde um governo monarchieo nomenr um republicano.

Efectivamente, o dr. Amer de hu muito desiludido de ver a liberdade implantada no paiz, tratava de fazer proselytos para a idéa republicana e fundava o partido de que foi glorioso

e

De 1870 a 1873 residiu em Campinas, a conselho medico, pois a sua saúdo de novo so alterara.

Naquela cidade, que elle tomou em pouco tempo a «Capital da demoerncia brazileiras, dedicou-se com afin no death do partido republicano,

Em pról das idéas avançadas da democracia pura, o denodado lustador, além dos conselhos nos seus prosolytos, das lições nos neopbytos que mais tarde foram os seus espezinhadores, além das polemicas que entreteve pela imprensa, encaminhou a

= p=

campineira a senda da republica, com muita deli- e fino tacto, Ennio de asa de Historia patria,

Erlaaçõos juo foram apanhados tachigraphicamento

por José Maria, Lisbôa a quem o anctor doou q

de, formaram um belissimo livro, tão procurado que

edição logo exgottada.

esta excellonto obra, a melhor que possuimos de historia

da é e6ilo da anérado no Tostitato Fistocido a Quogia=

Druzileiro.

Em 1874, tendo a saúde restaurada, voltava o dr, Americo li na Capital, trabalhando ainda com maior afinco no zação do partido ropublicano.

Em 1876 teve a gloria de ver o seu nome suflragado por dida votação de correligionarios seus, como candidato ido a uma cadeira no Parlamento.

880 foi eleito verendor da Capital e em 1881, por

o da 1.º eleição de deputados pelo systema directo, foi o

o democrata sufiragado por 2 distritos da Provincia de

Em 1882 entrava de novo em concurso a uma vaga de ma Fuculdade de Direito, e obtendo por unanimidade o 1.º ma classificação dos candidatos, não poude o Governo, vez, deixar de nomeal-o, apozar do muito que o temia, pois, a esse tempo, havia o novo lente dado à publicidade o seu primoroso livro de combate—<O Progeamma dos Partidos e

2 Imperios, em que, habilmente e com inteirn verdade oceupou da exposição do principios que mnis tarde (nu 2,º

da obra) havia de explanar.

Tafoligmente ficou em meio aquella obra maguifica. Tambem elle havia conseguido, a golpes do seu poderoso camartello, o nenhum dos enfatuados chofes governistas de boje pondo ca alcançar, isto é—fazer-se popular, querido dos seus e

o pelos ndversarios.

que a sua melhor gloria, o grando merito que nenhum

o teve como elle, foi exhibir sempre uma vida pura, honesta,

culada, santa. A sua liomestidade e rectidão de juizo ha

hit passaram em proverbio, para todos que o conheceram

Pes rodeio aqualies! qua por abapeito e FE nho puderam a sun crescenta influencia politica.

or muito tempo, a casa do grande cidadão foi o contro do

uniões de grandes e pequanis de todos os partidos. Homens “todas ns crenças alli se reuniam amigavelmente e não m em receber-lhe o conselho ungido da sinceridade, A

VI

order ae a ig 4 toleruncia, a sua linguagem, a honestidade de sens juizos, à cordura e delicadeza nos modos, a amabilidade sem exageros, a generosidade, aliados a earaetoros pbisicos, como fossem-—estatura cia pe cebolta, pie nomia sypathica em extremo, coração bom esses que determinaram a angração de rep dd fera en, mais popular, talhado para apostolo do novo evangelho tico Do btt indoor o sho resonbncido de partido republi- enno de Sho Paulo, o que lhe valeu enormes sacrifícios du smúde, dos bens de fortuna, e por ultimo, depois de ganha a victoria, pro eclamada a Papatitaas (Quem tal diria!) innumeros desgostos, oriun- dos de in ves e ciumes, Quínido se ; proclamou a Republica, Americo Braziliense não

(A, *Nema, caem do, canto do Largo da Bá, reunemso hablsualmento conservadores, libernos, republicanos, nltramontanos o eatholicos livro, Todos ve cstimam, conversam o discutem vindo À Dalla as questões da apocha, Nin- gera go fomita o à Barmen reina tampre date os froquemtataro da “ala cornea republicano. E MAmiravei à concordancia que crio naquela amembida, na qual at malérias o Em

tras a todos, enfim, e estimam, ro, que 6 mia dou corações malx gone-

ronegueim a con-

Nenhuim dos presentes se incomoda co

Bsbem que sao

As 2 hora elle sseripiorio no companheiro, Actoal guração,

O parinmontar, o Jarinoenwalto, o sidadão que é um nomo feito, a cura hora enslga Mistoria patria de meninas do collogio « Bangol Pestana»

RE ahi que 9 dr. Amorioo Rrauilionio acnquista pelo falonto, o por outros dotoa au.

da alima om mais rirentes Touros Dara A aum coró de patriota

Aquolias mentnos, que sontom verdadeiro orgulho aa sntarom-so doanto dollo, ão

do ser as futuras imhoe da EerAÇÃO Mova QUO terá de fazor a mais completa Justiça ao

vom civismo, 8, mos dedo tum brasileiro IMustrado, como ba poucor, mor

praticar um novo glorioso que o

Bo ai como tes que ama nus isso tambem o jóves. parto republicano não podia aeuar um homem mala dit. et reprosental-o no pleito eleitoral que Gsm sou “Americo Braslllense na lucia Iegal em prÔl da FepuISA vale Uma legião. on, qui Sort à derreta, mas Fostarihod A gloria do haver feito digiamante a bandeira do seu partido, nato do rula eropitbio deusa amem 4

rea ao e trocar com

8. Panto, Outubro da 1476,

18

era de facto o chefe do partido, Porque havia muito que discordava dos meios empregados na propaganda.

Apezar disso, é de mostrar-se apprebensivo pelo futuro da Republica militarmente feita, ou por isso mesmo, como doutrinário que era e patriota (reproduziremos o que elle nos disse a tal res-

eito em 15 de Novembro), aceitou a incumbencia de redigir a nstituição do Estado de São Paulo, como havia acceitado a de fazer parte da commissão encarregada de formular o Projecto de Constituição dos Estados Unidos do Brazil; commissão de que foi o Vice-Presidente, e á qual apresentou, como os demais membros, o seu Projecto, que foi adoptado para base desses estudos.

Este procedimento do Dr. Americo, acceitando essas incum- bencias poderá parecer contradictorio com o seu modo de pensar relativamento aos meios empregados para proclamar-se a repu- Blica, (pois deixamos prever que elle os não applaudiu), mas como homem de abnegação e patriotismo, não pondo negar o seu concurso, para que se corrigisse logo o vicio de que vinha eivado o nascente regimen. Isto confirma o que: nos disse a 15 de Novembro de 1889 o grande cidadão.

Fomos dos primeiros a procural.o nesse dia para abraçal-o e felicital-o. Achamol-o sem enthusiasmo, frio mesmo, quasi indiferente. Deu-nos a razão do facto: «auguro mal desta re- publica feita por soldados. Quizera que ella não viesse hoje para poder ser duradoura e felicitar o povo. O militarismo que ahi vem, que ahi está, nos hade trazer torturas. Mas, que está feita assim a republica, trabalhemos para concertal-a.»

Eis abio que ditava a prudente sabedoria de Americo Braziliense.

O futuro confirmou o seu vaticinio: o militarismo implan- tou-se, ergueu o cóllo, dominou e domina ainda.

Deixará um dia a sua proeminencia?

Duvidamos.

Abi estão os jornaes de hontem a nos dar noticia da moção do Club Militar.

Prudente de Moraes procurou tornar civil o seu governo. Como alguma vez quasi o conseguiu, inventou-se uma conspira- ção restauradora, abafada pelos militares, que, desse modo, põem- se de novo na frente.

Estas ligeiras notas sobre a vida de Americo Braziliense, talvez sirvam de adminiculo para a biographia do illustre bra- sileiro, a qual ha de ser escripta um dia «pelo arrependimento

ellos que desconheceram a delicadeza do seu coração, é o melindre do seu pudor politico» na phrase de José do Patrocinio.

=p

E! esta uma prophecia que se ha de verificar em breves pois vimos não muitos desses darem ao ilustre extineto a insigne honra de acompanhal-o à morada ultima, como alguna até contribuiram com o seu rico dinheiro dia subseripção que: amigos abriram afim de erigirlhe um condigno mausoléu.

No ofício em que o Governador do Estado, dr. Prudente de Moraes convidava-o para n dificil missão de elaborar o nos- so Codigo Politico, foi ainda uma vez o Dr. Amorico Brazilien- se reconhecido como glorioso fundador do partido republicano

lista.

A nenhum outro, (dizia mais ou menos o Governador) cabo a tarefa gloriosa de redigir a constituição repablicana do Esta- do de 8, Paulo, sinto dquelle que à grande competencia de

Iblicista emerito liga a qualidade de chefe do partido.

Sentimos não poder reproduzir textualmente esse oficio : citamos de memoria, pois não o temos presente; mas elle corre impresso janto uo projecto que o sabio mestre confeccionou, & que com pequena alteração é n Constituição do Estado, promul- gado a 14 de Julho do 1891 (1).

Guardamos ainda e, guardaremos sempre, como uma lem- brança do pranteado amigo o original desse projecto que nos foi por elle offerecido como recompensa à insignificante parte que nelle tivemos,

11) Bojo podemos dar a Intogra dessa omcio: esl-a :

Governo do Estado de S, Paulo. Actos Ofjficiaes. Rexpedionto do loverna do Fatado do E. Pranto. SECÇÃO

Si Paulo, 25 do Julho de 1890,

Gabinete do Governador.

Cidadão: Pstando doerotada 1 Constituição dos Batados Unidos do Brazil. referendum do

eso fimportant geral doe paniletas, vanho uolleltar competencia, Saúdo q fratornidado

Ao distincto cidadão Dr. Americo Irasiltensa da Almolda Melia PRUDENTE). DE MORAES BARROSO.

E

como é sabido, era elle o chefs a quem tocavam esj tarefas. que neceitava prestar á Republica, ipi lada fieis phrase

o tardou, porém, que se munifestasse a ingratidão daqueles jos correligionarios que se arvoramm em directores de publica substituindo-se no eleitorado para designar,

ram, os eleitos do povo à constituinte republicana. o Dodo todo fosse deslembrado 0 glorioso chefe na con= ; ta dos candidatos, pois teve a Aonra de ser designado

ira um logar de Deputado,

“Não era esse porém o seu logar: onde quer que houvesso nontes, honras superiores, essas deveriam tocar-he, to 0 desinteressado como era, Americo Braziliense não se jodou com o facto, apenas recusou a honraria o ficou silen-

Seus amigos porém rebateram a afltonta e sufiragaram o seu

b ara O cargo de senador da Republica. uma divida de honra que elles procuravam pagar; não o giro, mas por que o nascente rezimen, que começãra aban- O Riiniea democêntico as indicações pelo eleitorado, ini= tambem o processo commodo e simples, hoje muito conhecido

“no paiz—da eleição a bico de ponna, + Uma vantagem porém col e foi—tomar-se bem conho- cido o syndicato empreiteiro de eleições dos filhotes,

A ) Amen

Foiesseo primeiro ervo dos directores da republica, não foi ' n o unico, pois Jogo viram-se 08 mesmos em um theatro mais faltar á palavra dada de suftragarem a candidatura do Deo- presidencia da Republica.

dahi natoralmente a elevação de Americo Braziliense go do Governador do Estado de S, Paulo, cargo que aecoitou patriotismo tão sómento, como é fneil reconhecerem os que o usem incapaz de netos desses, sabendo que elle estava então Ministro Plenipotencinrio em Portugal, e que para viria a esse tompo.

& de Março de 91 assumia o poder, isto é, atirava-se à Jucta, ingente e patriotica, em que no mesmo tempo que organizava sobra as solidas bases dos saôs principios demoeraticos,

à distancia os assaltantos do poder. Houve quem dissesso dello nos tempos da propaganda: «No vepul o que a maior parte o sai panos

o que ha de solido na sua organização deve-se À prudente sa-

|

am

bedoria do Dr, Americo Braziliense cujo nome laureado foi o pri- meiro centro em torno do qual so agraparam as primeiras molecu- los, destinadas a constituir o grando corpo que bojo so denuncia, Não fórn a confiança que elle incutin, não foram os seus esforços ia europe o partido republicano não seria o que é.»

je podemos copiar essas mosmas palavras applicadas á orga- nização do partido e dizer;—tudo o que ha de solido na organiza- ção do Estado deve-se à subiu administração de Americo Brazi- liense a qual, posto que curta, foi efficaz em netos de henemerencia.

No curto périodo de Março 8 Agosto se mostrara adminis- trador tão provecto que, momendo Ministro e Soeretario dos Negocios da Fazenda da União, teve de recusar seus serviços, aliás necessarios ao Governo Federal, afim de continuar a hon- rar a cadeira de Presidente do Estado para que foi eleito por unanimidade dos votos do Congresso. Codeu assim no impulso de seu patriotismo, como às instancias do Congresso, e de to- das ns clusses socises que lhe representaram para que ficasse.

E' que viam todos, amigos é advarsarios (innumeros destes adberiram à Republica, a ess6 tempo) no Governo de então— garantias de bem estar e de liberdade,

Efectivamente, a liberdade do voto, por exemplo, foi então uma realidade.

Confirma-o um facto bem significativo, passado a proposito das eleições para o Congresso constituinte do Estado, que rea- lizaram-se n 30 de Abril de 1891.

Sabem todos aquelles que acompanharam o Governo de 91, não negarko mesmo aquelles que se fizoram nbyssinios, quo o Go- verno tinha resolvido não patrocinar nome algum nessas eleições; não intervir de qualquer maneira, porém antes, deixar correr o plei- to inteiramente livre. Disto mesmo estavam bem certos 08 gê- neralistas, npezar da pantomima que fizoram pedindo garantias para que o agente do correio em Campiuas votasse com elles,

A resposta n um tal pedido não se fez esperar: por ella ti- veram os ndveranrios o campo livre para a E que foi des- enfreada: o Governo absolutamente não intervoio na eleição.

Isto está na consciencia de todos; nenbuma eloição dispu- tada se deu ainda neste Estado, que corresse em tanta ordem e tão livremente como aquella.

Por acaso encontramos entre os papeis daquella epocha o mn. 121 do «Jornal do Commercio » do Rio, de 2 de Maio de 1891, e na secção telegraphica deparamos com esta correspondencia:

«S. Paulo, 1.º de Maio.

O resultado conhecido da eleição aos governistas 18.000 votos e à opposição 3.000.

ms

Os chefes das repartições receberam ordens para que cs empregados votassem com a maxima liberdade. Ainda hoje o Secretario d'Estado, Dr. Villalva, foi cumprimentado pelo pes- soal das repartições, pela maneira imparcial porque se portou o Governo. Segundo disseram os empregados publicos, votaram pela primeira vez independentemente, livres de solicitações por parte do Governo ».

Si a opposição não conseguiu eleger um dos seus can- didatos, a depéito da enorme cabala exercida até mesmo dentro das Repartições, não foi sinão porque a opinião publica era a fa- vor do Governo.

Verificou-se então um facto extranho: o Dr. Americo Bra- siliense que havia conseguido converter ao republicanismo todos quantos se mostravam indiferentes & este é até mesmo os que se conservaram fiéis ao monarchismo decahido; elle, que tornou a republica acceita por todos, empregando como meio-—a politica da conciliação, que desenvolveu com extrema delicadeza, não mereceu o apoio de uns tantos republicanos, que de tal modo o molestaram, que elle preferiu resignar o poder a deixar correr o sangue de seus compatriotas.

Disse-se e acreditou-se geralmente que o dr. Americo Bra- ziliense havia sido deposto.

Não é verdade. Elle não foi deposto : deixou o poder, não exponte sua porque isto não lh'o permitia o seu dever de pa- triota, mas, para não ter que derramar sangue. Bom, leal é generoso, não estava na sua indole consentir que se abrisse à lucta armada.

Nem mesmo teve logar a tal deposição indirecta, como con- sequencia de deposição das municipalidades.

E' muito sabido que taes deposiçõos não passaram de uma comedia pelo telegrapho.

Elle resignou o alto cargo de chefe do Estado, estando aliás prestigiado pela opinião em geral; mas & sua abnegação, o seu desinteresse o aconselharam a dar aquelle passo para poupar os seus concidadãos á lucta fratricida.

Esta é a verdade incontestavel.

No entanto, era preciso para dar força e prestigio (que não tinham) sos adyenticios, propalar-se que a deposição deu-se, fugindo o Dr. Americo, á noite, pelos fundos do Palacio.

Não é verdade.

Quem por acaso, se achou nas immediações do Palacio do Governo, na manhã do dia 15 de Dezembro, viu sahir o dr. Americotra, nquillamente, ao lado d'aquelle que traça estas linhas

p

Nonhum grapo, monhuma posta das lepífes friemphantos, noso Ala 08 nom nmtorio. res, foi a Palacio oxigir que eu deixamo q governo,

Portanto-o prosidento de 8. Paulo mem foi deporto gelo poco armada, nam saiu fugido do Palacio.

E nho A resp “No teamo

esteve durante múnha permanen- vinha. parilu de ds- lonagem a comenta

eia, am espião ao telegraph

Das Cartas Politévos ao de, F. Rangel Pestana, oxtenNitas da Opinião Kacional,

V. male a curta soguinto +

= So dia 15 fui procurar o fine, wo Dr. Miranda nas salas, ende cu suppunha trvejamm dormlto, o não, 08 encontre, para combinarmos astra a Dora “em” que em dez tam

pa enter a prenidonia, apena pude falar o dr, Visa, n quem arvore) Der ao (trinco. tarde soube que o Er, é o Dr. Miranda taham sabido codo, mmuniquer Áquelos que ta Fotirarmo para à casa da mem genro, convidandoos

a me acompanharem (ás 8 húcno).

AO E. YIMACO recompendes que quando dah voltasam tolographamo ao Presidenta da Republica «commanicando ter eu passado o governo a cllo s consultando al devia conserval.o ou entregalo ao vieosprosidento». e dim então que immedistumenta- =fosta À sua cash ou mandasse official de confiança avisar do ocorrido, a que Lotmases

essa do mou genro, le O Dr. ua, em se

19

Resignado, sem guardar odios, nem desejos de vingança, voltou o dr. Americo á sua vida modesta e aos labores costu- mados, de doutrinar na cathedra da Faculdade (de que não quiz ser o Director), e em revistas extrangeiras, principalmente na « Revista dos Estudos Livres >, de Portugal, de que foi reda- ctor e eminento polygrapho Theophilo Braga ; de novo dedi- cou-se á imprensa de que foi eximio mestre, e dirigiu a Opi- nião Nacional.

Nessa folha escreveu ello por muio tempo, com a preoceu- pação unica de sanear a politica republicana, «empestada pela trabição dos que se diziam os seus maiores sacerdotes.

Não conspirou: não estava no seu caracter fazer-se conju- rado; no contrario, aconselhou sempre com sinceridade os meios licitos de combate.

E deu o exemplo attacando de viseira erguida, com toda a lealdade os erros do Governo.

Por isso, a perseguição dos homens odientos, que galgaram o poder por emboscadas é trahições, não ponde alcançal-o, posto desenvolvesse contra muitos de seus companheiros.

Espiritos malignos e deslenes, julgaram os mais por si, é vitam conspiradores em todos os companheiros do chefe decahido.

O dr. Americo Braziliense foi poupado is agraras do des- terro e nos martyrios das prisões; não o foi porém, mais tarde aos murmurios injuriosos daqueles mesmos que o havinm reco- nhecido honesto, honrado, integro e virtuoso, que so abeirando às areas do Thesouro as viram repletas e verificaram que dos dinheiros publicos despendidos durante seu governo, nenhum ceitil havia sido distrahido dos destinos legaes (1).

mos em mão pelo proprio Dr, Americo Braziliense genro o Sr. Joaquim Pavão, e asim e explica poder à do Dr. Furtado, tendo cu entr jos rs, Drs. Henri- que Coelho e (, Vilinlva em tempo» (Extrahido do uma carta dirigida pelo dr. Americo Brasilienco ao Desembargador Raymundo Fartado, publicada como annexo aos «Nortos iliustrese do dr. Miranda Azevedo.) Ha nessa carta mais um pequeno engano que, pela minha parte, preciso retificar. Dovo uma explicação à passagem da carta sopra que diz: «Chegando á casa do gonto fiz o dr. Vilinlva lavrar, a pedido, as demiecies delle, do oficial de gabinete e nata». Sendo conhecidas do pablico essas Portarias, devo explicar que dellas a quo a mim so refero a foi por mim escript a 1.º parto ou narto princi da exoneração, sendo do proprio punho do dr. Americo Brazilicoso as palavras do que so dignou enderoçar-mo. (1), Do Commercio de São Paulo. do 5 do Maio de 1902: “« Preeidindo o Estado de 8, Paulo. procurou conciliar todos os homens, escolheu para o Congresso do Estado os competentes. prlucipalmente às lentes da nossa Faculdade do Direito, foi honesto, não persezuia nineuem deixou o Thesonro farto de dinheiro. tanto que o ministro da Fazenda de sen rubstituto deelaron que so S, Paulo devesse alzuma cousa, para ser cifectuado esse pagamento hastava apenas o tempo do ser contado o dinheiro. que estava no Thesonro, ão é mais preciso ndeantar nada para aquilatar-se da honestidade dessa admi- nistração e de quem então oceupava o cargo de presidente do Estado de 8. Paulo. »

20

Mas porque então esses murmurios? Porque Americo Bra- xilionse havia acceitado uma cadeira de Ministro do Supremo Tribunal de Justiça Federal! Propalava-se então que elle cur- vara-so, humilhara-se o jacobinismo.

No emtanto, sabem tedos, ao menos os que leram as « Cartas Politicas a Rangel Pestana » que nenhum attricto, nenhum es- tremecimento houvera entre Americo Braziliense e Floriano Pei- xoto; que este fôra extranho á farça representada em S. Paulo, para depôr o seu presidente; que Floriano era illudido pelos seus autões; que, portanto, sem quebra de sua dignidade e da do augusto Tribunal, podia muito bem alli ter assento o dr. Ame- rico Braziliense.

Elle porém estava acima desses pequeninos attaques da ma- ledicencia.

Acceitou o lugar incondicionalmente ; não foi um humilhado, um vencido.

Comprovou-o honrando a toga de juiz, tanto como o puris- simo Joaquim de Toledo Piza e Almeida !

Terminemos estas ligeiras notas.

A vida de Americo Braziliense precisa ser estudada.

Ha em toda ella—exemplos de abnegação e de civismo, de cordura e tolerancia, que bem deviam ser imitados por todos quantos têm as responsabilidades de governo. Infelizmente po- rém, é certo que a republica tem tido homens intolerantes, cru- eis, barbaros, na sua suprema direcção.

E cho esses os arigos do povo, os que se julgam capazes de arredar a republica do despenhadeiro em que elles mesmos a precipitaram !

Ah! bem mostra que cerraram ouvidos aos prudentes con- selhos e ús sabias lições de Americo Braziliense !

Pela nossa parte, orgulhamo-nos do haver merecido a con- fiança inteira do homem integro e virtuoso a quem prestamos esta fraca homenagem.»

Botucatú, 27 de Março de 1896.

Abi está, meu caro Miranda Azevedo, o meu escripto de 96. Para completalo ou corrigil-o, junto-lhe «Uma pagina de his toria patria», um bello escripto publicado no «Commercio de

Seu muito am.* e discipulo, C, Vitianva. SUMA PAGISA DA MIRTORIA PATRIA +

ipEraphlons que. fovido À gontlasa do, rodnctor 40 Commercio de São Andos À panticiaado como am prilto da homenazam ao amnahto pantista Brasilionse de Almeida Selio, não. foram completos o manta-nos a Impar- elalinado que sslientamas aqui, testo despratancioso merinto, na bellas qualidados, na

lastro cidadão que cosamava am ai A sincoridado o que deso-

orem ropuniiema o propa.

Tendo. COMO seus cophoheiros de Tia os festejndos. escriplors drs,. Laogol e Amor o Campos PODIA” dot, Nora LN (o Diario Ppolr

De amas serviços, à 80M dodisação pela anusa domosratiaa, À sum Dplniho Tenhcamente

extoruada am brilhantes artigos que Gava puniicidado pelas oolumnas do sou jornal, no

ransmissor das ilóss do partido republicano de que sexo. era mal Iegitimamento ros

= Como chora anpremo, o am palastras Intimas de Amigos, Pols GIO. 0R0, GA

Undos 08 paaliatas por ooensião da proclamação da Itopublion, quando todos prsatariho ohodiancia, “againão 04 amas comalhos e Mando Comprimento As ans abas instroçõe. porque ara, um homem cheio da secriços À oanen, pablica o muito primeipalmento no do. Pánlo, não foram emu norvicos, digamos à variado, das Vidngmento recompesandos + atá o ara nomo fo) apontado como am anepelio, andinira e elmoroas inlusica !

Amorico Urasiiionso cr um parriota, om sou coração bem formado não podiam ter atra paixhes incandescentes, lada Lirroriatas 0 múlto mono contrárias ao ama amplie mio refloctido é mais digno “do nota profund mente evolucionista, Ropablios não vita folicitar O Brazil, mas A deaojava pola ovolação e não pls sabinvação de quartas. pois poridis, pela tenhição. Ninguem respolinva, é tim mis à Imperador do qui tio am aum ria um Gensliro bor todos Os litioa epeliabilleimo, digno do admiração, o cu) » serviços ao seu pals são inolvidavois t Quais Mapa. im no queria 6 cegimem À viianio, dosprosara om maior lho.

por (eo fot um martyr de nona provrias convioções,

O de. Campos Balios. suthoritario político, somo, sempre so tom rovolado om toda à suyida politica, em publisações feitas pelos jornnes desta Capital quis espul-o ao redículo

mostar, que nada attendoria ora lt À Academia dar Reg alumnoe

ão foi um ambicioso valgar, Jámais guie tomar à adoantoira a quem quor que soja,

a por Mo mútico, x mea que ara O chefe do partido repablitano da 8. Paulo, tnve O

do ver o neu namo incluido ontre os candidatos À deputação fodoral, quando à

a poção do hr Mo dava O dirt do Decupar tm logar Oniro om canas À

"prndonta, respoitador da lol a um dos mais conaplenos membros da commissão do

do nos Gonstituição Federal, e 0 presidente que promalgou à nossa Constituição

* ora dolxon o goroemo do 1 Púnlo, mas FIGAANO Plena, Poconincendd a.

superior entro lodus os republicanos paulistas, conhecedor de suas virtudes civivas, com

aa nomoot.o mitisro do Bpremo Tribanal Pegar. ns

“essa nomeação da approvação do Senado Poderal, em virtudo do nomas

eia vigentos. indos sabem x grande campanha quo all se dosenvolvou no insaito da não

er “aquela nomeação, para deamerecala nos olhos nação, expondo no

“um chato repniiicamo álgno de tanto respeito considoração.

“Por mulio. ponços votos foi ella approvada, e todos sabem que dapols domo facto,

moema do sens amigos desorente da Hopublica, fol wo reconcontrando 8

te uma molnatia traçócira mincu-lho A existencia « para sempro desnpurecom

aco da tarra nm omam superior, cujo exemplo dove mr apontado À EUrAçãO FUTUPA,

po dor o que ninguem contostará am verdadeiro homem de bem.-—Um asigmane »

CONTRIBUIÇÃO PARA à Historia da Capitania de São Paulo (GOVERNO DE RODRIGO CESAR DE MENEZES )

POR

WASHINGTON LUIS

aliatas fol a pri.

to Paulo, esto ação do Ouiveina Manrino (0 Brasil e as colonias).

CAPITULO I

À CAPITANIA DE $. PAULO, SEUS LIMITES, ADMINISTRAÇÃO, MAGISTRA- TURA, CLERO, INDIOS, COMMERCIO, AGRICULTURA, FORTIFICAÇÕES. A CAPITAL, À POPULAÇÃO, COSTUMES. RODRIGO CESAR DE MENE- ZES, PRIMEIRO GOVERSADOR.

Reorganizando, pelo alvará de 2 de Dezembro de 1720, o sul da colonia americana, D. João V estabeleceu a nova capi- tania de Minas Geraes no districto das minas, desmembrado da capitania de São Paulo, o acerescentou a esta, parte do territorio da do Rio de Janciro. Doe. V. 4.º Pg. 7a 9.

A enpitania de São Paulo, assim reconstituida, comprehen- dia um territorio que, a leste, in entestar com a recem-crenda capitania de Minas Geraes, guardados os limites entre as ouvi- dorias de São Panlo e a do Rio das Mortes, e que se desenvol- via pelo litoral abrangendo as villas de Paraty, Ubatuba, São Sebastião, Santos, desannexadas do Rio de Janeiro, e mais vill que ficassem ao sul, até ás indeterminadas fronteiras hespanholas ;

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pelo sertão, no norte e a oeste, os seus limites seriam aquelles que a ousadia dos paulistas traçasse com suas aventuras e conquistas.

Dentro desses indecisos limites ficavam, além de pequenas povoações, a capital S. Paulo, unica cidade, e ns seguintes villas:

1 Guaratinguetá.

2 Pindamonhangaba. 3 Taubaté.

4 Jacareby.

5 Mogy das Cruzes. 6 Pamabyba.

T Yu.

8 Jundiaby.

9 Sorocaba.

10 Curytiba

11 Paraty

12 Ubatuba

13 S. Sebastião 14 Santos

15 S. Vicente

17 Iguape 18 Cananca

19 Paranaguá 20 S. Francisco 21 Laguna.

O porto de Santos ficava livro o aberto nos navios do reino, sujeitos abi ao pagamento dos direitos que até então pagavam no Rio de Janeiro.

S. Paulo entrava no regimen commum com eguacs prero- gativas às das outras capitanias dependentes do Estado do Bra- zil, cuja séde estava então na Bahia.

A sua administração era exercida por um governador com o titulo de capitão-general, ad-honorem, sujeito as ordens do vice- rei e capitão-general de mar o terra do Brazil, desde que não encontrassem as da secretaria do rei, as do conselho ultramarino ou no notorio interesso do serviço real.

[og inres, dous tenentes de mes-

º governador tinha, como aux tre de campo-general, um ajudante de tenente, seus officines de sala, é um secretario; administrava por espaço de tres annos, e mais emquanto não lhe fosse dado successor; vencia um soldo de 8.000 cruzados annunaes e 2.000 cruzedos de ajuda de custo, pagos em moedas e por quartel, tirados dos rendimentos da ca-

pitania de Minas, emquanto a de S. Paulo não tivesse rendas ias

Ao governador é seus auxiliares ora expressamonto = dio) maribsiaçda ootimieralos ba

Nessa capitania immensa havia, apenas, para distribuir jus tiça, um ouvidor s um juiz de fóra em Santos.

Havia, porém, nas villas os juizes ordinarios, impertigados 6 eroetos, e, pola maior parte, ignorantes é arbitrarios; havia mais o apa ndi que, com a deploravel confusto de poderes, era tudo.

O cargo do capitão-mór, trionnal, com rocondueção, era pro- vido nas pessoas principaes por aum nobreza e fortuna; o, apesar de gratuito, era requestado ardentemente,

No sen distrieto superintendia a policia, a milícia, o recra= tamento, as obras publicas, o tambem concorria com a camara 6 pus am todos os casos graves. (João Mendes. Notas geneal.

TE funeções policites, promovia a quiotação a so- cego entro os povos, evitando dissenções e inimisades e fazendo prisõos, ás quaes todos eram obrizados a prestar axílio.

Dava ajuda, favor e protecção nos ministros da justiça, quane do em funcções; podendo denuncial-os se fossem omissos no cumprimento do sous dovoros.

O capitão-mór era o ebefe local das ordenanças, cujos ofi= cines 6 soldados eram obrigados n obedecer-lho inviolavelmente, sem pedir raso do que lhes fosse ordenado.

As ordenanças oram constituidas por todos homens validos do 16 n 60 annos, não alistados no exercito ou nas milícias, for mando regimentos de 600 homens, divididos em companhias de 60, sem soldo.

Como chefe das ordenanças, para formar os respectivos re- É prvesçõe Engia o capitão-mor o recrutamento e escolhia os sol-

em listas lovantadas semestralmento, oude constavam os nomes dos chefes de familias, nomes e edades de todos os filhos.

Por meio dessas deynssas semestraes, conhecia toda n gente de seu districto.

Quando um dessos tyrannetes apparecia, nos grupos as con- versações emmudeciam, o os homens descobriam-se respeitosa monto.

Sondo rio da nataroza humana o abusar da auctoridado absoluta, ca] o que não fariam esses reizinhos lendo ou

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ouvindo lêr as Ordenações do Livro V, inspirando-se na pre- potencia dos governadores, e tendo em suas mãos o recrutamento!

Com uma justiça, assim incompleta e manca, exercida por incapazes, a peita, o suborno, a concussão e o peculato eram vu) gares e ccmpletavam a desmoralização.

Em 13 de Fevereiro do 1725 seria expedida uma carta régia, um remedio indicativo do mal existente, porque se referia a decretos identicos, onde se prohibiria terminantemente que os presidentes de tribunaes, ministros, officiaes, seus filhos e mulheres fossem procuradores das partes ou dessem cartas de favor e memorias.

E, continuava a alludida carta régia no seu estylo pittoresco, porque póde succeder receberes algumas cartas de recommendação da rainha, minha sobre todas muito amada e prezada mulher, ou do principe, meu sobre todos muito amado e prezado filho, ou dos infantes, meus muito amados e prezados filhos e irmãos, fio de vosso zelo que as referidas recommendações vos não moverão a obrares cousa alguma que possa encontrar a justiça ou preju- dicar a terceiro; não consentindo que, por causa das recomnen- dações referidas, se altere a lei, regimento ou ordem alguma.

Além de corrompida a justiça era cara e demorada; os feitos eternizavam-se porque, no Brazil, havia um tribunal na Bahia, indo os outros recursos para os tribunaes de Lisboa num tempo em que as communicações eram raras e dificeis.

Si assim era a justiça, o clero formava parelha digna.

A par de alguns sacerdotes virtuosos, dignos desse nome 6 do respeito publico, eram sem conta os depravados, bebados, imoniacos e desordeiros.

As discordias e Inctas, nos conventos, nas quaes a populaça tomava parto pró é contra, eram continuas é deixavam um rastro de sangue, terminando com a ajuda do braço secular 6 a remessa para Lisboa dos frades mais turbulentos.

A relaxação dos costumes, entre os religiosos, era extraor- dinaria.

Chegados ao Brazil, perdiam a vergonha e atiravam-se á vida como desbragados ; os que aqui estavam não ficavam atráz, dando todos os mais perniciosos exemplos.

As cartas régias repetiamse probibindo expressamente a vinda de veclesissticos para as colonias.

Na sua linguagem oficial resavam ellas que a experiencia tinha demonstrado que não se dovia permittir a vinda de religio- sos, por causa do grande damno e perturbação que faziam nas minas, para onde logo so passavam.

pre

A vigilancia exercida sobre iria ue nenham mestro de barco obtinha despacho de parti Eng pais das ilhas, sem que primeiro declarasse, por termo, que não levava, em suas embarcações, religioso algum, sob pena de pagar 2.000 eruzados, pena que seria executada no primeiro porto do Brasil à que el 80. (Doc, V. 16 Pag, 48-4).

Mas essa vi cia era iludida, passando os religiosos para o Brazil, o ao chegar a São Paulo atiruvam os habitos s orti= gas, e, disfarçados, inm-se para as minas. (Doc. V. 20 Pag. 68).

Era, emtim, Instimavel o vivor do elero, cujos membros faziam o maior escandalo, uecendo-se dos deveres do seu estado, ludibriundo as aueto: les, à quem descompunham ras-

damente, e dando nos seculnres o mais dissolvente exemplo. (Doe. V. 32 Pag. 37).

A case pessoal, administrativo o religioso, ostava entregue a sorte do indigena,

No Bruvil inteiro a situação do indigona foi sempre vacil- lanto; é seria até 1751, porque vacillante e contraditoria era a logislação qus a regulova, feita « dosfeita no snbor dos intercs- ses dominantes, vinha de longe essa vacillação, oriunda das luctas entre os missionarios jesuitas e os colonos.

Naqnelle tempo, jesuitas aldeayam os indios para a doutrina, para a catech:

Jus tão ubnegados intuitos não guinvam os colonos, homens da temperamentos rudes e violentos, 4 abandonar a mãe-patria ; alles eram, ao contrario, trazidos pelo desejo nspero de fazer fortuna, pola ambição ardente do ganhar dinheiro; lançavam-so à agricultura e as suas lavouras prosperavam ; o braço, o grande problema dos paizes novos, vinha a fultar.

O unico meio, na época, para a acquisição do trabalhadores, eram ns ontraday no sertão, acompnhadas sempre do guerras, que claramente faziam prever a sorte do indio vencido: a morte ou a escravidão.

Dadas essas cireumstancias, n escravização do indio era uma consequencia logica, tornava-se indispensavel no colono que cedo ou tardo so havia do rebellar contra o systema dos jesuítas.

O Jesuita aldeava em proveito proprio, fazendo os indios ten hulharom nas fazendas da Companhia, sogregando.os da colonia, evitando até que elles tivessem communicações com os colonos— queixavam-=se estes,

Os portuguezes veduziam o indigena a uma escravidão cruel, mil vezes peor que a barbarie do sertão; não queriam homens, queriam escravos, machinns de trabalho, para os quacs não tinham picdade—aceusavam os josuitas,

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E a lIncta, estnbelecida e accesa na colonia, era decidida na metropole que, conforme pendia para um ou para outro Indo, as- sim fazia as suas leis, protegendo ou restringindo a liberdade do indigena.

Mas este era indolento e imprevidente, não tinha habitos de trabalho nem desejos de accumular bens; manifestava-se, pois, precario instrumento para o desenvolvimento da colonia; os co- lonos voltavam-se para as costas da Africa é começon a impor- tação do escravo negro, sofredor e resignado, que veiu garantir a prosperidade da colonia e, em parto, affrouxar a Incta travada.

Com a substituição do braço trabalhador, a sorte do indi- gena melhorou consideravelmente.

Os indios, de que os brancos se apoderavam, viviam em aldeas ou sob a administração dos potentados e dos jesuitas nas fazendas.

Esses tinham adquirido da civilização o habito á ção, à corrupção dos costumes, a perversão moral, a syphi a variola que faziam verdadeiras devastações.

Eram chamados serviços forros; mas entre administração é escravidão havia a dificrença dos vocabulos.

As aldêas deviam compor-se de cem casaes pelo menos, em uma legua de terra em quadra, de dominio das aldêas e não dos missionarios, situadas à vontade dos indios, com approvação da junta das missões. Essas aldêas estavam sob a direção de mis- sionarios e de um administrador e eram regidas e governadas pelo capitão general, pelo ouvidor e pela camara.

Essa abundancia de administradores trazia confusão e prejuizo para os aldeados. (Arouche. R. H. IB.

Havia, então, a aldêa de S. Miguel, sob a direcção dos Ca- puchos; a dos Pinheiros sob a dos Benedictinos; a da Baruery sob a dos Carmelitas, e outras.

Essas tinham sido fundadas antes desse regimen e não eram mais do que viveiros de trabalhadores para as obras publicas, estradas, Aortificações, transporte de bagagem, recados, etc.

Estavam sempre desfaleadas de indios: uns eram levados

ra ns minas pelos governadores quando passavam por S. Pau- jo; ontros abandonavam-nas, preferindo viver nas povoações ao acaso da sórte, desmoralizados e preguiçosos, ou nas mattas, para onde fugiam, desquitando-se de uma civilização de que co- nheciam o lado doloroso 6 pesad:

Nas proximidades das povoações existiam tribus inoffensivas, mais ou menos errantes, habitando tabas pouco populosas, dei- xadas em paz pelos paulistas, os quaes com o atacal-as não en- contravam lucro farto.

Havia ainda os indios indomados do sertão— Payaguás, Quay- corús, Cogupós e outros—que defendiam o seu sólo e se vingavam das entradas dos paulistas, com valentia e coragem, em Juetas tres mendas e sórte varia; ora exterminavam complo! to ns ben- deiras, as expedições que se aventuravam no sertão, ora eram ba- tidos * trucidados.

Essas Inctas constituam verdadeiras guerras, darariam por muitos annos é seriam a preoceupação dos governadores,

A importação de escravos negros, das costas do continente africano, fuxiwse em larga o faria escala e era o preço existencia colonial do Brazil.

Destes, muitos fugiam, estabolecendo bons relações com os indios das immediações, vivendo das depredações nas fazendas vizinhas, formando quilombos, que davam que fazer ás auetori- dades loenes, as quaes viam, em cada um delles, nucleo de novos palmares.

A agricultura tinha prosperado; e, no seculo XVII, rara era a fazenda que não produzia vinho e trigo para o seu consummo.

Mas a agricultura, tarda na retribuição ao trabalho, não se compadecia com o desejo febril de enriquecer rapidamento; definhava, estiolava-se, o recebia golpe de morto com a dosco- borta das minas de ouro, que, excessivamente remuneradoras apesar dos quintos, absorviam a actividado do todos: dos que estavam e dos que chegavam.

O ouro era a unica mercadoria de exportação; tudo o mais em importado do reino. O commercio local ora mais que insigni- ficante.

O sal era introduzido, na capitania, em virtude de monopo- Jos garantidos por contractos arrematados em Lisboa,

Po aminhos havia; a não ser os de Mogy a Santos, de São Paulo para as Minas e para Santos, intransitavel, as vias de comunicação eram os rios somendos do sultos e cachociras, correndo quasi todos para o sertão.

Santos, o melhor e o mais usado porto maritimo da cnpita- nin, achnva-se no mais desolador estado.

Apesar da invasão e saque da cidade do Rio de Janeiro, em am1t, por Deguay-Trouin ; apesar do receio de novos saques por piratas extrangeiros attralidos pela cobiça do ouro que fartas mento se extrahia no territorio paulista, não existiam, em San- tos, fortificaçõos dignas desse nome,

A fortaleza da barra da Bertioga era um reducto de tres fnces, feira do fachina e estacadas de madeira, arrminadas e apo- drecidas; tinha cinco peças de artilharia, sem reparos, e uma

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guarnição composta de um sargento, seis soldados e um arti- Mheiro. (Doe. V. 18 Pag. 111)

Em 1700, o governo portuguez tinha cogitado de, como melhor, mais rapido e mais economico meio de defesa, entupir a darra da Bertioga, plano geninl que não chegou a ser levado a efeito. (Doe. V. 16 Pag. 45).

A da barra de Santo Amaro não tinha casa para polvora ; nella estava o melhor da artilheria—trinta e duns peças— que não funccionavam porque as carretas estavam tão damnificadas que não supportavam o peso das peças; tinha uma guarnição nomi- nal de 300 homens, tirada do Rio de Janeiro, mas sempre in- completa, desfalcada pelas continuas deserções por falta de pa- gemento do soldo, não attingindo o efectivo a 80 homens. (Doc. V. 16 Pag. 36, V. 18 Pag. 146). a

Após a invasão franceza de 1711, o governo portuguez mandou levantar um plano de fortificações para as barras de Santos, pelo brigadeiro João Massé, e, seguindo o velho costume de nada despender, ainda que para segurança e protecção dos seus mais avultados rendimentos—o ouro bracileiro —mandou in- sinuar, em 1715, que acceitava o oferecimento de Manoel de Castro de Oliveira, que promettia executar as obras planejadas, correndo as despesas por sua conta, mediante a morcê do fôro de fidalgo, o habito de Christo, com 808000 de tença, outro babito de Christo, com 402000 de tença para seu filho, pagas na fazenda real de Santos, e um officio nas minas com 4UGU0O de renda. (Doe. V. 18 Pag. 5 e 6).

Manoel de Castro de Oliveira começou as obras em Santo Amaro, fazendo os angulos que constituiriam a penella, leyan= tando-os até quatro palmos acima da superficie da terra 0... parou. >

Em 1717 tinha ella parado; ou porque visse que as mer- cês promettidas não compensariam as despesas n fzer, ou porque reconhecesse que essas mercês, pagas pela fazenda resl de San- tos, não teriam effectividade cm uma fazenda cujas consignações não bastavam para pagamento dos soldados e da folha ecclesias- tica. (Doe. V. 18 Pag. 19).

O forte de Santa Cruz de Itapema era apenas uma posição estrategica, com fortificações primitivas, que constituiriam defesa contra ataques de indios.

Apesar de ser a unica cidade elevada por alvará de 11 de Julho de 1711, e ser a capital do governo, S. Paulo ern, rela- tivamente, uma localidade insignificante. Até bem pouco tem-

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po, Pamalyba o Yti quiere ita a primazia, o Taubaté che. gúra a cmpanar-lhe o brilho. "

Estava assentada na colina, à cavalleiro dos riaclos Anhan- sabalai e Tamanduatchy, e era tho pequena, que a cada, es- tando junta ao convento de 8. Francisco, so nchnva fóra das vuns publicas.

us so chama hoje centro era, por assim dizer, toda a cidade de então, com as suas fortuosus runs serpenteando no cabaço da collina, estreitas mum ponto, largas nontro, recortadas de casas baixas, de enormes beiradas do telhados a protegerem as paredes de taipa, branqueadas, quando o eram, de tabatinga

De costas para o Tamanduntehy, erguia-se, de taipa feito,

o collegio dos jesuitns, encinmado a vigiar a povonção que ti- nha gerado e cujos primeiros passos tina guiado. Mais adeante, na orla da mesma collina, estava o convento de 8. Bento, no logar mesmo, onde outrora erguera a sua cho- qu Tibiriçá, o chefs tupiniqui amigo dos pertmgateos e dos Jesuitas e por estes baptizado com o nome de Martim Affonso, em homenagem 4o primeiro donatario da capitan

Pode-se dizer ui a cidado oceupava a área contida pelo collogio dos jesuitas, hoje Palacio do Governo, pelos conventos do S. Bento, S. Francisco e Carmo que, 4 esse tempo, exis= tiam; além dessa árca as ensas iam xareando, apparcciam as chacaras, os sitios, us fazendas.

Pelo gue dra a em ital pódese nvaliar o que seriam as on- tras localidades, A villa de Ytú, por exemplo, que promottin desenvolver-se muito, por ser ponto obrigado da passagem dos mineiros para Cuyabá, compunha-se duns 800 cases, com 7 Jeguas de distrieto, uma egreja matriz, um convento de Francisco, um oficio de terceiros do Carmo e uma egreja do Senhor Bom Jesus. (Doc, v. 18 pag, 209).

A população compunha-se de brancos, vermelhos e negros, é dos productos dos cruzamentos dessas raças : mulatos (brancos e negros), mamelucos (brancos e vermelhos), caribocas ou cafusos (negro e vermelho).

Desses cruzamentos—concorrendo cada raça com a sua qua- lidade predominante : n inteligencia, a tenacidade do branco; o pat de aventura para devassar florestas, n possibilidade de adaptação ao meio, do indio; a resistencia individual no soffri- mento, a resignação ao trabalho, do negro—é que sahiriam os paulistas, esses heroes dos fins do seculo XVI e do seculo XVII, sobre os quaes veponson o trabalho geandioso da constituição geographica do paix.

Nessas corcerias audazes o ferozes pelo interior iguoto da

a BD ms

America os paulistas foram estabelecendo a réde arterial, por ss furia a circulação vivificante do futuro puiz.

elles poderiam, com Antonio Raposo, num impeto que faz incredulos, atravessar o continente de sudoeste a noroeste, escalar vs Andes, chegar s aguas do Pacífico, no Peri, inter- marso no valle do Amazonas «seossalendo tesra e mar pare o seu veis, numa expedição de annos, na quala lueta com os homens, com a natureza, as privações, os sofitimentos os desfigarariam tantos, que ao recolher-so ao lar 05 seus parentes não os reco- mheceriam.

Delles à Paschoal Pes de Araujo, varando o interior da America, indo acampar nas margens do Tocantins.

Descendentes delles é Luiz Pedroso de Barros, capitão da infanteria de soccorro à Pernambuco, na guerra hollandeza; É elle quem, talando o sertão, vne morrer ás mãos dos Serranos, no Porú, em 1662.

Chamavam-se Fernão Dias Paes, Manoel de Borba Gatto, quando devassam e desvendam Minas Geraes,

São Manoel Preto, Francisco Xavier Pedroso, Francisco Dias Mai quando destroem as redueções do Guayrá, ns missões jesuíticas, no Uruguay, aprisionando indios, em obediencia a um phenomeno historico.

Bão... innumeros, enja lista seria interminavel,

São os descobridoros de minas, são os auctores dessas acções extraordinarins o maravilhosas, cuja cpopéa ainda não encontrou cantor.

Com esses feitos heroicos, formaram o periodo heroico da capitania, mais duradouro que o bronze.

A sus obra grandiosa estava, porém, a concluirse, e esse

irito do aventura entrava em decndencia: a derrota sofrida mos ultimos ataques és missões, à descoberta o exploração das minas, 4 sorte contraria ma guerra contra os emboabus, davam mova direcção nos espiritos e outra oceupação à setividade.

Acenmulavam-so grossas fortunas, que ereavam o gosto pelo conforto, faziam perder o amor à vida quasi nomada do outrora e davam habitos sedentarios,

Tendo à distineção da opulencia, aspirnvam o mando o vinham a ser capitdes-móres; queriam distineção da nobreza e fuzimm as justificações de genero, para provar a pureza do sangue exe treme, tranemittido sem quebra de bastardia ou de ofhcio me- chanico, nas quaes erum obscurecidas as origens americanas e ei as curopéas para entroncarem-so nas casas fidalgas do

Pouco depois appareceria o primeiro Cpo e Pedro Taques, que prestaria relevantes serviços à historia de sua terra, com a aum obra, infolismente truncada,

Os fidalgos, os habitos de Christo eram qa dos ardentemente; as cartas recebidas dos senhores que nosso tempo eram prodigos dessa cspecio de distineção que nada lhes custava, agradecendo os serviços prestados e incitando a novos, eram guardadas e acatadas como preciosidades de valor.

Ricos, localizavam-se nas povonções; « mitis commummente nas suas fazendas que eram verdadeiras villas, pela a quan tidade do casaria que alli bavia devidamente arru; e uumero dos habitantes, compostos da familia, aggregados, indios peqisirado o ss E Er à

i erguiam capelas sob a invocação santo da especial devoção, ndornadas E Prá dourada, trabalhadas por nrtificos de profissão, vindos do reino, onde annunlmente celebravam as festas do padroeiro com vitavarios de missas cantadas, sacra= mento exposto, sermões n varios santos, e bandas de musicas vindas dos povoados, Durante essas festas, iruito concorridas pelos visinhos, parentes o pelos religiosos das communidades existentes em 8, Paulo, borborinhava o povo numa agitução de muitos dias.

Nessas, e em ontras oceasiões, praticavam a hospitalidade com maguificencia. Havia alguns que paramentavam, para aga- salho de seus hospedes, cem camas, todas com cortinados pro-

rios, lenções finos de bretanha, gunmecidos de rendas, e uma Ea, prata, sem pedir nada emprostado.

A mesa abundante estava sempre posta. Era a ocensião propícia para exbibição dns custosas buixellas de prata, pesando uuitas arrobas, truzidas do Peri nas antigas correrias, herdadas dos maiores e sempre augmentadas,

Es maguificencia dobrava, consumindo-so rios de dinheiro, quando hospedavam os recomendados do rei.

As fazendas assim constituídas foram o nucleo de grande ora existontos.

Ensiam instruir os filhos nos estudos de grammatica e phi- losopia no colegio dos jesuitas, e, nhi, muitos vestinm a rou=

ta ou iam tomar o habito das outras communidades religiosas. Dara arara filiadas principaos que não tinha dois, tres é mais membros religiosos, (uando um dos filhos ordenavaso a missa mova que cantava era celebrada com festividades religio- eus, é com canas, encsntroadas, escaramuças, reliquias medie- vues em quo se parodiavam os torneios

Evam os excreicios da força e da habilidadado, nos quaes

muitos e destros cavnliciros ostentavam o sou miroso gnrbo, om eavnllos carissimos, ricamente ajacrados, fazendo prodigios de agilidade que arrancavam estrepitosos applausos da assistencia enthusiasmada, nos muitos dias que duravam essas festas, que chegaram ató nós com a denominação de cavalhadas.

Nas festas executadas, quando 8, Paulo foi elevado a ci-

ficou memoravel o jogo das sertilhas, no qual Antonio de Oliveira Leitão, arrancou applansos pelas sortos feitas, applan= sos que tocaram no delirio, quando de um golpe separou com 4 Cesta o pescoço do um dos touros (Pedro Taques).

Outrora atravessavam as povoações com sequito numeroso de indios armados de Hexas: agora vinham n povoado, com des prezo da pragmatica, vestidos de tecido enros, cobertos de ouro e prata. Seguinm-nos escravos, com a libró da casa, nogros, é mulatos tão claros que na côr competiam com a gente branca, e nisto estava o geande luxo,

Julgar-so iam robaixados se não so fizessem seguir de pagens de ou a cavalo.

A riquesa ern tão grande que um àellos, José de Góes e Mornes, compraria no Marquez de Cnscnes a capitania de 8. Amnro, si D. Joko V não tivesse atravessado o negocio. (P. Tae ques—Nob. B. 1 H. B.)

Guardando um respeito exagerado no principio de auctorida- de rodeavam-se de extrema severidade no seio da família, onde a vida afectiva em árida; os filhos saudavam os paes *dizando- Thos; «Louvado seja Nosso Senhor Jesus Christo» e nada mais se animavam a secrescentar, silencio respeitoso que guardavam

um dennte dos mais velhos.

As mãos de familia, as Donas, matronas choias de virtudes mas vnsias do expansões carinhosas, levavam uma vida reco- Jhida e reconcentrada ; e, se por acaso, sabiam À rua para irem di egreja, envolvinm-ss em mantos que lhes escondinm comple- tamente o rosto fuzinm-se conduzir em endeirinhas de toju- dilho, tiradas por escravos.

Os casamentos dos filhos eram resolvidos entro os respocti- vos paes, e os noivos quasi sempre se vinm pela primeira vez, na egreja, 4 hora do acto.

A classe dirigente panlista, no principio do seento XVII,

Os principaes da terra, eram pessoas graves, que tinham o que

+ desojosos de fidalguia, venerando o rei e acatando os representantes delle,

Essa si que haveria de permittir, som revoltas, as. violencias do Rodrigo Cesar de an que viria cercar as. cortinas sobre o passado de aventuras portentosas o de altiva dida aso e inaugorar « administração paulista, q

? per isso que o periodo administentivo desse capitão so neral marca a ópoca do transição entro a vida antiga cn nova amollecida pela riqueza. Ainda appareceriam casos do he- xoismo praticados por homens dos ontros tempos, mas spo cos e nnachronicos na nova sociedade quo se in inaugurar.

Quando Rodrigo Cesar de Menezas terminasse 0 seu governo,

o nome de paulista estaria obscurecido para deixar apparecer o de Capitania de São Paulo, movendo-se sem nttrictos na engres nagem administrativa colonial.

Tso é que faria crer, como depois so ropotiu, que nossa época os paulistas reconheceram o dominio da corda portugueza,

Para a nova capitania de São Paulo foi nomeado govema- dar ePades Alacês Otra iuouno farm posso! do pb ni Jogar valo demasia Rodo (OGsaE da Mens

Polo sou muscimento o novo governador era fidalgo de linhagem o portencia a uma das mais nobres familias de Portugal,

A varonia de sua essa era Cesar, à procedia de Pedro Pires Gasr, cidadão de Leiria, que andava nomeado no foral que D. Sancho I dou a essa cidade cm 13 de Abril do 1195.

Scus antopasados concorreram e participaram das glorias de Portugal, praticando façanhas em Ásia e Aftica, onde se illus- tenram.

Um delles, Vasco Fermandos Cesar, capitão do afim, durante o reinado de D. Manoel, commandando uma fusta, com ella desbaratou seis chuvecos mouros.

D. Manoel, por isso, abraçou-o dizendo-lho: «Isso é feito de Cesar», trocadilho que se perpetuon na familia,

D. Jono IE acerescentonlhe, ao brazão de armas, sois galés, em memoria desse feito,

Durante o largo pariodo da affiemação da independencia de Portugal, que vai de D, João IV a D. Pedro II, a rivalidade entro os Cesar c os Mascarenhas interessou c emocionou Lisboa, constituindo uma lucta de gigantes, na phrase de Camillo Castello Branco que n estudaria com amor.

Por parto dos Cesar distinguiram-so o arechispo do Lisboa, d. Sebastião Cesar de Menezes e froi Diogo Cesar de Menezes,

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proscial dos Franciscanos no Algarve; aquelle dissimulado o ypocrita, este, irritavel e violento, ambos cheios de talentos, irmãos do bisavô do novo governador. Essas duas faces do caracter daquelles religiosos se reuniam, sem os talentos, em Rodrigo Cesar,

Rodrigo Cesar de Menezes era filho segundo de Luiz Cesar de Menezes, que fora governador do Rio de Janeiro, de Angola e depois governador geral do Brazil, donde sahiu em 1710.

A sun familia materna era Lenenstre, que procedin de D. Jorge, filho natural de D. João IL; por essa bastardia Ro- drigo Cesar era aparentado com a cnsa real do Portugal.

Seu irmão mais velho, Vasco Fernandes Cesar de Menezes, rimeiro conde de Sabugosa. herdeiro da casa, vice-rcinava no razil, desde 23 de Novembro de 1720, ao tempo em que elle

fôra nomeado governador de São Paulo. (Dice. Hist. e Geog. do Port. Pinho Leal, V. 8. Pags. 301 6 seg.)

Rodrigo Cesar estudou em Coimbra; logo, porém, trocou a carreira literaria pela vida militar, tendo sido nomeado briga- deiro de um dos regimentos de infantaria da côrte.

Nesse posto estava quando, em Lisbon, se começou a mur= murar dos amores que o moço rei D. João, o quinto do nome, trazia com d. Felippa de Noronha, dama do Paço.

O galanteio, refere um chronista, deveria ter começado, por 17,04, quando D. João, ainda principe real, teria uns 15 annos d. Felippa 22; para vencer os escrapulos 6 receios de d. Felippa o principe déra um escripto de casamento.

D. Felippa acreditou, não pela devida à um principe, como tambem porque sendo ella nobre o casamento era possivel, e... deixou-se vencer; as conveniencias, porém, da politica aconselharam a reclusão de d. Felippa no convento de Santa Clara.

D. João V, para evitar um confiicto e cobrir o escandalo, recorrera ao expediente sediço de casar d. Felippa; e, para tal fim, escolhera Rodrigo Cesar de Menezes, um excellente córte de marido.

Mas d. Felippa recusou o alvitre e as murmurações da côr- te encarregaram-se de mallograr tal casamento.

Nessa oecasião a credula d. Felippa escreven ao rei uma

carta celebre, considerada por alguns como apocrypha, mas cu-

A ; Ev jas copias existem na hibliotheca do Evora, codices 5 “US, o na biblintheca d'Ajuda. (Alb. Pimentel, Est. hist. As amantes de D. João V).

Acerescenta o chronista que talvez não fosse extranho à

a E mm posdeade de: Pes Co qua o

casamento; quereria afastar-se da córte. esse casamento

pouso escrupnloso brigadeiro,

Poderia, sim, ter havido malícia da parto de D, João V, o governador da capitania do 8. Panlo, constituída,

em paia: pela do Santo Amaro, adquirida ultimamente ao Mar-

quez

O que parece muis provavel é que n boa vontade de Rom drigo Cesar lhe tivesse grangendo as graças do rei D. Joho V, é, estando passados oa tempos nurcos da Índia, viosse elle des- ado para o Bruil, ondo então so accommodava a Di aqui bons logares para os filhos segundos das casas nobres. Rodrigo Cesar achavaso em plena maturidade, no vigor dos. seus 45 aunos, quando acceitou o governo paulista A 2 de Abril de 1721 se embarcou em Lisboa e, após uma. viagem de cinco mezes, chegou a S. Paulo a 3 de Setembro ; tres dias depois, 6 de Sotambro, tomou posse do governo, ranto o Senado da Camara. (Doe. V. 20 pg. 51, v. 32 pg: 16

CAPITULO TI

À CHEGADA DO GOVERNADOR ; SUA OPINIÃO SOBRE 05 PAULISTAS 7 A SITUAÇÃO DA CAPITAL. Os AUXILIARES. ÍNICIO DA ADMI= NISTRAÇÃO,

Era esse, a traços mais que Jargos, o estado da capitania de 8. Paulo, quando Rodrigo Cesar de Menezes tomou posse, u 5 de Setembro de 1721.

Vindo por Santos, chegára a S. Paulo o nobre brigadeiro da córte de D. João V acompanhado de seus officines de sala, os tem nentes de mestre de campo general David Marques Pereira e Cardoso dos Santos, do ajudante de tenente João Ro- diques do Valle, o do secretario do governo Gervasio Leite Re-

o, que tinha occupado identico logar no Maranhão.

Vuidoso de sua pesson, orgulhoso de sum grapis, o novo governador admirava-so o guardava profundo dospoito é rancor

quasi indiferença com que fóra recobido.

Os governadores precedentes, da capitania unida de S. Paulo e Minas Gerues, tinham eleito moradia na villa do Carmo, hoje

= +

«cidade de Marianna, em Minas Geracs, por ficar mais proxima das lavras e se achava todo o archivo da administração.

Chegando a S. Paulo foi residir nas casas de d. Simão de Toledo Piza, nas qunes costumavam a assistir os seus antecesto- res quando passavam por S. Panlo.

Essas casas, agora alugadas e mais tarde compradas pela me- tropole deveriam estar situadas na hoje, rua do Carmo e na rua da Fundição, visinhando o collegio dos jesuitas.

Era abi o palacio do governador.

Em 7 de Setembro de 1721 Rodigo Cesar communicou a sua “posse ás camaras das villas da capitania, e determinou, que es- pontaneamente nenhuma o tinha feito, que cada nma dellas en- viasse um membro para lhe dar as informações necessarias ao real serviço de S. M.

Para fazer crer que toda a auctoridade estava enfeixada em suns mãos, e que estava acabado o tempo dos donatarios, o seu “Primeiro acto foi, em obediencia à carta régia de 1.º de Fevereiro de 1721, dar baixa em todas as nomeações para os postos de orde- nanças feitas por Antonio Caetano Pinto Coelho, capitão-mór de Itanhaem e loco-tenente do Conde da Ilha.

Rodrigo Cesar de Menezes chegára previnilissimo contra o povo que vinha administrar, formando sobre o caracter delle, o mais deploravel conceito, apoiados em atonrdas que, naquelle tem- po passavam por verdades, o que não deve admirar, porque histo- riadores contemporaneos ainda as repetom em seus livros.

A acção dos paulistas, no correr do seculo XVII, fora tão surprehendente, que a sua historia, a par de traços caracteristicos verdadeiros, andava enfumaçada por lendas abstrusas e incon-

entes e tão inverosimeis que o desconhecimento completo lesse povo lhes poderia dar credito.

E, assim, julgava-se qne «os paulistas, intrepidos é perse-

raça descendente de condemnados deportados (1) dos diferentes povos da Europa (2) e de mulheres indigenas, do- tados de uma energia quasi selvagem, gostos de aventuras e de independencia levados so estremo, qualidades e defeitos dos elementos de que provinham, tinham se estabelecido em S. Paulo, (3) logar cercado de montanhas por todos os lados, dando accesso unicamente por uma garganta ostreita, guardada rigorosamente (4); ahi constituiram uma especie de republica

Annan AARA

(1) Paul Leroy Beoutieu. De la colonisation ches les penplos modêrnes. Paris 2871, cltado por Americo Brasiliense, Historia Patria, Pg. 115 em nota,

(2) Abreu Lima. Ristoria do Brasil, 1843. pag. 205 A 208.

(8) Froger. Voyage du Sud. Amelerdam, 1716.

(4) Vougiem, citado por Ayres do Casal, Chorographia, 1833, pag. 184.

4

Prata e « que cocavam como manadas da bois, oppuzeram-se no « de civilização soguido polos josuitas, expulsamm a estes de « sua cidado capital, e, formando uma especie do seita composta « do christianismo misturado com as superstições indigenas, no- « memrum um papa, bispos e curas, e escreverum sobre uma « case de arvore uma especio de evangelho do sua invenção, (4) em quo era progada uma doutrina favorayel nos seus surdidos interesses. (5) Por este meio 4 nova seita ganhou os om indios convertidos pelos jesuítas, e ajudados por elles, ta- caram « arruinarna os estabelecimentos do Paraguay» (6) «Organizando tambom uma nova fórma de governo, cercaram « tribunnes, e se constituíram inteiramente independentes e Ti- « vres do todo o dominio extrunho. Assim foi que esses ho- «mens intrepidos, erigindose em exploradores exclusivos do « Brasil, fizoram correrias no interior, nfrontaram o governo « bespanhol, arruinaram todas as povonções indigenas, form «no Guayri, pelos padres da Companhia, arrebataram e redu-

asas

Muy Uolation des voyagos do França ITUMA

(Abrogi do Fhietai

a (1, E) copiadas gor La Marge

Yo 0) é Magnal (Mintoiro dtablimmamemt, V. are. Noxnges Gan la provinen de A, Paul, 180, pg. 24, VOL Lj ções recolhidas em Fermambuso, em L6f%, por dois rol PER

1 do Plano Saint Iiaire, Obra citada, paz. 42. ei, a do Brasil, 1810, V. 26: pg: 04 0 06 Wardem. Mlioiro da Farçira e, ”v. )

ca Bobgnabos— Meire do la Clvilination, 100, Pais, alnda dis que paa- Vistas no aeculo 1% constitairam um povo independonto.

6) Americo Brasilicnse, Carai o Halnt Illalro citam cotas opiniões para mostrar quão pouco conhecidos eram os paalistas.

39

«ziram á escravidão mais de 40.000 neophitos, invadiram a « provincia do Urnguay, e, ensoberbecidos com estes felizes sue « cessos, continuaram suas depredações até ao Paraguay.

« Essa horda de aventureiros, esses piratas da terra, tão « crueis como os Mamelucos do Egypto, não achando mais em «que cevar a sua cobiça, voltaram as suas aggressões para « Ciudad Real e Villa Rica do Paraguay, destruindo e arruinan- « do completamente as duas cidades hespanholas. »

Desnaturada per essas novellas, sem pés nem cabeça, corria a historia dos paulistas.

E' verdade que, a par dessas tolices, estuvam factos verda- deiros que concorriam para dar aos paulistas um aspecto phan- tastico, mysterioso e atterrador.

As luctas sanguinolentas das familias Pires e Camargos; a a expulsão dos jesuitas; a destruição das missões e consequente escravização dos indios; a acelamação de Amador Bueno; o episodio de Bartholomeu Faria, distribuindo o sal a preço ra- zoavel; as arruaças populares que obrigaram o ouvidor Souto Maior a fugir da capitania, por ter faltado o respeito a uma- menina paulista, com quem depois tevo de casar; a guerra sus. tentada contra os emboabas; as explorações audazes pelo sertão virgem; a descoberta das minas; as suas riquezas fabulosas ; tudo isso, decerto, contribuia para crear aos paulistas uma re- putação nada sympathica ao representante de D. João V, o rei absoluto.

Para elle os paulistas eram mentirosos, quasi todos trope- cavam nesse vicio; eram dados à preguiça, geral achaque na America ; alimentavam uma vaidade doentia que não conhecia convniencias; defraudavam a fazenda real; eram turbulen- tos perigosos, matadores incorrigiveis.

Mentirosos, ladrões, preguiçosos, assassinos, vaidosos, eram os bellos atributos que a opinião do governador emprestava aos paulistas.

Mais tarde ello modificaria esse conceito mais que injusto ; por emquanto mantinha-o e, de aecôrdo com elle, agiria pondo em acção primeiro a dissimulação, depois a violencia.

Verdade era que o estado anormal da capital, de aspecto pouco tranquillizador, dava uns visos de verdade ú epinião do governador.

S. Paulo era o ponto obrigado da passagem para as minas de Cuyabá; para ahi convergiam forasteiros, adventícios, vindo de Portugal, de Minas Geraes, de todas as capitanias do Brazil, pobres, andrajosos, carregados de dividas, sem responsabilidades é sem impntabilidade, avidos de dinheiro, sequiosos da riqueza, brutaes é turbulentos

= 40

Os bandos amados, que se organizavam a ação das minas, compostos, Et de Fim dolo Erico a o lucos é brancos da mais infima classo » dos mais baixos sonti- mentos, compostos da ralé e da escoria, vasa que a paixão do lucro atirnva e revolvia na enpitania, punham uma nota de mpi tação feroz, davam cidade um aspecto de porto de embarque dotpoliciado, Essa gente, depravada e violenta, emquanto esperava as monções, enchia os cantos excusos das tabernas lobregças, dedos do os dados e as cartas, embriagando-se com bebidas aleoolicas ; dahi as desordens continuas, on tumultos om que havia mortes, A pequenina cidade adquiria assim uma população numoro- sa e Quctuunte, que não deixava yer a verdadeira feição lista occorrendo ninda que os paulistas não se ngglomeravam na sua ital, vivendo, no contrario, em sous sítios e fazendas, no município de 8. Paulo nos cirenmvisinhos. Rodrigo Cesar, porém, apanhava esses fictos 8 ontros detu dos por informações de té, e, sem poder ou sem querer estos generalizava erradamente, concluindo pela tarba- Tencia dos paulistas, considerando-os um perigo permanente, olhan- do-os com receio e com despreso, As desordens porém partiam principalmente dos seus amxilia- res, os dois tenentos de mestre de campo jogadores, violontos « dissolutos—que, logo no chegar, encheram a capitania com o écho dos seus vícios. Vendo-se só, insulado, Rodrigo Cesar pretendeu reprimilos pela brandura, chamal-os no cumprimento de seus deveres por pala. vras de amigo; mas fructo nlgum colhem. O primeiro tenente, David Marques Pereira, era famoso pela soltura de suns palavras; a sua lingua era mais afiada e cortava mais que a sua espada, Em 8. Paulo não conheceu conyeniencias; nas ruas publicas referin-so às pessons principres chamando-as bebedas e cornudas Foram taes os sens excessos que Rodrigo Cesar foi solicitado, por petições, n reprimilos; chegou a tal ponto que os padres da Com- nhia se julgaram obrigados a intervir, fóra das horas costumadns GNARLS pa pb dio a tão odioso proceder, Do seu ordenado eram tirados 128000 mensaes para o susten- to de sua familia, que ficira om Lisboa na misoria ; desconto em que consentiu a principio, mas a que s6 oppoz, por fim, nos gritos e em descompostaras, O segundo tenente, Antonio Cardoso dos Santos, era ninda mais indigno; aproveitando-se do posto que oceupava, fazin um

=p Cp

soldo supplementar, pedindo dinheiro emprestado com a intonção deliberada de não re: ivs dos inferiores, dos que tinham depen- dencins com u administração, dos timidos, extorquia dinheiro com amenças é com violencias.

Pora elle os habitantes na capitania eram minas ambulontes que elle explorava com proveito e vileza,

Além de valentão, era dissoluto e depravado,

Den brado e ficou celebre o caso da cadoa.

Foi o caso que tendo sido encarcorada uma mulher por ordem do ouvidor geral, o tenente A. Cardoso dos Santos visitava-a e sustentavo-a pablicamente, levando o desvergonhamento a ir pas- sar as noites nn endên e desenfadarse com eln, nssim queixava-se Rodrigo Cesar, sem força moral para evitar tal escundalo,

ouvidor geral, para pôr termo nos amores baratos do faça- mhudo tenente, apressou o processo da mulher, condemnando-a em 69000 o & anhie para fóra da comarca,

Essa solução enchou o tenenta do ruva a de despeito; ela- mou cous o terra, promottendo dosforras formidaveis, injuriando o feridos, quo se achava ausonto, amençando-o até com pan- cndas.

Tomou abertamente n proteeção da presa e em nome del- le fez petição no governador que não a attendeu. Attribuindo esse insuccesso no secretario do governo. Gervasio Leito Ro- bello, andaciosamente, nas barbas do governo, debaixo das ja- nellas de palacio, às 9 horas da noite, com tres capangas arma- dos, no meio do gritos obsconos, aggredin o secretario, forindo-o gravemente,

Ferin-o no Aipocondrio pela parte posterior, queixava-se constemado Rodrigo Cesar ao vice-rei do Brazil.

De outra feita, os dois tenentes, acompanhados do pessoas armadas, fizeram uma assuada ao ouvidor geral, da qual resul- tou ficar ferido o meirinho da ouvidoria.

Receioso dos paulistas, deante da insubordinação de sems auxiliares, insulado no governo, como deveria ser consolador

Rodrigo Cosur o interesse solicito de Sebastião Fernandes

jo Rego, olferecendo-ss para montar á sua custa um. esquadrão

de cavnlinria, comprando 40 a 50 cavalos, enfroiados e arrein- “dos, todas as nemas o fardas para os soldados, e construindo os O assis. Como lho devora. saber tone offsria o como elle deveria ficar grato no seu autor!

Sebastião Fernandes do Rego, reinol habil e nudaz, furejou logo o fraco do governador —vaidnde « violencin—e tratou de conquistar-ho as boas graças ; com esse oferecimento generoso achou o caminho estreito do coração de Rodrigo Cesar.

ia A mi

Pela ercação desso esquadrão, único meio a sou ver de so. conservar o respeito na terra paulista, empenbavaso o gover- mador enlorosumente em todas as suas cartas no rei e no il

E, emquanto esper! esso esquadrão, não viria, Jimi ton-se nos meios preventivos o recwrreu à intimidação: deter- minou que todos os forasteiros lhe dessem parte de sum chega- da a 8 Paulo, sob pena de tantos dius de prisão quantos aprou- vessem no seu sabor, a fez bandos rigorosos sobre armas e

A forca Jevantada outr'ora em S, Paulo, earcomida polo tom- po, abalada pelos ventos, abandonada pelo desuso, tinha. desap- arocide governador mandou erguer uma outra no mesmo gar da antiga, dizendo, porém, que a vista do instrumento do supplicio não bastava, que era necessario exceutar alguns, na propria cidade de S. Paulo, para escurmento dos outros; é logo queria utilizar-se da ardem da regente d. Catharina, que permittia nos governadores mandarem entorear negros, mulatos e carijós, sem appellação para a Bahia. robibiu terminantemente o uso de armas a quem quer que fosse, sob pona de perda das armas, da multas pecuniarias, o de açoutes para os meros, mulatos o indios forros,

Por esso modo desarmava todo o mundo e acabaya com as rixas sanguinolentas,

Mas n probibição ora excessiva; numa capitania sem poli cia, infestada de homens do toda a casta, onde a vida cireula- va principalmente pelos sertões, a tranquillidade o a segurança perigavam ainda mais o q medida ficava infeuctifera: os maus infringiriam os bandos, trazendo as armas oceultas e os bons fi- cariam inormes,

A tal respeito representou a Camara, em 29 de Julho do 1722; e 0 govemador, que tinha recebido carta régia zegu- lando o uso de armas, publicou outro bando no qual, fazendo crer que attendia á SeprSprDiaão! da Camara, permitiu o uso do armas nos homens bons, aos da governança, o aos oficines de guerra e uos escravos que os acompanhassem,

Sabre o jogo o sen zelo foi tambem excessivo; ordenou que os negros que fossem encontrados a jogar, seriam presos e Jo- variam pola primeira vez, 200 açoutes, junto no pelourinho da cidade, e, na reincidencia, serium castigados com a maior munstração que elle fosse servido ; mais tarde proibiu o jogo a todo o mundo, sob pena de 608000 de multa « 2 mezes de prisão na fortaleza do Santos; é, como a sua policia podia sor foi- ta pela dilação, prometteu aos denunciantes 0 segredo e a terça parto da condemnação pecuniarin.

48

Essas providencias, por demais rigorosas, não foram approvi das pelo rei, porque a materia estava regulada nas ordena- ções do reino. Os bandos, que as presereviam, foram cassados.

Mas os forasteiros, os vagabundos que, com jogos, bebedei- ras é desordens faziam receiar pela tranquillidade da capitania, eram portuguezes, filhos do reino e das eclonias.

Não havia extrangeiros nos dommios de d. João V; se al- gum conseguia entrar era perseguido e logo expulso.

As relações com os navios extrangeiros estavam severa é minuciosamente reguladas em leis, é era expressamente prohi- dido o comercio com elles.

O medo de uma aggressão extrangeira, attrahida pelo ouro, era tão grande, que Rodrigo Cesar probibiu a mineração em 8. Francisco, Paranaguá, Iguape, S. Sebastião e Ubatuba, emfim em todas as villas imaritimas, sob pena de confisco de bens, de- gredo para a Angola, 400 açoutes para os negros e indios, por- que essas villas, estando no littoral e sem defesa, poderiam fa- cilmento ser presas dos piratas.

O remedio empregado era daquolles que cortavam o mal pela raiz; para evitar a molestia matava-se o doente; para que o ouro não fosse roubado, se lhe prohibia a extracção.

O governo portuguez assim, porém, não entendeu podia acontecer que algum ouro escapasse á cobiça extrangeira—e cassou os bandos prohibitivos do governador.

Entretanto a verdade era que a capitania não podia oppôr a menor resistencia a qualquer ataque.

As fortalezas da barra de Santos estavam imprestaveis, com as guarnições desfalcadas por continuas deserções, devido ao não pagamento dos soldos.

Os governadores dessa praça, para completarem as guarni- ções, recrutavam na villa de 8. Vicente, recrutamento que en- contrava viva opposição da parto dos moradores; além disso a retirada de homens validos dessa villa de poucos habitantes e tão proxima a Santos, deixava-a inerme e abria facil caminho para Santos.

Prohibiu-se o recrutamento em S. Vicente, a concessão de baixas e trocas do soldados, era indispensavel tomar algumas provincias para os melhoramentos materiaes e imprescindíveis para defesa do porto de Santos, a—porta, por assim dizer, da capitania.

Auctorizou a metropole, e em 1721, a consignação de 4.000 cruzados annuaes, tirados dos rendimentos dos dizimos, na Al- fandega do Rio de Janeiro, para as despesas das fortificações de Santos.

ES Vi

Essa defesa não ficou nisso; deu-se mais um passo de grande estratogia e um clarão genial illuminou o governo por- tm, = para evitar qualquer invasão que alguma nação extran-

ra quizesse fazer nesta conquista fo mandou expulsar da jitamia todos os extrangeiros e tapar os tres caminhos que, do villin do Mogy iam a Santos; os moradores que se sorvissom do icecsinbatda: DO Patos tro picada Vence da SE ro, freguesia de 8. Paulo a Hanhaem; e os moradores das vi de Taubatá e de suas vizinhas, para ns euns necessidades com- mercinos, fossem a Llha Grande, natorulmento por onde podessem,

Expulsos todos os extrangeiros, tapados os caminhos de Mogy a Santos, abertas apenas algumas picadas para o commner- elo dos habitantes, feitos alguns concertos nas fortificações de Santos, entupida a barra da Bertioga, estaria mais que defen- dido o sertão de 8, Paulo, a terra do ouro!

As arrebentadas fortalezas de Santos defenderiam o caminho da serra; e que não defendessem, essa cominho se defendarin a si mermo, porque, embora fosso chamado caminho do Padre José (Anchieta). era o caminho do diabo, que se vencia trepando com pés e mbos agurrados ás raizes das arvores.

E tudo isso era muito para uma terra, aos olhos do rei portugues, de vistas Jarguissimas, ainda era apenas uma con— quista.

Com a primeira consignação dos 4.000 eruzados, abandonada a idén da entnpição, fez-se a fortificação da barra da Bertioga, do pedra o cal, gastando-so 1:7708000; fizeram-se os reparos nas carretas pura as peças de Santo Amaro, terminou=se a cortadura,

ue estava começada, e construiu=se a casa de polvora, tudo de 'acenedo dom aa male, qua” recomendadas; plântas “do Sad deiro Josá Massé, nas quaes o governo portugues punha especial enpenho em que fossem fielmente executadas,

Isso ficou prompto por 1725.

“Tambem as 4,000 cruzados não foram pagos com regularidade, [er impossibilidade em que se achava a fazenda real do Rio de

janeiro, de oceorrer a essas despesas.

Entretanto, contuvam-se por centenas as arrobas de ouro que annualmento eram remettidas ao reino; mas casas ram productos

juíntos, dinheiro sagrado, no qual não se podia tocar, des tinado inviolavelmente à construeção do Mafra, a engorda dos conegos da Patriarchal, ao engorgitamento do Vaticano, que ga- Inrdoaria D. João V com o titulo do Pidolissimo.

Esse dinhoiro tinha tambom outro destino; servia para ro- camar de brocados, acolchoar de sedas e encher de perfumes a

- 45

eella mimos de Soror Paula, em Odivellos, à amante do roi beato e devasso.

Cosar procurava fortificar-se e fortificar a capitani preparando-sa pa as pingos colhaitas nas minas de ouro.

“As minas do ouro imn-lho onchor todo o governo; por isso estudando esse governo vamos acompanhar os paulistas na pro- enta e exploração das minas, nas correrias no sortão com suas bandeiras heroicas, dirigindo-se para todos os Indos.

Para o norte, para as regiões quontes das Horestas immensas, a onda paulista esprainva-se em enormes cachões, cavando palmo a palmo, numa conquista lenta mas segura, territorios sem donos, habitados por índios; para o sul tambem, para az regiões frias das vastas campinas, à onda doscia implacavel é tonaz, mos- queando o dorso do continente americano com arraises, uns ephe- meros, outros nucleos de povoações, futuras capitaes do futuros estados, caminhando sempre, num esforço incorsciente o grandi Bo, para n constituição geographica da nação brazileira.

do espirito de aventura dos paulistas estava confiado o tra- balho hereuleo da definição termtorinl do Brazil.

Leguas e leguns das terras sul-americanas tanto poderiam ser hespanholas como portuguesas ; ou melhor seriam hespanholas si se attendesso à [umosa demarcação feita pelo Papas Alexan-

ainda mesmo modificada pelo tratado de Tordesilhas,

A historia repetia-se,

Assim como, soparado da monarchia loonoga o condado por- tncallenso, os ricos homens portugueses, no seculo XII, com seus

los e mlgnras, no tempo da primavera, das colheitas fartas, em corrorins do saque e de deprodação, iam extrabindo territo- zio do poder dos sarraconos para constituir Portugal ; assim tam. bem, descobertas as terras de Santa Cruz e appropriado apenas o seu littoral, os paulistas com suas bandeiras, nu épocha das monções, fazendo entradas ao sertão, para a caçada faroz do indio bravio « para o pesquizar obstinado de minas incognitas, iam Juntando territorios pora a constituição geographica do Brazil,

Si lá, ns vezes, a onda portueallanse, depois de ter avan- qado, recuava, jogada para traz, numa reneção mussulmana, aqui tambem a onda paulista, algumas vozes, voltava-so sobro si mosmo, torneando o impecilho indigina; mas, por fim, ambas avoluman-

superavam os obstaculos encontrados, e destruindo ou as- similando, espruinvam-se dando à regino inteira uma mesma to- nalidade. O grande quadro, esboçado rudemente no seculo XVII, com

io

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as entradas no sertão para descer indios, ir, no seculo com a investigação das minas do ouro, receber contornos nitidos que o destacaram, como territorio homogeneo, do resto do con- uente sul-americano Os tractados diplomaticos de limites, mais tarde, nho seriam mais que n homologação do trabalho anteriormente feito.

CAPITULO

A PANiLIA Campos.—Axvoxio Pres pr Campos.—O pesconri- MENTO E A POSSE DE Cuvaná-—PascoaL Morena CABRAL Frusanvo Dias Farcão,

A familia Campos, em 8. Paulo, descendia de hollandezes e de portuguezes. Foi seu tronco Felippe do Campos, natural de Lisbon, filho de Francisco Vanderburg e de Antonia de Cam- pos, aquello do Anvers, na Flandres, o esta do Lisboa,

Felippe de Campos, depois de fazer seus estudos de gram- mutiea no colegio de Santo Antão, foi para a Universidade de Coimbra, onde fez algumas matriculas e wma morte, «por acei- dentes do tempo 6 extravagancias da mocidade, o que o obri- zon a passar para o Brazil a mctter tempo em meio», na phra- se pittoresea do genenlogista Pedro Taques.

Em S. Paulo, para onde veia em 1643, casou-se vom Mar- garida Bicudo, filha de Manoel Pives, da familia dos Pires, uma dus mais poderosas da capitania. Esses Pires iam, pela linha feminina, nté Piquiroby, maioral da tribu de Ururahy, da nação gunyaná,

Emquanto mottia tempo em meio, Felippe de Campos pror pagou prole numerosa, que se ilustrou nos aonaes da capitania.

De seus filhos, alguns preferiram o recolhimento dos claus- tros; ontros lançaramse á vida aventurosa dos sertões,

Em outro meio, em Portuzal, por seus feitos heroicos e por suas letras, seriam generos é bispos; no Brasil ficaram chefes de bandeiras e simples religiosos.

Felippo de Campos o Estanisltu de Campos militaram sob a disciplina ecclesiastica e deram os seus nomes—esto, à Socio- dade de Jesus, e nquello À ordem dos clerigos.

Felippe de Campos viveu tão pin e santamento, que, depois de morto, afirma a superstição da épocha, n sur cabeça ficou admiravelmente conservada e espargia grato perfume todos os sabbados

Estanislán de Campos foi mm dos maiores harretes da Com- punhia; instewidissimo em philosophia, oceupon altos cargos re-

dies

ligiosos, tendo sido provincial na Bahia. A sua biographia cor- re impressa.

José de Campos Bicudo e Bernardo de Campos Bicudo fo- ram os primeiros povoadores das minas do Pitanguy.

Porém o que mais fama grangeou, nas armas, foi Manoel de Campos Bicudo que fez 24 entradas no sertão, desde o pla- nalto dos Parecis, até à parte meridional do Paraguay.

Antonio Pires de Campos, um de seus filhos, continuou-lhe as façanhas.

Antonio Pires de Campos desde menino apprendera a vida na escola rude das bandeiras.

Trilhando continuamente o sertão, destruindo malocas, em abalroadas ao gentio, adquirira noticia exacta dos usos e costu- mes indigenas, e perfeito conhecimento de toda a zona fechada entre o Paraná e o Paraguay, o que lhe permitiria fazer a res-

eito uma Memoria, que o Instituto Historico do Brazil havia À acalhêr ini paginas de sun Revista.

Poucos como elle sabiam alliar, no desesperado viver do sertão, uma perfeita prudencia a uma coragem calma; manter para com seus subordinados o respeito e a benignidade, de modo a ser delles amado é temido.

Quantos bandeirantes, sentindo a falta do amparo moral do cabo, as privações do sertão, vendo sepultar um companheiro ao de uma urvore, amuaram cu impacatam, tornando se praças mortas, inyalidos que acompanhavam a expedição como testemu- nhas de vista ou que desertavam fazendo mallograr a empresa.

Conhecedor disso, Antonio Pires de Campos fazia-se adorar por seus subordinados, dos qures tornava-se companheiro e ami- £o, à tal ponto que, terminada a empresa, todos delle se des- pediam com lagrimas.

Os indios, seus administrados, e elle possuia uns 600, na sua fazenda Itaicy, chamavam-lhe Pae-Pirá.

Bandeirar era, sem duvida, a forte e grando affeição de sua vida; e descobrir minas era tambem bandeirar: por isso, leva- do, talvez, pelo acordar de suas reminiscencias de criança, An- tonio Pires de Campos resolvera uma entrada ao sertão.

Deante do apreço e do afan com que se exploravam minas, lembrar-se-ia de que, em tempos muito apartados, elle tinha visto, tocado muito ouro. Fôra por 1673 quando, com, escassos 14 aunos, tomára parte na bandeira de seu pae, a qual percor- rera os sertões ignotos do iznoto Brasil.

Agora o valor, que se dava no ouro, vasculharia a sua me- moria, e, na edade madura, acudiriam em tropel as reminis- cencias da meni

AO

Ao approximar da velhice parece que n natureza se deleita em fazer revivor o puseado; ns recordações da infancin se tornam mais precisas, mais nitidas, é se apresentam luminosas como se

m do bontem,

Na sua memoria de sertanista intrepido, Antonio Pires da Campos, porventura, reviveria todo esso passado saudoso 8 lon-

inquo, mas que, por esse phenomeno conhecido, se apresentava. terminado em todos os seus contornos,

A” frente du Bandeira, n conquistar os serranos, caminhava

ne, ousado 6 corpulento como nenhum lhe egunlava, ro= dendo dos filhos, entro os quaes estava clle, que punha a sus houra em mostrar que os seus 14 annos supportavaro bravamente ae diga: Er ora da-

Eram so todo 60 homens.

Sortancjaram por muitos mezes, chegando além da linha di- visoria entre as aguas do Amazonas e as do Prata.

O divortium aquarium, entre a bucia amazonica e n platina, é constituido por uma tortuosa e fragmentada linha que, vindo do hoje Estudo de Goyaz, entra no de Matto-Grosso a rumo S, O. apartando as visinhas nascentes do Aragunya e as do Sucuriú, tributario do Paraná; ahi dobra-se abruptamente para N. O, se- parando os afluentes do Araguaya dos manancises do 8, Lon- renço, galho do Paraguay; inelinando-so para O, e 8. O, vai deixando de um lado as fontes do rio das Mortes, e de outro as cabeceiras do Cuyabi; tormesndo sinnosamente n estas é nosma nadeiros do Paraguay vai separando-os das origens dos tributa- rios do Amazonas, quo «om alguns logares nascom tão ontrela- <ados como raizes de arvores plantadas em logar apertado », e entra no territorio boliviano n 3. 8. E, da cidade de Matto-Gro:

Esse divisor é uma das porções de menor relevo no conti= mente sul-americano; não forma propriamente uma crista de serras; constitue um verdadeiro planalto que se estende (com uma ele- vação média de 500 m., atingindo em alguns pontos a 900 m,) desdo aa immodiações do Argguaya « Paraná até um pouco a ooste das nascenças do Guaporá, ramificando-se à direita o à os- querda; or abaixando-se sunvemonte a ir morrer nas vnrseas, ora terminando-se por declives escarpados, carcomidos pelos ex- gottos das aguns.

As bordas elevadas do plaualto alvejam, seintillam, quando batidas pelos raios do sól, sho os Araxds.

Nesses chapadões, os picos, chamados Itambés, erigem acima, da vestimenta arvores, sems cabeços lisos, comparaveis a cas- tollos em ruinas, à gigantescos edificios trabalhados pela mão dos homens,

A

no espirito do sertanejo, ain

tnrde, nessa hora em que a natureza, propicia ao so- põe miragens encantadoras ou terríveis nos olhos viajor, elles di

o meio dessa serra, nos pedernaes de erystal, que se em n para o alto, à natureza desenhara toscamente umas com a corón, lança e cravos do martyrio o da paixão o, desenho que a imaginação religiosa dos sertanejos

“Esse desenho daria o nome à sorra: Martyrios. Marchando para o norte, encontraram um rio, com muitos botos do mar, e enjas aguas eram da cór do leite, o por isso mento Paranatinga, o mar branco. (Tres Barras on 8 | afluente do Tapajós.) “Approximando-se mais da sorrania, abandonaram eso é en- ram outro rio lorgo, cujas aguas minguavam na secca, lo apenas peças; por ehamaram-n'o Paraupara o do, ira do Xingu?) - Nesse rio in ello brincar, apanhando, a iãos cheins, grani- os do ouro, cuja côr brilhante o seduzia, cujo valor ignorava ue dava de presente nos parentes. Uma dessas folhetos, com o peso era de 13 oitavas, foi 4 para S. Paulo e collocada no braço de Nossa Senhora da a, e, mais tarde, transformada em resplendor para o Menino

n que tinha o mesmo nome do pat herdando a coragem, berdaria tambem o appellido heroi Pudo isso lho tumultuava na memorias o ngora, quasi 40 is, tanto furi punha na exploração das minas L iria descobrir outi muito mais ricas, iria descobrir dos Martyrios, o ouro do Paraupava,

|

sm 150 Lenir

Para descobril-as deveria, depois de subir o rio Cayabá, procurar o rumo (—entre norte e poente, levando á direita o sertão dos Bacarys, os qunes, segundo elle, estavam proximos às nascentes do rio Maranhão, passando o sertão dos Aguilys—) do gentio Mamberiara, da lingua geral.

E com essas indicações vas, nuscidas das suns recordações dn infancia, Antonio Pires de Campos organiza uma bandeim para se internar no sertão immenso a procura dos Martyrios, guardando o segredo do fim principal dessa entrada,

So não descobrisse os Martyrios, conquistaria o gentio, mo= vel ostensivo da expedição,

Socegado o enlmo—com o socego o calma que os paulistas punham nas suas temerarias empresas, nos seus feitos heroicos, socego e culina que fazem lembrar a inconsciencia—por LT1G ou pouco antes, nrroja-se para a bacia do Prata, na vertente da

'araguay, em obediencia no seu escasco roteiro.

Qual a estrada por elle seguida para attingir o Paraguay ?

Teria seguido o antigo caminho dos Paulistas, que iu de 8. Pano a Sorocaba, dahi à fazenda de Botueani, que foi dos pa- dres, desta a S. Miguel, junto ao Paranápanoma, é costeando este rio, pela esquerda, passava por Encarnação, Santo Xavier, Santo Ignacio—missões jesuiticas destruidas—e depois navegava osso vio, desde o salto das canõas atô 4 sus barra no Paraná (2 dias) em seguida pelo Paraná ató à barra da Ivinhoima, é por este nté quasi as suas cabeceiras, onde abandonando as ca- nõas atravessava por terra os campos da vacearia, passando pela povonção tambem chamada Santo Ignacio, para mais adennto tornar a embarcar no Aguaray ou Corrientes e chegar assim no Paraguay ?

Ou teria seguido a vin fuvial, pelo Tietê ao Paraná, por esto no Pardo até o Anhanduhy, e por este acima até o vara douro por terra no Aquidauana, e por este ao Paraguas ? (1)

Provavelmento seguiu esta ultima derrota até o Paraguay, na contluencia do S, Lourenço ; depois por este até ao seu afluente o Cnyahi e por este até o Coxipó-mitim. Dbi seguiram por

(1) Na firece Notícia. palilleada na Kecista do Instituto Mistorioo do Brazil, vol 2 pag, Als, que Antonio Pires de Campos sobre o guntio, que ha nm derrota para ns minas da Cuyaba, não fala abeolutamente no Paranâpanéma. Ivinhelva, Aguaray ou Corrlontes; o que demonstra não conhecor cllo a rigião banhada por cesta rios ou polo menos não a conhecer como bandeirante, A contrario, nessa moticia, dis elly que Tiuto é 4 primeiro rio, que «e navega, subindo de povoado para aa minas de Cuyabá. E rua brovavel, DO, que elle tivento segrido pela. VIA Masi que tina 0 varatonro mo Anbanduboy.

À via Muvial, com o varadonro no Camapuan, começas « ser praticada posteriormente desta expedição,

6 Em

a serra da Canastra, nome que a serra tinha tro-

“de 8. Jerunymo, desde a primeira expedição, em 1673,

sertanistas a ella se neolhe fugindo de uma tem- te a qual bradavam por 5. Jerongymo.

Da serra de 8, Jeronymo tomou o rumo do nascente até o

Casca, afluente do Manso que por sua vez é tributario

enveredou para o morte, demandando o Paranatinga, jã, à procurar as minas famosas,

o que se interna no sertão, na peseguição de sua chi- da phantasia que lhe povór o cerebro—n descoberta dos himera e phantasia que faziam moradia em sua e que ello amorosamente guardaria até ú sus extrema

a

“A enta dessas minas levará annos, porque, durante annos, o vai-se apagar nos feitos da capitania,

outras bandeiras, não menos auducioras, eruzayam tam sertão: levadas pelo mesmo movel ou apenas desejosus neuistar o gontio ?

Aa o sabe ? 4716, Paschonl Moreixa Cabral Leme, descendente de antiga familia paulista, à frente de uma bandeira, composta 6 homens brancos, nlém de escravos « servos, andava tam- pelo sertão, conquistando reinos do gentia para o gremio e diligenciando descubrir ouro prate e pedras preciosas. um tempo seguiu o mesmo rumo, trilbava, por er, ns pégadas de Antonio Pires de Campos. os nrrúines, de que ha notícia, fui feito no logar pois sgohasido com 6 nome do Arrainl Velho ou Casa do 'To- ua babis do Bananal, no rio do Cuyabá, proximo a um gi- o aterrado, obra enorme attribuida aos sertanistas, mas o (ad provavelmente executada pelos indigenas, Antonio Pires de Campos, Pascosl Moreira Cabral com a sua tropa, subiu, explorando, o rio Cuyabá, até a a do Cozipó-mivim, no logar denominado S. Gonçalo. Como o seu precursor, deixou ahi as canôns e continuou a ração por terra; margcando o Coxipó-mirim, guiado por um as, 08 Aripoconés, encontrou-lhes logo as ran= onde havia peixes seceando ao sol, junto à barra dum » que foi chamado Rio dos Peixes. O gentio andava nas proximidades: mas recuando cautelo- mente deante da bandeira, para a distanciar do sem arraial, "ação continuou, com o euidado e a attenção Fe m expedições dessa natureza, até a barra do Rio Bo-

|

52

tuca, assim denominado por causa das innumeravois moscas, enor- mes, que Aagollavam homens e animaes,

esse logar, em poucas horas e com um prato de pau, como instrumento de minerar, foram ticadas dn terra tres oitavas de ouro. Era isso que procurava a bandeira ou éra a guerra com o gentio? Ambas as cousas, asseverava Pascoal Moreira.

A exploração continuou ainda: na madrugada do dia sem guinte, porém, avistou os, alojamentos dos bravos Aripoconés que, ou por vorem a inferioridado numerica de bandeira on por se te— rem collocado estrategicamente, provocavam ao combato.

Por detris de trincheiras, feitas de ramagens, esperavam os Aripoconés.

Pascoal dispôs o ataque,

Um silvo estridente e prolongado echoou na floresta; gritos de combato encheram os ares; buzinas, maraciis, num barulho dissonante é ensurdecedor. cantavam os cantos de guerra; nu— vens de flexas escureceram o horizonte,

Os paulistas deitaram-se no chão, era essa q tactica usada, e vesponderam com uma desenrga contra as trincheiras, que al- cançou os indigenas, ouvindo se gritos de dôr, gritos de raiva, gritos terrivei:

Atrás das trincheiras mostravam»se bustos de selvagons, ges- ticulando extraordinariamente, num formigar humano, numa con- fusão indescriptivel, que permittiu aos paulistas enrregarom de novo as suas armas.

O combate estava travado.

Nuvens de flechas settenvam os brancos ; tiros, estrondando, faravam as trincheiras, varando corpos.

Mas, gritos de dor se faziam ouvir tambem do lado dos bandeiran as settas, attingindo so alvo, sellavam com o san- gue paulista o territorio de Cuyabá; muitos mordiam a terra ms ancia da morte.

A bandeira redobrava do ardor, de coragem ; dennte do nu- mero e da valentia do gentio não contava com à victoria, tratava da defesa dos vivos, para evitar o nprisionamento.

Os Aripoconés abandonaram as trincheiras levando a vieto- ria, que as suas buzinas o maracás celebravam numa melodia monotona triste que a matta echoavn tristemente,

Paschoal reuniu a sua gente e vin que havia 5 mortos é 14 feridos.

Deante desse insiecesso foi resolvida a volta para o arraial; ea bandeira retrocedou carregando em redes os feridos e mor- tos, tristes despojos do combato infeliz.

desastre nssegurou o descobrimento das minne, n posso ou Paschoal á historia como seu descobridor. talvez a bundeira de Paschonl continunsse nu sua enrregada de prisioneiros voltasse no povoado, anon outras E percorreram o sertão; vencida v e arraial, om

perdido o Aripoconé, mas ostava achado o ouro nas abundantes do Coxipó-mirim. então resolvida, no correr de 1718, a exploração do metal que a riqueza, e, com a riqueza, o descanço dades dn vida. “bandeirantes viam naquelle invento o fim de seus pono-

08, 4 abundancia futura,

lo ei então, os ranchos, fizeram-se cas

terra virgem as giras sementes para Passados alguns as Por, avistaram-se ennôns nos a dos indígenas encorajados pela victoria obtida ?

] istas ! gritaram das canóas.

! responderam dos ranchos,

o tram inimigos; era o conforto, o auxilio, era n ban-

Inci

os que ficaram tinham achado mais

o ainda abrangi de Nim

Dessa missão for ancarregado Antonio Antunes Maciel que

“com q sun bandeira, No seu descobrimento ficou Paschonl Moreira, mas em situ- precaria e trisve: havia pio 8 homens brancos, fóra muitos estavam feridos; não tinha polvora, nem

Ibo, nem meios de oppor qualquer resistência nos ntaques

porventara, lhe fizossem os indigenas; estava, como elle

10 O confessava, sentenciado á morte pelo ger

nessa Jamentavel posição quando, nos fins do 1718,

ou no arraial a bandeira do Fernando Dias Falcão, compos-

À O homens, que foi um soccorro inesperado tanto para “O prestava como para quem o recebia,

6 osamente, com a sua tropa, fez Fernando Dins Falcão “entradas no gentio bravo, desinfestando as novas minas ecendo n tranquilidade para os novos mineiros, da importancia do descobrimento feito por Pas

A

= os

choal Moreira, Fernando Dias Falcão deixar-lho-in soccorro de gente e de municão e partin para 8, Panlo, afim de organizar uma expedição capaz de explorar proveitosumento as novas minas,

Devendo estar conhecido o seu doscobrimento, Paschoal Mo- reira quiz garantir o seu direito do descobridor ; foi então lavra- do o seguito termo:

«Aos 8 dias do mez de Abril de 1719 annos, moste arraial de Cuyabá, fez junta o capitio-môr Paschoal Moreira Cabral com os sous companheiros « lhos requereu a elles este termo do des= cobrimanto novo, que achamos no ribeirão do Coxipo, invocação de Nos Senhora du Ponha da Prança; depois que foi o nosso enviado, o capitão Antonio Antunes, com as amostras, que levou do ouro ao sr. general, com à petição do dicto capitho-mór, foz a primeira entrada onde assistiu um dia e achou pinta de um vintem, de dois e de quatro vintens e meia pataca; e a mesma pinta fez na segunda entenda, em que assistin 7 dias, à todos 05 sous companheiros, ás suns custas, com grandos pordas ris- co, em serviço do Sua Real Magestade; c como de facto tem perdido 8 homens brancos fóra negros; e para que a todo o tempo isto à noticia de Sna Real Magestade « seus governos, para não perderem seus direitos, « por assim ser verdade, nos assignamos neste termo, o qual en passei bem e folmento a de meu oficio, como escrivão deste Ariabals== Pavcon Moreira Cabral— Simão Rodri- gues Moreira—Manuel dos Santos Coimbra—Manuel Garcia Vo- lho—Barthazar Ribeiro Navarro Minual Pedroso Lousano—To- ão do Anhaia do Lemos—Francisco de Siqueira—Ascenzo Fere naudes —Diogo Domiagos—Manuel Ferrara Antonio Ribeiro— Alberto Velho Moreira—Toão Moreira —Manuel Parreira de Men- donça— Antonio Goreia Velho —Pedro da Goca—Josó Pernandes— Antonio Moreira—lgnacio Pedroso—Manucl Rodrigues Moreira —José da Silva Paes.»

Esse termo era uu documento da previdencia para garan- tia futura das mercês e postos que o governo portugnez concedia nos descobridores de minas,

Naturalmente transformaram-se os bandeirantes em minei- ros, e comprehenderam a necessidade de uma direcção superior a de um cabo de bandeira: tomaram então algumas providencias administrativas, reduzidas a escripto, constam,

E' do termo seguinte:

«No mesmo dia, anno e mex atriz nomeados, elegeu o po- evo em vox alta o capitão-mor Paschoal Moreira Cabral por « sou gunrdamór rogonto, até d ordem do senhor general, para « poder guardar todos os ribeiros de onto, socavar, examinar,

respeito, que poderá tirar au- tra aquollos quo forom rogulos, amotinadores o sendo ex) o perdendo todos os seus di = pagar dividas; e nenhum so rocolhori até quo venha o i i o que todos lovamos a bem». ehefo do bandeira passara Paschonl Moreira Cabral a mér regente das novas minas por deliberação do seus ros, nté novas ordens do govermador da enpitania, sun- vel que lhe fosse confirmado esse posto que, segundo era dado nos descobridoro

as explorações nos ribeiros adjacentos; a 24 do Junho des- a uma deira, sob as ordens de Manoel Garcia Velho, e descobriu os ribeiros S, João e Santo Antonio, onde encon- “ouro, A noticia do descobrimento das novas minas, levadas ofi- mente por Antonio Antunes Maciel, n d. Pedro de Almeida, a pela capitania como uma onda avassaladora de alegrias e

Nusmerosas expedições se formavam para ir desemberaçar a de seus ilõos auriferos; e o arraial ongrossava-so com os nvindos, marcando mais uma posse, atirando para o ocei- a fronteira do Brasi), sacando do serão virgem mm terri- o Matto Grosso, onde folgadamente podem so aecommodar milhõos de habitantes. Paschoal Moreira depois de ter veservado, nas terras mine- m data de el-rei, reportia o vesto polos que estavam e pe- que chegavam, não se esquecendo da arreendação dos di- renes que, q exemplo de Minas Geres, foram fixados em 15 & meia oitavas annuaes por pessoa, qualquer que fosso o do que exercesse, Em 1720 ahi chegaram, entra outros, José de Arruda, ho Barbosa Topes, João Carvalho da Silva, os irmãos João de Almeida e Innocencio Martina do Almeida, João te de Barros, José Pires de Almeida, Pedro Corrêa de Go- Fr. Florencio dos Anjos, carmelita, Jeronymo Botelho e é dos Santos Queiroz, ambos do habito de 8. Pedro a fr. fico dos Anjos, tranciscano, irmão de Jucintho Barbosa Lopé: Tambem chegaram 05 irmãos João Leme da Bilva o Lou- Leme da Silva, que tie tristemento haviam de acabar, e Antunes Maciel, capitão-mor do Sorocaba,

56.

Nesse mesmo anno ou em fins do anterior, tambem regres-

sou Fernando Dias Falcão, depois de .. de Abril de I719, por-

jo nessa data se achava em Sorocaba, mas de partida, le-

vando enorme bagagem o mais de 40 negros. entre os quaes havia forreiros, carpinteiros e alfnintes.

Tendo prestado socsorros a Paschoal Moreira Cabral Leme eavaliado a importancia do novo descobrimento, viera a povoado, onde com a sua longa pratica de sertanista, de explorador do minas, adquirida nas gerass, organizou uma expedição numerosa e habilitada.

O conceito em que era tido o seu bom senso, o calor que punha em animar os timidos, em acoroçonr 03 abastados, a gene rosidado com que abria a bolça, emprestando grandos quantias áquelles a quem sobrava ousadia, mas a quem minguavam cabo- daes, decidiram muitos a incorporarem-se a expedição.

Desses emprestimos, enjo pagamento deveria ser feito na volta, aproveitaram-se Braz Mendes Paes, Gabriel Antunes, José Pompeu, Antanio Antunes, * outros de menor representação.

não era uma bandeira ousada e imprevidente á esta de aventura, enstentando-se, ao acaso, do mel que colhesse ou da ença que encontrasse ; era, ao contrário, uma expedição provida- mente munida de todos os recursos que à época permittia, pre venida com todas as condições de resistencia, que seguin para ir à emquista do sertão e das mincs, em serviço de Sua Majestade, Eai declarava o seu chofo em requerimento feito à Camara do

rocuba

natural de Parnahyba, proximo a S. to arrojado e emprehendedor; no mar nejo integro dos dinheiros de orphams e ansentos, quando juiz em Sorocaba, tinha justamente grangendo fama de homem honrado,

Conbecedor da disciplina militar, como sargento-mór das ordenanças e capitio-mór que tinha sido em Sorocaba, estava habitando ao mando,

Fórn elle quem, encarregado por D. Braz Baltbazar da Sil- veira, governador de 8, Paulo e Minas, creara a villa de Pitas suy e nella levantára o pelourinho,

A" sua intogridado moral, ao seu valor possoal romnia o ros-

eito que naturalmente inspirava nos que delle se approximavam. Erro bobo di expedição e ia ser a alma creadora e organiza- dora das novas minas.

De facto n sua chegada ás minas, com um reforço numeroso de possoal escolhido, de instrumento de minerar, de muuições de ataque e defuss, infundiu alento e coragem, fazendo a esperança do bom exito bater em todos os peitos.

a

fins de 1720 foi abandonado o arraial de 8. Gonçalo, e subindo o Coxipó, estabeleceram-se na Horquilha,

novo

levantaram uma la, sob a invocação de N. S, da De Ee onto oo CBS ral inos pal que o padre Jeronymo Botelho, cleito para tal ss

a exploração de minas não ia gente boa; como ecra 1, atirava-so todo o mundo, gente do todas as classes & de os os sentimentos, formando um pessnal heterogenoo, rude, feroz, dificil de ser dirigido, e no qual havia eim garmem, ns actas, o que constituin um perigo permanente do dis pre sungrentas. dos arredores, nho vendo com indiffe- o estabelecimento dos invasores, procurava defender aquelle considerava seu, com ataques continuos, trucidando os que se aventuravam Jonge do arraial. “Nessas condições a direeção das minas, nemes tempos da do 3082, reclamava mais É um capitão do bandeira valoroso ; exigia um chofo energi ue, pela sua disciplioa, despreso no perigo, inicintiva propria, co- mento exacto das mocessidades dos mineiros, infepandencia nniaria, im puzesso unidade ús ordens e rospeito às deliberações. “« Paschoal Moreira Cabral era um paulista dos hons, chão, d pouco polido de agudo entendimento, trabalhador e il mincio; mas era homem sem maldade, sincero, caritativo extremo, sorvindo a todos com o que tinha « que podin» So bem que corajoso, cheio de valor pessoal, ora um homem Idade, era um bom; mas o areais] precisava de um “Os mineiros confusamente sentiam que Jhes faltava uma forto, capaz di tir o bom exito da empresa, agora visinhavam os cas Teso andava no ar avise e era amortecido pelo ceio de desagradar à Prschonl Moreira. “Todo o mundo estava convencido do que o forte, o capaz com proveito a direcção das minas, estava indi em Fernando Dias Falcão que, além do m

ito opulento.

Jono Leme da Silva o Lourenço Leme da Silva rosoluta- “aeubaram com as hesitaçõos dos mineiros, o puzeram-so

do movimento, que devia entregar o mando a Fernando

=.

BB

Promoveram uma reunião dos mineiros, na qual foi eleito Fernando Dias Falcão para chefe absoluto das minas, com o no- mo de cabo maior, ficando tambem assentado conseruar-se Paschoal Moreira no posto do guarda-múr de sous descobrimentos.

Reduzidas n eseripto essas deliberações, divigiram-se À pou= sada de Fernando Dias Falcão, onde foi lido o termo por elles assignado.

Terminada n leitura, Fernando Dias Palcão, extremamente commovido apenas poude responder:

« Visto ser para bem commum de todos e para o serviço de 8. M, necoito o farei toda a minha obrigação bom o fielmento.» ea eleição exprimia a unanimidade om apenas o maio O que se pode afirmar é que ella foi nentada.

A Paschonl Moreira estava reservada a sorte de todos os descobridores: o abandono, o esquecimento, a pobreza.

Ainda eca conservado gunrda-mór das minas que descobrira; mas a maior parte dos poderes « das vantagens respectivas lhe fugia das mãos, deixando-lho apenas uma storidado adminis traltiva ou puramento nominal,

Não eva mais que wu sabaltermo de Permando Dias Paleão, chefe smpremo, que podiv fazer 4 enerm, compor e fazer pagar as dividas, resolver os ensos imprevistos, que encerrava, em suma, o poder absoluto.

Apesar du suu bondade, Paschoal Moreira aceeiton do bom grado essa modificação de sua situação; porque a 15 de Julho de 1722 fazin um requerimento so rei d. João V, no

ual-allo, o 05 seus descobrimentos, tão grandiosos como os la Minos-Geraos, feitos com innumeraveis riscos de vida, peno- sos trabalhos, ruins de sua fazenda, perda de um filho, quinze brancos 9 alguns escravos mortos a comidos pelo gentio—mos trava achar-co podvo, destituído do eabodnes, com mulhor, um filho o duas filhas: « poi isso supplicava que o roi pusoise os olhos em vassalo tão leal, que tinha enriquecido a corda sem nada ter luerudo, conceilendo-lm sem nenhum outro mandedo que o impedisse naquella conquista, a confirmação do posto de guarda mór, em que so achava, en nomenção de capitiomór regente das minas de ouro do sertão de Cuyabá.

Sobre tal podido o rei mandaria Rodrigo Cesar informar; é este, concordando com à confirmação do posto de suarda-mór. não acharia justa a nomeação de enpitio-mór regente, porque Pas choal Moreira cra adeantado em annos 0 «pouca disposição tinha para tal incúmbencias.

cês, foros de fidalgos, habitos de Christo, tão nos descobridoros de minas, no alvará de 18 do Março sumizam-se como se somo o fumo varrido pelo vento, sto de gunrda-mór, em quo Paschon) Moreira Cabral oi confirmado, pela srta regia de 28 de Julho de 1725, o cerin encandado com o 6ti de velho imprestavel lie teria aproveitado porque elle morreria nesse mesmo de 1725, em Cuyabá pobre o ignorado, aos 70 amnos de

Como quer que sejr a escolha do Fernando Dias Falcão foi n e officas ; organizou logo diversas bandeiras para o ao gentio das imediações que, pelos seus nssaltos re- era uma amença constante à vida do armial ;e,n ferro je fel-o reconr para o interior, descortinando assim uma vasta onde os mineiros podiam se etrogar à mineração «ao cobrimento do novas lavras, com acgurança relativa, Excitudo, por alguns mais turbulentos, houve un começo Li mostrava poder reaccander-se ahi a lucta que inas Gernes, a lueta entro paulistas e portu-

o tara,

As feridas estavam frescas, as cicatrizes ainda doloridas ; os istas, com trabalho insano, descobriam minas das quaes todos veitavam, era a queixa corrente.

Houvo, por, isso, quem pensasse em não admittir o expulsar

“das novas minas os portuguexes, os emboabas.

E Mas bem diversas dus de Minas-Gerues erum us condições

“de existencia nas novas minas.

Cuyabá era um sertão lomgunquo com difficilimos meios de

O MREIinação som o povondos, oonlhado de selvagens, sempro

ouptos a repellir com umas a invasão extrangeira; por isso

interesse comentam, o da propria conservação, unia e ligava sem distineção de origom. Facil foi, pois, a Fernando o sufocar os prodromos dessa lucta, que perniciosa seria

escnvolvimento das novas minas.

A fama aurea de Cuyabi continuava attrahir aventureiros:

arte das expedições inexperiontomente organizadas, cho- ' izimadas pelas molestias, pela fome e pela guerra com

Apezar dessas vicissitudes, que eram de sobra conhecidas, que de 8. Paulo levavam no Cunyabá, formigaram de 18 conduzindo eia para a exploração do ouro facil e abun- 5 om 1721 havia naquellos sertões mais de dois mil

ae By See

Em 1722 chegou o padre Francisco Justo, do habito de 8, Pedro que em breve entraria em lucta com os irmãos Lemes) feito vigario de Cayabá, domorando-se sois mezos no Carandá, onde levantou altar, por ter tido noticia que nas nas minas não havia mantimentos.

Em Ontubro desse mesmo anno de 1722, Miguel Sutil, natural de Sorocaba, subiu o rio Cuyabá, levando alguns cama- radas para tratar das roças que previdentemente tinha mandado plantar

Não podendo esperar recursos dos povoados, pela demora difficuldados dos transportos, ossas roças eram a condição de vida para os mineiros que se abulançavam a tão afastadas pa- ragens. Era preciso pois, plantar e esperar que a terra produ- aisse ; é, Amquanto esperavam, a alimentação consistia na pesca e no mel.

Chegado u sua roça, Miguel Sutil mandou dois indios, seus camaradas, com machados e cabaças, procurarem mel para a subsistencia durante a sus estada ahi

A noite voltaram os indios sem mel; Sutil entureceu-se o descompoz violentamento os camaradas desidiosos.

Um delles, porém, com a calma que lhe dava a segurança Ee applacar coleras mnis terriveia, responden-lhe.

Vieste procurar mel ou buscar ouro ?

E, assim, falando, tirou de seio 23 granetos de onto, que pesavam 120 oitavas, explicando que os achára á fôr da terra, a não grande distancia dali, onde ainda havia muito e muito,

Como ns tempastados devastadoras do sertão do Cuyabã, passam celeres, deixando dias caplendidos, assim da nlma de Sutil varrewse a colera, substituida por uma alegria immnoderada.

Era noite, e nho podia anguir immediatamente para o sitio ditoso Como essa noite foi longa, como ella arrustou-so posad como chumbo !

O somno reparador não visitou Sutil; na sua rêde de ser- tanista, o sorocabano revolvia-se sem cessar, erguendo castelos que uma duvida pungente logo derribava Não teria o indio mentido ? Não seria essa historia uma fabula arranjada com onro roubado é que agorm apresentava, para se livrar do castigo me- recido.

Mas, porque havia o indio de mentir?

E de novo começavam os custellos, sonhos que elle ncorda- do fazia o desfazia. . .

Na manhã seguinte, ainda com escuro, Miguel Satil lançou- seda rodo sem saudades, a em companhia dos indios é de um comnrada portuguoz, de nome João Francisco, alcunhado o

por causa da longa barba que lhe chegava no peito, para o logar indicado. . . lio não tinha mentido. Em granetes fulvos, estava por sobre a terra, offerecendo-so abundante 6 fheil. il generosamente dispensou o Barbado, permittindo-|he Muntasse para si proprio, dia todo consumiram colhondo ouro; no eahir da tardo, ido os olhos não divisavam o robrilhar do metal querido, til rocolheu-=se com meia arroba e o Barbado apenas com 280

ndo resolvido participar a seus companheiros o maravi- descobrimento, para que elles tambem partilhassem da for- benefica, desceram, no dia seguinte o Cuyabá e subiram o ipó, até o arraial da Forquilha.

A generosa nova alarmou o arraial que, em massa, passou- “separa ns lavras do Sutil. Es j Abi estabeleceu-se um novo arraial, o terceiro que nas pro-

do rio Cuyabá, levantaram os mineiros

A futura cidado de Cuyabá tinha ido por tentativas, como apalpesse o terreno, estabelecendo-se então definitivamente. Nas lavras do Sutil consngravam-se as minas do Cnyabá. A região era riquissima 6 a muior mancha encontrada até então, e a sua exploração permaneceria largos e fartos annos.

esse mesmo anno, Jacinto Barbosa Lopes, o futuro pros t, Jovanton, coberta de palhas, uma eapella sob invocação “do Senhor Bom Jesus de Cuyabá, sendo a primeira missa cole- “brado por seu irmão, Fr, Pacifico dos Anjos,

Estava dado o nomo no uraial:; mais tardo seria apenas le-

=

Tambem, nesse anno, abi chegou a noticia de que a capi- tania de ulo, se) a de Gernes, tinha novo o era o reverso da medalha. Um novo governador? “Mas, deveria a certeza da tranquilidade, da ordem na ação, da garantia do trabalho de cada um, a certean, em- da justiça. Devoria ser, Mas a longa experiencia dos mineiros lhes que era o contrario de tudo isso; que um novo gover- br era a uppressão dos povos, era a extorsão dos impostos, um reprezador impiedoso dos quintos para a real corôn,

|

a

E Es

CAPITULO 4.º

Os mãos Leme. Primemos MBIOS DE GOVERNO DR RobrIGO Cesar ve Menszes. Sunastião PersasDes no Rego.

Assim se desenvolva a situação no Cuyabá, alnrgando-se rapidamente à zona explorada ; cobrindo-se o territorio, até pon- co desconhecido, de armines que marcarinm a posse portugueza, de capellas que affirmuvam o poder da Bgreja Cutholica,

O insuccesso, na guerra feita nos embonbas, tinha onea- minhado os paulistas para o contro do continente desertos é elles se achavam em terras que tinham conquistado com a força de seu braço, lavrando um terreno que sua audacia descobrira.

O sertanistas, transformados em mineiros, ignorantes da auetoridado portugueza, continuavam, por iniciativa propria, a fa- xer a guera ao gontio, a crcar cargos e a provelos, impor tri- butos, regular as relações dos escravos com seus senhores, dos indios escravizados com seus administradores.

Tudo isso faziam, não com a preoceupação intencional de inculcar uma autonomia, de que conscientemente não cogitavam mas muito vaturalmente, por estarem obliteradas as relações de obediencia, quo os deveriam ligar ao soborano ou aos seus dele- gados,

Jamais a vida municipal fora tão forte e vigorosa, como no seculo XVII: gosavam os paulistas de uma autonomia municipal ampla, temperada por uma especie de plebicito. Isso não estava nas leis; mas fizeraso aos poucos, incorporando-so nos usos é costumes, e transmittindo-se como um patrimonio de que nin- guem duvidava.

Era um regimen em que, quando se tratava do interese cominum, o povo se reunia, não para impôr, porque em geral agiam todos de accordo, mas para dar a conhecer a resolução colectiva, que, no seu entender, se Jegalizava, adquiria força obrigatorio, pela adopção por parte do senado da camara,

uados, no decorrer de seculos, a cese regimem, quan do se tratava das empresas particulares, dessas longas e peri- gosas travessias do sertão, pediam ordens ds suas forças é aos seus intesses.

A unica auctoridade, que sentiam, era a dos donatarios, por demais frouxa, e que, de longo em longe, sc manifestava na creação de villas e no provimento de alguns cargos.

Tm insucesso completo tinha acompanhado a distribuição da America Portugucra em donatarias a vassalos da corôn; a estes fallecinm recursos de dinheiro e de gente, para transfor-

=]

os seus vastos desertos em culturas produetivas, de modo os foram abendonando, desinteressados desses presentes prejuiso lhes causavam. Nas capitanias de S, Vicente o Santo Amaro, ao sul, 8 idade dos donatarios, amortecida, confundia-se e entra- mais, com as questões judicinos entro as ensas de Vimi- “e Monsanto, represontantes dos primitivos donatari “Longe da metropole, com communicações | dificeis e raras, pmulistas viviam meio esquecidos o abandonados, de modo o governamental, quando lhes chegava, pnsssava,

“Dos reis portugucros apenas conheciam lisonjeiras enrtas do nto, Ea os elevavam acima de sua com e vas- nham

nssava à ser crime. Certamente em alguns desses actos havia excessos; se re— pormenores barburos de que a Europa estava choia; ay e a impunidade de alguns neoroçonsse ontros; que essa e En so ebamasse vingança, e que mais tarde, fosse in- ocê morvir 05 instinctos bostines desses homens, 50 abuso é proprio da natureza humana, isso er provavel, er fatal mesmo, dado o estado de “abandono em que se encontrava n colonia. Nossas cirenmstancins achavam-se alguns nas minas de ; entre elles sobresabiam os irmãos Lemes que, pelas de parentesco, pelo numeroso do seu sequito, que om sus fortuna e goncrosidade sustentavam, constituíam uma a e um poder. Como elles muitos outros existimo na eapi- de São Paulo, E, Para arcar com essa força 6 esse poderio, estava em São lo rigo Cesar de Menezes com seus indisciplinados offi- de sala, sem tropas, odioso como representante do fisco, como patricio dos embonbas, suspeito como orgam da

de. igo Cesar sentia a falsidade de sua posição na capita- Sao Paulo. Mais como particular Peres TE]

sa

meo as

obtinha notícias de Cuyabá, conseguindo saber do estado das minas prios que para despachava, e pelas informações que solieitava dos sertunistas, que vinham a povendo, cbamados por suas necessidades,

Essas informações, agradnveis quanto á permanencia e abun- dancia do ouro, enchia o seu espírito de apprebensões morti- ficantes quanto à docilidade dos sertanistas, não neclimatados á submissão incondicional que, naquelle tempo, constituia pedra angular do edificio administrativo,

Às cousas estão vidrentas, suspirava Cesar em todas us suas cartas no rei e no vice-rei.

E, nos seus receios, que chegavam a ser insensatos ou pro- porsitalmento exaggerados para apanhar soldados de que tanto Casciaçidirhaça do fddlidoda: doe ánliatad; presa a A elles podiam ir prestar obediencia a quem melhor os nttendesse, ao casta lhanho, por exemplo, que se achava grande distancia.

Era para recuar; mas o onto cuyabono, brilhante o sedu- ] etor, entregando-se num abandono oppulento e promettedor de quintos sem conta, estava para chumbar Rodrigo Cesar na enpitania de Sho Paulo.

O que elle ignorava, era que o espirito de aventura en- trava em decadencia no povo paulista, e que uma immigração numeros de habitantes do reino, conhecedora dos direitos do rei é dus obrigações de vassallos, entrava em larga escala, in- singando-se em todas as camadas como uma força ponderadora a estabelecer o equilibrio na capitania, a dar uma nova phy- sionomin, a formar, por assim dizer, uma nova sociedade, na qual os antigos elementos não podendo eliminar, desappareciam nesimilados, embora assimilando tambem,

Esses factores, completamente desconhecidos de Rodrigo Cor mar, concorrium eficazmente para que com exito inangurasse uma politiza astutamente hypocrita, surrateiramente tortuosa E elle denominada do prudencia, affabilidade, industria, temperilhos com que levava aquella gente,

a sua opiniho, o genio dos paulistas era diferente do dos outros homens; e, nelles, n vaidade, vício que neste elíma e em taes homens mais se conserva, se antepunha a qualquer conyo- niencia.

Certo disto começou a explorar, epistolarmente, a vaidade dos paulistas.

O seu secretario, Gervasio Leite Rebello, não tinha des- canso; oram cartas e mis cartas para as pessoas principaes da capitania; não ia portador para as minas que não levasse cartas do governador.

Os mais poderosos, os que tinham maior sequito, é que, por consequencia, eram os mais perigosos, eram os que possuiam as suas solicitas lotras.

Nellas mostrava-se tolerantemente paternal, aberto a todos os esquecimentos, deixando entrever hanras, fóros de fidalgo, acenando com babitos militares, promettendo mercês, de que todos eram dignos.

Assim communicava a sua chegada tempos dopois:

Sua Magestade, que Deus Guarde, foi servido nomenreme por Governador e Capitho-General desta capitania e seu dis- fricto, attendendo às muitas representações quo lhe fizeram a respeito do ser preciso separar esto governo do de Minas Geraes,

serem os moradores desta cidade, e das mais villas que

ram annoxas q clle, mais perto o recurso, donde prompta- mento podem atendidos, e supposto achei a noticia certa logo que tomei posse deste governo, que Ymce. so achaya na importante diligencin da novo descobrimento de Cuyabá, espero que pela sua intelligencia, actividade e prestimo, se consiga o que todos Vmces. desejam; tocando a Vmee. a maior parte deste serviço, por ser o primeiro que intentou fazel-o, e 8. M. que Deus guarde, não deixará de remuneral-o, o eu não me escu= sarel a sor procurador dos augmentos a V. Mareê, sando norador dellos, as suas prondas, é merecimentos, e não he de menos importancia a bos união que eutre V. Mercô deve haver, porque com ella se faz melhor serviço de Deus, o de 5, M. e se con seguem tambem ns maiores fortunas.

Pelas incertas noticias, daqui tonho tido, me resolvo man- dar o Capitão Francisco Sutil de Oliveira que sem mais into- resse, que o serviço de 8. M. se expõe, a jornada tão trabalhosa.

Espero que V. Merck me diga com toda a individuação, o que se tam feito, e so os castelhanos, ou gentios intentaram embaraçar a diligencia, advertindo a V, Morcô senão deve de Tuzer hostilidade alguma aos Castelhnnos que como temos com esia nação hoja paz, devemos conservar com elles bon amizade

no assim o ordena S. M, que Deus guarde. Da parte do

sr, seguro a V, M. sorá muito bem atendido, o serviço que lhe fizer, e eu não me descuidarei em dar gosto a V. Mercã segurando-lho, que em tudo que for do seu augmento ma em- à para adimntal-o com bon vontado. Deus gunrde V.

à muitos annos. 8. Paulo, 4 do Outubro de 1721.

Maior servidor de V. Meê. e não menos empenhado em seus aumentos,

Rodrigo Cesar de Menezes,

ses gl

Essa carta “era uma especie de cirenlar dirigida a Pascoal Moreira Cabral, Fernando Dias Faleno, Braz Mendes Pay, João: Ra Maciel, Domingos Rodrigues do Prado, Lourenço Leme

va,

A estes dois ultimos, enjos crimes o governador conhecia, acerosentava mais um capitulo:

“Tambem mo parece diser a V. Meô que lhe será muito ntil, não para seus requerimentos, mas ainda para seus despachos, intentar, ou para melhor dizer, conseguir abrir o Caminho, pois o sem poder e netivi- dudo o prostimo seguram ainda mais dificultosas em- presas, eto,

Essas cartas visavam mostrar entre lisonjas e adulações, a dependencia dos paulistas para com o rei portugnez, o cofre das

açns, é dar a entender que o enpitho-general era o canal essas lonins, por onde ellas correriam, inundando à capitania de 8. Paulo.

A Rodrigo Cesar, o governador que reclamava soldados, que pedia forças, auctoritario o violento como os acontecimentos iam demonstrar, muito deveria custar o escrevelas.

Entretanto ja-se sujeitando ; e se conformava até com actos administrativos dos paulistas, nas minas ; como quando foi da eleição do Fernando Falcão e Pascoal M. Cabral, para cabo maior e guarda-mór, por ser necessario levar aquella gente, com algum temperilho, que, em similhantes oceusiões, é o que mais vence.

As primeiras cartas, apesar do tão dulçurosas, não encon traram bom agasalho, nem mereceram as honras de resposta ; mas à inisistencia epistolar delle era tão tenaz que foi amol- ledendo, dissolvendo o gélo panlistn, até conseguir cartonrse, recober novas das minas. Estava ganho um ssrunda passo; O reconhecimento de sua auctoridade,

Ao rei pedia continuamente o perdão pars os crimes de algus paulistas que estavam nas minas, por serem intelligentes e poderosos, parecendo-lha que com mercês se poderiam con- tentar ; porque a vaidade os obrigava mais que quelquer con- vendencia; à PRINCIPALMENTE PORQUE DISPOXDO DI GRANDIS PODIIL X, ACHANDO-SE À GRANDE DISTÂNCIA, XENHUM MAL SD LHES PO- DIRIA “AZER.

João e Lourenço Leme eram citados nominalmente, e no perdho delles se punha especial empenho.

Nessn diplomacia adulatorin e vesga consumiu 1721 e 1722 para poder forrar no dorso paulista a ventosa que havia de sugar os quintos renes.

a) O =

“4719 achavam-ss, nas minas do Cuyabá, os irmãos

y Leme da Silva e João Leme da Silva e um seu pri “Leme da Silyn.

descendentes de familia originaria de Flandres, donde

passou-se para Portugal, corrompondo em Leme o

u— !

Brazil, a familia vicejou, mumerosa e importante, do

o tronco Antão Lomo que, vindo do Funchal, na ilha da

n era em 1544 juiz ordinario em S, Vicente.

nes tinham o seu nome associado nos antecedentes

“da capitania.

de um delles, Pedro Leme, aleunhado o torto, pas

Jodo e ço Leme que, em uma das entradas ao sertão,

paragens da Vacearia, onde se encontrára com uma expe- hespanhola, simples soldado de uma bandeira paul

A jadamente um papel, um termo que a habilidade luana tinha consoguido da simplicidado dos oficines de

Cria reconhecendo nesse territorio o dominio da corda

Deante do neto insolito, o commandante hespanhol poude um insulto:

—Mirem el turto!

—E ecocho tambem, necrescentou Pedro Leme, mas que

jece os direitos de Portugal eu ousadia dos castelhanos.

e oecultava num corpo torto e cocho uma alma

e inteiriça,

Lourenço Leme tinham se creado e educado nessa nturosa e semi-barbara dos sertões, em contacto directo

os indios forozes, no meio de brancos crueis; o melhor do

a fora consumida em entradas ao sertão, nas quaes se ma-

fome comendo mel, e se sncinva a sédo chupando raizes

“id

Opulentos por suns riquezas, duramente necumuladas, eram

rosos pelo seu numeroso sequito, necessario para as suas

rias empresas. “alorosos e atrevidos, eram os primeiros a se atirarem is ns mais arriscadas; generosos até à Ls prot ea T e auctoritarios, desdenhavam as vontades acima das

mão conheciam as que estavam abaixo; despoticos, deci- o as s ão estrondo das armas; vingativos até no te- da eruoldade, deveriam sor odiados, mas eram temidos o

ns, como esses, inspiram dodienções que vho no fana= n odios que terminam com o sangue.

ás BB me

Os Lemes não constituam um caso isolado, mas eram caso épico da capitania de 8. Paulo. Ainda hoje elles dona! produzem nos mandões de aldéas, cuja vida é um complexo actos generosos e de factos repugmantes. RE)

tinham estado nas lavras de Minas Gerase, donde ss.

tinham passado para os novos descobrimentos de Cuyabá.

camin) a no sitio do Rio Pardo, obrigaram. lre André dos Santos Queiroz a celebrar o casamento de uma. ha bastarda de Lourenço Leme, com Domingos Fernandes ; aflir- mando, para salvar as apparencias, que para isso tinham licen— ca do padre Manuel Bicudo de Campos, ultimamente nomeado vigario de Cuyabi.

Em Camapuan, João Leme, que levava em sua companhia, para desenfado das longas noites do sertão, uma carijó do sua administração, descobre que era trabido,

A india entregava-se no branco; mas partilhava seus amo- res com um corijó seu patrício, concorrendo para as suas entre- vistas um ra] de sua raça.

Conhecido o facto, João Lome, via simulacro odioso de jus tiça, decrera a morte dos tres, proporciona-lhes os socearros es= pirituaes da confissão pelo padre Antonio Gil, e ful-os executar.

Ao rival, porém joho Leme, transtornado por uma alluci= bedis ajuntou uma tortura barbara e humilhante; enstrou-o antes da morte, e, após, esquartejou-o com suas Li mãos, saciando no ci er o ciume bravio que tinha ceya-

O vivo,

Em Cuyabá, dando largas no seu genio sequioso de mando, tinha encaminhado, dirigido, obrigado até, a oleição de novas anetoridades para as minas,

Por ventura, 0s novos eleitos tiveram velloidados de inde- pedencia, porque, mais tarde, elles hão de empenhar-se, fazer questão capital da demissão de Fernando Dias Faleho, o cabo maior regente, eleito por sua influencia,

Em Cuyabá, o padro Francisco Justo, vigario da vara, fôra substituido pelo RAS Manuel Campos Bicudo, e recusava-se passar a jurisdicção, sob o pretexto de que não estuva exgottado O tempo da provisão.

Formaram-se partidos a favor do dous padres, e a lucta tra- vou-se.

Os Lemes mostram-se parcines de Manoel Bicndo de Campos; Francisco Justo anulla o casamento da filha bastarda de renço Leme, feito em Rio Pardo.

Lemes, enfurecidos, decidem summariamento o conflicto pelas armas, mandando dar uma descarga va casa de Fra

seu antecessor, Antes desses factos, em Ltú,

mão consentia no casamento de mina de suas Glhas Unrdoso ; os Lemes roubaram a moça, fizeram casal-a pretendente, dotando-a com os proprios bens do pae,

raram-se violentamente o mesmo Jono Cabral, e as

cousa que ainda Jhe restava, ram Antonio Fernandes de Abreu, descendente do hon- egual uome que, no terço de Domingos Jorge, de valor, no ataque e destruição dos Palmares,

rosnrio longo de infumias e monstraosidades farinm ver, , scelorados excepeionnes, si elles não tivessem o num pedaço abandonado dos dominios do D, João V, o apodrecido alvorecer do seculo XVIII, proverbial pela vação e erneldado dos costumes. “Que ha qua maravilho em ver colonos da inculta America rem, esti o assassinaram, quando, em Lisbon, o rei iras, entro pias de agua benta; perimentavam suas armas na maruja Les matavam em bandos, pelas ruas origem illustre prostituinm smas con- rimeira nobreza,

& no vice-rei, instava para que os Lemes fossem perdon- dos com mercês pecuniarias, premiados com habitos

embora por politica, mantinha com elles uma correspon-

amistosa, na qual se mostrava todo disvellos, todo cuida-

a o engrandecimento deles.

1 de Maio da 1722, ainda escreveu-lhes carta amavel,

encontrou em caminho, porquanto em Janeiro de 1725 chegaram a Sorocaba, acompanhados dos indios de

nistração, com arcos e flechas, dos mamelucos, seus ca-

Sms JO) é

maradas, e de negros, seus escravos, com mosquetes e areabu- ues.

Vinham encommendar mais escravos e comprar mantimen- tos, nocesaarios para o exito eficaz de sua exploração nas minas.

Sabedor de sua chegada, Rodrigo Cesar convidou-os a se apresentarem, em palacio, convite qua elles rocnsaram; receia- vam, sem duvida-—ingenuidado de sertanista-que os seus eri— mes não estivessom esquecidos, ou entenderam que nada havia de commum entro elles e o govemo de 8, Paulo,

Foi então que Rodrigo Cesar fez todas as instancina, em- pregon todos os esforços para que ellos viessem « sua prosonça ; convites, ordens, rogos, tudo salvaguardado por uma carta de seguro, concebida nestes termos.

Cesar do Meneses Por me constar que 08 Cupitães Lourenço Leme da Silva e Joto Leme ds Silva, pessõas principaes desta capiituia vieram do no- vo descobrimento das minas de Cuyabá, e se acham na de Sorocaba do districto desto governo, O sor necessn- rio que venham a minha presença, para com toda a individuação me informarem, não d'aquelle descobri mento, mus de ynrios particulares pertencentes do El- rey, meu Senhor: Ordeno nos ditos Lourenço Leme da Silva e João Leme da Silva, venham a minha pro= sença, para o que se for necessario lhe dou neste se= guro real, em nome do dito sr, debaixo do qual po derão vir o tornar a voltarem, o poderão fazer em (1) «.. us, armas, que lhe forem necessarias, para sua guarda, ed... de guerra pago, ou da ordenança, Mie nistros, oflicines ... desta capitania, mem ontra qual- quer pesson poderão . «+ com ellos, porque axsim O or

leno por ser conveniente ao serviço de Sua Magestade no Deus guarde é esta ordem se registará nos Livros In Secretaria deste Governo. Dado nesta cidade de S, Paulo nos 27 dias do Janeiro de 1723, O Secro- tario do Governo, Gervasio Leyte Rebello o fes— Rodrigo Cezar de Menezes.

Vivia, nesse tempo, em S. Panlo, Sebastião Fernandes do Rego, filho do Portugal, sujeito macio, serviçal, lisongeiro até à adulnção sorvil, dessos que nunca ofendem, que não incommo- dam, cuja palavra o cujo gesto jâmais se cançam na arto de Pp inteligente é velhaco, porverso até o crime, sabendo, porém, fazer as cousas, de modo a não se ficar mal, a não doj- xar rastro,

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“esperto, soubora, com oflerecimentos adequados, in- e no animo de Rodrigo Cesar, a ponto de dominal-o, de prol de seus interesses incon! o essas qualidades a serviço de nm desejo aspero de | não recuava dennte do torpezas ardilosas é totreiras mular cruzados, objecto de toda a comedin de sua vida, co de sun sabida de Portugal. F. do Rego farejou os Lemes a sentiu que nel- o começo de sua fortuna,

hocimentos travados com os surrões aureos dos Lemes. O valido do governador era incansavel, multiplicava-se ; in enva n sun longa pratica de negocios, as suas extensas reln- “com o commercio da metropole e com os mercndores do da costa da Africa. Conhecia o valor de uma peça, 4 modo de nudar.

“Era um homem precioso, Sebnstito Fernandes do Rego, Em Paulo se fallava nos Lemes; na sua coragem, nas suas atrevidas, no seu poder, nas riquezas, que deslum-

Habituados a serem temidos, os Temes encontravam um “doleite novo na adulação assuearada de Sebastião do Rego, e jog obsequios que de todos os lados recebiam. vão e Lourenço Leme, resolveram, emfim, à se apresentar ásia da. seidencin governamental, mas cosas ds d. Simão do do Piza, Rodrigo Cesar recebeu-os entro poderoso e paternal; um ixto de reservae aflabilidade, rodeando-os, entretanto, de atten-

Indagou novas dns minas, produeção e permanencia; elogiou enracter dos paulistas e particularmonto o dos Lemes a te sermoneou-os sobre as culpas, que elle esquecia e 5, M. ava os seus vassallos estimados; incidente 6 ligeiramente

= 19

alludiu á qualidade de general, às forças do que dispunha em Santos, ao irmão vice-rei do Brazil; chega mesmo a mentir, dando a entender que podia puxar um terço da infanterin do Rio de Janeiro; e nenbou prsmettendo-lhes habitos militares, honras, fóros de fidalgo e assegurando-lhes todo o seu vali- mento para obtenção dessas mercês, mais que justas e ds quass elles tinham incontestavel direito

Os Lemes protestaram que ontra consa não os movia sinão o real serviço de 8. M. e sabiram encantados deses entrevista, seguros da bondade, crentes na amizade do governador.

Voltaram para a ensa do seu hospede, Sebastião Fernandes do Rego, outro amigo. Decididamente S. Paulo estava um pa ruixo à seno habitantes gente bôn, gente amiga,

Precisavam comprar escravos, mantimentos e fazendas, é quem melhor poderia encarregar-se dessa acquisição que o sen hospede, amigo e obsequindor, para quem tudo era tão facil; e, depois, talvez fosse ofensa encarregar a outrem,

Entrogaram, pois, avultada somma a Sebastião F, do Rego, para que este comprasse negros, fazendas o mantimentos de que necessitavam ; talvez mesmo lhe confiassem grande parte de sua fortuna, recolheram-se à villa de Ytú. Esses negocios fuzinm-+e sob palavras, não se passavam documentos; e para que exigilos do hospede prestadio, do amigo do general?

Em S. Paulo o prestigio dos Lemes nugmentava sempre.

Querendo tomar nlgumas providencias sobre as minas de Cuyabá, e quiçá ropartir responsabilidades o estabelecer solida- riedade, o governador reuniu, em palacio, o ouvidor geral, 08 officines do Senado da Camara e os principaes da terra.

Nassa reunião, depois de approvadas algumas medidas, co- gitando-se sobre quem seriso encarregado da cobrança do impos- to do ouro, todos a uma voz, sem discrepancia, concordaram em que nho podin ser outro sinão Lourenço Leme, paulista dos principnes, activo e intelligente, conhecedor das minas, e pode- xoso, tanto de parentes, como de escravos,

Essa resolução tomada a 7 de Maio de 1723, foi reduzida aterro, assignado pelo governador, ouvidor Manoe] de Mello Godinho Manso, Manoel das Neves Silva, Manoel do Prado de Siqueira, Padro Gonçalvos Meira, Pedro “Taques Pires, Baltha- “ar da Cunha Bueno, o vereadores Manoel Luiz Ferraz, José de Gúes e Moraes, João Dias da Silva, Diogo de Toledo Lara, Po- dro Dias da Silva, José Pinto Guedes, Matbeus de Siqueira, Joho do Figueirós da Silva, José do Mattos, Antonio de Siqueira Albuquerque, Francisco Rois Guerra, Antonio de Camargo Or tia e Podro Taques de Almeida.

Cezar do Menezes, de nccôrdo com essa resolução,

curenço Leme da Silva, provedor dos quintos e, por

pro Ef Lema da Silva sargento-mór

1; O envion as nomeações em carta lisongeira, por Se-

des do Rego, que pressurosamente partiu de S,

25 de Maio de Tod com destino a Ytú, onde estavam

sido por asp e parada are F. do E) ndor o ou iligencia,

ua pa= tiro doa: olieiaem da palaaio od pop dia prio

foi Sobastião, inteiramente axtranho 4 administração 2

+ naturalmonto, no espirito deste s ha formulado inultamento sue-

À enppresto dos Lemes era n fortuna para o gatuno a j os Lemes, my justiça, os los. alo csedados “enmltimiho nai caboo Daboia

ninguem conta.

que os Éemes lhe tinham ea ntaia sommas de ou - quantum dessas sommas era ignorado, era segredo que “elle ficaria, após a morte do seus pt a "o mal era que o governador, fiel ainda á sua politica hy- de agradar; sustentava 05 Lemes; mas nos penetraes de inteligencia porvorsa, Se in certeza de encontrar para chegar ao descjado

os Lemes neceitussem as nomeações feitas pelo governa- sem plano recuava, o, quem sabe, talvez sa desfizesso ; indespensavel, pois, que olles recusassem, s com estrondo, ro que indispuzessem sóriamento com o governador; ERsssação de tal fim, a sua presença junto dos Lemes era

elle, pois, o portador das cartas de nomeação; obtido o resto corria por sua conta. cil foi conseguir do governador essa tarefn; e eil-o ho Xit, onde chegou, com tres dise de vingum. “Lá foi hospede dos Lemes, que requintaram em rotribuir as recebidas so 8. Paulo. pm: te) vou a preparar as suas victimas, porque dois is obuinha as recusna dos Lemes. de Maio despachou para S. Paulo o ajudante Pedro a com tres enrtas para o governador; uma sua, outra de e outra de Lourenço Leme, a rezava assim :

]

Exmo. Sr.

Muito men Senhor: cheguei a esta Villa com tres dias de viagem, fazendo a entrega das Cartas de V. Ex.” nos Lemes, ficando Lourenço Leme da Silva muito isfeito com o empre- go de Provedor dos Quintos com qual conheceria V. Ex*. gran de serviço que havia de fazer a sun Magestade, 0, não ficou o seu Irmão Jono Leme da Silva, com a patente de Sargento-mór, dizendo que nas Minas Gerses havin ocupado maiores em- pregos, como o do Capitão-mor Regente, o que a nho ha- vello sido, lhe bastava ser quem era nas minas do Cuyabá, sem emprego algum, eotservar o seu respeito; como qual bavia feito rogento delas a Feroando Dias, por elle não queror ser a eleição do Povo é por lhe parecer que o d* desempenharia a eleição do ca o que sentindo agora em contrario, e, querendo fazer serviço a S. Magestade, havia pro- tendido oceupar o posto de Marechal de Campo Regente ; é que a V. Ex” o não havelo por bem, lhe não podia ter a mal o não acceitar outra nlgõa Ineumbencia; a adyertio a seu irmão que sem vir o Regimento, o as ultimas Ordens para por elas ver si er Provedor Supremo, nho estava bem aceitar ; no que ultimamente respondeu Lourenço Leme da Silva ficar de qual- quer modo satisfeito, porem quo visto elle o não estar com o emprego a seu gosto, o tinha de não neceitar tambem algum, pois tendo sido sempre o seu fiel companheiro em todos 08 tra-

alhos, queria o Fossa nas bonanças, e com a vantagem do mais velho, « por mais geitos que nestes dias Ibe tenho buscado por todos os modos The não odio algum de tomarem outra resolução, mais do que a de partirem para Ryo abnix, dondo com mais Sigurança esperam a ultima Resolução de V. Exa. na resposta E mandão, querendo mais brevemente seguir jornada ; e dizen-

o ultimamente que Fernando Dins não ha de exercer oceu) ção de Regente, « que se satisfirão que ontrem o seja. Não ignoro o cuidado que estas «oisas dum a V. Exn, a quem Deus permitta dar Divinos auxílios para se haver com acerto que em tudo costuma seu prudentissimo Zelo, para o bem comnum, so- cogo dos povos « estabelecimento daquelas ruivas, e maior ser- viço de El-Rei, meu sonhor, que tam pouco provimento tem mes- ta comaren, para se poder fuzer algum melhor cumprimento de Justiça. Achome impedido de ir a Sorocaba tratar dos mais prrtienlares que tanto importão em haver n grande desconfinn- qa que os ditos tem do tenente-coronel Jon Antunes o da con- versação que com elle se tenhn; o lhe occultei as de V. Ex, para o Thomé de Lara, e las remetti por um proprio junto

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de V. Exn. Recebi (e muito lhe rondo as E e lhe remeity, o Relogio, e o mais v

não querorá io Fazer do na Pedro du Silva,

curta vivas e logo que chegar o portador de Sorocaba, com V. Exa., pois não posso tratar do outra, ou re-

ptamente com a resposta das cartas de Mannel que até agora não sho apparecidas, e o irmão as man-

procurar, Gaspar de Godoy Moreira está para se receber com a sogra IIS com quem muito selada; é sáti daUA MES dis mãos as enrtas que V. Exa. mandar pelo Padre Anto- de Souza, é isto digo com a corteza de que elles procuram de todas as que V. Exa, remetter para estas minas, o so o o oceultará algúa de que desconficm; como para Fer- o Dias, e assim se haverá V. Exa. com n prevenção neces. sem duvida que se mostrarho muito obrigados ás honras Exa. e dizem mostrarão seu dezempenho com grandeza, menos a sua obediencia no recebimento que pertendem no caminho, na certeza que vn nt monção vin— iii logo faro partir ao Padre André dos Santos para o pratico,

) es hiam som duvida ao sitio dos Penteados o Dr. Ouvidor Geral, de que mostrado contentamento,

o em caminho onda me foram esporurho axpus; porem “» resolução de so retirarem o não fazem; e tambem dou “ao diguo Ministro. Soho Leme disse não ser V. Exa. edor de que elle onvesso ocenpado postos, nem eu subia ; quem lhe representasse fico muito certo no serviço de V. a ea Decos com saude e prosporidade de sen desejo guar- p licissimos annos. Ytú 30 de Mayo de 1723, Beija os “de V. Exa, seu reverente crindo Sebastião Fernandes do

enrta de Lourenço Leme era nssim concebida: Sr. o men Sr —Recebi a carta de V. Exa. e nella incluso mento da provedoria das minas, de que lhe rendo a V. as gmças de tão grande merçe o honra que mo faz, Mas co- e meu Temo abalacemus das minas se mais outro nenhum

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sentido do que dar a saber a V. Exa. e no povo que nós hera= mus obedientes n Sua Magostad e nos seus generaes 6 ministros, e não rebois nem levantados porque n quorermos sello não bus- carinmus meyos tão pncificus como os que buscamus,

Como tão sendo o maior empenho o vermês de que sorte poderá Sua Mugestade que Dens imarde Ser mais vê. mais ser- vido e a ema real fazenda augmentada, e como V. Exa, não ig- mora que nós fomus o verdadeiro enstrnmento para que na son de fernãodo dias. Se fizeSe anomeação de Capitão Mayor gente pois de ontra nebuma Sorte o Serin.

Entendendo que elle poderin exercer o dito carga buscando emtudo o angmento da real fazenda de Sua Majestade que Deus guarde e quictação do povo, achamus que nelle se entondo tudo o contrario, porque nem a real fazenda poderá deixar do perecor, e não ter augmento nenhum, nem o povo deixará de andar Sem- pro embirsçado, notes termos queriamus que V. Tra rop no dito posto de fornãodo dias, outro coalquer homem pois nas ditas minas os não faltão capazes para poderem ocupar o dito posto e fuzem nelle hum grande Serviço a Sua Majestade que

eus gunrde e o povo ficar satisfeito o que não sendo asain fim cara muito duvidoso e contingente o augmento da Real Fazenda. e quistação das minas, porque meu Lrinão João Leme da Silva Se exbime de ocupar a Incumbeneia que V. Exa. lhe encaR- regou-n, achando-lhe eu em tudo rezão; pois ia servir de Capi- tão Mayor Regente em outras ocazioons é não pareco justo que aguora ocupe posto inferior, nestes termos me põe nos da mesma Sorte, em não pader aceitar a mecê e honra que v. exa, me faz, porque em todas ns materias dez.” dar gosto nod.” meo Irmão.

EmecoRendo pºisto as rezoins de Sor mais velho c Ser Sempre Companheiro p*os trabalhos e molestias e descobrimentos o Seia ão pºas bonanças « honras, e fazendo-ma v. exa a mi to grande na mesma forma queria, que men Irmão fusse Satisfeito que elle pell Sua vontado ofica ipuito todas vozos que v exa prover na pessoa de outro conlquer homo, o dito posto de Capit tão Mayor Regente não sendo fernãodo dias pelas resoins que diguo à v exa pois sendo da maneira que esta detrominado usou o dito mou Irmão podemos servir as ocupações quo nos enCaRegua.

tempo, 0 que não faroi novas crdens do v exa 4 quem N 8 guardo felices annos Beiia as mãos de y exa Seu menor Criado

od A mma

e fiel Opto-—Lourenço Leme da Silva, João Leme, na sua corta, abundava em identicas considerações.

Por essas cartas, vêsa que os Lomes recusavam ns nomeações , ratio Dias Falsão cri: comsarvado a logar do /sngll tão mór regente das mivas de Cuyabá; ou porque aspirassem exer- cer q logar por elle ocenpado, ou porque pipe vêl-o rebai- xado da suctoridade de que até então tinha gosado. O qua não padece duvida é que Sebastião F. do Rego, com a habilidade de quo dispunha podia dissuadir os Lemes da resolução tomada é

uadir-lhes que, si o governador assim tinha obrado sra por e que João Leme tinha occupado postos superiores, à por desconhecer u opinito que elles formavam sobro Falcão; 6, conhecedor do estado de espirito de Rodrigo Cesar, assegurar. Mies que tudo se arcanjaria facilmente a contento de ambos ; mas esen solução não lhe quadrava; convindo justamente excitar as disposições dos Lemes e oxploral-as.

Salientar raidosamente que os Lemes fazinm questão da des missão de Fernando Dins Fuleno, contra n opinião e desejos do

ador, era colloeur Fernando Dias Falcão abertamente no

lo deste. Era um auxilio valioso para a politica official o vinha fsvorecer ns traças de Sebastião P. do Rego,

Incontestavelmente essas tres cartas são da lavra exelusiva de Sebastião do Rego: a linguagem adulatoria, que não seria propria dos Lemes, homens rudes e auctoritarios; as expressões ofhicines nellas empregadas; os rodeios tortuosos para expressar a recusa, que elles escroveriam em quatro palavras grosseiri que não escreveriam; a similhança indubitavel do estylo lison- jeiro e sgachado ; tudo fórça n convicção de que,

dous Lomes, ba delles a letra mais incorrecta o n ortho graphia mais pitoresca.

E, é natural que Sebastião FP. do Rego, o amigo, se oflera- ces caroavelmente para normar as respostas a Rodrigo Cesar do Mencate; e, asim so comprebende que, nossas cartas, appaseça insistentemente o aviso, insidiosamente collocado, de pe elles, com toda a pressa, com toda a brevidade, se appara-

ava para a jornada do sertão, dando a ontondor que à ro- cusa era uma desafio, uma declstação de guerra, o que elles se precavinm, pondose fóra do alcance do governador, inter- mando-se no sertão. Porque esse dasafio, se nté então o gover= mador se mostrava tho bom disposto a favor delles? Porque essa

de guerra por uma simples recusa de postos, que olles nho eram obrigados a neceitar ?

Tudo era armado pel perfidia da Sebastião do Rogo, gran- demente interessado na suppressão dos Lemes,

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Na sua carta, a intenção cavillosa de Sebastião PF. do Rego está patente, quando affirma quo não obteve dos Lemes ontra resolução que « de partirem rio abaixo, onde com mars snGur nança iam esperar a ultima resolnção de Rodrigo Cesar de Menezes; accroscontando-lhos ultimamente que Fernando Dias Falcão não vivia de exercer a occupação de Espenio e que se salisfaziam si outrem o fosse,

Conhecendo o temperamento violento da Rodrigo Cesar, fi zia chegar a seus olhos essa vecnsa como uma desobediencia msolente, e patontcava as intenções em quo estavam os Lemes, de, protervamente, se opporem a actos de administração, impe= dindo que fanceionrios exercessem cargos; e necentuando a

avidado dos factos, por não ignorar que essas cousas iam dar lhe cuidado, pedia para elle os divinos aucilios para so haver com o acerto que em tudo costumava o seu prudentissimo zelo ; e habilmente insinnando o descalabro da administração, mostra- va que o bem comum, o socego dos povos, o estabelecimento das minas, o maior serviço de el-rei tinham pouco provimento nesta comarca, e reclamavam algum cumprimento de justiça, Deixando entrever que os Lemes estavam abertamente hostis « prevendo a explosão do governador contrariado, indicava-lhe os meios de fazer a sun correspondencia, sem quo fosse interco- ptada pelos Lemes, porque elle tinha à certeza de que elles pro- curatam saber de todas as cartas que clle mandava para as minas.

Tudo isso devia encharcar de coleras o espirito do nador irritadiço ; mas, antepondo sua politica à sua ira, soube reprimil-as, 6 «resolvem encarragar a Jojo Leme a regência é a Lonrenço a provedoria dos quintos, visto como o seu governo era todo de engonsos ; é rom ORA não devia obrar cousa alguma que não fosse por geito, principalmente não dispondo de forças milituves; e ninda que as tivesse, na conjunctaa presente, va-= lia mais o modo e a industria, corso o demonstrava n sua expo riencin; as cousas estavam tão vidrentas que era necossario cui- dar muto em contentar esses homens, principalmente os Lemes ; porque, voltando elles ús minas com o sequito que nelas tinha, e o mais que so The havia aggregar, por não se compor a, capitania sinão de homens criminosos, fugindo sempre de seguir o partido do el-rei, sem davida se desmancharia o que estava feito é resultaram irremediaveis consequencias; era o caso em que as eircumstancias obrigavam a fazar do ladrão fiel )V. 20, pag: 68. Carta ao vice-roi, do 15 de Junho de 1725).

Essns e outras reflexões salvarimm os Lemes, si não cxis= tisse Sebastião Fernandes do Rego, ou se com este não estives-

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Lemos, om todo o caso adisram os planos de “recebeu do governador a seguinte carta, escri- nte para sor mostrada :

Fernandes do Rego, em a villa de Yeú.

Entregume o ajudante Pedro da Silva a carta de Eres vendo o que me diz, si me offerece responder- lhe louvo muito a boa amizade com Louven-

Leme da Silva e seu irmão Joko Lemo, pois se fa-

os de todi a attenção, mas não posso deixar wa Vmeô de lhes não dizer, ouvindo as suas a pouca ou nenhuma razão, que tinham para A fazer; a é que estando ambos comigo, si não declararam, então, como agora o fazem, no intento de sun pretenção; n 2.º é que en ignorava o emprego que asia ocenpado Joo Lemo da Silva, porque, n cons tar-me, lho não daria patente inferior a que tinha tido; e, em atenção de suns mesmas pessons, consere vava a Fernando Dias Faleão, porque tendo razões com elle de parentesco, seria injurioso offendondo-o ; demais que vindo elle para povoado, como confirmam, ficava substituindo o seu emprego, que é que no raili- tar se pratica; tudo isto dovin Veê. dizec-lhe, porque então suportua à sam queixa, o bom poderiam elles, pela attenção qo me têm tido, não vir-lhes ao ; ento a mais levo desconfiança, porque quando ehego n estimar é para não me arrepender; mas como de meu animo não tem ninda o conhecimento que bus- ta, os não culpo, sendo que me parece sobrava o que a seu respeito tenho tomado sobre mim.

O ajudante fica e o despaço com brovidade, assim para levar a patente para João Leme, como o regi- mento para Lourenço Leme, que quando Ymcô so ausentou estava principiado, e como à sus viagem era para mais tarde o detives 6 o que posso dixer a vmee, que Deus guarde muitos annos. 8. Paulo, 4 de Junho de 1723.

Rodrigo Cesar de Menezes po e Lourenço Leme eserovou tambem cartas egures

Sr, meu—Como pelo ajudante Pedro da Silva, que despeço brevemente com carta para ymce, lhe bei de eseraver com mais vagar, nho digo ngorm o que para

= Qi

então reservo; pa eu é que devia ser o quei- xoso, pois ncbandose na minha presença me não representou o seu intento com que agora me fala, Babendo que por toda: jo dar-lhe gosto como

rimenton e sempre exporimentará. Guarde Deus a ymee.

muitos annos. S, Paulo, 4 de Junho de 1723.

Servidor de ymee: Rodrigo Cesar dv Menezes

O governador de S. Paulo vergara e codera dennte das exigencias dos Lemes, o nomeou João Leme da Silva mestre de Campo Regente das Minas de Cuyabá.

Desapentado “deveria: fear, em Yi, Sebmaiião Formando do Rogo com o caminho que as cousas tomaram ; não contava decerto com tamanha franqueza de Rodrigo Cesar,

CAPITULO 5.º

Aixoa os Teãos Lexes, Novos Muros DE GovERso bm Robii= co Cesar. João Axtuxes Macizi = O ouvinor MANUBL DE Mento Govrsão Maxso.

Até entho Rodrigo Cesar mostrara aponas, uma das modali- dades de seu caracter; a habilidade, e 05 temperilhos, reminiscen- cias do estudante de Coimbra, herança moral de sea tio o bis= po Conde de Arganil, Sebastio Cesar de Menezes; agora ia des- vendar a outra: a violencia soez, habitos de brigadeiros dos re- gimentos de D. João V, herança do outro tio, o geral dos Fran- cisennos, no Algarve, Diogo Cesar do Menozes,

Si os primeiros meios empregados, a dissimulação o a hypo- erisia, tinham produzido resultados profeuos, para o ostabo- lecimento de sun auctoridade, sem duvida, os novos, a tyrannia e a arbitrariedade, completarinm a obra.

Desapontado ficara em Ytú Sebustiho Fernandes do Rego, com a fraqueza do governador; no seu despeito ruminava 08 os meios de levar a cabo a empresa sinistra de se apoderar do ouro dos Lemes, que como seu oliva, é que seu havia de ficar.

Para elle Lavia apenas um adiamento é Lreve; porque sa- bia que as exprossões amistosas do governador, na carta nos Le- mes, não tinham sentido, eram bolas pandas de ar, que elle com fncilidade furarin.

Voltou immedintamente a S. Paulo, onde conferencion com o governador.

da industria. lustrara os principaes dis- informações, que

Oeccorria ainda que Falcão o Maciel eram eunbados de Lou- Leme; e, em caso de rompimento, a família de Thomé do sogro commun d'elles, fenria neutral ou contra os Lemes.

ainda o mestre de campo Balthazar Ribeiro da Mo-

Antonio Fernandes de Abreu, filho do assassinado « os seus

tes, os de João Cabral, todos contra os Lemes. O caso pois,

va muito de figura.

-E v. exa.

el-rei para

E”

Essas informações calarinm profundamente no animo de Ro- drigo Cesar; mas o capitão-general não podia decentemente tomar novo caminho, por ter escolhido esses homens para postos de confiança o de honra, é solicitado no roi o pordão do sous erimos,

Sebastião F. do Rego suggeriria então o plano salvador,

Do morto Antonio Fernandes de Abreu, de Yti, ficou um filho, de egual nome, que se retirou para as Geraes; manda-se secretamente chamal-o, afim de que, pela morto do seu pac, queixa contra os Lemes, perante o cuvidor Godinho Manso.

E, enquanto, com Eno o segredo se formava o processo, elle Sebastião do Rego, que possuia a confiança dos dois sertanistas e corria com algumas de suas encommendas, as ia demorando, para que elles não se retirassem para o sertão, pudesse à pri= são ser eflectunda em Ytá, em virtude de processo requerido por

e.

"Tanto não era preciso para que Rodrigo Cesar se conven- cesso da excellencia do plano; e, na grando alegria de achar as cousas tão bem dispostas para vingança das humilhações sofridas, para desatar o seu temperamento que se violentava nos engon- sos do governo, para dar omfim um exemplo estrondoso de sua auctoridade, não reparava siquer no interesso que Sebastião do Rego punha no negocio. via os dois Lemes, os mais pode- rosos, os mais temidos, presos miseravelmento, rondidos ds suas mãos ; pensava até em os fazer justiçar alli mesmo, na praça publica de S, Paulo, como aviso sinistro o escarmento cruel aos outros paulistas.

Snfloenr na alma sertanista a altivez, extirpar, por violencias, o espirito de aventura, que em n afirmação do caracter paulista nos seculos XVI e XVII, esmagar esses sequitos poderosos, xojar os seus chefes de rastros, tremulos e acobardados nas salas de palacio, er o projecto que triumpbava no son espirito ferrenho, era o projecto que triumpharia na capitania,

Era um golpo de mestre para intimidar, para cortar certa q soltura com que todos viviam no Brasil, e a liberdade de que abusavam os paulistas; esta não se destruia com outra cousa que com o poder, finalizava as suas reflexões,

A estroiteza do animo violento de Rodrigo Cesar não dei- xava ver, que esses mesmos sequitos, essa mesma altivoz, esse viver aventuroso tinham conquistado o sertão e o gentio, alar- gando os dominios da corõa portugueza, e arrancando do solo o ouro, cujos quintos canalizados para Lisbõa, bastayam a todas as loucuras fradescas e devassus de d. João V, o monarcha asia- tico.

o dxisea o plano suggerido por Sebastião

Minas fi chamado Antonio Fernandes Abren que, se- otecção do governador, deu queixa contra os Lemes, morte de scu pac, como das mais violencias por elles

; feito pelo ouvidor geral, Manocl do Mello Go= DR isanoo estcra a delio sisda draiipinoo. Em Ytú, os novos poderes supremos das minas de Cuyabá vram tranquillamente, fiados das marcas de distineção e n de amizade recebidas de Rodrigo Cesar; «, com in- e bia esperavam us suas encommendas que Sebastião com falas amigas, ia demorando, para dar tempo á con- o do processo, is as consas—obtida ordem de prisão passada pelo r Godinho, apalavradas us pessoas importantes da capita- restavam á diligencia, puxadas as forças dus for- de Santos—traton-se da execução final do plano. pesar de tudo os adversários eram respeitaveis o toda a era indispensavol; e, assim, om amxilio da violencia, ya-se a traição cobarde, “Setembro, o mez do reverdecimento das arvores, da reno- da vido, ia em moio, quando a Ytú chogaram as forças 8 À prisão dos Lemos; eram ellas—35 soldados da guar- do Santos, commandados pelo ajudante do tenente, João do Valle, ns ordenanças de Sorocaba, sob o mando de tunes Mncic], com seus homens e escravos, as ordenan— Parahyba, as do Ytú, todas sob n direcção suprema do Sis Aitoo quê ei” prssdás prágidia “& cdilganedo Cesar d a=se ficar em S. Paulo: mas na ordem 5 tombro de 1723, dispuzera o ataque é o cerco; to- deviam obediencia ao ouvidor Godinho Manso; c o cerco, so praticava no militar, seria feito de modo a não deixar r hir pesson alguma; e, em caso de assalto, a van- das ordenanças, ficando a melhor gente, na- n os los de Santos, na rectaguarda, em reserva ara qualquer incidente. hegadas a Ytú, as forças se emboscaram á espera da noiter 4 qual lhes seria dado o signal de ataque por Sebastião - Esto tinha ido antes, em visita amavol aos seus poderosos 08, que o rins magnificamente, regalando, como con- “valido do governador.

ca E) ==

* Ofereceram-lhe banquete, no qual as iguarias oram abun- dantes é os vinhos generosos,

Adi, nessa intimidade suave e agradavel que convidava a expansões, Sobastião do Rego amiudava brindes, tentando em- brigar os seus convivas, valentes tambem à mesa.

Terminada a ceia procuraram repouso: o silencio do uma casa que adormece, a ceia Inuta, a tranquilidade de espirito para logo trouxeram somno profundo nos despreoceupados Lemes.

Então Sebastião do Rogo, que antes vorificira haver na casa alguma gente de serviço, cautelosamento foi no cabido armas, descarregou-as, e tirando aesim a possibilidade de qual= quer defesa, deu 0 signal convencionado.

A noite, em madrugada, era calma u macia.

As forças fizeram silenciosas o cerco da casa, cingindo-a em diversos cordões, tal a quantidade de soldados; depois, com gran- de estrondo de armas, penetraram dentro aos gritos de: « Em nome de al-pei », « ordem de prisão do dr. ouvidor ».

Com ossa abalroada acordaram os Lemes, precipitaram-se para armas 6 encontraram-nas descarregadas.

Sebastião do Rego, .. exclamaria um, h

Miseravel traidor !, ., responderia o outro, |

Instinctiyamente apagaram as luzes, e fez-se o escuro, que devia gerar a confusão.

'Travou-se a lueta entre os sitiantes e os familiaros da casa; estrondaram as armas nos brados do ouvidor, el-rei, prisão, formidavel tiroteio sacudiu a pncatez de Ytú, abalando-lho quietude habitual.

Comprehendendo a impossibilidade de se defenderem com exito, 0s dois truidos viram na fuga a salvação unica; Joho Leme rompeu o cerco saltando os muros do quintal, e Lourenço | rosolutamente arrancou por entre a multidão que cngasgava a porta, atravessou-a, ferindo-se levemente em uma das mãos.

Protegidos pelas sombras da noite, os dois irmãos consejgui- | ram escapar-se, ajuntando-se ponco ndeante; e, calados, com a raiva no coração, indignados com a perdia de Sobastião do Rogo, espantados com a dobrez do governador, jurando vingança do ouvidor, de ceroulas e camisa, como da cama haviam sabi em desapoderado galope caminharam para Ararytaguaba. |

Ao longe ainda ouviam, perdidos, os échos dos ultimos tiros.

Na casa cessou o ntaque; cinco escravos mortos, sete feridos, emaprehonsho de alfaias foram os resultados da diligencia,

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frnctifera para Sebastião do Rego que socegava folgando; pois o governador empenhára-se em vereda sem volta, 6 o ouro dos Lemes, presos ou perseguidos, não era mais dos Lemes.

Em S. Paulo, Rodrigo Cesar publicava bardo:

Rodrigo Cesar de Menezes, ete.

Por ser conveniente ao serviço de Sua Magestade, que Deus guarde, v prenderem-se os regulos Lourenço Leme da Silva é João Leme da Silva, e se evitarem as mortes, roubos e insolen- cias, que têm causado nas novas minas de Cuynbá, ordeno é mando a todos os moradores, de qualquer estado é condição que sejam, das villas de Ytú o Sorocaba, e de qualquer outra desta capitania, dêm toda a ajuda e favor, que lhes tor pedido, para serem presos ou mortos os ditos regulos; e todo que os matar, sendo Tranco, ficará perdoado de qualquer crime que tiver, não sendo de lesa-magestado divina ou humana e, não tendo crime, se lhe darão 4008000 é o mesmo se dará a qualquer bastardo, indio ou preto fôrro, e sendo escravo, ficará livre; e todos os moradores ou outras quaesquer pessoas desta capitania ou de fóra que nella se acharem, brancos ou negros, que derem ajuda e favor aos ditos regulos Lourenço Leme da Silva e João Leme da Silva, incorrerão no crime de traidores á coroa de el-rei, mem senhor, e lhe serão confiscados todos os seus bens para a fazen- da real, é incorrerão em todas as mais penas que são impostas em similhantes casos. E para chegar a noticia a todos e não poder ninguem allegar ignorancia, em tempo algum, mandei fa- zer este bando, etc., etc.

S. Paulo, 15 de Sotembro de 1728. Rodrigo Cesar de Menezes.

Ahi Rodrigo Cesar se arrogava todos os poderes majestati- cos: ordens de prisão, decretos de morte, confiscos de bens, con- cessão de liberdade, perdão de crimes, distribuição de premios pecuniarios.

Falava em prisão, mas ordenava a morte: quem prendesse os Lemes premio algum receberin; mas, quem os matasse fica- ria perdoado dos crimes que tivesse, ganharia premios, ficaria livre, se escravo fosse.

Era a determinação e a solicitação do assassinato por todos os meios; o galardão, a ameaça, a ordem expressa a todos da capitania e áquelles mesmo que, nella, estivessem de passagem.

Pelas ruas de S. Paulo, ao rufar de tambores, berravam os

Bh mastins de palneio us penas inauditas do famoso bando. Em Ytú, Sorocaba, Parnalyba, renetia-o a mesma scena do E Rodrigo Cesar jogava a capitania inteira do 8, Panlo con tra 08 Lemes, sob pena do traição à corõa, confisco de bons e mais penas que em similhantos casos são impostas.

Era o regimon do terror.

Começon então a caçada feroz, sem troguas nem piedade, contra os dois paulistas, que tinham tido a ingenuidade de nove - ditar na palavra da auctoridade portugueza,

Em Ararytaguaba, os Lemes conseguiram reunir, à pressa, vinte e tantas pessoas, com cavallos e algumas arimas.

O seu intento era, nataralmento, reorganizar o sou sequito de homens d'armas, arranjar remadores para as suns vinte 6 pon cas eunôas e seguir o Tietê abaixo, em demanda do sertão.

Mas, atacados de improviso, —não tendo provisões de bocen mem de guern, com a maior parto de seus homens espalhados, —bem criticas eram as circumstancias dos dois Lemes, quando dois dias após o cerco em Ytú, lhes chegou a nova de que o ouvidor Godinho Manso, à frente das tropas, vinha atacal-os.

Impotontos para a lucta immediata, prefariram internar-se ma matt, por picadas feitas ú força de machados, por onde trans- portassem cavalos e munições.

Querendo, porém, siguificar o seu dasprezo pelo ouvidor Go- dinho o pola gonto que o acompanhava, aflizaram, nas picadas, carteis do desaho petulante, onde se lia :—«Si o ouvidor aqu vier, este é 0 caminho.

Entretanto, à feente do numerosas tropas, chegou a Arary— tagunba Godinho Manso que das Lemes encontrou o enrtal provocador :— «Si o ouvidor aqui vier, este é o caminhos.

Raivoso, mandou destruir as vinte e tantas candas que es- tavam no porto ; «, se aquelle era 0 caminho, dispoz-se u seguilo.

Beam 4 horas da tarde, quando nu picada, que nleançava obra de meia legua, uma sentinclia ahi postnda pelos Lemes, deu o alarme, grito ultimo da sua vida, porque aliar da arrancada por wa descarga da tropa que avançava rapida.

O redneto doa fugitivos foi atacado vigorosamente, sendo aprisionadas vinte e poucas pessoas, com armas, cavallos o ba-

gens ; ns os Lemes mais uma ver conseguiram escapar-so, sem que ninguem os tivesse visto.

Esse successo, incompleto embora, cortava aos Lemes a provavel retirada para Coyabá, e insulava-os na matta do Ararytaguaba, onde, continuando à caçada, nho er diffeil pre- ver-lhes o resultado,

e Bim

A capitania estava paralyzada pela surpreza é pelo modo; sufocada por essa enscenação violenta de ernoldades desusadas, mãio doixava ver um protesto, um vislumbra siquer do revolta, do brio ofendido, quo fizesse receinr uma contlngração para evi- tar a caçada torpe a dous paulistas que, embora grandes cri- minosos, eram os mis respeitados peln sun riqueza e pelos sens eliontes, 6 se achavam ligados, pelos laços de sangue, aos principaos habitantes de S. Paulo,

ais tranquilo quanto à tolerancia paulista, o govormador angmentava a energin de suas providencias, temperando-as ainda com afngos n cosa gente, que desprezava mas que ainda temia. Esrolava a sua espada na batina coimbra.

Ao mestre de enmpo, Balthazar Ribeiro de Mornes, no sam

to-mór, Antonio Femandes de Abreu, ao capitão João Rodri- gues do Valle, agradeceu pressurosmente os serviços prestados no cerco de Ytá, e encarregon-lhes novos, no Cnyabá, receiando apesar de tudo, que os dous infelizes conseguissem chegar,

Para essas minas escrovou annunciando que «os exccrandos eubominaveis delictos de Lourenço e João Leme, que enchia o sertão e ns villas de clamoves de justiça, tinham-no obrigado go merecido para ntalhar maiores damnos e poupar aos panlistas (santo interesso!) egnaes afirontas, »

Baltbazar de Moraes, A, Fernandes de Abreu e João Rodri- ques, portadores de mm bando, reprodneção mais vislenta do de 15 de Setembro, partiram para o Cuyabá em caróas que a go- veruador mandara apromptar,

Segundo as determinações de um regimento, adrede pre- parado, haviam de tomar posso do sitio de Camapuam e de tudo que alli houvesse portencento nos Lemes, confiscando para a far zonda real; ahi deixariam gente para a colheita dos mantimen- tos; prondoriam Domingos Leme, irmão das victimas, e todas as mais pessoas que encontrassem, remettendoos para 5, Panlo por A. Fernandes de Abreu ou por pessor de confiança: em Cuyal receberiam de Antão Leme, outro irmão, um negro e um carijó; arrecndarinm todo o ouro pertencento nos Lemos, 6 bem assim todos os creditos, cuja cobrança promoveriam, e muis haveres que achassem.

Pelo caminho, à todas as tropas, a todos os roceiros, a todns as (cepa emfim. intimariam do bando, afim de que fossem conhecidas” ns smas ordens e as penas, cm quo incorerinm, si prestassom ajuda o favor nos dous regulos.

Na capitania de 8. Panlo soprava um vento de descontinm- quo de pavor.

A morte dos Lemes pairava nos aros com a tenacidade das idéas fixas; não se falava de outra cousa, não se discutia outro assumpto.

Os escravos, os negros arrancados das adustas costas da Afrieu, olbnvam e procuravam essa morte como a sun carta de alforria, a libardade que os restituíria nos paúes da Angola e Guiné, para elles o logar abençoado de seu nascimento,

Os criminosos de todas as origens buscavam-na como a agua Mastral, que 05 limpuria dos outros crimes o lhes traria impar nidade.

Alguns, despidos de eserapnlos, com a alma vasia de son-

timontos de bumanidado e a ambição a ferverlhes em todos 08

pés esfalfavam-se para conseguir os 4008000, premio das ca- los Lemes.

Uns por odio nos Lemes, tinham algama ofensa inulta, a maior parto por modo, deunte das penas de traição à corôn de el-rei, do confisco de bens, e das outras que em tres casos amo impostas, sentença vaga e mysteriosa que maior pavor infandia, panham-se abertamente ao lado do governador, fornecendo gon- to, prestando serviços pessones.

A paz da familia paulista estava quebrada, despedaçada; a intriga imperava traiçoeira e covarde; vinganças mesquinhas eram «xorcidas; denuncias anonymas de que Fulano era a fa mer dos Lemes, Beltrano dava-lhes ajuda, chegavam no gover- nador.

Sebastião F, do Rogo, conhecido pela sus privança em Pa- lacio, era incansavel em divulgar esses boatos, que augmenta- vam o terror e traziam a população em continuo sobresalto: por um moço de soa casa, mandou dizer a Francisco Rodriguos Pen- tendo, que o governador estava informado do que ollo fzora a Lourenço Leme uma carta de aviso.

O eapitão Matheus de Mattos dizia publicamente, que Ros drigo Cesnr estava no par e muito molestado com o nuxilio, que Manuel Corrôn Páciindo dava nos Lemes,

Desses homens, descendentes do sertanistas gloriosos, o go- vernador recebus cartas de desculpas, de submissão, em lingua- gem servil e desprozivel; raprasentantos, os proprios fllhns, des- ses chofas de familia respeitados iam e! esson rolarse nos do governador, significar-lho a sun eujoição, a sun lealdade, o desejo de ngradar-lhe; e, num rebaixamento que deixa a magua no coração, manifestar-lhe que estavam promptos para prender os proprios filhos, comtanto que isso dásse prazer á nobilissima pessoa do representanto do D. Joho V, cujos pás boijavam.

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Mesmo assim ninguem se julgava em segurança; desconfia. vam de todos, suspeitavam uns dos outros. No interior das ca- sas as conversações emmudeciam, as pessoas calavam-se receio- sas de se comprometter.

As ordenanças das principaes villas estavam em armas; a guarnição de Santos ostentava o seu luzimento pelas ruas da capital; e ainda o governador falava de puxar a infanteria do Rio de Janeiro, e alludia frequentemente a seu irmão, o vice- rei.

E tudo isso era nada; o principal era que o governador, com um simples bando e alguns mfos de caixa, podia quebrar a sujeição secular dos escravos, mandando que matassem seus senhores, para adquirir a liberdade; podia açular todos os cri- minosos da capitania contra um chefa de familia, promettendo- lhes o perdão de crimes, so fizessem mais um crime; podia ex- citar no homicidio aqueles que ainda não eram criminosos, pondo cabeças a premio, pago com us bens confiseados das pro- prias victimas.

Era isso que se sentia, que se respirava, é ninguem espe- rava remedio; porque todas essas violencias eram dirigidas con- tra os Lemes, opulentos e poderosos, e que tinham recebido ma- nifestações inequivocas de estima do governador.

Na Matta de Ararytaguaba continuava a caçada, sob a di- recção infatigavel do ouvidor Godinho Manso, que esporeado por Sebastião F. do Rego, e por aquello desnio— «Se o ouvidor aqui vier, este é o caminhos desenvolvia zelo, que dava na vista e que, mais tarde, mereceria de Rodrigo Cesar louvores e belas referencias a elrei.

Mandara vir habeis trilbadores da matta, para a deyassa- rem, índios cujo faro passava o dos cães; um sobretudo, de nome Cavichy, escravo que era dos Lemes, prestava serviços admiraveis.

A matta era assim batida, palmo a palmo, esquadrinhada em todos os recantos, percorrida em todas as veredas ; mas os Lemes tinham desapparecido sem deixar signal, como desaparece a rama! dentada as rompée: do acl,

Duráva, comtudo, essa caçada humana havia 26 dias, sem resultados; João e Lourenço Leme, abandonados sem armas, sequalidos, m 88 roupas rasgadas por espinhos, a pello dilace-

a por cipós e galhos de arvores; emmagrecidos, alimentando se unicamente de raizes é palmitos, continuavam A esconder so na matta.

En rm

Porventura começava o desanimo a entrardhes na alma. Joho Leme, um dis, resolveu acolher-se ao sitio de sam ma Epa Marin do Chaves, o qual era por alli, nas margons do

té.

A sua chegada a esse sitio produziu o efeito de mma bom- ba; a velha, meio imbecilisada pelo terror, tremeu, vendo em cima de si as penas terrivois dos bandos do governador; vo sada, a mesquinha mandon guizar um jantar para seu áfilhado, e fez aviso ao ouvidor Godinho, que, com as tropas, não estava longo.

Relatiramênte tranquillo, com um ss de alívio, João Lome começou o seu jantar; levantou um olhar doseuidado para o rio que corria proximo ...

—Que? Fardas ? Soldados 2 Era o cerco de novo!

O onvidor recobora o aviso com um grito de triumpho, O sem perder um instante fora pôr cerco á casa.

endo-se João Leme tenhido, por um movimento instineti= vo, acommnetteu contra a linha de soldados e, vnloroso ainda, conseguiu rompel-a e lançar-se ao Tietê a tropa foi no encal- «o dello « fez-lhe uma descarga que o attinziu, mas que não o matom, porque elle continuou a nadar.

Em sun perseguição, Covíchy, rapido, ativou-so tambem ao rio.

João Leme continuava a Drace jar, com ancia, deixando atraz de si uma esteira de sangue que avermelhava as aguas do Tie- té: visivolmento sa enfiaqueeia, ia talvez se afandar, morrer ali mesmo, mas o desespero lho deu novas forças e nim arranco supremo conseguiu agarrar-se no barranco do rio, suspendor-so e ganhar a margem opposta.

Perto estava n mntta... Era a salvação? |

Não; Cavichy, forto, vigoroso, terrivel, tamnem pendura- | va-so do barranco, suspendinee

Uma nuvem amortalhow os olhos de João Leme titubeante; com as forças exgottadas pelo excesso de nadar, pelo sangue que corria de suas feridas, onfraquecido por uma alimontação insuf- ficiente durante 26 dias; abandonado o trabido pelos sous, per- seguido a tiros como uma besta feroz, sem armas, para que ya lina fuga?

Podia ganhar a matta; mas Cavichy, enja audncia e cuja grando pratica de trilhador muito conhecia, estava no seu en- calço; convencewse de que não podia se escapar. /

Um desalento doido apertou-lhe o coração, e logo um gran- do descsporo, quando vio Caciehy apanhar a margem e atirar- so para ello.

me Nm,

“com o envijó, ambos ennovellaram-se, rolaram no cta titanica vizinha da morte,

outros da tropa tambem atravessaram o rio em auxilio Hut, é Joho Leme foi preso,

- Es prisão de João Leme da Silva veiu dar novo alento aos empenhavam na diligencia.

apparecora no sítio de Maria Chaves, Lourenço não

estar longe. O ouvidor Godinho banhava-so em alegeia=stinha vindo e “nebndo o caminhos—s continunria a soguil-o até encon- 9 outro fugitivo. de facto, a mata foi batida e trilhada com afan novo, tro de dias a tropa so achou à vista da casa da de Nosé Cardoso; nesta, dous homens dormiam. n Lourenço Leite « um índio, que so lhe conservara infortunio ; cansados, esfalfados, dormiam pesadamente, “Os da tropa so consultaram ; nada de cerco, quo os homens jam sempre, e assim er nm nunca acabar; o melhor lisar, alli, com uma descarga, que puzesso cobro a essas neias fatigantes. Silenciosos levaram as armas à cara. Ouviuse uma des- as balas das escopozas forum se alojar nos corpos ador-

O cadaver do Lourenço Lopes da Silva foi transportado Yui, onde recebeu sepultura na egreja do convento do

- João Temo da Silva foi lovado para a fortaleza do Santos, a Bahia, ondo foi degolado nesse mesmo anno

“E Pedro Leme, o cumplice do seus primos?

esse ninguem se importo, sem duvida, por não pe que excitassem a cobiça dos potentados; a pobre-

e gurântia da vida,

todrigo Cesnr no rei e ao vice rei, em uma especie de cir- deu conta da empresa gloriosa. -Em o novo descobrimento das minas do Cuyabá assis us homens irmãos, ou para melhor dizor, duas feras, que o merecem as tyrannias de que usavam, o porque se a atalhalas, npplicando-lhe o remedio conveniente, o in difficultoso nquella distancia, e como elles resolye-

p= -

ram a vir 4 povoado se refazer do preciso ae assistirem na- uelle Certão, tendo em a cortoza da sua chegada convoquel as- sim 03 homens bons desta capitania, como o ouvidor geral, o Procurador da Corda, o à Cumara e todos uniformemente con vieram em que os mandasse vir a minha presença, não para onvilos mas para reprebendel.os o que fiz, e chegando n fulmr mo lhes mostrei que hera general, no que lhe disso, não faltan- do a tudo aquillo, que me pareceu necescario para fazer-lhe co- alpose o poder qua tlnua ponto: toada 0a Sra é SEA hua larga pratica, que lhe fiz, procurarão destruir parte eulpas, que se lhe imputarão mostrando arrependimento das que tinham e promettondo emendar aquela soltura com quo cos- tumavam viver so que os despedi dibendo, que se procedessem como deviam e fizessem serviço a S. Magestade que Deus guar- do seriam attendidos. Passados alguns dias procurando pessoa capaz da incumbencia da Cobrança dos quintos naquellas minas, emquanto eu a ellas não passava assentaram todos os que acima nomeio ser mui conveniente prover por hora aquella occupação em um dos dons Irmãos, assim por ser mais capaz de ter ré= forma, como porque o sou respeito facilitaria melhor a cobran- a, o attendendo ao que me representaram por não aeharlho outro remedio mandei passar a provisão tornando a repetir-lho as advertencias precisas, para o melhor procedimento, e remeti- ih o aaonmiib oa 'o male valé ca dem coração. fio om respondeu com tal desattenção como à de mandarmo dizer, que não lhe ficava lugar para neceitar o provimento senão acomo- dasse n seu Irmão em o porto de Manoel de Campo Regente, e que me ficasse embora pois elles se embarcarão para seguir sua vingem, cuja resolução, e insolencia me despertarão para logo darlhe o castigo que merecião, porém a distancia em que se achavão, que hero mais de trinta Jeguas, e a multidao de escravos, e gentios criminosos que tinhão, e as poucas forças com que ou me achava fasia cotardar aquella demonstração que a sua infedilidade pedia, em cujos termos me vali ds industria, e do modo, que em tues casos podem mais que a mesma força, o assim obsiguei a quem lhe corria com as suas encommendas, para que lhe as fosse demorando emquanto ou me prevenin pa ru u execução do castigo, e porque ao mesmo tempo me havia chegado um proprio fidedigno que eu tinha mandado aquele descobrimento, a examinar o que era preciso saber, declarou os delictos que naquello certão, e pelo Caminho havião foito cor tificando o logo muitas tropas que à elle seguirão; 6 como ain- no sitio em que estavão, aqui em povondo continuarão 08 mesmos absurdos sem se lembrarem que ou estava neste logar

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juntamente da justiça, dizendo que não haveria

quo os prendesse, mesas circumstancias me obri- » demorar-lho o Castigo, e tondo tudo disposto na para não poderem escapor, consegui pelo confi- quem me havia declarado, tellos ambos em hits casa hora destinada envestilos, tomm tambem suce- a muita confiança dos que lovarão ordem para pren- esusa do fugirem, hindo um com a mão quebrada, ambos para sous citios, que erdo casas fortos,

am estendas incubertas com abida para o Rio halli m a tocar caixas, é a disparar armas, dizando que os prender, ao quo logo promptamento mandei destruirlhe tantas cunous, que tinbam para seguir viagem, man- y os banir, e ordenando no Desembargador Ouvidor geral ta de Thenente com trinta e cinco soldados, que guarnição da praça de Santos, e algumas ordenanças nas cosas fortes em que estavam, o que não espera- se vesolverho n meterse no muto, que para elles e a pra- Bolgrado, escolhendo terreno por sun natureza deficultoso so entrar, em o qual puzeram todas as suas monições ora é Cavalos e escravos, pata estavão m, as quatro horas

r que se Ibo prezionarão de setenta almas, entro escravos, e gentios armas e ca- e toda a mais bagagem escapando elles fugindo precita- e como lhe havia mandado por um cerco, por toda a par. *, nho tendo por onde sabir estiverão vinte, e seis dias dentro o sustentandosse de palmitos, e alguas ruizos e pondo 7 runção foi percizada hum depois de perse- lançasse so rio, nadando, e mergulhando, e sem duvida

ae dous soldados o não pia que em breve tempo carão, este flca preso na fortaleza de Santos, e outro pas- amais alguns dias, como o ceseo durava, o os trilhadores o não ino, dando com elle e com hum unico Bugre, o acompanhava, sondo as suas armas duas pistollns, e hua nho ndo se renderem os obrigou dous tiros que den- mein hora perderão ú vida. Parece me que posso dizer Exa. pa dumnozas consequencias que no seguito da vi tes log pequenos serviços que na

E

dosso com muito valor, zelo e actividade e assim espero que V. Exa. lho agradeça, porque se fas digno de toda a

e coma está tirando a AEDES verá V. Exa. entretanto parte das culpas que remeto,

preciso dizer a V, Exa, o que tenho representado a Sua Mugestado, que Deus guarde, o quanto necessario hu companhia de Cavallos nesta Cidade e como ha quem a levante com as conveniências á fazenda real, que mandei dizer, não devo. baver razão que embaraco fazerce, o V. Exa. muito bem sabe que em parte algãa se conserva o respeito, se fas bom servis sem força, e o meu estivera arrisendo se me não valer dar a entender muitas vezes, que puxarei um terço de infante- ria do Rio de Janeiro para assim os intimidar, No Brasil vivem todos com a soltura que V. Exa. não ignora, é os Paulistas com mais liberdade que todos, e esta não se destroe com outra cousa que com o poder

S. Puulo, 80 de Outubro de 1723.

Rodrigo Cesar de Menezes.

Obscura, contradictoria, mentirosa e perversa era casa cir= eular, por ondo historiadores graves fizeram a narração do acon= tocimento.

Como quer que fosse, o procedimento do capitão general foi aprovado e louvado por D. Jodo V.

Rae alin Tao rode una eae capitania de 5, Paulo, e que para sempre deixou em sangus o coração dos paulistas, não «stava ainda terminada.

O governador, precisando de um cpilogo condigno que à rematasse, pondo o terror em todas as casas e o espanto em todos os corações, mandou abrir uma devassa geral para apurar a ros pena ade daquelles que se tinham mostrado favoraveis aos

emes,

Era isso o lance de uma vêdo enorme, em cujas malhas de- vastadoras cabiria todo o mundo, si a intenção do governador nho fosse apenas intimidar, para humilhar.

Rodrigo Cesar de Menezes tinha vencido: tinha destruido a liberdade; tinha mostrado o que cra o seu poder; nas salas de Púlacio em 8. Paulo, tinha visto os representantes das principaes umílias paulistas, tremulos e ncobardados, a desfuzerem-se em doseulpas.

folgava, porém, com tado isso, era Sebastião Fernan- mais babil o o a a que, nos tem- “assolou 8. Paulo. Esse sim, é que exultava, pois enminharam á medida dos desejos delle, vealizan= planos delinendos, dos por mão de justiça, não existiam os Lomes; pesava as arrobas de ouro, que tinham sido delles, pertenciam. k q o em ponco os seus bens teriam um valor superior a amil cruzad

ntariado em seguida o confisco feito nos Lemes, apurou-

us o que fôra apprehendido em Cuyabã, Camapuan e os

indios, cavallos o bagagens tomados em Araratyguaba é juso fo! recolhido à fazenda renl, em 1725.

que estava em poder de Sebastião do Rego sumiu-se,

o apenas a 544 oitavas de onro; quantia essa mesma

or 4 quo deviam os Lemes polos dizimos, segundo declara-

ya O proprio Sebastião, a esse tompo, arrematante desse con—

Apezar dos officios do governador ao ouvidor; deste a Se- ho do Rego; do Sebastião do Rego quelle, nada mais se e mada mais se procurou achar. - Domingos da Silva Leme, que continuava preso e com todos TOR + 86 conseguira à liberdado em 1724, o ordem à restituição dos bens em 1.º de Julho de 1725, Distribuiram-se então as recompensas, Sebastião Fernandes do Rego, que tinha obtido a arre- nção dos dizimos reues das minas de Cuyabi, não quiz hon- 5 em 16 de Agosto de 1%24, fez-se nomear provedor dos os em Ytá. Não so contentando com os rendimentos do seu cargo, co- p nessa casa de quintos, a fazer dinheiro por todos os intava por conta propria, e de tal maneira, que os tos, que tinham pago esse imposto em Ytú, viam rigados a l-o de novo em São Paulo; é força intima- mineiros a venderem, por Espa muito inferior ao nte, todo o ouro que traziam, e, allegando o seu trabalho, “um ainda extorquia duas oitavas. João Rodrigues do Valle pediu o govemador que fos- lo mais um posto de tenente de mestre de campo gene-

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za], visto como, na empresa da prisão e morte dos Lemes, exe- emtou us ordens promptidao, portando-se nellas com valor.

Para Joho Antunes Maciel obteve um habito de Christo, com 50S000 de tença aomual, pesa nos rendimentos das minas de Cuyabá; em 28 de Junho de 1724, por patente laudatoria. dos serviços prestados na captura e morte dos Lemes, nomeon-o superintendente das minas de Cuyabá.

Para o onvidor Godinho Manso, chamou a attenção real de que se fazia digno.

A Fernando Dins Falcão, que se achava em Sho Paulo e que talves involuntarismente, apenas prestára o serviço da neutralidade, perdoou em 13 de Janeiro de 1724, todos 05 eri- mes que tivesse; fez de esponja ociosa limpando o passado de Falcão, que o tinha puro, pois não consta que tivesse praticado erimo algum.

Em 27 de Abril de 1724, nomeowo enpitão-mór regente das minas de Cuyabá, posto que com o nome de cabo-maior, elle exereiu por eleição popular.

Nao se esquecendo de si mesmo, nho se futigou O governa dor de solicitar a sttenção do rei pura seus incomparáveis ser- viços, no oliminação dos Lemes, um dos maiores que so tinha praticado na America.

CAPITULO

As mixas Dm Govaz. BarrnoLomsu Bueno DA SILVA, O SmGUNDO ASHASGUNRA, SUA TENACIDADE. João Lerre DA Siva Orig MaARTYRIOS INTANGIVEIS.

Enquanto a capitania de B. Paulo, apavorada, assistia ao enterramento do seu glorioso passado, Bartholomeu Bueno Silva, homem de ontros tempos, « POR SUAS ACÇÕES VALOROSAS SE JA A LELDA MORTE LIBE TANDO,>

Nas veias de Bartholomeu Bueno da Silva circulava o sangue hespanhol, misturado o portugues, do envolta com O indigena.

Bartholomeu Bueno da Ribeira, hespanhol de Sevilha, na Andaluzia, estabelecendo-se em 8, Paulo, em 1571, casou com Maria Pires, que remontar n sua ascendencia até Antonio Ro- drigues, unido a uma filha de Pequiroby, o maioral de Uraraby, no tempo da chegada de Martim Afonso de Souza à S. Vicente.

Desse Bartholomeu da Hibeira foi filho Amador Bueno que, em 1641, us restusração poriugueza, sensatamente regeitou a

97—

realeza que lhe foi offerecida pelos filhos de S. Paulo; realeza (1) ephemera que, se distinguia Amador entre os seus contem- poraneos, não tinha outro elemento de triumpho que o enthu- siasmo pairiotiso dos paulistas ou o sentimento hespanhol dos genros hespanhoes do acclamado.

Do Acclamado, que esse nome lhe conservou a historia, foi irmão Francisco Bneno, pae de Bartholomeu Bueno da Silva, o primeiro Anhanguéra, o diabo-velho.

A fazer entradas no sertão, para descer indios, mistér pre- dilecto em que se comprazia o seu gemio fogoso e aventureiro, passou o primeiro Anhanguéra a sua vid inteira.

Forte, valente, com um olho furado, a physionomia terrivel, conhecedor da lingua e dos costumes barbaros dos indigenas, elle domava por farças aquelles que suas armas não venciam

Em uma feita, para subjugar a indios, que resistiam tenaz- mente a seus ataques, gritou-lhes que os mataria á sêde, si quizesse, pois tinha o poder de queimar as aguas, acabando com os rios.

Acto continuo, lançou na rocha quantidade de aguardente, ateou-lhe fogo e logo, com ruido crepitante, ns labareddas celeres lamberam o chão.

Os indios, tremulos e espavoridos, exclamavam— Anhanguéra —e entregavam-se sem resistencia, reconhecendo-se impotentes para luctar com o diabo-velho, que lhes appurecia encarnado naquelle invasor de feroz aspecto.

Desde os 14 annos de edade, cursando rios, escalando mon- tanhas, Bartholomeu Bueno da Silva, filho do Anhanguéra é herdeiro de sen appellido, frequentava os sertões, afiando uma vontade de aço, enrijando musculos que não conheciam cansaço.

A região central do Brazil, ahi onde nuscem pigmeus os rios, que depois são gigantes, não tinha segredos para elle, que

va, com justa razão, por ser um dos mais babeis sertanistas

lo seu tempo.

Na pequena villa de Parnahyba, onde nasceu e onde mora- va, soffria as suggestões de sua épocha e anceiaya tambem por descobrir minas, descobrir os Martyrios, encantadora sereia que o desafiava com a seducção do mysterio e da riqueza.

Martyrios!

Existiria realmente essa serra ?

Guardaria em suas entranhas o ouro tão procurado ?

Lenda ou realidade, mentira ou verdade ?

(1) Realeza contestada pelo Sr, Moreira de Azevedo -Bov. Ind. Hist. Brastl, v. 60, pag. 2 parte,

o Fio é certo é que, na capitanin de S, Paulo, no começo seculo , ennovellada em tradições, porventura tm o croseida na imaginação popular, era corrente a dossas minas encantadas, e ninguem hesitava em afirmar no interior ignoto do Brazil, estavam as fabulosas porejando onto como poreja snor n fronte cansada.

Viviam ainda muitos que, da existencia dessas minas, pre- tavam depoimento seguro. Antonio Pires de Campos contava a entrada que, quando creança, fizera em companhia: do seu pae, o destemido Manoel de Campos Bicudo; elle mesmo, Bar men Bueno da Silva, tambem menino, estivera com seu poe o fóra os a sua primeira proeza seriancja.

Antonio Pires de Campos, por ventura avivadas as suas ro- cordações na memoria de sem pae, que vivem até 1722, se tinha. lançado no sortão, traçando a Frete por onde Paschoal Moreira Cabral Lemo devassa o ouro de Cuyabá,

E clle, o segundo Anhanguéra, em edado provecta, vivia. o toma iai da. Jembraniça dos pesando procurando, /rIqU ARA inealenlaveis, ouro, prata e pedras preciosas, entrevistas nos Mar- tyrios. (1)

m dia decidiu-se; chamou seus genros, João Leite da Silva Ortiz e Domingos Rodrigues do Prado, e expoz-lhes a resolução,

(190 ur, Alencastro, nos Anuare de Goyas, custos que Bsrtholomeu Evan morreu nos de Betombro do 1740, dos 7 annos de clio (RL HD. Vy 2 DE Bh Ze D.) O colo nos Martyrios om 1654 nos ht atnos de odada [Idom pg, 8 Bartolomeu nasceu em 1670, « teria. quano part cm LESS, indo ao não é propriamente tm volho, =08 todiea. 170 como o anno em que no realizou essa primeira entenda, dando A Bartholomes 12 nonos do odndo, facto vm que estão todos concordes, sendo pois 1088 0 ano do nascimento do doscobridor de Coyam, Paroto estar Boathey mais proximo da enrdado. Antonio do Prado de Siqueira, visinho por muitos auoos amigo Intimo de Antanto ava om 27 do Agosto do (700 IM. LM. B. V. Go py "ampos morrera havia 39 amor ou cm 1340 aos dO annos de edade, annos eim 1740 dovoria tor nasollo om 1609, o ia wo borla realizado em 1053. ntrada aos Aorlgrior, em quo Plros a Hartholomem, ambos meninos, se encontraram, Mypolhese qua encontia certa conf requerimonto fo 1736 (Doo. V. 24 pg. 922) por pavlistas pri goraneos de Barthulumen que m case tetapo alada vIvia, no qualse dis que Hartholomem Sobra gas: com 90 amos ododo vislvimanto xoggnrada, st x alo conaidaras mos comu equivalente a «entrado mor 70» mesmo considero em relação à volta no jo- geo 11725) mas que apparenava do dovenbidor, alvos ie grandos aofeimentos do era, Xesso requerimento

provar odado, mae inoidontemonto mostrar 0 adiantado dos atos de wo Ho arriscada emprega, o que não teria rabo de vor ao Bartholomoa tivocso 6 aúnos que lho dava Aenexitro, epocha de plena mataridade principalmente em sorsantstas.

Tartholamom Bueno da Milva teria, pois, nascido do I6S£a 1669, renlizado a primeira entrada aos Nartyrios entre NOTO m 107), anmos, partido em T$2% com 04 om GT amino» o morrido vm 4749 com 82 ou Bb anos, mais moço ainda esim que O som emula Antono Piegs do Csmpos que fallocou nos RO aanus,

tava, do ir buscar os Martyrios ; não lhes oceulton que n muito longe, que os caminhos oram asperos,

barbnros, cuja conquista era preciso

ar o bom exito do descobrimento, proposta foi acolhida ealorosamente pelos genros, qua mm acompanhalo. Ahi mesmo posayam todas ns dificul- “obstaculos com que toriam de luctar, o ficou resolvido, que sa a ão arriscada (6 'dispondiods” exipísa, (6h O concedesse, a ellos 6 os que os acompanbassem, ns e mercês do estylo, e ns passagens dos rios que depen- canças, com sesmarias de terras, onde pudessem plan- imen ra fornecerem nos sertanistas. Bartholomeu fds Bllva, João Leito da Silva Ortiz é Domingos Rodete Prado fizeram entho um requerimento a D. João V of p 9 descobrimento de novas minas de ouro, em troca das

rox imento, acompanhado do informações favoraveis o Camara de S, Paulo, foi envindo a Lisboa, talvez ncipios de 1720. 14 de Fevereiro de 1731, em tempo em que Rodrigo de Menezes não havia ainda partido de Lisbon, D. Joto u ao governador de S. Paulo n tratar com os peti= jos e a prometter-lhos ns mercês pedidas, caso levassem a o descobrimento que anwunciaram. Jono V, o rei perdulario, devin nadar em gozo: Minas fornecia-lhe ouro ús arrobas; Cuyabá estava descoberto, o promottodor, à ainda, espontancamento, lhe ofereciam

tado sem trabalho, sem dispendio, pois que as recompen- itadas suhiriam do proprio descobrimento, nada tirando portugues. ndo a 8. Paulo, Rodrigo Cesar do Menezes encom- carta regia de 14 de Fevereiro do 1721, e cinco dins de sua posse, 10 de Setembro de 1721, tinha colhido lotas é favoraveis informações sobre a capacidade & posses omeu Bueno o do seus genros, à chamal-os a sua presença; porém, Bariholomem a, porque os outros se achavam ausentes á grande

audiencia mesma ficon assentado que, logo que os seus se recolhessem e que Junho, epocha da verdadeira fosse ebegado, Bartholomen Bueno daria começo à di=

Rodrigo Cesar garantia n concessão das mereês pedidas le que os descobrimentos fossem foitos em terras por-

be

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tuguezas, porque si o fossem nos dominios de Castela, em vez de premios terium castigos 2000 cruzados de multa é degredo perpetuo para 5. Thomé.

Jono Leite da Silva Ortiz se recolheu a baias estando Domingos Rodrigues do Prado todo entregue ás minas do Cuyabá ; com aquello organizon Bartholomeu Bueno a bandeira quo se compoz de 300 armas, e da qual fizeram parte Simão Bueno, sem irinão, Manoel Peres Calhamares, seu cunhado, Antonio Ferraz de Araujo, seu sobrinho, diversos linguas pa praticarem com o gentio, e dous religiosos bencdictinos, Frei Jorge o Frei Cosme, que iam como capellães.

O governador auxiliou a expedição com 20 indios, tirados das aldeias da capitania, é um rogimento de instrucções. Esse regimento determinava de antemão providencias administentivas nas minas à descobrir, taes como: nomeação de João Leite da Silva Ortiz para guarda-mór; de Antonio Ferraz de Araujo para escrivão; 6 Pe posson idonen para thesoureiro; a escolha das datas para el-rei nas melhores paragens das minas; a arrecada-

dos quintos e mais rendimentos, e respectivas remessas para

. Paulo; aconselhava a paz com os indigenas, não para que abraçassom estes a Santa Fé, trabalho commattido nos dous nedietinos, como tambem para que, amigos, indicassem os logares do ouro, e fossem, depois, descidos à encher as aldeias da capi- tania exhausta de habitantes; mas anetorizava a guerra, guerra de extorminio e de enptivação, caso os indigenas pondo-se em, peleja impedissem « marcha da expedição.

Dos captivados se tiraria para el-rei o quinto que, enviado a 8. Paulo seria vendido pela fazenda real.

Bartholomen Bueno, cabo smpremo da bandeira, a quem todos deviam obediencia, podin distribuir castigos, nté n prisão inclusive; remetendo, porém, ao goyornador aquelles que de- vemem sofrer penas mais graves.

Essas instrncções foram approvadas pela carta régia de 16 de Outubro de 1723

Solenne foi a partida da bandeira, a 80 de Junho de 1728,

Todos— brancos, indios e negros forum confessados por Frei Jorge e Froi Cosmo o destes recaberam 4 communhão, que, indo PRETA; tivessem bom successo e achassem Dous propício ú jornada

Ao partir, Bartholomeu Bueno levava a resolução delibe- radamente feita, inabnlavelmente formada de descobrir o que ia procurar ou morrer na emprevas.

Essa arriscada travessia do sertão ignoto, cujas dificulda- des conhecia, cujos obstaculos tinha de sobra acotovellado, elle

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= 401

Anhanguéra, mais que as imeira entrada nas parmgent

Grande, 3

tado, e ondo hoje prosporam os municípios de inas, Mogy, Casa Branca, Batataes, Franca é atravessou o que hoje se chama triangulo minciro, core

o Rio Grande, o Rio dns Velhas, até no Parnahyba ; trans.

“Paroabyba, começou a descambar para o poente,

o Guacocumbá e o Meia-Ponte, atá barrar 'com à “Ho

espessa a que chamavam Matto-Grosso, larga de nove se estendia do rio das Almas até o centro da re-

do Casal denominou Cayaponia, tura, ao chegar ahi, teria começado n estação das que vao de Outubro a Abril, emquanto duram as tro-

do, talvez, essa floresta, descambando ainda para como quem procura a região ao norte de Cuyabá, a ra seguiu ús apalpadellas, tactenndo como um cego, titu- pelo sertão mysterioso, À procura dos Martyrios. à por deante dificil é reconstituir, com exactidão, o ro- da bandeira; porque apagadas, confusas e incertas são as deixadas pelos chronistas, como confuso é incerto foi o 0 caminhar da propria bandeira. tacando, entretanto, de sua tropa bandeiras pareines para sm o ouro, Bartholomen Bueno porseverantomente ex- as torras, que atravessava, sem todavia colher fructo, y pes, de um din de 1723, Joao Leite Ortiz 8 companheiros, por entre o estrondar de tiros, se reco- ao acompamento geral, onde foram recebidos com a mes- ; prevendo successo feliz, outras bandeiras parciaes, gualmenta voltaram, descarregavam tambem as armas. ) sertão impassível echonva esse tiroteio, manifestação da dos sertanistas. 1 Jogo, Joho Leite conton o resultado de sua diligencia ; tn daquelle Matto-(Grosso, no rio Fildes, logar que se “das Palmeiras, tinha encontrado o ouro!

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O rosto de Bartholomeu resplandecen; pois, não julgava tão facil atingir o fim da empresa.

Os aventureiros todos respiraram idosa alegria, vendo

terminados seus trabalhos, recompensados seus esforços,

queriam vêr, apalpar o ouro, que foi logo pesado, dando 82.

oitavas. João Leito triumphanto, desercvia o logar da descoberta ; à roporção que a sua descripção avançava. a physionomia de rtholomeu carregave-se de sombras o desappurecia-lhe o con- tentamento

No dia soguinto, em junta, que fizeram, ficom resolvido que, dando parte da feliz nova, se enviasse o ouro a Rodrigo

Escreveram-se ns cartas, arrumou-se o ouro, escolheuse o portador...

Mas Bartholomeu, que ficára mudo npós a descripção do logar da descoberta e que talvez tivesse ido reconhecel-o, so oppoz terminantemente à partida do portador.

—Era ouro aquilo, o logar promettia muito; mas não era o onro dos Martyrios, havia muito mais, muito mait, para fazor a riqueza do todos, o era esse que so devia procurar Em vista da afirmação cathegorica do cubo, à contragosto vez, submettense a bandeira e continuon a exploração.

A's vozes, n ala de uma serra, a volta de um rio, aconfor- mação do uma planície, fazia estremecor Bartholomeu que en- tão suppunha proximo o fim almejado; mas ao se approximar zecolhin apenas mais uma desilusão, que in juntar a tantas ou- tras, nessa jornada de fadigns e do torturas,

Porem cada desillusãc, cada decepção conseguia afirmar a sua vontade, aguçar a sua tonacidado.

E a bandeira continunva a ernzar o sertão desapiedado, ven- do rios ainda sem nome, serras virgens é espera de baptismo, As unicas nominadas, os Markyrios, essas pareciam intangiveis ; recusvam e escondiam-se como n'um jozo infernal do cabri-cega,

A tropa sentia que Bartholomen tinha perdido o ramo.

Quem sabe ai serin melhor voltar, se murmurava,

Abandonar à empresa? Não; descobrir ou morrer era m reg posta continua do obstinado cabo Bartholomeu caminhou mais para o norte, ntravessando uma região coberta de catingas, mate to carrasquento, de vegetação tortuosa e rachitica,

Quem ET descrever 03 ntrozes soflrimentos da expedi- «ão mesquinha ?

Nova estação de secea tinha começado; e, nesses dias de sol ardente, que belisca a pelle « ofusca a vista, a sede so faz sentir do modo torturante.

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leur nas horas quentes do dia é supplício insuppor-

Aperta-se aspern « irritada n garganta do viajante ; ndeiam-se-lho os olhos que anceinm qualquer com- zumbem-lho os ouvidos, e o sangue aflue nfoguea- | ceubeça azoada.

que arqueja de fadiga a natareza intoira. Ha um nento vasto, que e prompto lenitiv

occulta, inerte de quem vao desmaia:

rev Us coqueiros encolhem us compridas

foliolos perdem a graciosa e ondulante fe: ao halito das aragens, crepitam em voz de ci corregos, os ribeirões estão soccos, deixando na terra o vergão de seu leito, como comprida cicatriz de areia ; ra obter ngua é preciso cavar o chão e esperar que o solo ir humor viscoso, parecendo gomma desfeita, onde se en- sodo, “E Jonge de ncceitar a paz oferecida, o gontio feroz sonda

andeirantes, ntacando-os ás vezes furioenmento, em continuos , MOS quacs muitos homens pereceram. após, em ataques suceessivos e sem piedade, atiraram p para o norte; e esta, batida pelos indios, vogava sertão, sem rumo, como a núu desarvorada, batida pelas ondas,

Mais adennte a região mudou de aspecto; caminhando avis- uma serra, cuju direcção geral era do nascento puta o Ao chegarem ahi, nenbaram-se os viveres, quo levavam m enecos; é por isso a serra chamou-se do Acaba-Saceo, deno- nação miseravelmente expressiva que denotava a penuria da

Obrigada pela necessidade e segundo o costume paulista, sa Ve apenas marchas do meio-dia; na NÓS! o do dia procuraram o ouro e a substancia na segunda. Esta seria n ença e o mel, quando atravessassom as mattas,

quando se avisinhassem dos rios. nem sempre encontrarmn o que ençar ou onde pescar ; e Jeguas de terra a natureza mostrava-se madrasta 165 apresentava as arêas do deserto, Tinham tocado a ultima extremidade; haviam comido os cães e alguns cavallos da tropa ; enpezar disso tres ou bandeirantes tinham morrido de fomo. Para animar companheiros Urbano do Couto, moço do 20 annos que assen- de soldado aventureiro na bandeira de Dartholomeu, te e alegre, cameçou a pregar, como elle dízia, e fe sem mudar de thema.

”.

mi! EO a

Confortava-os certificando que para deanto encontrariam peixes, cumpos de muitos veados, mattas de muita caça, mel e ro

bas.

Quando? perguntaram os miseraveis com os olhos brilhan— tes por tão deliciosa perspoctiva.

—Nestes dias; respondia convicto o prógador.

Uma vez, em que, em uma expedição al, Urbano do Couto e alguns companheiros descobriram um rio, que chama- ram Pasmadas, com muita pinta de ouro, Antonio Perraz de Araujo, sobrinho de Bartholomeu, temperamento irrequieto e in- flammado, mostrou a conveniencia da voltaa povoado, acrescen= tando que elle, Urbano do Conto, bem falante, poderin con- veneor ao cabo a que arribasse, fazendo um do seus sermões,

Tibano do Couto, pouco confiante no exito de sua palavra, recusou-se; mas tues foram os rogos instantes de Ferraz, que se resolveu, chegando ao acampamento, a pregar ao cabo...

Mas foi o seu ultimo sermão, que este lhe in custando a vida, tão enfurecido ficára Bartholomeu. Bartholomeu Bueno encolerizavia-se com essas resistencins, por vezes manifies! por quasi todos; ug sun grande alma, não comprehendia que se eres em arribar a povondo, sem so ter descoberto o ouro

os Martyrios,

A serra do Acaba-Sacco vae pouco a pouco se abaixando até se confundir com as planícies; depois, as planícies se su— ecedem umas ús outras, ondulando como as vagas do oceano, casan- na orla do horizonte longinquo, com os espaços azulados O, Sem UI MOrrO, Sem um oiteiro para interromper a vas= tidao dessa solidao intérmina.

Caminhando por ossas planicios, debaixo de um sol impla-

cavel, a caravana chegou ás margens do Aragunya, onde acam- pou. Pe pormando ilhas verdejantes e Ingos plucidos, o Araguaga corria entre praias de arts branca, bordadas de tiras de matto que, à distância, similhavam juncaes; as suas aguas, massa gi gantesca de mil metros de largura, deslisavam mansa e serena- mente, sem uma ruga que lhes encrospasse a superficio lisa.

A magestade do rio, a vastidão das planícies, a serenidade, da solidio punham uma nota de desanimo profando, de abati mento desconhecido na alma dos expedicionarios perdidos, dei- xandoos sem vontade, é sem energia.

Ahi, nessas noites limpidas, varridas de nuvens, allumia- das pola claridade mystoriosa da lua, que aperta no coração uma. saudade indizivel, infinita, emquanto, nas suas rêdes dormiam os bandeirantes, junto à sus, porventura, Bartholomeu seismava.

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Era bem visivel o descontentamento de sua tropa; não se lhe obedecia com aquella presteza, que denota confiança; se murmurava da sua pertinacia, que não era corônda de bom exito.

O proprio Ortiz, seu braço direito, seu genro, andava in- tratavel, resmungão, aggressivo: e Bartholomeu, com desgosto, lembrava-se do péga, que com elle tivera, em que appareceram as armas, e, quem sabe, appareceria tambem o sangue si não fôra a intervenção dos dois benedictinos.

Deante dessa natureza tão grandiosa, os interesses humanos amesquinhavam-se, ficavam Pegreninos, despreziveis; e, talvez, não valêra a pena tanto padecimento, tanto sacrifício para pro- curar um ouro que -eimava em não Apparecer.

Mas elle tinha so oferecido para descobrir o ouro dos Mar tyrios; e todos tinham acreditado, porque era a palavra do ser- tanista valente, do paulista audaz que fazia o oferecimento...

Não; não desistiria da empresa; quando criança tinha visto os Martyrios, havia pois de encontralos agora.

Então o seu olhar adquiria a fixidez da que arrasta montanhas.

A morte?

Que importava a morte, si a ella se tinha condemnado si não descobrisse o ouro cruel ?

Descobrir o que procurava ou morrer na empresa, dis- séra elle ao partir e repetia ainda.

Adandonando essas planicies, continuou a bandeira a ex- ploração do sertão descaroavel.

Mezes e mezes de novo passaram indiferentes, trazendo no- vas estações.

A's vezes, na hora do meio-dia, avistavam um burity, a palmeira gigantesca, todo em braza, ennovellando para o céo colunas de fumaça espessa.

Era o prenuncio do ataque dos selvagens.

A* noite, esse signal indicava apenas o ponto de reunião para og indios tranviados no deserto; ao meio-dia era o signal le combate.

O gentio, bacorejando a escravização cruel, as oppressões futuras, a exterminação sem piedade, acossava os invasores com ataques continuos, em perseguição incessante, matando brancos, matando negros.

Além disso, muitos bandeirantes, com o organismo enfra- quecido pelas privações do deserto, morriam de febres.

A desunião lavrava abertamente entre os expedicionarios; a

DE

opiniho eram os Martyrios não existiam, ou si exis fimo Fere Es E sua situação.

Bartholomeu sentia, com desespero a desmoralização de sua tropas porém cheio de confiança no descobrimento que ba- via do fazer, apezar do todos os revézes, procurava levantar o animo abatido de seus companheiros, esqueleticos e famintos, in- cutindo-lhes coragem com à palavra e com o exemplo.

Deviam estar pela altura do Paraná que, rennindo-se no Mu= ranhho, fórma o Tocantins.

Começaram as doserções: alguns bandeirantes, abandonando o cabo, entreguvamse aos rios desconhecidos, que corriam para o norte, e, pelo Tocantins, depois de trabnlhos insanos, inm pa rar na capitania do Maranhão: ontros voltaram sobre seus pas sos o procuraviun com ancia tornar ús terras de S, Paulo,

A bandeira que partira com 300 armas estava reduzida a pouco mais de 70: e, vacillante, titubiava ainda pelo sertão, at rastada pela vontade tenas é pela firmeza infloxivol de sou cabo. Porventura, na sua incerteza, passava, por vezes, onde tinha passado, descortinava serranias descortinadas, avistava sios nn tes avistndos.

Durava ess porfinda batalha com o desconhecido havia mais de dous ánnos.

Estariam, então, esses restos da bandeira, no logar ondo hoje existo 8, Felix.

Todos estayam convencidos de que os Martyrios eram in- tangíveis; continuar, depois de tanto tempo consumido inutil- mente, de tantas mortes pela guerra, pela peste e pela fome, era Jonenra.

Houve um panico,

Os bandeirantes revoltaram-se o terminantemente intimaram a Bartholomeu a não proseguir na exploração inutil; entre os revoltosos estavam os gerentes de Bartholomen: estava o proprio Jono Leite da Silva Ortiz, sen genro, seu socio no requerimento a D. Joio V oferecendo o descobrimento do ouro maldito,

la, primeiro pela morte e depois pela deserção, aca- bava-se com a revolta a bandeira de Burtholomeu.

Faltava essa triste corôn para completar-lhe o triste fndario de descobridor.

Nao o abatimento, mas uma tristeza grando, lho invadiu a alma nobre.

Voltassem os quo quizossem : deixassem-n'o al tivessa forças continuaria sósinho a exploração, e depo a morte.

emquanto « depois

]

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Descobrir 0 que procurava ou morrer na empresa, tinha ju- zado e saberia cumprir o seu juramento,

Tanta firmeza, tanta abnegação tocariam, decerto, esses ho- mens, que resolveram participar do destino de Bartholomeu a morte porque descobrir ora impossivel,

Em S. Paulo as primeiras noticias chegaram em Março de 1725, enviadas em cartas polo marques do Abrantes, que as houvera do governador do Maranhão.

Contando as torturas das tropas e a tenacidade do chefe, cinco desertores da expedição, num estado miseravel, tinham chegado ao Maranhão.

Ponco depois, fugidos, appareceram em 8, Paulo 12 dos 20 indios, cedidos pelo governador, que confirmaram as noticias en- vindas pelo Marquez de Abrantes.

Convencido então das riquezas do sertão resolveu Rodrigo Cesar mandar n Bartholomeu soccorro de gente e munição, que asse; o 0 descobrimento das minas e livrar a vida do cabo e as de seus poncos companheiros, seriamente em perigo.

Attondondo às noticias aflictivas chegadas do sertão dos Gugases o à certeza, que nutria Bartholomeu, do descobrimento de ouro, em 1.º de Abril de 1725 faz correr um bando em que ordenava a todas as pessons, que quizessem ir n esse sertão fator serviço a S, M., se puzessem promptas para acompanhar n tropa, que so in expodir, fornecendo o governo polvora e munição nos pobres e deferindo os requerimentos que tivessem.

Ao rei participou essa resolução, que foi muito lonvada, em a carta regia de 25 de Setembro de 1725, « por não ser justo q indo Bartholomeu em serviço real e em benofício dos mora-

ores da capitania arriscasso a vida», ponderando-so que «se Mouvessa perigo de nho se descobrir o ouro, fizesso recolher o cabo da tropa, pois não convinha que elle persistisse em um tra- balho infructuoso, »

A 10 do Abril de 1725, por escripto, instava o governador junto a Francisco Vaz Muniz, sertunista capaz e experiente, que acompanhasso a tropa que ia ser enviada ao sertão dos Guynzes, à salvar a primeira expedição, descobrir novos terrenos o di-

tar os dominios da corte de Portugal.

Rodrigo Cesar applicando com todo o calor e cuidado, como ella dizia, escrevia e eserovia muito, falava e falava muito, mas Abril, Maio, Junho, Julho « Agosto tinham passado sem quo em seus dias nada tivesse feito.

= 1108

A 21 de Ontubro de 1725 chegou a 8, Paulo Bartholomom Bueno, com os restos de sua bandeira, annunciando ao governa- dor haver descoberto nos sertões de Guyazes cinco ribeiros com muito ouro, e assegurando no novo descobrimento gran= dezas is de Cnyabá, com n vantagem de não serem os ares tão contagiosos, assim informava Cesar u seu rei.

Apox tres annos, tres mexes é vinte o um dias do um luctar constant, ininterrompido, tenaz, inflexivel ; depois de considera- veis prejuizos na ema fazenda e na de seus companheiros Jono

Leite da Silva Ortiz havia perdido 22 escravos depois de tor visto à sun tropa disimada pelas fezadas dos indios, pela | agonin da poste e da fome, drefslcada. pelas desceções, nullifcada

quasi pela revolta, Bartholomen Bueno, o segundo Anhanguera, recolheu.se tendo descoberto o que buscava

Tinha vencido; tinha conseguido deitar a mão a esse onto cruel e lançava-o nos pés da magestade portugueza, com justa satisfação de quem sonbera cnmprir a sua palavra.

Mas quem se desvanecia é a todos os ventos tamborilava as minas do Goyaz, cra Rodrigo Cesar quo se atrogava todas 88 glorias da empreza, fazendo valer os serviços proprios, que, va- lha a verdade poderiam ser prestados por qualquer capitão-mór, pois não passaram do cumprimento de ordens reses, provocadas pelo oferecimento dos paulistas,

Estavam descobertas as minas de Goyaz, estava descortinado o futuro estado de Goyng ; esse descobrimento marcava mais uma posse e ligava S, Paulo ao centro do continente, formando o pilo de novas explorações que logo se inm fazer e que o ligariam, por terra, para o norte, vo Estado do Maranhão, para leste a Minas e Bahia, e para cesta a Cuyabi, a Matto Grosso, dando ao Braail um corpo homogenco, sem soluções de continuidado.

Os Martyrios, porém, se envolviam nas nuvens do desco- nhecido, intangiveis como um noyo Eldorado, no centro do Brazil.

Não deixa, por isso, de ser grande o serviço de Bueno; não foi menor a gloria de Colombo com o descobrir da America, quando procurava o caminho das Indias.

Aos descobridores, Rodrigo Cesar de Menezes, por provisão de 2 de Julho de 1725, fez effectivas as mercês das passagens dos rios Yquatibaia, Joguary, Mogy, Pardo, Sapucahy, Grande, das Velhas, Pornahybo, Guacorumbá, Meia Ponte, e Pramados, por tres vidas, sujeita à lei mental; e, adjacentes a essas passa- gens, concedeu sesmarias de terras, com seis leguas de testada

”.

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rr a pc ço ei com Bartholomeu Paes de Abreu, para ex- das minas, os descobridoros traspassaram-lhe é renun- ES

odos d'essa jornada, e lhes foi promettido que esse serviço vel ficaria ua real attenção indo e ea auetores. ois de ter jastamente descansado « tendo se quest tão tompo para guarecer das mo- de 1738, pariiu de novo Bar. brimentos, em o

CAPITULO 7.º

Viagem A Cuvaná. À TRAVESSIA DOS n1Os. Os SELVAGENS. HEGADA À TERRA DO OURO,

Na monção de 1726, Rodrigo Cesar de Menezes, governa- Ee enpitão-general de 8. Paulo, resolyera seguir para as mi-

a “Em 1923, não realizára essa jornada, porque as ordens reaos, a permitiam, chogaram fóra de monção, que era pro- Dois do Maio à principios de Agosto. Em 1725 tinha tornado publica a resolução do partir, cujo ds minas; ndidra, porém, cssa dilntada viagem, como a sua presença em S, Paulo; atalhar a perturbação poderiam causar os excessos do ouvidor Godinho Manso,

essas, Ea menos, as justas razões que poz na real pre- a de 8. M, D. João V, em carta de Outubro 1725.

“Agora, porém, tendo sido tomadas as ultimas providen-

para a sua ausencia da enpital, a rosolução era irroyoga- ld; e, para augmento da real fazenda, a preoccupação de sua estava o governador realmente disposto a entregar-se aos *& perigos dessa longa, monotona e penosa travessin do

“Já fizera correr o bando de 17 de Março de 1726, no qual

terminantemente que alguem se embarcasse antes de » ida, sob pena de confisco de bens e de degredo por tres para a Colonia do Sacramento; tinha elaborado um

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minucioso regimento para guia de Domingos Rodrigues da Fon- seca Leme, à quem confiava a regencia de 5. Paulo, emquanto duzasse o impedimento do capitio-mór José de Góes e Mornes; e, com o padre Estanislín de Campos, conferenciár, recom- mendando-lho o substituto, depois de advertir a esto que nada resolvesse sem os prudentes ussertos do venoravel soptuagenário paulista, cujos conselhos elle mesmo não desdenhava ouvir em negocios administrativos; estava de posse da ordem régia que avetorizava as despesas da viagem por conta do erário, à, tal- vez, da que lhe concedia soldo dobrado duranto a sua perma- mencis nas minas,

A principio, logo que chegou a S. Paulo, quiz Rodrigo Ce- sar immediatamento se passar para ns minas de Cuyabá; depois se apos a todos os pretextos para ir ndinndo essa viagem, enrolando-a num futuro sempre recundo, é, quem subs até, tor- nal-n esquecida.

Era que pelo espirito do govormador curopem, augmen- tadas pela distancia, onnovelladas na lenda sertancjá, por- passavam as lutosas tragedias tio cominuns nossas travessias ousadas do sertão americano.

Conhecia elle bem as pungontes historias das monções des- troçadas, nas quaes as canõas se arrebentavam nas corredeiras vertiginosas ; os mantimentos se corrompiam com as chuvas tor- rencines; e 05 sertanistas miseravelmente morriam de fome, a pavorosa fome que a tantos ceifava, ou sorviam de pasto ás fo- xns, dopois de ntormentados por milhões de mosquitos impla- caveis.

Honve comboios da ennôns em que pereceram todos, dei- xando pelos rios uma esteira lugubre do mantimentos apodro- cidos 9 de cadaveres putrefactos, nos roductos e barrancos,

Em 1720, Josó Pires de Almeida perdeu toda a escrava- tura e todos os generos que levava; e, elle, na alucinação, na loucura da fome, troedra um onlatinho, que tinha em conta de filho, por um peixe pacá,

Maiores foram os tormentos da monção de 1722, destruida pela fome, pola peste « pelas féras ; os que passaram, depois fo- ram encontrando, nas margens dos rios, as comõas abandonadas tresandando podridão, e, nos ranchos, dentro das rádes em que so haviam deitado antas, os cadaveros dos aventureiros, na pos- tura em quo a morto os deixira,

Nessas mouções, quando se fazia sentir a ponuria de vive- ves, não era «mo abandonar-se os doentes, os imprestavois, aqueles que comeriam sem prestar serviços, nas margens dos

= dos que partiam, abandonando lar, mulher e filhos, pela sede do ouro, não tinham pilotos, não se proviam eios necessarios para resistir ao sertão; é a sum inex| | fazendo, com lagrimas o horrores, a chronologia das

juntando-se a todas essas miserias mais uma mi- esses perigos mais um perigo, estava o Paiaguá ), em vinganças tremendas, exterminando os que se aven-

a essas paragens, 1725, eapitumesndo um troço de 20 canoas, com uns “homens, Diogo do Souza de Araujo, no Paraguay proximo Xanês, da Inguna Mandioró, fora nccommettido pelos uás, acabando ahi todos, excepto um branco c um negro. os que levavam a cabo essa viagem de innenarraveis mar- ehegaram a Cuynbá num lnstimoso estado: roidos pelos postulentos, deformados pela anasarcha, tremendo com O Epa hieierás iriico Milstados, lenantidaodo duas macúlo ou corrupção: e, apesar do desejo aspero de “o ouro das entranhas da terra, nos primeiros tampos n cuidar em convaloseor, - E nesse Cuyabi tão opulento, que a lenda se comprazia em u nas esçadas, o ouro substitui o chumbo nas espin- + que de ouro eram as pedras da lareira em que se pu- as las a cosinhar; que, para o tirar, bastava arrancar capim, porque nas ruizes vinham pegados granetes ilhantes, 4 penuria o a miseria eram grandes. “Os viveres, que escapavam no gentio, chegavam podres o taveis ; a agricultura vodimentar sofria das inundações ou as, e, principalmente, dos ratos vorazes, que multiplicavam prodisgiosamente, constituindo um verdadeiro cello, comparnvel is progas do Egypto Por isso um essal gatos custava uma libro do ouro (1928000, valor do tempo) diam-se gatinhos a 20 e DO oitavas cada um. Faltava o milho; havia quem desse um gegro por quatro do milho; não havia sal; comprava-se um frasco por oitavas, e, para os baptisados, mendigavas pedras de sal indo assim, muitas ercanças morriam pagãs! é de rosas a vida desta gente, devia murmurar Cesar, avrepindo e sumido, na evocação de tantos horrores, acima de tudo isso, sobrepujando altancivo, pairava o ando, extorquindo, nova cspuda do Bronno nessa balança

EEE ===

2

Jonquim Pinto comprou um jahú por uma quarta de ouro fel-o Eau posa e as vendeu nas lavras ganhando o dobro,

Sabedores d'isso, os agentes do erario confisearam-lho os bons, para tirarem o quinto de el-roi, devido pelo negocio.

[e outro, que comprara uma abobora por 4 oitavas, fizera uma especie de cosido e o vendera por 20 oitavas, teve tambem os bens confiscados.

Do fisco, porém, não se receinva o governador que, em mente, apparelhava um novo mechanismo com o qual havia de, com maior abundancia, extrabir da pelle resequida do mineiro os quintos renes,

E fôra ello quem lembrára, quem provocéra essa mm a Cuyabá, é si não a realisara logo, fôra porque recebera um aviso do vice-rei communicando-lhe que era necessario ordem expresea do rei.

Mas, então, as primoiras noticias falavam cousas gostosas ; na abundancia do onro; na facilidade do o extrabir; na mansi- dão do gentio; agora, porém, o gentio exterminova, a peste dizimava, as inundações destruinm e a fome matava aquelles que ousnssem continuar o desvirginamento do sertão,

Emfim era preciso partir, suspirou o governador num arranco de decisão.

A 6 de Julho de 1726 partiu do S. Paolo o governador Rodrigo Cosa do Menozes com a sua comitiva,

Acompanharan-n'o o ouvidor de Paranaguá, Antonio Alves Lanhas Peixoto, o padre Lourenço de Toledo Taques, nomeando, pelo bispo do Rio à pps Era ed vigario do Cuynbá, o secretario Gorynsio Leite Rebello, o ajudante de tenente Joho Rodrigues do Valle, os soldados de sua guarda, 28 negros seus escravos e 8 indios.

Sem official de sala, o tenente de mestre de campo Antonio Cardozo dos Santos, recusou-se a acompanhal-o allegando um vago o mal disfarçado motivo de molestia; e o outro, David Marques Pereira, porque se lhe receava a insubordinação, foi mandado pára à vila de Laguna, sob pretexto de diligencias do serviço rel.

Essa comitiva in consideravelmente engrossada com muitos europeus e paulistas que, em honra do governador, lhe fizeram cauda atá o porto de Araritaguaba.

As 23 leguas, que d'esse porto separavam a capital, foram percorridas em triumpho, recebendo Rodrigo Cesar as homena- gens dos poderosos da terra, esquecidos decerto do triste fim dos Lemes. a

No seu sitio Piedade, da freguezia de Araçariguama, Fran-

113

eisco Rodrigues Penteado, tres dias, demorou-o e aos mais da comitiva, banqueteando-os no meio de continsas festas.

Araritaguaba, hoje Porto Feliz, não chegava a ser uma po- voação; era apenas um porto de embarque, com uma capelinha, sob n invocação de N. S. da Penha, num paredão vertical do Tieté, e alguns ranchos debuxando uma praça chamada Pateo da Penha.

Apezar de ter Rodrigo Cesar revogado o seu bando de 17 de Março de 1726, permittindo assim que partissem sertanistas antes de seu embarque, grande era o numero de pessoas— approximava-se de 3 000 entre brancos e negros—que se desti- navam ás minas de Cuyabá, naquella monção, em um comboio de 308 canóas, das quaes 23 pertenciam ao governador.

Desusado movimento dava á Ararytaguaba, nos meiados d'aquelle Julho, a apparencia de uma rectaguarda de exercito acampado : e, realmente, não era outra cousa sinão o acampa- mento de um exercito, que se aprestava para, em combate de- sesperado com a natureza, saquear-lhe o ouro.

Centenares e centenares de barracas, erguidas sem alinha- mento, umas de panno, outras improvisadas com palmas de co= queiros, coalhavam o solo, como crupção violenta de molestia maldita.

Portuguezes e paulistas e negros semi-barbaros e indios meio civilizados e mestiços d'essas raças formigavam, borborinhavam, num latejar continuo, num ruido surdo, como o roncar do oceano a distancia.

Montes de canastrões de couro; pilhas de caixas de ma- deira: rolos de pannos; pipas, barricas, caixotes embaraçavam eireulação.

Cães, amarrados ás portas das barracas, do cauda em terra é focinho prra o ar, soltavam Intidos, que se iam amiudando, num uivar lugubre.

Fornsteiros retardatarios chegavam ainda guiando carros puchados por bois, chiando monctonamente, em ondas de poeira amffocante ; tropas de burros, gemendo sob o peso da carga, ainda apontavam, encorajadas com os gritos roucos dos tropeiros ageis.

Com approximar da noite, porém, tudo ia serenando, olvendo-se num murmurio vago, confuso, persistente.

Aºs portas das barracas os bandeirantes, extenuados do trabalho de carregar canôas, assentavam-se com suspiros de allivio.

Nas ramagens das arvores proximas armavam-se as rêdes ; no interior das barracas estendiam-se as camas.

bi

No escuro d'essa noite fria de Julho, o fogo, companheiro inecparavel do sertanista, começava a brilhar em fogueiras espar- sas; em roda d'estas, saudoso do seu clima adusto, o africano infantil esquecia-se, agnchado, de mãos pendentes, sem. idéas, sem planos, animalmente a cosinhar-se no brazoiro. Dosconfiado, o indio suspondia-se nn sua réde, num desprezo inconscionte por todo nquelle trabalho para a colheita de pedaços amarelos que elle desprezára, na meninice, e que, na virilidade achava inferior no ferro de sun foice.

Enrollado em pannos, por cima dus camastras, o embonba, ao avisinhar do somno, lançava ao céo um derradeiro olhar, uma suppliea muda para riquezas inexgortaveis que assom) Lisbõa.

O paulista, calmo e rnde, amadurecido por essas aventuras, adormecia tranquilamente, deanto dessa viagem ao sertão, por elle devassado, por elle conquistado.

Ao longe, o chorado timido duma viola punha uma nota melancholica nesse acampamento que reponsava.

As vinte e tres canõas do governador carregavam (cada uma) 40 a 60 arrobas de gensros da terra e do reino, (3) cuida- dosamento cobertos com encarados, empilhados pala providencia do Rodrigo Cesar que, segundo a sua propria expressão, não contava com as estalagens do sertio—os rios o as mattos ;— nellas estavam tambem duas peças de artilberia: symbolo da força que Cuyabá ia conhecer.

Ao amanhecer do dia 16 do Julho de 1726, foi ouvida a missa na capella de Ararytaguaba, insuficiente para conter todos os aventureiros. Depois, no pateo, n multidão immensa, contricta, em religioso recolhimento, recebia de um sacerdote a bençam da viagem.

Estava prestes a partida.

O guin em mestre, 08 pilotos praticos, os remadores e proeiros vigorosos, Na sua camôn, protegida por um toldo, e em cuja popa tremulava levemento a bandoira portuguesa, Ro- drigo Cesar estava accomodado,

Salvas de mosquetes, aeclamações da multidão enchiam os ares.

Desamarra! gritaram. E, num impulso vigoroso de remos, ajudado pela correnteza do rio, a menção deslisou pelas aguas do Tietê,

Logo abaixo do porto passou euecessivamento as cachosiras de Acanguéra, de Jurú-mirim e a de Abarémanduaba, cujo nome tupy conserva a tralição credula e ingenua, de que o

-— 115

mchicta, tendo ahi cahido, fora achado, debaixo tranquilamente no seu breviario, “começaram os rudes trabalhos da pesada navegução

o antigo Anhemby, demandando o Paraná, desen- Ararytaguabo umas cento e quarentaa cento é cin por um Jeito sinuoso e secidentado, desdobrando oeiras é jtaipavas, que embaraçam e intorrompem a

am algumas d'essas cachoeiras, aproveitando cs canaes, que sistem, so pnssam 1s canoas com toda ou parte da car-

|, conforme à altura da agua; em certas navegam as canõas enrga com muito perigo; em umas os pilotos e proeiros ham por dentro d'agua, levando as caudas n mão ou se “em “cordas, desviando-as dos baixios, dirigindo-as pelos à ppp impedindo-as de se arremeçarem impetuosa-

correnteza abaixo—6 o trabalho da sirga, chamado— nos saltos, varam-se as candas, costeando-se por dificuldade insuperavel, com as cargas nas cabeças e as canôns arrastadas em paus roliços dispostos nos va- varndouvos raia vezes, toom Kilometros de extensão nem dias e dias se ! Cueheeiras ho em que essas fudigas se alternam, começando m com meia carga, varando depois e ncabando á sirga. “E' uma verdadeira lucta braçal, continua é cheia de surpro- “ams, que os cunociros, modestos e desconhecidos, travam, por aesim dizer, corpo a corpo com as cachoeiras, vencedores quasi vencidos ús vezes. Que do cuuõas, batendo na aresta dum rochedo traiçoeiro, nancham afogando os tripolantes ou rachando-lhes os era- na pedra viva! Nessas passagens perigosas, n vida dos navegantes e nu se- nça das cargas estão nas mãos do guia e dos pilotos. exercem, como dixin mais tarde um capitão-general, que havia de pussar, cuma arte maior do que se representa vista, porque é necessario estarem esses homens com em uma viagem tão cumprida, de mais de com da parte o fórma porque ns hão de tomar, sendo sas minas das outras é cada uma em si mesma, à me- os rios levam mais on menos agua; tendo de Iuctar dades que so escondem embnixo d'agua, que os pilo- conhecem tanto pao experiencia como pelo movimento dessu na agun, no qual so mostra onde é fundo ou baixo, ondo anal ou pedras ».

de QU: a

E cssas dificuldades se reproduzem em dous anhundava e Itapura—e em mais de cincoenta cachoeiras 6 pavas, que tantas tem o Tieté, e por todas elias passou m

ção de Rodrigo Cosur.

Entretanto a viagem era amenizada com as spa? fartas, e as pescas maravilhosas, nas quaes apanhavam-se dourados im- mensos, jaliis, que pediam dous homens para os em 8 não raro, encontravam-se suenris grossos como troncos de ar- vores.

A” noite, depois que as candas abicavam no barranco do rio, no fim de um estirão, (7) procurando porto, em terra, dentro das barracas armadas para o pouso, os eanoeiros contavam ns lendas de que o 'Pisté se povonva. Um falava das canõas sem rema- dores que, em noites escuras, deslisavam silenciosamente pelas

unidas do rio quieto: eram as almas pesadas dos una sertanistas ahi perecidos. Outro navrava o que tinha ouv dos poços fervescentes, onde habitam ns mães d'agua, monstros terriveis cuja vista aterra.

Essas historias calavam profundamente na alma simples do anditorio que as esentava, deixando wma impressão penosa, que se

rolongava pela noite a dentro nté pela madrugada, que ahi é rico, por causa da cerração em que se onvolve o Tieté até tarde.

Depois entraram no Paraná magestoso, em cujas aguas 4 travessia perdia o pitoresco sem pordor os perigos; porque osse rio, abi largo de meia legua, offereco uma vasta superficie nos ventos, cujo sopro o encapella, sossobrundo as caudas, que não sho feitas pa resistir ie ondas.

Por elle fizeram umas trinta é cinco leguns-— passando polo Jupiá, especie de sorvedouro com rodamoinhos, do qual as cas nõas, seguras umas ás outras, e a força remos, passam o mais afastado possivel para não serem engolidas—ató 4 barra do Pardo,

Subiram umas setenta o quatro leguns contra a corrento do Rio Pardo, tão violenta que o que se desce em um dia sobe-se em dez. Nessa navegação, os enrociros empregam os vai usando de remos quando é grando a profundidade do rio. Elles correm para n prós da canõa, lançam o varejão no fundo do rio, e, apoiados na extremidade com peito e mãos, vão prós a popa do passo endeneindo, voltando para recomeçar esse penoso trabalho, no qual consomem o dia tudo, interrompido de quando em vez pelos saltos e cachoeiras, que o Pardo posse em maior numero o mais perigosas que o Tietê,

Subindo sempre, deixaram a esquerda o Anhanduy-assi, af-

UT

finonto do Pardo, caminho antigo dos sertanistas, que, por elle e por um varadouro extenso, procuravam o Embotetei ou Aqui- para chegar ao Paraguay, Dahi a 70u 8 dias chegam [gar ao grande salto do Cajari que, atá ha bam pouco tem- po, finalizava a navegação pelo Pardo. Ahi os sertanistas baldeavam as cargas por terra até ao Ta- mary, embarcavan-se nas candas dos viajantes vindos do Cuyne Ba, quaos iam aproveitar-so das que tinham ficado no Ca-

Agora, seguindo o exemplo dos irmãos Lemes que, arroja- dos o temorarios, foram os primeiros a modificar esse itinerario, vararam o salto e continuaram a subir o Pardo, deixando, em poucos dias, o sou pequeno tributario, Vormelho, cujas aguas rubras tingem-n'o por muito tempo, acabando por tormal-o es-

Dahi em deante ns ngaas do Pardo são eristallinas é puras ; RitpRerdtndo a sua cór caracteristica, perde o nome, tomando do Sanguesuga, nome do porto onde termina u sum navo- Eação

Nessa porto os homens da monção abandongram as verten. tes do Paraná em busca das do Paraguay, por um divisor relevo suavo, chamado o Varadouro de Camapuan, longo de seis amil duzentas e trinta braças,

Dias, ou melhor noites, porque essa trabalho exa feito d moite para evitar a ardentia do sol, foram consumidas em trans- ie por terra as cargas e canôns, até ao sitio de Camapuan,

puan era um sítio dos irmãos Lemes, que nbi tinham lan= ado roças para so fornecerem de mantimentos, nessa jornada longa é sem recursos.

Rodrigo Cesar nbi nbasteceu-se de generos, aproveitando a providencia desses homens, que mandára matar e cujos bens, entre os quars o sitio de Camapuan, confiscára.

Essa região era dominada pelos Cayapós, 08 indios das flo- restos, que chegaram ao Pardo o até 90 Paraná.

Esses indigenas untavam-so com mel e cobriamso com fo Mas, para se confundirem com a mata, em que viviam: rapie dos é trniçoeiros, atacavam grupos pouco mumorosos ou nos sertanistas desgurrados ou retardados na caça.

O ribeirão de Camapuan bunha o sítio de seu nome, com tão poncas aguas, que n monção foi procuralo d'abi a meia le- gua, onde engrossado por pequenos afluentes, permito uma Eremação penosa e dificil até no Coxim, no qual ativaso com uma força tal, que os canoeiros usam de varejões, não para im- pellir, mas para diminuir a marcha

e o

-— 418

O Coxim, como o Camapuan, tem o sou leito embaraçado por numerosos troncos de arvores esidas, que se cruzam no fundo e que, em muitos pontos, ntravessam-n'o de barranco a barranco,

A cada momento a monção era forçada a parar para cortar | essos troncos; em alguns, quando à altura permitia, passavam as canõas por baixo, deitando-se os passageiros para evitar o cho- que das rúsoturas,

O Coxim corta impemoso, encanado em alguns logures por paredões altissimos, cortados n prumo, oppondo, em uma navega ção de 25 leguas, si a isso so pude chamar navegação, 94 ca- chociras dilicultosas, e precipita-se no Taquary, que o espera com mais uma enchoeira, que én ultima da jornada para Chya bá, mas que tem setecentas e vinte cinco braças da extensão.

A algumas leguns abnixo, pelo Taquary, estava o Pouso Alegre, alegre sem duvida porque d'ahi em deante os navegan- tes ficavam livra de eschoeiras.

No resto do seu curso, o Taquary é um rio de planici verdadeiro rio do sortão americano, improvidonte e rico, vae des- baratando as suas e as aguas que lhe entregam os tributarios, por uma multidão de bracinhos, que formam lagôns ou somem-= “e nos terrenos baixos que o rodeinm. Como elle, são o 8. Lourenço, Cuyabá até o porto, afluentes superiores do Para- guay, o proprio Paraguay até o Jnurú,

Essa ráde fluvial desenvolve-se em terrenos baixos é pan= tanosos, que se inundam com as menores cheias, formando um vasto Ingo d'umas cem leguas de comprido, por quarenta de largo, mosqueado de ilhas, coberto de agunpés Aoridos de variadas côres,

Era a regino dominada pelos Payoguás, 08 indios canoeiros, senhores dos rios.

Então todas as cautelas eram tomadas e a maior vigilancia era exercida; algumas canôas armadas reuniam-se em conserva, debaixo dum commando e collocavam-se á vanguarda é á xom etaguarda da monção, para protecção dns outras, receiosas do ataques inesperados ou de emboscadas, nos furos das Ingõas ou nas embocaduras dos rios.

A noite, nos pousos, que em toda a jornada eram feitos em torra, omquanto uns adormaciam, outros volavam, sobre as aguas Pr a terra, ajudados por cães de vigia, pela segarança de

os.

Durante os ponsos, dentro das barracas a conversação cala naturalmente sobre os Payaguás, ainda ponco conhocidos.

Um indio velho, conhecedor daquellas paragens, interrogado informava que os Payaguis eram gentio de corso, sem morada

VIO

as aguas, sustentando-ss do montaria pelo tanaes proximos 4 gentos em ontro tem o inligeçios do Paraguay, dondo haviam fugido, contra os padres é brancos, quanto Guató teve força, Payaguá nunca fez avent neo tinha acabado com Cuató a Poyaguá tinha ganj como branco tinha acabado com Guató, fosse ncabur com

de Payaguás, a tribu que, mais inazmente e com melhor deu a torra Ena ea CAES das missões dos q famintos de escravos + de ouro, estavam destina- ipalmente depois de sun alliança com os Guycuris, os ivalleiros, os senhores dos enmpos, n fazer perigar por to, as explorações do sertão. idos nadadores, os rios mais enudalosos, como o Para- and, não davam sepurança contra elles; mergulha- uma voragem e iam sair a uma grande distancia, con O-s0 tanto tempo debaixo d'agua, que era crença que olles n eomsigo oras por ondo respirava, aum completamente mis; porque o genero de vida am- o, que levavam, não permittia vestidura alguma. Cada familia tinha uma canõa, comprida e estreita, de ex curvas, arromedando a lan nova, construidas sem popa “próa, o que permittia movel-as em qualquer direcção, im= “por um remo, comprido o findo, que timbem servia

MN Des mois saivosos que andassem ventos o ondas, nada tomia agua que, posto em uma das extremidades de sua embar— ; a correr metado fôra d'aguns o se ella chegava a O quo raras vezos ncontecia, immediatamento cavalgava a como a um boi marinho. armas tinha dardos, arco o fecha; accommettido por go superior, elle mesmo virava a sun cunôn e qurgin la, protegido a esso escudo, respirando dentro como ho de mergulhar, Os seus ataques eram violentos é tiam-s3 incessantemonto. Essa mas suas fabulas, se reputava progênio do peixe a Rara depois de sua morte, wn paraizo em que as almas ayaguás viveriam, entro plantas aquaticas, banque- com peixes e crocodilos, pois, arriscada a travessia que fez a monção pelo Ta- Paraguay, S. Lourenço nté o Cuyabá. Pouso-Álogre, na margem direita do Taquars, e tambem 08 pontos, conforme o estado das inundações, costumavam

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as monções a deixar o alveo do rio, e pelos nlagados, Moridos do nguapés, ir até no Paraguny nas Tres pao ou no 8. Lourenço no Alegre, ou ainda, atravossando este rio, ir do. Cuyabi, não longe da povoação, :

Rodrigo Cestr seguiu a uavegação comum, passando pelo Paraguay, S. Lourenço e Coyabá e indo desembarcar no porto go- sl, 4 uma milha da povoação.

A 16 de Novembro de 1726 chegou Rodrigo Cesar no arraial do Cuyabá, emmagrecido e desfigurado, tendo vencido em quatro mezos as 580 leguns dessa rade, penosa e longa viagem fluvial.

Os moradoros recaberam-n'o com as festas quo o tempo q logar permittiam.

86 então o governador readquiriu a sua personalidade, su mida e desapparecida, darante toda a viagem.

CAPITULO 8.º

O axnaras om Covaná. BANDEIRAS DE CONQUISTA DISCOMRI= MESTO A MiNIRAÇÃO. Os IMPOSTOS ACANRUNHADORES. O OURO EXPORTADO. À SNCCA. À MISBRIA. À DEBANDADA. Deus ão Quem À YOLTA B O Fix DA ADMISISTRAÇÃO DE Ropiigo Cesau po Mexnzns.

Nas extremidades das colinas, que se estendem das abns da Serra até n margem esquerda do rio Cuyabá, ahi mesmo onde Subeil fez o seu invento—s maior mancha encontrada que num mez deu quatrocentas arrobas de ouro—ficou o arraial de Cuyabá,

Com o horizonte limitado por morros, excepto na parte oo- cidental, ntmavessado por tum pequeno cormgo, que chega a desapparecer durante a secea, e que na estação chuvosa corre

lello no caminho para o Porto Geral no Cuyabá, o arraial não tinha belleza, nem della cuidaram os fandadores.

Febricitantes, não tendo tempo a perder, os investigadores do onto não se preocenparam com a esthetica do novo arriinl, e, som alinhamento amontosram-lhe as habitações em ruas as treitas, tortuosas e sempre dentedas pela saliencia das casas, que espe todas de capim, havendo apenas sete ou oito cobertas de telhas.

A rapidez o desconforto das instalações, o atamancado das obras claramente mostravam quanto tudo isso cra considerado egrisario pelos mineiros, que acampavam pelo »ó tempo de co- lher ouro.

Na nomenclatura de povonções, em aquelle tempo, essa de

l

do de Cuyabi, havia nas suns immodiações outros cesar exploradas: Ribeirão, a meia legua; distancia pelo sertão adeanto com uma cam nhora ; Chcaes, n nove ou dez leguas ; Chapa- havia um " engenho de canna do assucar pertonconte a

io de Almeida Lara; Arraial Velho, o ipa

a ixo, 6 por ans cinco rio acima, as margens osta- “corcadas do roças de milho, feijão e mandioca; o bom mai las, O arroz era nativo,

A umas seis Togais do arraial do Bom Jesus, ao da sorra a y esa a uma lagõe, se tinha situado Antonio de Essa lagos ainda hoje é chamada do Pires é

assim n situação é as taperas

eoiando sem duvida ficar compromettido ma grande de- “mandada abrir pelo governador após a eliminação dos Le-

“Antonio Pires de Campos, viuvo, abandonara n sua fa-

Itaicy e em companhia de sens quatro filhos, um dos

es, Antonio, seria na praça Adonis e Marte no sertão, o de

“escravos índios, talvez uns 600, so rotirara para o Cuyabá, cama instinetiva e, como sentinella de sen sonho izavol, num dos pontos conhecidos do roteiro para os Mar-

cextranhavo e mofava da tenacidade de Bartholomeu (o secundo Anhanguéra, procurando as afurmdas minas onhecidos sertões quando o verdadeiro caminho er pelo

io Pires de Campos er o provedor do Registro, no | Ea, fo seria mera por Domingos Leme da Silva,

a

93

Jacintho Barbosa Lopes er o provedor dos quintos, João Antunes Maciel superinteudento e o capitão-mór regente Por- ad Dita NAL SE sEr 6 prsdedos a La y

Paschoal Moreira Cabral Leme, o descobridor, pobre e sem importancia, tinha morrido obseuramento.

Chegando no arraial, com os membros quasi ankilosados da longa viagem, Rodrigo Cesar foi morar na melhor casa de telha, que se ficou chameudo palacio.

Querando significar que as proprias anetoridades superiores estavam tambem sujeitas nos preceitos das leis mandou logo gar os diroitos de entrada do scus 28 escravos; mas esse salu= tur exemplo não passava de magnifica farça porque imnedinta- mente pediu ao rei restituição desses impostos, pagos unicas mente para fucilitar a cobrança nos contribuintos,

Tratou Rodrigo Cesar de desompenhar-se do fim ostensivo de sua viagem que era erigir à nova villa. .

Tomatam-se casas para a Camara, e o ouvidor Lanhas Peixoto foz os pelomos donde enhiram juizes ordinarios Rodrigo Bicudo Chassim, João de Queiroz Mascarenhas, vereadores Marcos Soares de Faria, Francisco Xavier de Mattos, João de Oliveira Garcia, procurador do conselho Paulo de Anhuin Leme, escrivão Luiz Teixcira do Almeida, é almotacés Antonio de Almeida Lara e Antonio José de Mello.

No dia 1.º de Janeiro de 1727 teve logar a solemne creação da villa do Sr. Bom Jesus do Cuyabi.

A nobreza, povo, o enpitão-genoral, o onvidor com às aucto- ridades eleitas, indo on frente Mathias Soares de Faria que hasteava o estandarte da villa, caminharam para a praça e ahi Fernando Dias Falcão levanta o pelourinho, entre aplausos do todos, que aeelimavam a Villa Kool do Senhor Bom Jesus do Cuyabá, a Sua Magestade Pidelissima, « Santa Religião, ao capitão general, etc,

Por armas à villa vecemerenda deu Rodrigo Cesur um escu= do com campo verde, tendo no meio um monte salpicado do folhetas o granitos do ouro,

Chegara Rodrigo Cesar em epocha; porque as grandes seceas, quo duravam havia dous anos, sinham estragado as plantações é difficultavam o trabalho da mineração ; é, nas pro ximidades das lamas, inquietando os mineiros, matando-os q comendo-os, nações do gentios guerreiros impediam o dilatamento da conquista.

Procuron o governador meter os indios de paz, mandando. lhes pombeiros e mimos de facas flamongas etabaco de fumo, para seduzilos ao aldeiamento. Mas elles não accoitaram, engeitando

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matar os emissarios e declarando que eram o 05 mais 6 se entregariam ú força de nemas. de Janeiro de 1727, o governador organizou uma espe. mando do capitão Antonio Preto, ordenando-lhe que Tonto “ánolhor” antendomo. para conquistar 6 gentio dos de sorte a não escapar nenhum, passundo-os à espada e 0:08 se não se randessem. apresentou-se trabalhosa porque foi preciso atacar vigorosamente primeira e segunda vox defendendo-se com tanta força e valor que depois de verem mortos dos seus se entregaram. “Os captivos, dopoi do tirada delles a quinta parto para a real, fovam distribuidos como administrados pelos expe-

essas praticns do tempo; em geral, o indigena reco- a a paz licraabla por sabel-a méntiscas, provando-lhes nu- precedentes que a reducção era captiveiro, Disso não tambem concluir, por um sentimentalismo piegas, que fossem prototypos da lealdade no cumprimento dos trata- elles eram tambem homens, à bomens selvagens em dados menos que rudimentares. Com identicos intuitos e ainda para novos descobrimentos, m 17 de Jnmeiro de 1727, mandou o governador a Antonio lho do Almoida que fosso is cabeceiras do rio S. Louronço captivar, matar indídios, descobrir ouro é procurar nos , jras de cores azul, vermelha, verde, amarela e transparente, a ver se eram transparentes. “E como Rodrigo Cesar não sabia mandar sem amençar, iu que partiseo alguem antes de Borralho, sob pona de remessa part povoado à propria custa e da prisão. Procurando dilatar a área explorada e augmentar os ranos is, ainda outras bandeiras de conquista o descobrimento nizou 0 governador, Essas diligencias, porem, não so reporeutinm no povo que cia, nmollecendo os quo lhes ncceitavam a ineumbenci; ultando-lhes n realização ; para nullificar esse inconveniente DANDO em que acenava com hontas, habitos das ordens militares nos descobridores, e promettia 502000 de fazenda águelles que lhe denunciassem os escamecedores, . 8 oram os trabalhos do corpo, ns fadigas do espi- manifesto o periso da vida para aqueles que buscavam ra consa essa que, a não ser tão coma, se faria in- eospantosa» assim pensava Manocl Bernardes o com razão.

de

184

Penosa por demais era a vida om Cuyabá. :

Aqueles homens, audazes sertanistas, eram pessimos mi= neiros; elles se tinham formado na escola de mineração das Geracs, no sento dos seus proprios trabalhos, ajudados pela pra- tiex rudimentar dos africanos, sem o nuxilio das noções mais ale moentares da arto de conhocer 0 terrenos auritoros, de extrabir ouro e do preparal-o,

A sua arte era mais que embryonaria, consistindo os seus instrumentos, por assim dizer, no escravo negro nrmado da bntêa e do almocrafe, e nos cureos dos rios, desligando natu- ralmonte ou canalizados para os bolinetos o canõas.

E usando dosse methodo imperfeito e insuliciente, Jimi- tavam-se os mineiros, nos terrenos de alloviões auriferos, a catar ma superficie da terra ou arranhar nos montes, O ouro nativo Epi desagujação lenta ou necidental dos quartos, por acção

tempo ou por convulsões telluvicas, por ahi tinha espalhado fartamente.

Aproveitavam, dizin mais tardo Pimenta Bueno, os rinchos, taboleiros o guapiaras que ofereciam riquezas na suporficio da [ea du rd Da due ar que ainda ficam rinm até nossos dius.

Era a ignorani rofunda que fazin os sertanistas restrin- girem as explorações do ouro que se vê, nho sabendo elles que a terra guarda tembem o ouro que se não é o entrega a quem sabe buscal-o.

Em Cuyabá jamais houve minas, so por minas entender-so a cavidade artificial da terra, para, por galerias e poços, desen- tranbar-lho o ouro,

O que houve foi o que com justeza se chamaram lavras entas; os mineiros não faziam muis que lavrar e entar na terra, abandonando-a desde que, com o rovolyimento suporficial não. encontravam mais folhetas, granetos, grãos, emfim o ouro que so vi

ê

Cuidando em aperfeiçoar o systhema tributario, a metros pole esquecia-se de, por uma direção inteligente, difundir amplamente conhecimentos mineralogicos e metallurgicos que transformassem o faixador ignorante em mineiro habil,

Rodrigo Cesar suppunha que a sua presença bastava para melhorar os mothodos empregados, rosultando muito ouro nos mineiros e immensos quintos ao

Em vista da falada abundancia do ouro e da relativa pe- qu da colheita fiscal, o capitho-general enchergava a

fraudação dos direitos Tones, não vendo que à arte mineira, ainda na primeira infancia, esperdiçaya o precioso anetal, con=

- JE - trabalho e dinheiro, com insigaificante remune-

o em que tacitamente consentin a metropole, man= aliado fizesse vista grossa. ;

usa politica do picdado (toxtual) devia existir om

dos descobrimentos, não se nchando ainda ostabelecidas

O roi. a netividade era febril, nessa epocha das chuvas, an- mente esperada pelos desvirginadores da terra. Nas suas datas os senhores presidiam o trabalho dos escravos N6ETOS, MuUmMerosos, que, apenas com uma tanga a lhes cingir os eireulavam por toda a parts. anno (1727) havia em Cuyabá 2607 escravos negros, indios administrados que ponco serviço prestavam, ndes covas quadradas, negros vigorosos encordoando eavavam a terra ató encontrar o cascalho, assentado para o desmancharem com a alavanca, como s uma parede; outros com o almocrave, punham o cas desfeito na bata; e os corregos e lagos conlhavam-se de los, 4 moverem circularmente a batia, to o suja, desprendendo as pedras, mo fundo o ouro.

commumente, 4 beira dos corregos cu dos lugos, fuziam- É paralellogrammno, om plano inclinado, com o fundo ra dura a força de ser butida, e os lados fechados de taboas, epto na parte que recebia a agua, para ahi canalisada, isso, so elamava canoa, quando pequeno, e bolinate, quando cera dopositada n torra aunfora, extrahida dos montes, e gunpinras, e transportada ma cabeça dos negros, em “enrreiro como formigas a desbastarem Inrangeiras, para ser pela agua que, fervendo om cachões, comendo continua- dissolvia os terrões, levava a luma o, por mais pesado, ra o ouro ainda em lodo. o olhar izador dos senhores, negros, escorrendo cães ET beira das canons on holinates, me- temente nesse Jodo; outros o tomavam nas batõns,

128: =

e, nos corregos as iam revolver, como se peneirassem, para de ver separar o ouro que então apparecia em folhotas tão leves que fuetunram, em pedacinhos toscamento redondos, alguns se- a e crespos, outras lisos com povides de melão, muitos xe- ondos e mindos como grãos de munição, e, ús vezes, grossas como punhos do homem.

Como Ruth, ontrora n entar ns espigas que cabinm dos carros de Booz, alguns que não tinham datas proprias, mandavam os. esermvos upanhur pelos campos e montes o ouro que cuhia dos que o extrabinm. A isso chamava-sa faiscar.

Era um continuo vac-vem do negros somi-mis, horculcos à ingenuos,

Com taboleiros na cabeça negras, forras o captivas, lam para as lavras vender quitandas, excitando os patrícios, quo mineira- vam ou faiscavam, a uma volupia facil, nedente e animal,

Ahi mesmo, no rebrilhar de uma folheta, tratavam os seus amores; e, de noite, vas tubernas e ranchos da villa e dos at= ruines, verdadeiros aleouces, por entre bebedeiras, gritos 6 tiros que ensurdeciam, 5 devassidão fervia,

Para essas casas, à noite, com facas de ponta « armados de paus curtos dissimulados pelos capotes em que se envolviam, os negros se dirigiam a consumir o onro que roubavam aos senho- res e as ferramentas que lhe desencaminhavam.

Os taverneiros, pouco eserupulosos, os recolhiam apoderan— do-se dos furtos a troco de bebidas aleoolidas e de bugigangas, o preço dos amoros africanos

Por causa d'esses desvios os senhores maltratavam os escra- vos, chegando alguns a chumbal-os pelas costas a tiros. Dahi us fugas dos escravos que se revoltavum, matavam os brancos, « engrossavam os quilombos dos arredore;

Isso comstituia um perigo permanente para a ordem, nesses logares longes de recursos, com indios bravios e onde os negros eram no maior numero,

Rodrigo Cesar procmrava reprimir severamente esse estado do cousas «que dava consideravel prejuizo sos senhores, à fa- zenda real, no bem commam e a Deus fazia grando ofensa», açontando Os negros « negras captivos ou fvros, pelas ruas pu= blieas da villn, impondo grossas maltas pecuniarias nos taverneiros, e organizando minuciosos regimentos para os capitãos de matto, que eram uma instituição.

Com o intuito de intimidar, sem formalidades, Rodrigo Ce- «ar mandava enforcar escravos, pendurar cabeças do negros, como dizia a sus linguagem figurado.

A licença dos costumes, o ouro facil animayam o jogo, é

183.181, 275A42TSTDO

Renderam os quintos, segundo esses dados insufliciantes, 188.618! /o oitavas, que, 4 1.500, produziram, valor d'esse tempo, 2754278750,

Dizimo eva n porção dos fructos da terra que o povo pa- gava d Teveja para a sustentação dos seus ministros.

Dividinm-se em antigos, novos, ecclesiasticos, infendados, grossos, miudon, insolitos, ordinarios, novaes, pessoaes, prodiaes, primícios, verdes,

Tendo sido os descobrimentos maritimos portuguezes, feitos pela infanta D, Henrique de Sugras, grandementa ajudados pelos rendimentos da ordem militar de Christo, fiburam pertencendo a essa ordem, como compensação, o producto dos dizimos nas novas terras descobertas.

Subindo no throno portuguez D. Manoel, succassor do in- fanto D. Henrique no grão-mestrado de Christo, ficaram os rem- dimentos dos dirimos pertencendo à Coroa e a esta n obrigação de pagura fotha eeelesiastica, a congrua dos prelados, e dos parochos.

O tributo dos dizimos eram triennalmente postos em con-

publica; e ahi arrematados no maior laneo oferecido, por particulares que os cobravam depois, com direita a via executiva,

Os arrematantes ou contractantes dos dizimos como eram cha mados, ficavam sujeitos a encargos é obrigações a pagar diversas pros pinasao governador, ao juiz dos feitos, ao procurador da fazenda, nos

tudo sobr os quinios du ouro aprosaotando um resultado Infwrior ao que ab! fica, o que no om Cuyabá tambem ni tos.

tudos a do exitiu meripruração dous Impéu

ES postos 46, coufundlam una com oa cutzos;& leglala.

(ão fiscal, VA, dOÍxAva marggom s numordios à ropolídos A dofrandação dos tambem grando Por nam ostatietioa que

tamos, sendo o quinto 1856! o tolal do ouro extrahido a oi ou

2 arrobas o a oitavas, oito ammos. Entretanto todos 08 ehronistas estão

na lovros do Snllil deram nom mer 400 arrobas, o dobro quisl que

o A Mota eutatístion. à defraudação mão. podia ter ido (ão, extrso Anal temo qua, conclar osias, o grandes, que Rodrigo Cossr não fou acompanhar do oxrtas.

“conselho ultramarino, e de ordinaria e de munições

De o tsc di arrumação pra a nba pião

a de satisfeita a folha ceclesiastica. 8. Paulo, do producto d'esse contracto se tiraram os

, seus auxiliares e secretario.

8, Paulo, renderam:

no triennio até 1722 56.000 cruzados

vs de 1722 à 1725 61,000 &

> > > 1722 » 1725 45000 » Sqa à 175 > 1738 120000 » Total... 28200 »

Os dous re trionnios foram arrematados por Sebastião n o Rego. tempo, os dizimos abrangiam tambem as entradas nas e, assim vê-se que as alfandegas do Rio de Janeiro eujos contractos andaram unidos, renderam :

“No trionnio de 1720 a 1725. . 499.500 cruzados > IMBalN6.. 2000 » 1228500»

entradas foram tentadas por Antonio de Albuquerque idas em 1713 em tempo do govemo Braz Balthazar da Silveira. eram os tributos que recabiam sobro os generos dos na capitunia, pagos nos diversos registros estabele- nos caminhos, que constituam verdadeiras alfandegas ter- tendo se tributavam generos, tributados nas alfundegas do Rio do Janciro e de Santos. Esses tributos eram tambem postos em arrematação publica, muitas vezes eram arrecadados por administração; quando y Os contractantes eram obrigados ús mesmas propi- mos ugmentadas sempre, variavam continuamente as taxas a vam sujeitos os generos importados. eseravos negros pagavam-se taxas diversas conforme porto de embarque o no proprio porto de embarque; assim e os procedentes de Angola pagavam-se 78000: da Mina ; de Cacheu 38640 so eram negros lotados, isto é, os sem | e sem defeitos, « 1$790 se eram mascavos, isto 6, mole

com barba ou com defeitos; das outras capitanias Bahia o Rio) 48500.

sobre cada negro PeESVa. no registro, mais (4 oia o to 750 rs. (meia oitava) para o ti erivão, Cada E dessa secco pagava de entrada. do molhado ) cabeça de gado vaceum ou c: +8500 e mais uma pataca de onto pelo registro.

E para serem commerciados, os donos pngavam em seccos T5SODO (50 oitavas) egual quantia em de molh SESO0O (64 oitavas) em de ambas as especies.

Em 1726 entravam em Ouyabá S74 negros 698 cargas molhado e 94 de seceos,

E tmdo isso para chegar in sendo tributado nas dis passagens dos rios, + rena dos rios consistiam em certas quotas que, por cargas, eavallos, escravos, pagavam as pessoas por cursar rios enudalosos da capitania, os que dependiam de canôns, é vulgarmente 56 dizin. via innumeras passagens porque muitos eram os ri caudalosos que de 8. Paulo so interpunham até us diversas mas « nté o Rio de Janeiro,

Esses impostos eram tambem arrematados por con! triennaes, e, nesse caso os contractantes ficavam sujeitos a pinas, excepto as do conselho ultramarino, ordimarias em ! ções, e, algumas vozes, eram concedidos por premio aos de

bridoves de minas, aos abridores de caminhos, ete. | As passagens para Cuyabá andaram arrematadas, nos trien nios de 1722 a 1798, por Sebustiho F. do Rego, por ponco mais

Os officines de justiça e do fazenda da capitani zinm purte dos rendimentes do fisco, estava ip) jeitos apenas aos mucos direitos; dep proprietarios er obrigados tunbem a pagar donativos é terça parte - Esses oficios emquanto não tinham proprietários, so a Teriam às pessoas idoneas que offerecessem donativos, em de arrematação, us quaes ainda ficavam obrigadas a contril no fim de ct anno, com a terça parte dos rendimentos, aval dos estes pelo governador e pelo ouvidor, Os ofhícios, guior rendimentos fossem menores de 2008000, estavam isemptos du terça parte, mas sujeitos aos donativos e vos direitos.

= va8l

co ainda se ingorgitava com impostos provenientes de s introduzidos na eapitimia por privilegio, como o sal, além das mais entradas e passagens, pri em Santos por alqueire, e vendia annnalmento 64 eruzados; os do solimno, das cartas de jogar; o da pesca da bala, explorado e rendoso por cnusa do azeite com que se illu- m us cos pobres, e da came que, convenientemento

irado, servia de alimentação para os escravos. Havia mais as contribuições voluntarins, que de voluntarins tinham o qualiicativo, derramadas pelo povo para occorrar despesas de noivados o de cazamontos renes, festas, ate. E ninda os confiscos frequentes que, elles, davam tanto

o 08 quintos.

E como se nrreendavam asses tributos? Paravam todas as cobranças e todas as execussões por divi- RR tiras, emquanto durava a percepção dos impostos.

o chegar a monção, dizem as ebroniens, ia «um ajodunte “palacio com alguns homens de campanha a buscal-a li a do Cayabá, para receber as entradas das fazendas que

os viajantes, Se as não paguvam logo, punham-lhes as

3 E em praça, onde se as nrrematavam todas ns vezes que “eobriam os direitos renes e os salarios dos ajudantes à dos mais “companheiros que exam duas oitavas de ouro pes cada um del- - Em tul fórma se executava isso que chegaram muitos a

To as cnrregações que traziam, e por barato se verem li- do “ellas por não incorrerem em mais penas; «outros fugiam P o sertão, a muitas legnas do distancia; mas mesmo o ERNANI loca trasendo-os presos. «Com esse Inbyrinto de execuções, continia o chonista, pes nos que vinham de povoado, à pelos quintos à pelos os de fructos nos que estavam, ficaram os povos tão exte- os que, preferindo à morte vos Larrancos dos rios, muitos

secens, impossibilitando a mineração do ouro, e minando terra ns sementes de tal modo que tres plantas annuaes

n milho em espigas sem grão, trazinm a extrema enrestia attingindo a preços fabnlosos os generos de primeira

«Entrou com isto o povo a bromar as minas em conaterna- “sem lavra alguma de conta, do que fasqueiras es

d eram miserias, queixas e lamentos; a terra falta tos por falbarem as roças; ns doenças acabrunhan-

132

do os que escapavam da fome, assim que tudo era gemer, cho- rar 6 morrer» informa e chronista, na sua ingenua eloquencia. Como, porém, os quintos tinham augmentado, entendia. igo Cesar, gue, com « mu chegada, todos tinham vobrado novos alentos

Os capitdes-goneraes não tinham regimento preciso que, definindo as funeções lhes delimitasse a auctoridado.

Regulavam-se pelo regimento dado a D. Manoel Lobo, em 7 de Janeiro do 1679, quando governador do Rio de Janeiro, é

las mais instrueções e ordens regias posteriores, feitas para casos oecorrentes.

Os governadores, arrogundo-se, então, uma autoridade sem limites, estubeleciam praticas arbitrarins, verdadeiros abusos a que chamavam estylos.

Rodrigo Cesar julgara que o posto de capitão-general lhe dava o direito não de fazer justiça, como de adyertir e cas tigar os quo a não ndministrassem; entendia quo, superior a todas as justiças o milicias, podia reger e governar os vassalos no Brazil; com n mesma amplitude do que dispunha o Princi- pe no Reino; que, como loco-tenente do Principe, podin avocar qualquer feito judicial e tomar conhecimento delle, ficando as- sim suspensa a jurisdicção da magistratura.

Por sux vez os ouvidores se suppunham completamente in- dependentes da auctoridade administrativa.

Nisso estava 9 origem do frequentes conflictos entre os dous poderes que s6 enfraqueciam e se desmoralisavam.

Apoz o tragico incidente dos Lemes, entrou o governador em lucta com Godinho Manso, de quem queria até saber quo despresnra a beca o andava em corpo de bastão o espada

As camaras municipnos de Santos, Taubaté e Mogy toma amaram o partido do governador, chegando esta ultima n pedir que o ouvidor fosse deposto.

Com Francisco da Cunha Lobo, substituto de Godinho Maa- 80, pouco tempo de paz teve o governador; o mesmo sucedeu com Lanhas Peixoto, no Cuyabi, por ter este se recusado a prender e 4 sentanciar de morto individuos que Cesar queria castigar.

O ouvidor Lanhas Peixoto, que tinha sido excomman— gado pelo visitador Lourenço de Toledo Taques, por ter man-

ado soltar o vigario Manoel Rebello preso acintosamento por aquelle, largou os cargos que exercia se ficou nas minas como. simplos particular,

. 84 Lisboa, onde, tendo sido abortos, não foi o de munição! 2, sido furtados os renes quintos de ouro!

05, ida de novos minciros; mas que as cartas, dirigidas Paulo ou a Lisboa, significando a farça se desencan Oútros se persundiram quo na propria Lisbon se fizera a tituição, para mostrar que os moradores de 8, Paulo eram gulos e alevantados, dando assim satisfação 1 córte de ne se queixava do procedimento dos sertanistas nos domin "ella. Avançavam alguns, e estes fortemente secundados. Cnldeira Pimentel e Sebastião F, do Rego, que tinha sido driga Cesar 0 autor do farto; e ainda outros, com inteira cedencia, asseveraram que o furto fora feito em S, Paulo, posedEs, or Sebastião P, do Rego apmecirado com Calde imentel, (1 4 O povo, o ingenuo povo viu no facto a intervenção Divina Justiça, transformando o ouro em chumbo, em d daquellos que, para lisongenr o monarca e grangear-lhe gtaças, extorquiam, dos pobres misernveis em lagrimas, as sendas escravos com que ensgrassissem os quintos renes. A metropole, não neeeitando o milagre popular, mand abrir sobre o censo rigorosa devassa, na qual ficaram envolvic o ram Sebastião Formandos do Rego e Jucintho Barbosa pes. (2)

O que parveo mais p lap a a Pa

do dam pouoss. cia a carta

(87 dneintho Tachos 110 aonos atô

ÇA vem documento algam osso solo, do cufene uma” Remedios, no

do x, th dos

Bibliographia

Historia, de Portmgot. O Real a au colonial Mistoria da Dortmgul.

Primo não historico, Gengraphico, ate.

Emap a o a rot

Momo para Cap, do 8, Via o Cup, des. 1

Apoatmentos.* CP

America Portugueia. ru Tintorveo, iemeno usgraçios do Bit rasto. Pai do do irapolagia (Re, do Tast, Hist, do = Chino do pah ch da Tuut. Hist do 8,

ria poi > Nombarhia pista (hm, da Fat, Mat, do

Amam da Prom do Gaga (him do Ima, Mot, = aman ie a

do Arado rp É

Memoria sobre Goya (Re, do Inat, Jul, do

Cirusid, Vo 15) = = Corege e de Mato Gr (im do Pat Hint,

rom de Maito Gromo (Ren.do

Comet io Tato o de 8 Poda, V.) hero do It. Hl. do Brosik Fo Mec li Aunlo Mol. do Mean, Y Je to Inal, Tist do Nina qu la do Ta? Milo Ara 28) Tutvros Ce: do Taste Mit, da Dewsi, 7.0) ES Mabe mta 1 o td Relação de viagem tlm. do Inst. Hat. do Brasil V. 3) - pe ces do Inst. Hint. do Hiram

= Aiaréo de viagem (la do Tua Ml, do Brnoil 1.69

= = Noticias Praticar Mor do Iwi Hot do Bram 8)

DD = antruaão o Governo da Udo Minos Sera a do dai

Memariar Chromologicor (Her. Hran, V. 18)

o Lato Nil da

mente o principalmente o Archivo Publico de S. a publicação dos Documentos Interessantes—nos vo- | É E 16, 18, 20, 24, 92, 34, valiosa colecção te feita.

O Apostolo S. Thomé, na America

Estudo lilo na sessão do Tustituto Uistórico e Geographico de S. Paulo

eu

d DE SETEMBRO DE 1902 ro

MONSENHOR DR. CAMILLO PASSALACQUA

Excmo, Sr. Presidente e Caros Consocios:

Devido menos no grande intoresse que mo inspira a vida e prosperidade do nosso Instituto, do que à concurrencia dos dias « tambem das horas, em que se realizam as sons sessões, com as minhas oceupações, é que não tenho acompanhado presen cinlmento nos seus trabalhos.

Não tenho, porém, perdido de vista; antes, procuro sempre suber, pelas noticias dos jornaes e pelas informações dos socios assiduos, a sun marcha social; os ilustres membros do Insti- tuto sabem em quanta consideração tenho a nossa associação, não como ponto concentrico de escolhidas actividades scienti- ficas, mas ainda porque vejo, em meio do desappurecimento de tantas outras, mais ou menos congeneres que se hão fundado entre nós, o Instituto Histórico o Geographico vae, embora om lenta marcha, solidificando-se cada vez mais 6 até impondo-se ao respeito e à admiração dos contemporaneos

Aproveito, pois, a presente oceasião, para congratular-me com todos os membros do Instituto e faço votos os mais since- tos pelo maior progresso, de que é

199

s+s. Consocios, data venia, desobrigar-me de um

tempos do trazer ao co) mento do

tas que pude tomar em leituras teitas sobre phin, que me parecem interessantes pela

primórdios da civilização da America, antos

descobrimento pelos encopeus. Refiro-me nos traços

vivos de evangelização ehristan o conforme tradi-

não são para desprezar, direi mesmo apostolica. Esses

tradições vêm indicados em varios documentos, quiçã

idos, alguns dos quaes remontam ao seculo 16,

las essas motas que procurei colligir em momentos de formei uma convicção, que si não reveste ainda o co certeza histórica, enuncio-a como possivel caminho nos | entes do que eu e que talvez nos leve a uma afir-

o s o que ha de verdadesobre a evangeli- America e até do Brazil em particular pelo Apostolo | Thomé, um dos doze envindos por Nosso Senhor Jesus

“para doctrivar 0 mundo.

s “e

meu trabalho, qua tenho a honmm de confiar à illus- dos membros do Instituto, não se contém, repito a ultima sobre o assumpto. Aq contrario disso, confesso que tive decepções, compulsando várias obras. Onde pensei copiosa luz, encontrei, sobra o assumpto, inextrica- oras phrases, ainda mais annuviadas o complexas unexão dos assumptos, cireumstancia essa que me fez uma vez desistir da levar a termo o men trabalho. o menos desmimava-me o lembrar-me de que para pro- methodizado estudo, preciso era resolvor não poucas e q ao assumpto se prendem. Entro fazer e não balho que vos apresento, preferi proseguit, embora

entremos no assumpto.

“ha duvida, srs, que os membros do Colegio apostolico,

sso de seu Mestre divino, evangelizaram todo o mun: elaro que fallo da totulidade moral). Geographos toriadores emeritos o atestam, nos roteiros que

nas narrações que fizeram dos trabalhos dos apos-

5

=— 140

Não deixa do sor intoroseante saber, por exemplo, que 8. chefe dessa ração divinamente tabalicada trio e

lém, percorrendo pias eia aq e foi à Anti

ntão era a, enpi o Oriente, no mesmo tempo

Copia da Syria e Rr cidado do universo, ERES a

das maravilhas do mundo—totius orbis compendium, rivali

em esplendor com Alexandria e Roma, e da qual lemos em

no capitulo TE de sun oração Pro Arehia, «er o centro intel do Oriente, a cujo brilho nas lettras e nas artos rivalizava a magnificencia de seus palacios, de seus tomplos, de seus e bazares, onde se encontravam todas as riquezas Por isso mesmo e para christianizar todos esses generos de hu= manas netividades, S. Pedro estabeleceu nessa formosa cidade à sua séde primacial, e nella permaneceu durante 7 amnos, am que se transferisse para o Occidente. Deixando em bôas c a evangelização dessa cidade e metropole, confiando a sua co tinuação a prepostos sens, nie com direcção á mel do Occidente, Roma, passando por Napoles, Livorno e Piza, por onde semeára n doutrina do Evangelho. Devendo sidir á memoravel assemblén apostolica em Jerusalém, par- tiu de Roma, e, de pussagem, pregou a Bôn—Nova no Ponta, | na Galaein, na Cappadocia, na Bythinia e em varias outras ci- lades da Asia-Menor, inclusive a parte littoral: Orthosia, Ara- dos, Bulunén, Paltos e Gabala, até ú Tnodicêa, em todas fun= dundo súdes episcopass e ereando os respectioos bispos, Em Je- | rusulém, recobeu a famosa visita de S. Paulo. descripção, que apenas deixo esboçuda, nos uma idén da prodigiosa, para não dizer miraculosa actividade dos apostolos. Encerrados os trabalhos da assembléa, volta S, Pedro para Roma, passando

Gallias o pela Inglaterra o pela Hespanha, onde fundou tambem | estejam elegando no destino mo nono 42 da éra christan e rei= nando o imperador Clandio. Desse nnno, contam os auctores o estabelecimento de sua séde Roma, convertendo-a em centro | realmente tem sido da civilização christan o do mundo ea tholico. Omitto, srs, por não vir aqui muito ao caso, à historia dos triumphos do clristiunismo, nttestados ainda loje, naquela cidade, pelos munumentos, que se conservam, do movimento ovangolizador prima e que se continuou atravis dos seculos, influindo em todas as phases da historia, movimento que o mesmo Apostolo S. Pedro, juntamente com 8, Paulo,

sou sangue, no dia 29 de Junho do anno 66, roi rador Nero, Omitto, pela mesa razão e mesmo para nho do plano modesto a que me propus, reproduzir o que diz a bisto- rim dus multiplas é penosas guerras, gloriosas viugens dos demais

TELAS er

“America pelo estreito Ra

do Norte, sob a direcção techmica di que se em sem relatorio: que, à vista dos maros que lhes povôam as costas, dificilmente se póde distinguir o começam o onde acabam q Asia e a America. Os na pelas ilhas Aloucionas o que chegaram até Kamtschatha oninsula de Alaska, afirmam a mesma cousa, isto é a im) hitidnde de determinar os limites dos dois continentes, realmente separados. O povoumento, portanto, da America so. effsetuou pelo nordoeste, sendo que, pela Lslandia e a Grotulan= din, esse povoamento se fez por immigrantes europeus, pelo nordesto,

Ficam implicitamente ontondidas as cansas que dotermina- ram à actaal situação geographica, todas cllas exploraveis e de facto exploradas pela marcha e complicações de supervenientes modificações atmosphéricas e dos mares, que, como se sabe, o unem e ora separam torras.

Quem nho fór inteiramente leigo nesse genero de estudos. e tivêr noticin de vários eatuclysmas e revoluções ntmosphericas de que tem sido thestro o nossso globo, envando ora profundos valles, ora fazendo impor altas montanhas « ora produzindo eru=. pções de natureza diversa, se convencerá facilmente do que fica dito. Haja vista os estudos de diversos Eeólogos, entra os quaes citaremos apenas Boncher de Perthe é Carlos Lyell, cujos trabalhos põem em cvidencia seientifica a vordado dos livros sun— tos e outros do notaveis lydrographos, como Tissam, Dupetit Thouars, Hamilton Smith & Morton, que sustentam que, onde os antigos viram a grande corrente equatorial, dirigindo-se uniformemente de Jesto para sueste, existom contra-correntes que desembocam no seio dos mares. E os navegantes teem achado por exemplo no ocemno Pacifico um segundo Gulf-Stream, que, passando ao mar do Japão, vae para a America, como o primeiro “o dirigo da Torra-Nova às costas do mundo antigo, [o que importante saber é que a corrente Tessam levou para as costas da California mais de uma embarcação, da mesma ma-. neira que o Gulf-Stream Iançára sobre as plngas dos Açõres varios escalóres o restos do embarcações, facto este, quo os mens ilustres const sabem, convenceu Colombo da existencia de um outro mundo. Do Oriente e mui provavelmente do Japão, navegantes penetraram na America, assim como n grande cor rente equatorial atlantica levou homons para a America meridional e para o golpho do Mexico, inmigrantes da Africa.

e

"+

144

bora, denuncia a de quem s imprimiu, Não estarão nesse casso as lendas e tradições populi e entre os abori- genes da America existem, apesar de Roçs tantos seculos ? No estarho nesse caso as que se leem e se ouvem a respeito da evangelização da America e do Brazil, pelo apostolo 8. Thomé?

É facto. incontestavel, Enio, que Jesus-Obristo, antos de derramar seu sangue pela salvação de todo o gencro humano, sentado sobre a vertente da formosa montanha das Oliveiras, em face de Jerusalém, rodendo de sous apostolos, annuncia-lhes

ignaes preeursoros da ruina dessa cidade, E acerescentou «e este Evangelho (do reino de Deus) será pregado em todo o globo, testemunhado por todas as nações, « então dar-se-á con- summaçãos.

E” certo tambem que, sabidos do Cenacul taram do cumprir essa prophecia do Mestre divino, cuja doutri- na, 8, Paulo dizia no anno 60 da nossa éra, eresela o frueti- ficava no universo—erescit et fructificat, attrahindo multidões innumeras, mesmo das regiões remotissimas do orbe, conforme escrevem Busebio ; Multitudines innumera, etiam ex remotissimis orbis regiomibus (1)

Nio menos incontestavel é o fucto da dispersão dos nposto- tolos para evangelizarem o mundo, enbendo no apostolo S. Tho- ns vastas regiões denominadas Indias, Com effsito, pene- trou esse envindo de Jesus-Christa pelas terras dos Purthns, Médas, Pereus, Hircanos « Bnotrios, que «rum então vastos impérios orien- taos. Jeso roteiro gigante, que podia sor levado a efloito por Apostolo de Jesus, vem plenamente explanado mas licções do Breviario, no dia que lhe é consagrado pela Egreja Latina, em 21 de Dezembro de cada amo, nos seguintes termos claros é eoncisos, qual sõe ser a nossa Lithurgia; Postremo ad Indos ae conferens, cos in christiana religivne erudirit, Ora é sabido, srs. consocios, que, sob a denominação de Indos, estuvam comprehen- didos todos os povos das vastissimas regiões asinticas penintul- res, supuradas pelo rio Ganges, sendo que uma, áquem do rio, chamada cisgangética ou Industão, que tem actmalmente uma su- perfície de 3.800.000. ilometros quadrados, com uma população

la 245 milhões; outra, além do mo, a transgangética ou Tudo-

China, bojo retalhada, tem 2,100,000 kilometros quadrados, com nulação de 36 milhões, E! muito possivel que essas ro-

giões tivesse mpo maior extensão. E/ um facto mara- vilhoso tor podido esse Apostolo percorrél-as, e para que não

os Apostolos tra-

UND RE prosdleabunt hoc Exangolloam cogul ta untverao orde, ba vestimontum omal= due gontibus + ot nunc vonit consummmumatio. Math. XAIV. 14,

no constante, não o podia ollo

não dispensam a intervenção do asse

quão enorme foi a sun incredulidade por ocensião da

É da seu Mestre, A phrase: Dominus meus et Deus com que annunciou sen arrependimento, foz dollo um dos

os evangelizadores do nome de seu Senhor e seu

seculos d do apostolado desse basta lembrar o que oficio dos Jacobitas, na festa que elles colebram em sua 3 de Julho: Thomé, cuja commemoração hoje celobra- “enviado ás Indias pelo Senhor e obteve a corôa do mar- e os Nestorianos cantam: O' Thomé, qas À VORA pre- os Indianos aspiraram o perfume da vida e, como abando- r os costumes da gentilidade, viram florescer o pudor. E' sa- a China fnzin, nesse tempo, purte do Imperio Persa e seguindo a lithurgin imalabar, assim romemoram os fai-

| nosso Apostolo :

58. Thumé os Chinezes e os Exhiopes foram convertidos ; S. Thomé receberam o baptismo; por S. Thomé, o reino do ma China E g egação foi tão consistente o resistonto, quo o Je- em sus Historia da lição da China, publi= no anno de 1618, diz que, até o 1

j meus srs. uttendendo à approximação em que csse lo se achava du America é às considerações geodésicas e os 4! bericos, que acima refirimos e, por conseguinte, veis o scientificamento demonstradas dos poyoa- la America pela communicação facil do bojo estreito de o não admitir que S, Thomé se tivesse transpor- meiga os Es sinho, como explicar as tradicções ainda hoja se en- Es pspelto desse Apostolo, como daqui ba pouco mostra- | não quero, srs, porque non est hie locus, invocar a

= qi =

izar-se, o que aliús dello se atestado om. que ainda hoje se conserva num templo da cidade Cantão, hoje mais conhecida por Kouang-teheou-fou, na Cl em um blóco de pedra quadrada. Pregava ahi o Apostolo, q do um anjo de Deus e otaro 80 transportou para a Pala afim da assistir, com os demais membros do collegio apostól aos solennes funeraes da Santissima Virgem. Esse facto é lo e citado por Monsenhor Guillemin, notavel Bi Cantão. Si está eseripto que o proprio demonio gozn desse poder de so transportar sine intervallo temporis intermedio, como eusal-o nos mensageiros da verdade e do bem ? Mas, como. disse, nho quero servir-me desse genero de provas, que ces mente dispensa todos os recnrsos de ordem physiea para demon strar à possibilidade de haver 8. Thomé evangelizado n Amer Eu quero aqui adduzir provas de outro Rendro, ainda que, aquellas me mereçam, como a todo o homem de fé, o maior re- s)

ito.

e Humboldt, srs., que vai falar; são as sábias obras de

La Brasseur de Bourbourg, que se incumbom do attestar os muitos vestígios desse Apostolo em sua tarefa evangelizadora. Assim como as descobertas de fosseis, de medalhas, de ruinas, de colossues templos, palncios numerosos ete. encontrados por esses vinjantes, provam evidentemente um estado de civilização ls uma edade extincta ; assim tambem as tradieções religiosas | com que depararam entre os indigenas americanos demonstram com a mesm evidencia um estado religioso primitivo,

Sinto, dovéras, não me permittir a escassez do tempo, pois, em uma paciente confrontação dessas tradições, encontramos qua- si exactas os principnes dogmas do christianismo. Sabemos que, na úpoca do descobrimento da America por Colombo, foi notado,

or nos povos do norte, quer nos do sul, uma sévio de verda-

les articuladamente conformes as verdades christis. O cele-

bre Las Casas, que desembarcou na costa do Yucatan, em 1552, attesta essas factos.

Querois um testomunho claro quanto possivel de que S. Thomé evangelizou a America, escutas o que escreveu 5, Martyr, que testou do nosso assumpto, ainda que incidente-

] mente. Diz elle « que interrogados os povos americanos do nor- to o do sul, porque derramavam agua em fórma de eruz sobro a cabeça dos recem-nascidos, os sacerdotes dessas povoações, de modo partienlar nas Antilhas, responderam cathegoricamente: Um homem, de grande formosura, passou outrora por este paize

Ea ic

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gos ensinoo a fuser cosas cousas Transivisas aliquando virum

mam per cos tractus, qui ea ipsis roliquerit ». + Um testemunho, que nos é, principalmente para mim, muito n te, encontra-se na famosa Historia da nevegação do |, escripta por João Lerio, e é o seguinte: estando no achei que os indigenas acreditavam na immortalidade da alma. Falleilhes do verdadeiro Deus e de seu culto, da crea- do mundo, da queda original e de ontros pontos da religião istan; e, depois de me haverem ouvido durante mais de duas com admiração e constante attenção, um velho tomou a evdisse: nós sabemos por tradicção que um homem ves- como vós, e como vós trazendo n barba (os indigenas não meavam barba ) passou por este nosso paiz; tevo à mesma lin- guagem que vós, & esforçou-se por converter os nossos antepas- sados no culto de Deus, Mas nossos pues recusaram-se a isso... Esso homem foi-se; e, depois que se partiu, apparecen um ou- tro que lançou-lhs uma espada em sigual de maldicção ; e, des- de esse tempo, us guerras e as disenções têm sido continuas entre nós». Essa citação, quasi textunl, Jê-so tambem no his- torindor Tlonio, livro 3.º, capitulo XIV, pag. 219.

Mais elavo ainda 6 o que sa na elassica obra do Cornelio de Lapide, em seu monumental Commentario sobre as Escriptu- ras, no cap. X. vers. 17 da Epistola do 3. Paulo aos Roma- nos, diz: «Emmanuel Nobrega, secrotatis nostre, in Brasilia pro- pincialis, seribit in Braxilia extare én ripa fluminis vestígio

hominis sancti, quê ut infideles se persequentes eflageret, super flumen ambulavit et pertransit, comque ab incolis pocaré Tome, qui non videtur esse olius quam sanctus Thomas», cuja tradusção om vornnculo é: «Manoel da Nobrega, da nossa com bia (de Jesus), provincial do Brazil, escreveu que existe no il, na margem de um rio o sigual dos pés um santo

mm que, para cseapar ú perseguição dos infieis, andou tobre o rio e o ntravessou. Os habitantes o chamam Zomé, que não e ser outro que santo Thomê.

do menos explicita é unit narração (eita pelo superior de missionarios franciscanos mandado 4 America do Sul, em 1538, a João Bernal Dias do Lugo, membro do conselho dos Indios estabelecido em Sevilha, Vou resumir o que disse; tres chris- “Sãos no Porto 5. Francisco contaram-nos que ha quatro annos “um Indio, chamado Etiguéra, percorreu mais de 200 leguns Edenia nos indigenas que logo viriam varios christãos, tmhos e diacipulos de 8. Thomé para lhes administrarem o ba- ismo, e que a esses santos homens déssem bom agnsalhos. oix, no seu livro sobre a tribu dos Manacicas, diz que

A

+ termina o notavel hisi Humboldr

» pag, 28%, Ele conservava essa mesma tradição, de que 8. Thomé a aára, e que os aborigenes lhe chamaram com o nome de G de ia Tulá, conhecido por ontros com o nome de tealeoatt

E, para aproveitar mais um tostimunho nho menos su to, citarei a nota explicativa da palavra Meire Humane, que encontra na obra de Hans Staden, edição de 1900, feita p nosso Instituto, por oceasião do 4.º centenario, Esse Meire mane que esse eseriptor diz que os brazilicos entendiam ti sido um propheta ou apostolo, é assim explicado na referida ta: «do certo o mysterioso personagem que, é tradição entre selvagens, se do ga do HAS a nona direcção a rei depois que, molestado por alguns, se desgoston e deu E a missão de legislador e mestre de todos elles, E Obamayam-n'o o Sumé ou Zumé entro as tribus do littoral bruzilico. Nas Antihas, entre os Coruíbas, ndoravase (presta- va-se-lhe veneração) um Sumi, denominado Zomi no Haiti.

No Paraguay chamava-se Pay-Zomé, e em outros se dizia: Zone, Pysome, Summay e Zamna na ps qi, tral, E a lucidada citação, conelúe: «o nome transmittido por Staden para porém, estar alterado na letira inicial do segun- do vocabulo, devendo-se ler Maire Zumeane, ou talvez Man Zu- mane, em vez de Maire Humano,

Essa apprecinção concorda com o que temos citado.

: se

E aqui chegado, illustres membros do Instituto, ponho ponto final. Não sei si, com o que ficou dito, correspondi á vossa il- Iustrada expectativa, Em todo caso, repito, não entrou, o principio, em meus calculos, trazer um trabalho definitivo so= bre o assumpto, nem q sun ultima palavra, pelas razões que ex. perdi: quala de não dispór de elementos inteiramente positivos.

mui bôa mente, deixo essa gloria a quem mais competente do que eu, queira occupar-se nesse interessante estudo,

Da evolução historica do vocabnlario geographico no Brazil

ron THEODORO SAMPAIO

As observações que se seguem fôram-me suggeridas pela eri- tiea que, ac meu livro sobre o Tupy na Geographia Nacional, ba onco publicado, fizeram alguns cultores das cousas patrias é omens do lettras que se dignaram prestar-lho um pouco de uttenção,

Devo dentre estos destacar n José Verissimo qne, pelo Correio da Manhã (1), fez sobre o meu livro mais larga apreciação e emitiu conceitos, alguns dos quaes não pódem passar sem con- tradicta da minha parte, em bem da verdade historica, no interesso do proprio objecto debutido.

Não viu o abnlisado eritico do Correio da Manhã, no meu citado livro, um verdadeiro trabalho histórico restaurando yoca- bolos do uma lingua que não ora precisamente a que elle considerou, isto 6, a primitiva lingua tapy ou guarany de Mon- toya o do Restivo do que tão especialmento se oceupou, e de modo brilhante, Baptista Cactano, O meu ponto de vista não foi, como pensou o crítico, o do purismo linguístico, não foi o de depuração para restituir no topy n sun primitiva feição, mas sim o do interpretar ou explicar v vocabulario geographico in- digena, segundo a sun origem e procedencia, considerando a tupy —gunrany, não pelo que diz respeito à pureza e correcção per- feita dessa lingua, tal como nol-a transmittiram os que primeiro tratoram della, mas tal como era falada é corrente entre as po- pplações neo-perimeuers, ao tempo em que De sorte ao dee

ravaram e se fóram povoundo, e a quem de facto se dove & quasi totalidade das denominações da logares que a nossa actual geographia conserva.

Nunca foi empenho nosso, ao escrever esso livro, aquello ge o abalisado critico considerou como o muior padrão de glorin

le Baptista Cnetano, isto €, ... «.... o de ter procurado no es tudo do guarany, a que especinlmente se dedicou, o que era a

0 Correio da Monha-Rosenha de Niyroe—nrtigo edictorial por Josó Verlesimo-n 204 de de Jauelro de 102,

no.

a é ta

nento ou antes do descobrimento e conquista, se- ERRA paro jero Sasori descobridores e a ç »

lingua. mpenho foi justamente o contrario ; era o de expli- nbulario geograpbico indigena, sem perder de vista o sem despresar o phenomeno evolutivo da lingua- dubitavelmente devia reagir sobre as denominações desses o esquecendo, comtudo, como na verdade não esqueci, lar as difisrenças entre a lingua pura e a que resul- 1 on preparada evolução, tria decerto o meu alvo si, para explicar o referido vo- o, deixasso em olvido a sua genesia historica, a sua for- nos varios periodos em que a lingua so achou em contacto coma A dos enropeus, para mo oceupar com res- pureza della. bem certo que o tapi, durante n conquista europea, bas- modificor, não em vocalização, como na expressão

isto um facto que não soffre contestação, disso, ao resumir a grammatica tupi para o fim de as- as bases explicativas do vocabulario a imterpretar, pare- Indispensavel assignalar as modificações sofiridas, as diffe- dialectaes, as modalidades do Falar. Não importa isso, de- sacrificio da grammnática classica, nem tão pouco trou- o, viciando as noções como disse o critico do Correio relevo as alterações sofiridas pela lin adeante teriam de ser invocadas , tal como elle se formou. justificar isto, busta descrever a largos traços a evo- torien do vocabnlario geographico indigena. Apparecea ta] como hoje o temos, como um corollavio natura) do po- nto do paiz sob o influxo civilizado dos auraçe E' gra- sup e que as denominações das localidades de pro- i, são obra de selvagens, e que 0s portuguezes não do que receber do gentio e conservar o vocabula- phico que hoje existe no Brazil. Poucos, bem os momes do lugar que tiveram essa ori, Quasi todos são lencia ms rtugueza. Vieram dos mistas, dos ban dos a ba de sertão que quasi todos falavam vam essa lingua como um recurso de alta valia ções pelo interior, é de prever-so, o europeu, aportando ás nossas pla- pira vez, e desconbecendo a lingua dos naturaes,

não podia certamento dar nos

cobrindo denominações de

Assim é que vemos, na costa do Norte, onde com de Hojeda, Pi imeiros

costa oriental onde os brimento; as donomin: Vera Cruz, Santo es de Janeiro, Angra Reis, 8. Sebastião, e 8. Vicente, endas desde as primeirys viagens, attestam claramente ul ta próvia do calendario christão, à medido que aos navegadores so deparavam novas paragens. As denominações locaes de procedencia indigna depois que apparecem nos roteiros e nas cartas de marcar. + Vê-se bem que o trato com os naturnos da asa amizade, o conhecimento de sua lingua, cousa possi js qo commercio os appraximou do europeu, são condições que viam preceder a quassquer outras relações visando o conhe- cimento do pix e a denominação das localidades, É Durante trinta anvos depois do descobrimento, não se fez nas costas do Brazil outro commercio que não o do pau brazil eo das aves e animaes que se colhiam nas feitorias esparsas e | hemeras que os contractadores aqui mantinham, Nessa periodo ro, & costa, todavia, se tornou conhecida; não faltava!

tonio, Ponta do irão, ilhas dos Abrolhos, Cabo Frio, Rio de Janeiro, Ilha Grande, Ilha de São Sebastiao, rio de São Vie. cente, Cananta, Santa Catharina, Cabo de Santa Maria. Os nos mes selvagens ainda não tomam a proeminencia.

depois que a colonização regular começou, que aii se dividiu em enpitanias, e que mais tarde a metropole fundar um governo regnlar na colonia, é que o elemento in-. digena mais solicitado e tornado indispensavel à satisfação das

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ovas, começou a ir e a influir sobre à com- n seus varios ns) Ling

é então a predominar na colonia o influxo do amissio- suita transforma o selvagem no eabocola que vem a annos o tronco robusto donde descende 1 maivria

imitiva, euja natural tendencia raça invasora mais forte, se logo ao estudar o desenvolvimento e modificação quo “experimentou por influencia dos europeus. E q lingua indigena, pelo influxo dos catechistas, um vebiculo genernlizado na população da colonia; o tupi não tornou lingua corrente na cidade o nas lações novas que se iam assentando ppa o inte nda não recebem um nome tirado da lingua dos naturees, missionarios não denominaram pela lingua do gentio

q do as primeiras aldêss quo então fundaram, Das cartas dos jesuitas se que as primeiras aldêns que hisaram não tinham outros nomes que não os tirados ndario christão. Em torno da cidade do Salvador que de Souza neabava de fundar os discipulos de Santo iam ensinar no gentio para as uldêas do Espirito Santo, do, Santo Antonio como nolo refers Fernão Cardim. quarto de seculo depois, npparece em grande nume- a maioria da população neo-portugueza do Brazil, ehristãos dos submettidos, os descendentes erusados do es e do gentio, falando quasi todos a lingua deste a

emtão o predomínio do tupi nas denominações de jus se descobrem para O interior, ou que apparecem no “como um nucleo de população nascente. Staden em 1557, nas suas vingens e cnptiveiro entre il, ci um grande numero de Joca- emos ali, ulem de Pernambuco ue elle grmpha Pranembuke e Tamereá, Garasth ú (actual cidade da Olinda), Supereguy, Ju- “Acuti, Urbioneme, Imbiassape, Iguaquaçupe, Bertioga, , Mteroenne ( Nictheroy ), Zycoarype, Parahy- “Mambucaba, Ocaruçã, Aririaba, Taquaraçutyba é

annos mais tarde, o Roteiro do Brasil do Gabmel

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que Ee so d com relação às denominações de logares por influencia da meo-portugueza. Vê-so ahi em toda a extenção da costa penetrou a civilisação pelo concurso dessa raça, as d ções tupis prevalescendo é conseryando-se tho somente os eringuenes naquella região ondo a colonização não

'ercorrendo-se n serie de nomes com que ahi se designam Dos, rios, bubias e ensendas, desde o Amazonas até perto da P ribyba, à este tempo o estabelecimento mais avan tuguezes na costa do norte, nota-se logo o portuguezes como ; Amazonas, vio da Lama, a ilha des Voccas, bahia dos Santos, rio de Jodo de Lisboa, dos Reis, rio do Percel, rio do Meto, bahia de Anno Bom, lia da Corôu, vio Grande dos Tapuyas, rio dos Negros, B ras Vermelhas, Ponto dos Fumos, rio da Cruz, rio do Pare rio das Ostras, o monte de Li, bahia dos Arrecifes, rio de S. Miguel, Cabo Corso, bahia das Tartarugas, rio Grande, Cabo de. 8. Roque, vio Pequeno, que os indios tambem chamavam

Grande, porto dos Busios, Ponta da Pipa, bahia da

nando logares della: rio de Maranham, pe. Juguaribe, Guarapari, ou Guaripari, Itapitanga, Ttucoal gare, por Jacuatiara, Tabatinge e Aratipicaba.

ns da Parabyba para o sul, ondo à civilização portugueza domina, a numenclatua dos logares em ves de ser portugue-. xa, é quasi que exclusivamente tupi, como, por exemplo, Jagua- ripe, Aramame, Abionabiajá, Capivari-mirim, Itamaracá, Iga- raçú, Pernambuco, Paraceury quo so alterou para Percaauri ainda para Pero-Cavaim, rio Jaboatão, riw Ipojuca, rio Mara-. caipe, rio Una, Camaragibe, porto Jaragué, porto de Sapeliba rio Cururipe e muitissimos outros pela costa ao sul, entre os quncs, por excepção, ainda perduram os primitivos nomes porta- guezes applicados pelos primeiros navugadores o donntarios, como : Coneeiçã da, Cabo de Santo Agostinho, Sunto Alei-

guel, rio Farmoso, rio de S. Francisco. Sobrelóva, porém, notar que, medida que o povonmento do littoral se estende, 2 nomenclatura portugueza primitiva mos- tra tendencia pum desaparecer, substituindo-se por denomina- ções tupi. O nome Parahyba substitio para sempre o de rio

OG =

Ds md

ida Sorte, para além de 6: Roque, (oesa sabe titatE mais radical. O nome substitio o de rio

hoje as barreiras do Camocim. A Ponta chamando Jericoacoara, O rio da Cruz “Acaraci; o do Parcel, Avacaty-assi, junto de cuja está o porto dos Barcos. O rio das Ostras trocou o seu lo de Curú, e o monte de Li, eujo nome é ainda um a na nossa historia da geographia, é bojo provavelmente tudo pelas alturas do Choró, talvez a Pedra Aguda, a o surgidouro dos Pareeis, entre 0 dito monto e da do Mocoripe é a actual de Iguape. O rio Jaguaribe nO seu nome primitivo, mas o afluente da es » segundo Gabriel Soares, dividia os Potiguaras do Tapuyas do sertão, perdeu o seu nome primeiro de de 4 passou a chamar-se Banabuhiá. transformação do vocabulario, do portuguea para o tupi facto que no littoral se observa, porque no interior por excepção é que a nomenclatura local so altera. facto, à nomenclatura à toda indigena, quer rece- lla do proprio selvagem, quer applicada pelos conquistadores, geral, sendo Paulistas, falavam n lingua do gentio. todo o logar onde penetrou a influencia paulista, a no- geographica tupi prevulescom O Padre Vieira rofere commum, se falava n lingua do gentio entre as familias to o que o portugues so in aprender ús escholas. n + historiadores contam que nenhuma exploração no se levaya n effeito sem o concurso do gentio manso, que iu 08 guias é o grosso da expedição. Os guias “nessas arriscadas empresas. Delles dependia o sue- bandeira ou da entrada. « Elles são os que fazem os

netrado Inrgamente. É aa. A lingua o lo + terceiro seculo de 4 aobaliienta a Era dono pebssdo, do é irocabaliria bra que a nossa geographin conserva, não podia ser o tupi puro, o de momento ou de antes do descobrimento e conquista de so EP Baptista Caetano é que o illustre critico do Co da Manhã julgou que cu tambem devia guardar extreme dee fusões, separandoo do que foi após o contacto com os euro Seguir porem essa trilha, no escrever o Tupina (Geog Nacional, é que seria positivamente enar o meu nlvo, poi o vocnbulario geogmpbico de um paiz devo incontestavelmen reflectir o estado, O to de pureza, perfeição ou decadencia da. lingua de que procede. So ns regiões centrnos do Brasil devassadas « começadas | povoar no seculo XVIII exhibem hojo um vocabulario phico tupi, é porque o tupi ainda era nesso tempo a lingua fa-. lada entre os seus primeiros exploradores, e, decerto, a lingom corrente no Brazil meridional no seculo XVIIL entre as lações do campo, não era sino um tupi corrupto, um tupi mo- dificado pela prosodia do europeu e influenciado pelas idéas deste. Porque mr romper com essa condição historica, nfustando- me do meio linguístico real, coevo, ne veportar-me por um es- erupolo de purista no tupi pre-columbiano ou contemporaneo do | descobrimento ? A minha these exigia, so contrario, que eu não despresasse os dinlectos, que não desconhecesse a influencia modificadora do tempo e do contacto com povos estranhos, factores inilludivois da alteração da linguagem, Por effeito disso, 0 proprio vocabulario tupi melhorou e pro- sredin. Muitos nomes CPE do localidades, rios e monta-.

(4). Eimão de Vasconcellos Chronhea da Companhia de Jara

descol sertão, o cu rio

to Tietê. elle, entre tantos outros que na região se en- recia uma navegação regular, conduzindo no in- continente. Ao norte, ficavam rios impraticavois 1) no sul via-se ainda outro grande rio a Tao A denominação Vistã, substituin- à primitiva (Anhemby), exprimo decerto um progresso cu do de um conhecimento mais perfeito do paiz interior ; evidentemente de procedencia mameluca. mesma procedencia, como algures o assignaloi, é O i ou inha usado no sul para Goias monta- inquas, ou os montes cleyados sobre os quacs as nu- palavra hybrida que quer dizer—cavallo das mu

“nome Tupã, cujn interpretação, por mim dada, foi tida

o como cthnologicamento falsa, dado o ponto de vis- ue este se colocou, teve com toda a certesa mais do ido desde o tupi puro, primitivo, até a lingua geral, es indamenta influenciada pela enltura envopéa,

o, vam até esp superior, Deus, o Altissimo,

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O missionario, ocatechumeno descobriria no nome Tupã mais alguma cousa certamente. Tupi pode provir de tup-pue, e à alto, erguido, superior, e, portanto, significarin tambem pae su- perior, pae do alto, pao que está nas alturas ou no ceu, como crê o verdadeiro christão.

Assim, pois, si ethnologicamente como disse o meu ilustre critico, o nome Tupã não pode ter a interpretação que lhe dei porque importaria considerar «o indio brazileiro que se achava em cheio no animismo fetichista, um monotheista», pode comtudo, admittila como uma a de vocabulo em satisfação de uma necessidade nova. Si ethnologicamente a interpretação é falsa, historicamente não o é, e este era o meu alvo a attingiry porquanto, escrevendo o Tupi na Geographia Nacional, nho visei o indio puro, o selvagem livre de influencia extranha, mas tambem o culumim entechumeno, o gentio baptisado e compas nheiro do homem branco na conquista dos sertões, o mameluco que recebia de sua mão india christã as primeiras noções da religião nova, o grosso da população neo-portugueza que se foi constituindo e a quem se deve em bia parta, ou na maxima part, o nosso vocabulario geographico de beja.

por THEODORO SAMPAIO

tratando-se aqui no Instituto da verdadeira gra-

em razão de algumas duvidas que so-

suscitaram, dissemos com Gabriel Soares que os

ia de S. Vicento tinham por habitat os

pos de Piratinin,

Eae Vasconcellos chamou o parado da gentilidado: n então as opiniões a rospeito.

no de Abreu, emerito investigador da Historia Pa-

q Ai no assumpto todos reconhecemos, aflr-

que 03 Guayanãs ou Cuayandis como elle preferia gra-

guerra penetraram nos campos de Piratininga, e,

que ao eram alli moradores e nem sinham dominio

umpos. A seu ver, não eram Guyanás, mas Vupinikins,

s entechizados pelos Jesuitas em Piratininga, sendo des=

ipa aa e Oaiuby e bem assim a gen-

nego ae aaa opinei pela tradição paulista, pois que en- ue tão minudentemente escreveu Ga-

no sem e do Brasil a respeito dos Guayanas de S.

o, com Rsenmentos de maior valia e que cathogoricamen-

Es quasi sempre tag bom informado, descreve como a indios dominadares dn Capitania, ocen= as costas e ns terras interiores, limitando-se no nor- e ao sul com 03 Carijós, cuja lingua enton- como indios bonachões, amizos dos brancos,

“os seus prisioneiros, não os comendo como faziam indios, dextros guerreiros em tanto que não sahiam onde moravam om covas abertas no chão. Descri-

Robe =

tão minuciosa, de ordinario anda) ET SRD lonar-nos ui

diz Anchicta, referindo-se a Gai pitania de 8, Vicente, Caiuby, y uina (mulher) de sua nação, tambem muito velha, da qual ti um filho homem, muito principal, e muitas filhas casadas, sej do seu modo, com indios principaes de toda a aldoia do Je tiba, com muitos neto: sem ombargo disso, casou com que er Gunyanh das do matto, sus escrava tomada em gi a qual tinha por mulher.» Como se da citação, a nova mulher do chefe de Jeri- batiba não era da sua nação, mas guayanã das dv mato, sua | cruva tomada em guerra. Não se pode concluir daqui que havia duas Grnayanãs, os do mato é os do campo, & que uns é outros inimigos e se faziam a guerra ? no se infere tambem dai qe Caiaby seria um gu do campo, do typo deseripto por Gubriel Sonres, e que sun meira mulher tambem era guayanã do campo? A hypothese é perfoitamonte cabivel e fayoravel à lista; e, sendo assim, eram guaganas do campo os um K los pelos Jesuitas no fandarem S. Paulo de Piratininga. easo, porém, o nome de quayanã designnria apenas um ramo d raça tupy, porque, de facto, do tupy eram a Arte e Vocal escriptos por Anchieta, e porque os nomes dos chefes e p paes dentre esses indios e bem assim os das localidades na re-. gião E elles ocenpada eram todos procedentes desta lingua. guayanã, portanto, a prevalecer osta h: nação tupy como o era o tapynikim do litto;

porém, esta hypothese, o nome guaganã (guag-and),

cima da serra pelos outros indios do litoral, traduz-se mui le gitimamente—aquelle que é parente. Esta é a tradição paulista, que até agora tem sido mente acevita.

Entretanto, força é considerar outra hypothese não cabivel, a de serem Cuiuby e sua primeira mulher tup sendo to sómente Guayana e, portento, de nação diversa a segunda mulher. Que isso dizer que,

a dos do campo e do matto, os indios da Jeribatida, da tribo de Cauby, como os de Piratininga de Tibiriçá, isto é, os catechisados polos Padres da Com-

8. Panlo, erum todos da nação tupyníkim, e nssim ta mação estendia o seu dominio do litoral nos campos da serra, polo sertão dentro. E” de suppor então que,

| começado a invadir esto territorio pelo 1 do mar, o nikim, em epoca precedente À chegada dos enropens con= expulsar o gentio primitivo, o Guayana provavelmente, 0-0 para o interior, forçundo-o a rofuginr-se nas mattas serra, nas montanhas, onde permanecia ilhado, em nu— pipes, diante da invasão inimiga para elle irresistível.

“Guayana daquelle tempo representava assim, deanto do

kim pel que hoje reprosenta o Coroado dean- atm brisas Rae,

Guayanã era, portanto, um vencido, refagindo nas mattas, to nas nba gs mano descin sómento em ocensião sznda mama curpresa no inimigo, na fina das vinganças inolvida-

Como é de suppôr, o Tupinikim devia luctar sempre por e:

04 sitios conquistados como por alargar os seus dominios.

prisionviros, snerificava or bomens mos festina de authiro-

gia o as mulheres guardava-as como ereruvas, encorpo- us se Ra tribu, quando as nho tomava por consorte, como Caiuby,

EFE ao tampô di javasão dos Portagueiás; Toplai= eram os índios que dominavam no littoral e no sertão de

ininga onde em guerra penetravam Guayanhs.

Bem examinada osta bypothese, a favor da qual tão pode- maões militam, chega-se à conclusão de que, de facto os iros catechumenos do Piratininga, os indios que concorre-

qura a fundação de 8. Pnulo, não eram gunyinhs. Trium-

8 versão contraria ú tradição paulista.

razão, distinguia Vasconcellos os Gnayanãs como na- is, considerando estes como dos mansos Bi- sta é fulundo todos o mesmo idioma de

Anchieta compoz Arte Universal, o classificando os Gunya-

“miuda que dos mansos, como de out ospecie, falando Jin- diferente, qu Examinomos as provas,

mesmo chronista refere que os indios christãos de Pira- tendo tomado em guerra um guayanã contrario, dispu-

Blmbo do Vasconcellos, Chronica da Companhia do Jeshs. Liv. 1 8 191 o 163.

103

mham-se a comel.o num dos seus costumados festins os Padres cormjosamente o obstaram. (2)

Os indios christãos de Piratininga nho eram portanto nÃs, mas inimigos destes.

Haus Staden que, por algum tempo, viveu entre os indios.

da Capitania de S Vicente, pelos unos de 1553 e 1554, diz « seguinte a respeito dos Tapinikins: «Os portuguezes que moram têm por amiga wma nação brazileira que se chama Jkin, cujas terras so extondem pelo sertão a dentro, cerca do 80 Teguas e ao longo do mar umas 40 leguas (9) Tão extenso do- minio attribuido pelo viajante allemão aos Tapinikins não sq compadeco com o que, trinta o tres annoa depois, Gas briel Soares attribuiu aos Guayanás no territorio da mesma Ca= pitania. Cumpre porém, notar que Staden fala cx auctoritete propria como testemunha presoncinl, no passo que o nuctor do Roteiro do Brazil guia-se por informações. Staden, de ordinario tão verdadeiro, nos Tapinikins o que Gabriel Sonros aos Guayanás, « necrescenta que aquellos tinbawm por inimigos do lado do sul os Carijós e do lado do norte os Tuppin-Imbds. Está verificado que o Tapinikin no é o mesmo que o Guayaná, Portanto, a ser verdadeira a opinino do autor do Roteiro, é preciso admittir que entre 155L o 1587, os Guavana- “es, vencedores dos Tupinikins, os expulsaram do territorio da apitamin de 8. Vicente, a despeito do serem estes indios ami go» e allindos dos Portugnezes, o se estabeleceram no mesmo territorio, tucto que a Historia absolutamente não confirma,

Guayanás, cortamente que os havia na Capitania, não como senhores e ppa do seu litoral e dos sous eortões, mas como vencidos refugiados nas montanhas,

Fallando delles, diz Hans Saden: «Na serra habita uma raça de gente selvagem que se chama Wayganná. (4) Estes mão têm habitações fixas como os ontros que moram deante é por detraz da Serra, Os mesmos Wangannas estão em guerra com todas as outras nações e quando apanham algum inimigo o devoram; os outros tambem fazem o mesmo com elles «Vão n procura da caça na sora, sho peritos para matar

12) Nom. Táv. 1, mg: 110.

184 Haus Biadoa Vcs e eaprlvelro entes cs solemssas do Brant,

187 O autor aqui aoneica opinião que combatoa. Nac Nolas a Hans Sade (Vida, Ealeção Commemoratica do 4 Centenario do Dscobrimento do Erisl, convenaido da que 9 (uayaná não portonos ao ramo Eyph.

163

com q arco e habeis em outras cousas como em fazer laços e armadilhas, com que apanham caça,» (5),

O Guayanh cu Waygana de Staden deixa crescer o caballo na cabeça é conserva 05 unhas compridas, é antropophago o mus cruel com os seus inimigos do que estes o sho pars com alle; por exemplo, corta-lhes os braços » pernas emquanto vivos pela grando Ei que o distingue, ao passo quo os ontros indios despedaçam as suas vietimas dopois do mortas O Guayanã do Gabriel Sonres, é, ao contrario, um gentio inoffensivo

A opinião de Stnden « aqui incontestavolmente de maior

so

ao vinjanto allemho fala de sciencia propria, Elle vivem muito tempo entre os Tamoyos ou Tupinambás como prisioneiro de gnerra, e teve conhecimênto diracto do gentio que descreve, Dando-nos noticia da região ocenpada pelos Tapinambis que o eaptivaram, os quaos tinham saas habitações em frente da grando NENE: aU fúnto AD star, 0ceupands abisda Mota, Parto dos seus mma porsão do valle do ACID, eis como o viajante Tocalisa o Wayganna ou Guayani: «Do lado do norta confinam. (os 'Pamoyos) como uma raça de selvagens que se chamam TFoet- laka (Guaytacã) e são seus inimigos; do ludo do sul chamam-se seus inimigos Zupin-Ikin, e do lado da terra a dentro seus ini- migos sho chamados Karaya, Depois vem os Wayganna, que moram na serra, perto deles, e mais uma raça que so chama Morkayé que habita entre estes. (6)

Como se da citação, o Gunyana ficave encravado no tere ritorio dos 'Lamoyos ou Tupinambás, na grande serra, situada entre o mar e o vallo do Paralyba,

Pareco averizuado que o Guayana, repellido do littoral, se mfagiára, da longa data, na Serra do Mar, e que ahi sa con- sorvou por muitos annos, fazendo suas incursões ao longo desta cordilhoira, orn para 0 lado do mar, or para o lado do sertão, surgindo aqui o ali, e sendo muitas vezes conhecido por nomes diversos, sezundo n região, nté, que a civilização crescento, de todo, o desalojou do seu esconderijo

E assim que explica, segundo Vasconcellos, que os Ca- situados de Canauca par o sul, traziam guerras intestinas com Guayanis (7): que os indios entechisados pelos jesuítas nos campos de Piratinings podiam tomar em guerra um

(8) Mame Staden—Sase viagons o osptivoiro ontro oe solvigans do Hradl--Varda- delem e curta narração do commervio o costumos dos Tupim-lmbar e, Caps TA, pas. 180, WBáleção Comimamorativay

E8), Mane Stan, eins viazens o camiivelros untro ou sclvagens do Braall Cap, IV Jos: 121, (lição Commamorativa do 4 contanario)

7 Bimão de Vasconcellos, Chronica da Companhia, lv. 1 & 68 pag. UV.

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contrario Br que Caiuby pode adoptar por segunda mulher umã.

wyanã das do matto, gua escrava tomada em guerra; que os am joyos de Ubatuba ou Tupinambás tintam por seos visinhos inimigos os Wayganna ou Guayanás, segundo Hans Stadem. E' ninda por esta eircumstancia geo ingles Antonio Knivet,

Simão de Vasconcellos assignal ii pivito Santo, quando nos refere que Vasco Fernandes Coutinho ahi tovo apertadas guerras do uma parte com a nação dos Guaya- nás, e de outra com a de Topinaqués (10).

O Guayana era, portanto, no primeiro seculo da conquista, assignalado de sul a norte, desde Santa Catharina até ás visi- nhanças do Espirito Santo (10-4), oceupando as mattas da Serra do Mar, mas sem ahi constituir dominio permansnts e continno em tão extenso territorio, pois que nessa serrunia se refugiavam outras tribus vencidas como 08 Puris, Maracayas, Papanás, repele lidos das praias do mar,

O habitat do Guayanã, durante o primeiro seculo da con= quista, foi principalmente a cordilheira maritima, com as suas espessas mattas tropicaos, onde, ao par da segurança maior, en- contrava ello 0 moios do subsistencin mais abundantos, uma ver perdida a posse do mar.

ae seá ugori—o Gunrand tão espalhado, e portanto, tão numeroso, teria desappurecido de todo, sem deixar vesti=

ios? O Guaranã de que tratam as primeiras relações dos vin- Jantes « dos Padres da Companhia não teria deixado represen= tante algum entre as tribus selvsgens ninda existentes ou mais recentemente desappareeidas?

E” bom provavel que o Quaynã não tenha de todo dessppa- recido como um typo ethuico, mas tão sómente como nome nã- cional. No segundo seculo da conquista, pelo menos, o repre-

(1) Simho de Vi

ncollom, Chronica da Companhia, Lv. [, & 197 pag. 10, Antonto Ken

—Sarração da visgom que nos amos do 1501 » soguintos far terra do Mar de Sal vm eompaabia de Thomas Cavendich. Mer ist. a Lost, BisL OL 4T, pre 154,

onceltos. Chroujea, Liv. 1, g D%

eontearam Guayanhe nO serino

nhia, no vallo do Amamoas,

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do Ea parece que existia ainda, se bom, que com

“Eua, CM de nomes era cousa communissima naquelles tem- denominações das tribas selvagens nunca foram bem fi ou definidas. E relações de vigem da primeira Gpoca, us noticins e nar- ativas contemporaneas do primeiro povoamento do paiz sho de confusto desesperadora, omissas e contradictorias em se ndo desta materia. Os pormguezes, por exemplo, imitando tio de S, Vicecto, chamayam Tamoyos (Tembi-avo) nos do Rio de Janeiro, cujos dominios pela costa vinham até o da ilbn de S. Sebustião, Os francezes, porém, chamavam a mesmos indios Tupinambás ou Tupinambaoults, (11) que, nto, não era senão uma denominação generiea, porque = DR ros bo ronbontaivaim indico iria Déia spo Dia ranhão. Para uma mesma tribu bavis ps é honorificos que é como w tribu propriamente se appeli- va, nomes do afecto de amizade que y como a tratava, os e los e nomes pejorativos ou depoimentos “que eram dados pelos adversar Os indios do Rio de Janeiro, is. Thevet e Hans Staden, so chamavam tambor Tabaga- Orm, o nome Tabayara, o mesmo quo Tuba-yora, se rs senhor das aldéas ou o melhor o possuidor de povoa- ções, o que é dono de povoados. E! portanto, um nome a tetco que o selyngem escolheu para si mesmo. O nome 7a- E ESA é appellido ou nleunha amistosa, no pusso que o Ep it de Tupi) é simples tante do de raça ou de familia. Bastava ama tribu madar de logar, ou tão sómente ganhar Va perder a afeição ou estima dos seus visinhos para ser logo diferentemente. Os mesmos indios, individualmente, “gostavam de tomar outros nomes, trocar ou ajuntar appellidos

omo se sabe, nomes enfati-

PR arnigio averiguado que até poco antes do fim do seculo XVI, nome Guagand era comum entre os colonos. As relações de m, as informações e correspondencins fazem menção delle. faz-se um silencio inexplicavol sobre essa raça selvagem. papeis publicos não mais lhs menciona o nome. Nas re- siri da Camara de S, Paulo, pedindo de castizar o atre- nto dos indios, enjos crimes se multiplicavam sem a devida

= Mhevot e Lery. RE) SI, escroven Townijar, dizendo que sigulfca qu a og ilêsei e pa

a LOG =

| punição, não se citam sinão Tupis, 'Pupinikins, Tupindes, Tamoyos é Curijós, não so o nome Guayana. Teria osto enhido no olvido pelo aniquilamento do selvagem ou por simples trocn do nome ?

O aniquilamento ou 1 expulsão para o intimo dos sertões | não pode ter sido total. Rofugiado nas suas mattas sobre a serra, oceupando posições quusi inexpugnaveis, e que ainda ly no | meio de povoados, guardam o seu aspecto de sortão, o Guayanh podia resistir indefinidamente, e receber o influxo do homem ci- vilizado em muito menor intensidade do que as tribus mais fortes e aguorridas que o haviam dosalojado das praias do mar.

O Tupininkim e oTamoyo terisza sem duvida desapparecido, ow perdido sua individualidade no meio da corrente eivilizadora antes que o Guayana, menos aguerrido porém mais bronco, ti= vesse cedido às seducções do branco invasor ou no arrojo das ban- deiras ençadoras do escravos.

Tudo faz exer que o Guayanh, no alto das suas montanhas, no centro das suas mattas, resistiu por mais tempo, conserçou= se melhor, « muis lentamente foi recuando para os sertões,

N'esse interim, porem, perdeu o nome primitivo o passou a ser designado por outro appellido, (19)

Os Meramimis ou Guaramimis, allitão proximos de 8, Vi- cente, indios do que as relações primitivas não fazem menção, sinão depois de meio seculo da conquista não serão por ventura os mesmos Guayanãs tão cedo olvidados nas chronicas e nurra- tivas dos viajantes? Não formariam elles uma das tribus da nação Guayana?

Vejamos quem são os Maramomis e como os descreveu Vas- concellos, (14) ao tratar dos selvagens Tapuyas: «Falun (os Tapuyas ) diversas linguns é andam pelos campos, brenhas e sere ras como à bandos à maneira de animes silvest; Entro estes ba uma nação a que chamam Maramomis, que habitam especial- mente a Capitauia de 8. Vicente e se extendem por uma parte 200 legnas pelo sertão « para outra chegam é Capitania do Es- pirito Santo, quasi outro tanto. “Têm lingua facil de aprender, nos que sabem a geral da torra; andam nús, como todos ou ou tros, tem suas aldêns e voçarias de legumes, milho, aboboras, mandioca, posto que desta curam menos, presam-se de não cos mer carne humana, tendo nos que a comem por mãos ; nho furam os beiços e commumente tém uma mulher. Foram sempre

a, Savino do Abrea. pane que vs Curvndos de bojo são os representantes dos (14) Simão do Vasconcellos, Vida do Anchieta, Liv. UK, Cap. LX, pag 164.

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= 167

ozes, chamam-se sens tes; é a ax)

pe matalos q seu ger fazom ; es ia gente de criações, porque tem segura em sous arcos do mato, ainda a mais sugar e ligeira e vem a ser esta dificuldade de sua conversão o andar sempre pelos mattos “caçadores do que bão de comer. » “Outro biographo de Anchieta, o Padre Pero Rodrigues, tra-

do pato Muramimi ou Maramomi diz que este «era vi- da ioga na costa entre 5, Sebastião o S, Vicente, lingua era diferente da geral de toda a costa, Anchiata

Ei della fez arte e cathecismo para o ensino desses

» Abi temos o Maramimi oceupando uma extensão territorial de e na mesma região como a que se attribuira ao ani; com lingua diferente da geral, mas facil de aprender sobem esta, lingua de que Anchieta fez Azte e Ca cimo. Ahi temos o Maremimi com n mansidio e costumes Gabriel Sonres attribue ao Guayanã, inimigo de came hu- É e sempre aliado dos portuguezes. Vesificuse portanto que o Gusyanã do autor do Roteiro do Brasil tem o mesmo esraeter e modo de vida que o Maramimi biographos do Ancbista; oceupa a mesma região montanho- o Guayand (Waygannd) de Mans Stadem, diferindo desto apanto, À amtropophngia. O Maramimi não é canibul. O de Staden o é e erudelissimo, cortando os membros de imas antes de us matar,

detras dos Tamoyos de Ubatuba, tenha descido um pouco para o sul, aproximando-se dos Tupinikins ou melhor dos guezes de 8, Vicente, seus amigos e nllindos « se tenham

nas mattas dn mesma Serra, no trecho comprebendido

Padre Pero Rodrigues, Vilds de Anchieta, Manuscripto de 1007, da Dibllotheca

|

= 88)

entra a Bertioga e 8. Sebastião, onde, mais tarde, 08 foi cathe- cuisar o Padre José de Anchieta, sendo então conhecidos por Maraminmis (18) Guaramomis ou mais provavelmente C

mis (Guay-a-momê) que significa aquelle que é opprimido, o humilde, o abatido, tratameno decerto dado pelos sens protectos vos ou polos seus contrarios, o perdendo o antigo nomo cnã, 6 parente, que lhe cra dado pelos que lhe entendiam um pouco a lingua, a qual, comquanto difisrente da geral, era en- tendida pelos Carijós como o refere Gabriel Sonves, e fucilmen- te aprendida pelos que sabiam esta, como nolo diz o ehronista da Companhia de Jesus.

Terminando, chego às seguintes conclusões que se me afi- guram provaveis 1.º que os Guayanas do tempo da conquista oceupavam grando extensão de territorio, ainda que com sola ções do continuidade, ao longo da Sorra do Mar, desde Santa Catharina até o Espirito Santo; 2.º que os Tamoyos, 'Dapini- kins e Carijós oceupavam, no lndo delles, o territorio littoral, deixando comtudo alguma aberta er onde os mesmos Gunyanhs, que nanea se opartavam muito do mar, chegavam até esta, como em Angra dos Reis e Paraty; 3.º que os Guayanãs, oceu- pando as montanhas, visinhas dos campos, tinham cabildas nes- tes, razão porque se os podia distinguir em sunyana do mato o Guayanhs do campo; 4.º que dos Guayanãa da Serra, visinhos dos Tomuyos de Ubatuba procediam decerto as cabildas selvagens que vieram babitar nas proximidades dn Bertioga, conhecidas pelo nome do Maramomés ou melhor Guayamomés; 5.º finalmen- que a lingua dos Guayamomés não era do ramo tupi, mas conti- nha elementos delle assimilados que, de algum modo, a torna- vam comprehensivel aos que sabiam a lingua geral,

Depois disto, somos ninda levados a concluir que o gentio dominador noscampos de Piratininga não era da nação Gusyaná; que Tibiriçá, Caiuby e os da sua tribu não eram dessa nação, mas daquela de que uma parte se rebelou em 1502, atacando 8, Paulo, à tando Fer cabeças os parentes dos que tinham manecido fiois aos Padres, nação tupi como eram os Tupinikins os Tamoyos e os Carijós; que o gentio dominador tanto no litoral da capitania como no seu sertão erada raça tupi, do cuja line gua procede quasi todo o vocabulario geographico paulista; que da lingua gunyaná que era tupi, como o declararam os escripto- res e chronistas da Companhia de Jesus, nada se conhece hoje, nem della ficou vestigio nas denominações dos logares e, fnal-

VB) Maramomi é corranção de Myramiomi, do

Myra gente, povo ; mome 08 mimi muvadigo, andrJo, FeVOINCIONAdO, NOMAGA ; MeIe- MEM! MEnINCA 45

pertado, opyrinido.

«il

169

mistiça, a dos memelucos, donde subiram os parade sertão, não era do sam,

onde

pequeno no numero, mus le no beroismo, TE Tropical, em quasi metade do continente do ndamentos de uma nacionalidade nova,

“Paulo, 15 de Julho de 1908,

Homens e aspectos

EL JOAQUIM QUIRINO DOS SANTOS I

O amigo, a quem pedi que me envinsse notas biographicas do anudoso coronel Jouquim Quirino, disse-me, dias depois do meu pedido, pouco mais ou menos o seguinte:

Joasutus Quisino dis Bantie. oásira nONia: nógua a FoPRDA cidnde de Campinas, em 15 da Maio do 1820 e aqui morrem em 28 de do Fovatoiro do 1889. Ardou, pois, sessenta aunos o lu- me daquella preciosa existencia. Era filho do mrjar Joaquim. Quirino dos Santos e de sun primeira esposa, a exma. sim. do Mnnoela Jonquina de Oliveira. Não nasceu rico e morreu pai- perrimo. Entre 0 berço « o tumulo, porém, abriwse-lhe mm largo periado do franca prosperidade e até de relativa opulencia, Foi, Ee muitos nunos, commercinnte feliz a praça, em segui avrador abastado neste uberrimo municipio, capitalista e, final= mento commissario em Santos, Troin-o à Fortuna fallaz à ulti— ma hora, quasi pelas costas, porque quando o empobreceu, ello estava com um na sepultara, a despedir-so deste mundo, Militou em politica, activamente, como todos ou quasi todos os prulistas da sua Gpocha, de discussão o pleito. Pertenceu sompre no partido conservador, do qual chegou a ser, por unanimo ae- clamação dos amigos e dos contrarios, um dos proceres conspi= euos. Os seus correligionarios confinramhe, em duas ou tres situações, n delegnein de policin, e, na guarda nacional, subiu, do premoção em promoção, em 1 de Março do 1878, no posa culminante de commandante superior dos aguercidos batalhões e esquadrões da cavalaria, da infantaria e da artilheria da co marea. Em 1 de Agosto da 1872, a munificencia imperial, re- compensando relevantes serviços à cansa publica, tinha-lhe pen- durado no peito n venera da luzida ordem da Rosa,

Rezam ebronicas antigas que, annos depois, quasi foi bnrão,

Do rosto (acerescentou o meu amigo entre dois cumprimen- tos trivines disfarçados o perfumados por duas phraso gentis) do resto, você é tão sabedor como eu.

Nunca me cheguei muito no coronel Joaquim Qui quem aliás mon Poe (meu Pae nunca so esquecou do Abe fizeram) me fullavo, quasi todos os dias, com muita e gratidão sincera, Quando pela primeira vez nos vimos, um homem e eu uma creança Mais tarde, ao reponta- os primeiros, tenues fios de bigode negro, o delle era te branco na faca gorda o purpurina, mas enrugada, e moços do mom tempo inm frequentemente, em plena libor— conversar e rir, almoçar e jantar áquella conhecida casa da eommercio, cxsu de solteirho jovial e generoso, cujas portas

n vam pela madrugada o À noite se fechavam. Tam- vivi (um dos mais doces annos da minha vida) nesse quicto árho, quo fica entre a rua do Caracol e a do Barreto Le- fiel e inolvidavel socio dos brinquedos da minha infan- das slegrins da minha mocidade, o André Couto (que ti-

a pharmacia em frente da minha morada) muitas vezes ins—

| comigo para irmos juntos almoçar ou jantar, conversar o meza farta e hospedeira do nosso vizinho, Recusei, syste- mente, o convite. Tinha fmmensa vontade de ir, porque, “do mais, o André à os ontros me diziam maravilias da ricia do cozinheiro e, principalmente, da qualidade dos vinhos, eram dos mais puros a saborosos que então se rexetiam ortugal o da Traça para o Brazil. Mas, quem quizesso

o goso di instalar difinitivamento na intimidade do primeiro tinha do fechar os olhos e avançar depois, dlução e comgem, atravéz de uma verdedeira butega de de linguagem, que não magonvam, porque eram de innocentissimas, mas que, em todo caso, não attrainm, m attrair os timidos como cu, é sou ainda que nem siquer banhos feios consegui hnbitume-me. Ainda não lhe pude poe O terror, que me incutem antes, pelo bem que mo sabem lepois. À minha timidez, portanto, venceu a mi— deliberação, como no Hamlet; e eu mudei-me do Campinas 8, Paulo, é o coronel Quitino mudou-se de Campinas para o paiz mysterioso donde um viajor siquer ha rogressado nos approximarmos. Eu passava (habitualmente do outro

da rua) 6 comprimentava-o, com grande respeito, Elle da “correspondia, com egual delicadeza. Além disto, con- recordação de termos estado na mesma roda, nlgumas ve- em tardes calmosas de verão, no largo da Matriz ha, á porta do Mornes, e lembro-me de que, um dia, uma ba de domingo rumuroso é alegre, elles nos apanhou

o.

pm

179

na run Direita, a mim e no Leopoldo, e nos levou de pnsseio, no seu luxuoso Landau descoberto, pelos campos longiquos, beira do mato humido de orvalho, sob o seu vasto « claro, Nada mai

Todavi

v coronel Joaquim Quirino dos Santos nunca dei- xou de ser uma das minhas mais forvorosws e queridas sympa- th 8.0 seu nome é o que de preferencia costumo invocar, & à bistoria da sua vida é à que mais me apras contar quando, entro gentes de outras terras, preciso pôr em realce bem vivos bem nitido e bem forte us excelentes virtudes cívicas da gente da minha terra.

a

Eis aqui, em resumo e com algum methodo, o que em pro- lixa e amotinadamente conto nos que me ouvem, fingindo que. aã5 percebo o doreito do remota o leva nocibéria. comi GNiGaN acolhem e acompanham a ingenua exuberancia do meu derru= mado enthusinsmo de campineiro.

Em primeiro logar digo (e, insensivolmente, repito com em- phase um conceito commum) aquilo que o coronel Jonquim Qui- vino dos Santos foi, a si mesmo e a si o deveu. Sem pas era lnvrudor, e remediado; mas, como tivesse muitos filhos e não lhe fosse possivel assegurar ua layoura o futuro de todos, des- tinou alguns no commercio. Ora, os senhores sabem que por via de regra, no commercio, os vadios, os estupidos e até os desa- nimados não enriquecem. No commercio, não é hoje, 8 nunca O foi, como era na lavoura, antigamente, Antigamente, na lavou ra, para que om homem (om uma mulher) um moço (ou uma v6- lha) enriquecesse, era necessario sómente que o negro tral lhasse e a torra produzisse. E unda mais certo, é mais fneil, do que o trabalho do negro a a produeção da terra: se o negro não trabalhasse espontaneamente, como lhe cumpris, o chicote do feitor attento obrigava-o a trabalhar, retalhando-lhe as car nes; quanto à terra, Campinas ninda é, para muitos entendidos, o torrão privilegindo desta zona privileginda de S. Paulo, a mais prodigioaa e infatigavelmento fertil desto vasto o fortilissimo.

razil. O lavrador, por conseguinte, podia baloiçar-se e dormir tranquilo na molls rêde, suspensa á sombra mena da varanda: que por wm mysterio, ainda não desvendado, da sabedoria divi= na, infinitamente justa, fóra, no embrazcamento inclemente do sol dos tropicos, o suor sanguineo e abundante dos escravos era como réga abençoada tombando, de instante a instante nos sulcos fofos que, dia u din as ensadas iam rasgando nas mattas virgens derrubadas,

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.*e is (contimio ), ainda não conhoei maior nem melhor co-

os menos, ainda não mo trouxeram noticia do ninguem iosamente dudivoso, Dar em mais do que , era uma necessidade, uma exigência da sua Dava a parentes e a oxtranhos, nos que lhe pediam aos que não Ih'o pediam, pessoal e collectivamonto, as, como manda o Evangelho, ou ás claras, com alarde,

E epidemia do bixigas. Quem pódo retirar-sa retiron-so im- te, para as farondas dos arrodores. Os pobres ficaram. vento frio é constante (em no inverno) tremulavum aqui o inistramente, sobre as calçadas desertas, bandeirinhas de pan- to e branco. ( Funha-so bandeirinhas ás portws das cam “o mal tinha invadido, As do panno branco indicavam mansas e as de panno preto bexigas bravas). Os me- n poucos, faltavam enfermeiros e os remedios que a mu— de comprava, não ebegavam para os doentes que oram O coronel Jonquim Quirino, que tinha ficado ma cida- os pobres, abriu um hospital à sua custa é levou para miseraveis, cujas carnes apodrecidas calm nos pedaços, no ono o 4 mingou. Despendeu em poncos dias mais do vinte 3 mais do duzentos AD Outra ves (como a memoria me vai auxiliando!) pouco “a morte de Jonquim Corrêa de Mello (o Joaquinzinho da Tundon-se em Campinas uma associação (dr. Barata d eujo fim em perpotunr a memoria veneranda daquello odesto, mas ilustre sabio brazileiro, ao menos entre campinciros im de cumprir 0 seu patriotico destino, a associação edificaria, praça, tm predio escolar, gravaria, no topo da porta da em letiras de ouro, o nome fistejado do oparoso sabio, in ali, por toda a eternidade, uma escola para meninos Erguen-so O predio, gravan=se 0 nome, abrin-so à cola, mas ao cabo de alguns mezes (sl 0 dr. Barata fosso rico ho er patriota! *,,,) 0 dinhoiro csenssenva para se pagarem ores contratados. Jonquim Quirino, que felizmente era etor associação, Pa logo que nho se nborreces- eompanheiros, nem encommodassem, porque elle sosinho aria à escola. Si bom o disse, melhor o fez, emquanto

o

174

Rovolvam-so os archivos omposivados do Culto Sei da Santa Casa de Misericordia, das outras instituições pias de. Campinas, nacionaes e extrangei se nebará o sem n entre os dos maiores bemfeitoros dy todas. 4 “Tinha sobrinhos e sobrinhas ás dezenas, orphams de p Ainda vivem. Perguntem-lhes se houve nunca pae mais ax e carinhoso! 3 Percorram-se os mais afústados e humildes buirros da cida. de, e à porta das mais arruinadas choupanas, olhem-so para o chão! se verá ninda o vestígio quasi apagado das pegadas do bondoso coronel, enja esmola munca faltou sos mecessil * T os loilves do prendas em benoficio dos bospitaes o das. escolas, loilões que, outrora, na minha terem, so roalizavam, um por mez, sem exaggcração?!, Si não existisse o coronel Joa- quim Quirino e si elle não gastasse, como gastava, contos e cone tos de réis om enda um, com certeza nho se realizariam dois, do cinco em cinco annos!* Os famosos leilões de prendas cam- pineiros não foi elle quem os inventou, mas é certo que quem os inventou, inventou-os para elle, para sua inexgotavel caridade ! Podem replicar os senhores (dirijo-me aos extranhos, que me escutam sorrindo ) que 0 malhor dos homens não é o que mais dá, Aqui estamos nús, sem o esperirimos a pique do nos enre- darmos, lastimavelmente, na basta é complicadissima tessitura do um dos mais remontados e ponderosos problemas de Moral Social. Mas ou rompo-a o vou por dente, Noto somente, emquanto posso. que o antipoda de um coronel Joaquim Quirino sena um usurario: um animal inferior e repugnante. No N é exacto, largo espaço so rsgaria para o homem equilibrado o economico: mas, a economia, que é uma qualidade pessoal de primeira ordem, «e na collectividade uma força utellissima, nho me commove. E

Proseguindo : Eu não quero dizer que o coronel Joaquim Quirino dos Santos foi simplesmente uma alma em extremo caridosa, o mi to longe de mim a idéa mesquinha de o confundir com um des ses bonncheirões simplovios, que o povo explom, às vezes ada In, mas, afinal, despreza. Não. O coroncl soube ser tambem cidudho e patriota. Dava tios de dinheiro aos pobres, mas não se esquecia de muxiliar, sem pôr direetumente as vistas no um ero provavel, os grandes commettimentos de que dependiam o progresso e o bem-estar dos seus patrícios, mormento os dos que tinham nascido na mesma cidade em que elle nasceu, Foi um dos fundadores do theatro de 5, Carlos e da Companhia do Gaz,

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tomou grando numero de seções da Companhia de Aguas à Ex-

e ompregou muitos enpitaos na Mogyana, quando ainda mem sonhar so podia com o ospantoso desenvolvimento que, no eorrer dos tempos, veia a ter essa foliz o poderosa empresa do ias. férreas; quando os ultimos cafezaes da provincia eram os de Mogy-mirim: quando Casa Branca (alli mesmo, uma rapida sisgem de recreio) vra um sertão temeroso « invio, densas do estas povoadas de animaes bravios e campos extensos cheios do emas ariscas.

Bonacheirão, o coronel!

Simplorio, Joaquim Quirino!

Mas, para eu tal suppõe, seria necessario que o não tives conhecido, que não soubesse que sangue lhe corria pelas velas, ou que delle nem siquer tivesse ouvido Enllnr,

Seu pao foi o velho major Quirino, que é como quem diz um homem às direitos, de antes quebrar que torcer, paulista inteiriço, typo completo s genuino da severa lealdade dos ya mães de outras éras. Teste filho, de que lhes falo, era capitão do um esquadrão do cavalaria, que cello commandava, e, um dia, por molestia não participada, ou por esquecimento, ou pro- a ante, Faltou a uma revista, O pas, iunado com y

ta, a seus olhos do redobrada gravidade, porque era com metida por um filho, ordenou que o procurassem pela cidade, que o prendessem e quo o recolhessem preso no quartel, por oito dias, Apesar de todos os pedidos e empenhos, a prisão se effoctnou, pelo tempo determinado, horn n hora.

Talvez não lhes sejam desconhecidos os nomes dos drs, João Quirino do Nascimento e Prancisco (Quirino dos Santos: dois formosissimos talentos, dois advogados eminentes, dois pros sadores correctissimos, dois poetas inspirados. O primeiro nho o eheguei a conhecer bem. Voltando 04 olhos do espirito para as recordações quasi extinctas da minha primcira meninice, di- viso apenas, vagamente, passando fugas, o perfil loiro « suave de mm moço osbolto e femuzino, paldo, como um tnhareuloso

er, a vojo, numa canevonda manhan do outono, uma terça-

úra, 86 não mo cegano, toda uma população, vestida do preto, esminhando devagar atrás de um caixão, que ia para o cemit Fio. Choravam nus torres os sinos de tadas ns egrejas, o mui Sos dos que enminhavam atrás do caixão, vestidos de preto, ehoravnm tambem. O segundo conhecio muito, porque foi meu mestro e meu amigo intimo. Morreu ha treze annos, nes capital, mas ainda agora, quando lhe ouço 0 nome, é como o vidsso do volta do sou entarro e mao estivomsom gomendo aos ouvidos, agitadas pelos grandes ventos do alto, as casuarinas la-

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mentosas do campo-santo da Consolação, Tambem tinha o cor y debil e a fuce meiga o ta dolenta do Filho da Escrava. aiba-se, porém, que eram dois leões estes dois irmãos do coro- nel Joaquim Quirino: dois caracteros de aço, dois Iuctadores in- trépidos, temerarios. Assim se esconde, sob o velludo finissimo e macio dos estojos de luxo, a lamina, que não verga, dos pu- mhaes de Toledo, lhes disse que, om duas ou tres situações, os corroligio- marios do nosso homem lhe confiaram a delagacia de policia, Vou dizer-lhes agora, bravemento, que espécie de delegado elle Foi, sem duvida alguma, a mais activa, a mais energica, a justiceira, a melhor auctoridade, emfim, que nunca em Cam- pinas empunhou a vara symbolica. Antes delle, Campinas era, com ponca diferença, o que era Botucatú, quando a voz potente do actual senador faderal, dr. Manoel de Moraes Barros trove- jm indignações republicanas no recinto monarchico da assem- léa legislativa da provincia, contraa prepotencia apadrinhada do famigerado Tito Corrêa de Mello. Havia em cada esquina, um Jupanar barnto, donde ú noite, à luz impudente dos Inmpeõos vermelhos das calos os Lais despejados se debruçavam quasi núus, para os burguezes honestos o paentos, que passavam suficientemente codilhados no voltarete do Teixeira. Elle, se não extinguiu, modarou o vicio ntrevido, Jogava-se desbraga- damento nos bilhares, nos hoteis, em casas particulares. Derre- tinm-se fortunas e fortunas, ao calor das velas, sobre o pano verda das mesas da batota. Elle acabou com o jogo, positiva. mente acabou, movendo lhe tenaz perseguição, dentro e fóra da lei, invadindo bilhares, hoteis, destruindo rolotas, baralho o mo- bilias, dando assaltos inesperados a muitas casas particulares (algumas de amigos intimos) o prendendo os jogadores, fossem elles quem fossem. Annos depois do elle ter axercido a de- legacia, ninda não so jogavam, em Campinas, jogos prahil Além disto, perturbavo-se todas as noites o socego das ruas, ns ealtavamese e ferinm-se os transeuntes inermes—e tudo impune- mente. Divinse baixinho que oram pessoas das melhores fami- Mas 08 mais sanhudos valentõos, os mais teimosos desordeiros— e tudo se esquecia, Mas, para aquelle rude plebeu, que o traba- Mo ennobrecera, a lei era egual para todos, é, ao esforço perseyo- rante da ema actividade, da sua energia e da sua justiça, à ordem se estabeleceu a Campinas se civilizou, de uma voz pará sempre! Realizava-so, uma noite, um assento, pelo qual se uniam duas das muis distinctas familias cnmpineiras, e assistiam á solemnidade, correctamente vostidos de enssen, gravata q Jum vas brancas, dois rapazes, irmhos da noiva gentil, que est

NM

por erime Eb que tentativa de

naquella casa, pavorosamente estabelecido o Banco Mercantil de Santos e na de Menezes foi assassinado, rua do Bom Jesus, do Rosario. O coronel Quirino, que sempre s,e á sun custa, diligentissimos nuxilinres, nho em saber que 08 criminosos viriam À festa, como aliás, dins antes, se annunciara, com tal ou qual provocação, immediatamento á cadêa, saiu com todas as praças do des- nto e, minutos depois, estava o quarteirão rigorosamente o dentro, na essa em que as auspiciosas bodas se o baile deslumbranto batlait son , attingia o som o explendor c n sun mais irradiante animação, Subita- mo silencio momentaneo de um intervallo de quadrilha, no corredor primas estrepitosas e pausadas : * —Quem será? .. Era o coronel Quirino. —Ob, coronel, quanto gosto e quanta honra! Queira fnzer “o favor de entrar. Venha tomar comnosco mma taça de chompagne. —Nião entro, nem vim beber. O que eu quero, em tias palavras, é arrancar dabi para a cadea os criminosos, que “ahi estão, dançando e folgando, com grave escandalo ds lei, O —Prá eadon?! A noticia caiu o estalou como um raio no salão iluminado, Os homens protestaram, apopleticos; senhoras decotadas des- “maiavam; as creanças, de susto, rompiam num longo chõro lan-

Certo tenente-coronel, que es no Paraguay e, em tempo, “com bravurm notorin, cominandara a brigada policial da Córte, “deu dois passos á frente e, empertigado, marcialmente, objectou —Mas, além de ser um desrespeito ús senhoras e cavalh

“ro8 que aqui se reuniram hoje em festa de familia, é um gran-

disaforo. Deixo primeiro terminar o baile e depois...

E, depois, o coronel Jouquim Quirino do corredor para a com a maior plncidoz, como si aquillo não fosse com elle:

temente, o tenente-coronel deu dois passos á retagunr= entre os grupos i

e bambeando o peito amplo, vo qual treminm duns ou svorações de guerra. “Senhoras nterradas e donzellas lacrimosas intervicram, sup-

Bi

licos; mas, O coronel permaneceu inabalavel, como um rochedo,

ita então Juan Rep dio (0º fofaro: marqui de Eri Ra e, sob sua palavra do bonça, prometteu que, dentro de meia hora, os eximinosos seriam entregues á anctoridade, á porta da prisão. O coronel Quixino levantou à cerco e retiron-se com as praças do destacamento, Meia hora depois, minto a minuto, contados em relogio, as pesadas portas do carcere bumido e som- brio rangiam nos gonzos e fechavam-se sobre os dois criminosos, correctamente vestidos da ensacn, gravata e luvas brancas,

—Ordinario | Canalha! Safado !

Que é isto? Eram os presos que, segundo a regra, em grita desenfreinda protestavam contra aquela INQUALIMICAVEL VIO= LESCIA,

O coronol Quirino que, de ratirada, ia om meio largo da Matriz (mais ou menos nas altaras do cartorio do Juca de Pontes) serenamente meia volta à direita, toma a entrar na cadêa, toma a subir as escadas, torna a abrir as portas da prisão e, fronto à fronto com os prosos cneasneados é posscssos, sercna- mento recomenda ao Brito, enregroir

Si este barulho continuar, desça-os para a enxovia, onde estão os Dutras.

(Os Datras eram uns facinoras celebres que por muitos mezes. andaram foragidos é que, na vespera, tinam sido apanhados numa matta proxima á cidade).

—B si, dinda assim, não cs aquietarem, ponha-lhes os pulsos é os pés no vira-mundo,

—No vira-mundo ? !

—No vira-mundo: porque não ?

Foi como agua fria na forvura. Dormiram a somno solto, toda a noite, os dois prosos revoltados, os seus companheiros do prisão, é os visinhos da cadêa.

para deante, pela calada da noite, quem por acaso esti- vesse necordado ouveria, de vez em quindo, o brado do alerta, tremulo e prolongado, da sentinella fatigada e aborrecida, ,

ur

Os deveres do seu cargo obrigaram-no, uma tarde, a ir á estação da Paulista com a sua ordenança, que era um caboclo alto, espadudo e reforçado. Sonva a hora tumultuosa da che- gada e da partida dos trens, Muito movimento na platafórma. Homens, mulheres e ercanças eruzavam-se, encontravam-se, ncotovellavam-se na enorme confusão. Carregadores suados cortavam o espaço cimentado, em todos os sentidos, com malas

= 179

Bodavam por entre o povo, com dificuldade, as de bagagens e encommendas. De repente, um grito » saido tempo de mil boceas, atrõa os ares e, num y mpacta multidão primeiro se biparte e depois a dispersar-so allucinada, tu o pelos wagons, sal- para a linha, precipitando-se cégamente para o saguão,

ra ns sulas de espera, para o botequim e part o largo!

Um soldado, um eabo de cavallntia de um regimento, que destacado em Campinas, dava então o seu hygienico vespertino e lembrarase de entrar pela estação, à galope, escurraçar aquelle povo u golpes de espuda o a pauta de

É Sain-lho cara e lembrança A ordenança do coronel Qui- 19 atirou-se valentemente its redeas do cavallo disparado, do- o, arrancou do selim o cabo embriagado e, cumprindo á as ordens que recobia, alli mesmo, no logar do delicto, em do povo ainda pallido, de smeto, pôr-lhe os ossos num feixe o seu honesto sabre de policia | ou cinco dins depois, Campinas, ao que dixinm os teria de festejar o baronnto do coronel Jonquim Quirino

E elle, naquela sua voz arrastada dos ultimos annos, mas

ur + Que os...lnmben! Nem que eu estivesse a sernomendo

o Tinha de apanhar! beim interrompam, senhores! Eu sei o que mo vão

Ha uma coisa sagrada, n que nas sociedades civilizadas

180

se costuma dar o nome de Lei, e da qual esse coronel, que você tão onthusiasticamence louva, não era um escrupuloso o! q

Perfeitamente de accôrdo, Entretanto, perdemos o tempo da interrupção, porque eu tambem não me detenho a discutir questões politicas, ., A lei, a Jei! Sublime palavra e idéa mais sublime ainda! Mas, antes de Cesar, isto não era paradoxal : ás vezes, é preciso sacrificar a lei para salvar a lei,

e

O que lhes posso garantir é que não sei de ninguem que, sem o desejar, se tenha feito alvo, numa cidade, de tanta e tão firmo veneração, Sem o desejar, e até trabalhando pelo contras rio... Porque, o coronel Quirino, fandamentalmente um santo, era na apparencia um antipathico, um violento, um aggressivo

Como elle se divertia no entrado! Como parecia grosseiro e brutal!

Começava um mez, pelo menos, antes dos tres dias dn lei: «, “quanto nós outros em cims, na rua Direita e no largo do Rosario, nos molhavamos, ou molhavamos as moças das ja- nellas, e us que passavam, com delicadissimas Inranjinhas de eéra amarella transparente, cheias de agua cheirosa, elle, na rua do Commercio, mergulhava as amas infelizes vietimas numa immensa tina a transbordar de agua chilra do poço, ou punha-as a escorrer, ensopadas como pintos, a grossos e pesados jactos de uma bomba de extinguir incendios! Fôsss quem fósse; de uma ou de outra maneira, tinha de tomar o desagradabilissimo banho, Nem o dr. Ricardo escapava !

(O dr. Hicardo, aquelle medico, muito alto e muito magro é muito exquisito, de grande saber em therapeutica e vastissima elinica. Brazileiro naturalizado, teve posição eminente na poli- tica da Provincia. Foi, ba muitos annos, presidente da assem- bléa provincial). Esse, si recebia em dia de entrudo algum chamado 4 que não podia deixar de acudir, vinha de casa até 4 esquina do major Azevedo e, depois, resguardando com a al- tissima golla da longa sobrecasnea preta or setenta juneiros fra- geis, quebrava a esquina e passava polo largo da Matriz Velha:

—Não se póde passar pela rua do Commercio, sr. Bento Quirino... Sinhá corronel ndo quer, dizia elle, escondendo sob um amavel sorriso de resignado ancião irlandoz, consoryador catholico, a sua ironia nguda « penetrante de feniano sempre joven e sempre rebelde.

Que seenas as dos leilões de prendas! Numa ocensião (era na epocha em que o enfé a seis mil réis por arroba fez as maio- res fortunas da provincia; e o Club Semanal, como sempre em

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daquella natureza, itava do cavalheiros, senhoras é Roberto

mais fina talçioad O aim ERR Ea uni fa a o açantnhos do see cr enprichosamento lados a fios de ouro pela

de um ilustre titular, e oxclama com 4 sua voz 1 e vibrante de leiloeiro nato;

Honve un momento de silencio, em que o uim Rober- 1 1 para os assistentes, especinlmente para d. Flavia, des- ' e, ao mesmo tempo, como que « implorar perdão de “ter entre os sous dedos aquelle preciosissimo objecto. —Quanto 2... Houve outro momento de silencio, em que o Joaquim Ro- erto continuou a sorrir, nn mesma attitude.

—Cem mil réis, brada do meio da sala o sr. Lucio Fagun- a, mas para serom oflerecidos esses mimosos sapatinhos de ao meu respeitavel tio, o sr. major Manoel Fagundes,

me neba presenta.

A familia Fagundos, que tambem era da sociedade fina, os- ligada, por laços de amizado intima, & familia de d. Fla- eo sr. major Manel Fagundes, a quem o seu sobrinho Lu-

te ra o par de sapatinhos côr de rosa, era um velho

voceiro, muito alto e muito corpulonto, que, provavelmente, nem Rets tetnçes idos da levo a lépida mocidade, aenhára proir= ler os calos e 0s joanetes dos pés bojudos em tão exiguas e

O caso, por conseguinte, não provocou escandalo, Algu- o tias com grande desapontamento do velho,

Quirino, do seu canto:

tou amil réis pelos sapatinhos para serem oferecidos

Simões !

Imagine-se, O Simões era então o que ninda hoje é, o sempre ser, si o Thomaz Alves der licença: um magoi de barbas brancas, eternamente vostido de brim, meio

meio philosopho, com a sua rodinha especial, inteira o

talmente arredado da brilhante sociedade dos salões elo-

incorrigivel, por acuso passara pela porta

, por acaso entrara e por acaso se sentara ao

tio, 0 tio Quim, como elle lho chamava,

tos mil réis, dis Lucio Fagundos, visivolmente

magoado, para não serem oferecidos ao sr. Simões.

—Quutrocentos para o seram, responde o coronel, e ncres=

m-— 182

cents, em moio das mais esteondosas gargalhadas: essses sapa- tinhos, 6 evidente, não foram feitos para os pês do sr Major Manoel Fagundes ou, então, os pts da st. major Manoel Pagun- des não foram feitos para esses sapatinhos.

Encurtomos o conto: todos os membros da família in des, que assistiam à lucta, picaramse o fizcram-so solidarios com o sr. Lucio; ns, afinal, quem ficou com os sapatinhos (por dois contos da réis, se nho ma engano) mimosos sapatinhos le sotim côr de voa, caprichosamenta bordados a fio de oiro pelas mãos tidalgas de d. Flavia do Almeida, foi o coronel Joa- quim Quirino, que os ofereceu no sobrinho, o pachorrento Si= mõos, quo ainda hoje os possne é conserva, como uma ditosa rocordação da mocidade, diria elle, si a sun mocidade tivesse passado com a das outros.

EF

Mas, de todas as do coronel (e eu, sa palestrasso com cam- pineiros, não lhes fallavia, onfadando.os, do coisas sabidas o re- aabidas) a melhor, inquestionavelmente, é n que, por ultimo, vom contar. E, pelo menos, a que define com mais releyo a estima eo respeito que toda a gento am Compinus lhe dedicava. Foi, om 1878, quando o digna cidadão Floriano de Campos recebo do seu partido n nomeação do commandante superior da guarda uncional

Ao inangurarse naquela ano a situnção liberal com o ce lebre gabinete Sinimbit, Floriano de Campos foi nomeado, mas Jonquim Quirino não toi exonorado !

O fasto era realmente estranho e jurisconsultos abalisados podoriam resolvelo... Enche-se Jonquim Quirino de paciencia a vai a todos os jurisconsultos, do baixo no alto, começando no João Boquinha (um meirinho muito lido) e terminando no mais considerado e consideravel cansídico da cidade. Todos, à uma, Me fizerun ver que a exoneração, si de direito não tinha vindo, de facto viera: era, para todos os efísitos, como si estivesso ex- pressa em decreto à parte, Este decreto [até certo ponto o eo ronel tinha razão! era necessario: mas, (tão relaxados os goyer- nos da monarebia!) não era indispensavel, Sabentendia-se.

O coronel não se deu por convencido 0, para cortar termi- nantemento a subtilisima questão, deliberou conferenciar com Floriano de Campos em pessõa :

O colega é que ha de pór os pontos nos ii. E sem demóra, porque estamos na Semana Santa. A solução é urgente,

EAN e

m ma sexta-feira da dolorosa semana da Con- Morte, 0 coronel Quirino, fardado em ro uniforme, acompanhava lentamente, no lado do vigario, e exangue do Juato sacrificado. 1, na modru- al do demingo da Resurreição, qu se erguesso “o veria, ainda fardado, sob o pallio, à direita do sacer- que conduzin com ox olhos no ceu crepuseular, o vaso ste rticnlas

Sex iva, no meio dia, ainda não se

lo entre os dois coroneis, e até

entra monção conservadora,

“Puro engano que os homens daquella tempera não conhecom o desimtir, Sexta-feira, ao meio dia, mais ou menos, es- vito ou dez amigos à porta (respeitosamente cerrada) da do Pimenta ou da charmtaria do Alfredo Pinheiro... sinão quando, dobra o coronel n esquina da raa da Cadên, ca amparando-se na grossa bengala de castão de prata urrastando a perna, aqui, acolá, run Direita acima. Aonde se dirige nestas horas com esto sol, sol de torrar?

intou-lho alguem do nosso grupo,

Vou alli ao Floriano de Campos. Está exgottado a prazo lhe marquei ante-hontem. Quero saber si é elle ou sou cu mandante superior da guarda nacional de Campinas.

E rindose: 8i for eu, está o cavalo prompto. Eston velho, mas esto corpô desembaraçado, apezar do theumatismo, ainda não figum, em ci do bucephalo, Agóra si for ella... “E, sem concluir, rin-se ainda mais. O sr Floriano de Cam- s (6 necessario dizel-o) era muito baixo, mas excessivamente

pesado Um de nós pegou na plrase: Si for elle... Si fór elle, remedeiaso. Manda-se fazer um cavallo de que os da carne e osso não o aguentam, e içuse o com nte por uma corretilho se Foi, caha-cahin, rua Direita acima, a po ello disso ao coronel Floriano do Campos e

o coronel Floriano de Campos lhe disse. Jaz sepultado

ndo segredo o dinlogo seintillanto e arguto daquele daquele Mertemnich. Sabean sômento que, uma hi assomou ao longe, o coronel Quirino, cuhin-caha, o seu renmathismo, rua Direita absixo. “radiante é tentava estugar o passo.

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Então, coronal?

Tudo resolvido. Chegâmos a um aceórdo. Elle fica com o commando da freguegia de cima, a do Nossa Senhora da Con- ceição, e eu com o da de baixo, de Santa Cruz.

E, piscando os olhos mindinhos e vivos:

Passeilhe à perna. Na freguesia de cima não ha Semana

nta

A” noite, ia elle, semblante magoado, espada d cinta, cha-

Re armado na who, compungido, medindo soleunemente o prsso melodia lenta e chorosa da marcha fanebro da procissão do Enterro !

Mas, depois da procissão, é quo esa Naquela noite nine guem mais governava a cidade. Inspeetores de quarteirão, com- mandante do destacamento, delegado de policia, juizes, vignrios e condjuctores, e todas ns auctoridades, absolutamente todas, ab- dicavam e transforiam tacitamento para as mãos do coronel, os poderes divinos ou humanos de que se achavum investidos. Era um tyranno, um deita, um prefeito municipal absolnto, De Campinas Velhas à Estação, « do Vaquaral no Tanquinho, pes- sõns o coisas, tudo lhe obedecia cegamente.

(Naquello nuno, o se, Floriano de Campos, dormindo 4 somuo solto, não protestou contra aquella elarissima usuparção o, ao outro dia, aebou-lho graça,

Pois, si até o padre Chico não se rebellava!

As LL horas da noite, ma Matriz Velha, logo depois do sermão da Soledade, um moço, que poucos dina antes havia chegado da Córte e se astabolecera com uma loja de modas para damas, no largo do Rosario, estava brandamente recostado a uma

orta lateral do vetusto templo, que mal podin conter a multidão ja fieis, e deixava enir os olhos ternos o nssucarados (os olhos classicos dos commoreiantes de modas para damas) num grupo de moças que, depois do haverem beijado o Senhor Morto, balbu- ciavim, ajoelhadus, e efeetivamento contrictas, o acto de contricção.

O padre Chico passou, fez um signal imparcaptivel nos soldados que gusrdavam a porta, e, tum instante, o moço dn Córte foi preso,

Que elle, o nosso rispido vigario, ora asaim: «Numoro é na rua, seus pntifes».

ra Acudam-me, acudamme, que me prendom e eu não fiz nada!

Precisamente como si quizesse corresponder a um chamado, entrava, erecto e firmo, o coronel Quirino, arrastando a espada e sacudindo as plunas ondeantes do vistoso chapeu armado,

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Que é isso? Fórque vai preso o senhor? O padre Chico, descontindo, apressow-se om explicar: peso; porque namorou na egreja—esto herejo, este

vamos ver, insistia o coronel; mamorou moças om

Moças, atalhou vivamente a pobre victima do vigario, ra quem Juziu logo uma esperança, coma um relumpago.

E... feias ou bonitas Bonitas, coronel, muitissimo bonitas. Pois, si eu sou da

camaradas, sentenciou Joaquim Quirino, olhar siquer para o padre Chico. Namorar moças bonitas é crime nem do: 6 obrigação. Prondam, duzam À depois, por minha ordem, remettam ao hospício de o idiota que cair na asneira de namorar velhas ou feim Os soldados obodecerum immedintamen Quanto no padro Chico, rijo 6 alentado tinemontano nascido senso em Campinas, esse, pusmado, attonito, fez-se livido de recolhida e concentrada. Depois, estremeceu o visrunlhe os rolistas de varrer nquillo tudo a rajadas de tocha como “do outro Indo do oceano, em dia folgado de romaria, so “varrem as feiras a ronco de pau. Mas (por serdes vós quem soi “sr. coronel!) conteve-se, e o moço da Córto foi em paz, para a porta da outra banda do templo—continnar o namoro levemente Anterrompido, com os olhos cada vex mais tornos e mais assuca-

Para desafogarse, o padre Chico, bufindo, fozlho umm..

Ora! objsctam, ironicos, os meus pacientes ouvintes: nas (e Campinas, embóra você se magõe com " o, não é uma expital) factos como esse são muito n Nós sabemos: quem tem dinheiro manda e quem não

“o tem é mandado, O coronol. Mas, então, tenho perdido de todo o meu latim, porque não com a devida atenção o que minuciosamente lhes digo,

mais do uma hora !

os informei do que isto se passou nos ultimos annos da de Joaquim Quirino dos Santos, e os senhores sabem que o

u ei morreu pauperrimo, iso informalos ngóra de que elle, muito legitima 6 nobremente orgulhoso, no sentir-se dosapiedadamento ferido do cruel combate da vida—não perdeu o aprumo. Como d outrora, não cambaleou na sells nem sequer levou m mão

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ao arção. Foi como si o não tivora aleamçado o golpo mortal que u fortuna falas vibroa pelas costas, d ultima bora.

A galeria, os espectadores, forçoso é reconhecel.o, portarame bom, O golpo foi visivel, mas ninguem o viu. Raro, inveros si quizerem, mas real. E" possivel que, dos anti; bajuladores do rico empobrecido, o seu mais apressado recadeiro, o sen mais afanoso eubientario o tenha abandonado na ocensião incerta. O Joho Couto, porém, (e no mundo não ha um Jono. Couto a6) nmigo corto, foi até o fim seu dedicadissimo guarda- lr sem remuneração, porque não ha livros que

uivdar. 4 Vão oferecer-lhe quinhentas libras, ouro, ao cambio do 5, pelo relogio inglez de quaronta, cambio 27, com que o coronel o presenteou, hu mutios annos, ao regressar de um passcio à Europa! edondamente que não. está elavo. A agencia do Banco de Sho Paulo pouco, mas para viver com honra, 6 à ingra- tidão, digam o que disserem, é quasi uma infamia,

z na Deponho agórm a ponna do biograplo que, n podido de Antonio Sarmento, manejei pela primeiro ou segunda vez na minhas vida, Não sei si aserovi de menos, si escrevi de miss Si de menos, melhor para quem ma fo. Si de mais, pordôoman'o, mas eu, decididamente, não me desdigo do uma palavra, nem digo menos mma sylaba do que disse, O coronel Quirino é um dos vnltos dileetos da minha adinivação do campineiro e paulista, e eu, todas as manhnns, vendo graças a Deus, porque ainda não sou nem misanthropo, nem hypocondriaco, nem pessimista. O liquido azedo e exustico do figado doente destes contrariados infltrasedhos pelns raizes mais profundas da nlma e estiôladho as mais bellas faculdades, Penho ainda om pleno viço a facal- dade de admirar que, como se sabe e se disse, é do to mais bella e a mais consoladora.

São Paulo, 16309,

Jenio Mesquira.

Katos artigos focam pablicatos no Jstado de S. Pont xindo cum admiravei verfado ampoctos da vida salvam! o da

Escola da Relação.

Narrativa

PROCLAMAÇÃO DA REPUBLICA EM Sião Paulo (DE 154 18 DE xovemuRo DE 1889)

“Os que se esforçam para romir documentos incditos nos ar- desta nesocinção, com o fim, do facilitar no futuro, n ão da Historia, comparando cases documentos com as us possuimos, terão observado que os escriptores, hecinm muitos factos importantes da nossa vida nacional ram incompletos o omissos relativamento a outros, Os grandes acontecimentos nacionacs, muitas vezes são des- por tal fócma, que trazem completa obscuridade, quer re à origem, quer sobre a parta philosophica que a historia demonstrar, às grandes luctas, que procederam à Indepen- ao 7 de Abril, Restauração e Maioridade, os homens po- » dnquelles povíoilos ngitados, escreviam as clmonicas, mar- os acontecimentos, dominados pelas ideas o interesses da n que se achavam ligados. Para um grande numero de elconistas, os Evaristos, Le- | Jnnuarios, Honorios, Albuquerques, Andradas e tantos ou- forum homens vulgores, nho escapando dessas opiniões + nem mesmo o muior estadista, o político mais previ- T u tempo, o genial Beraucdo Pereira de Vasconcellos. Si hoje, nos deixassemos inflnenciar pela parcialidade de os aseriptoros, contamporanvos daquella notavel homem de

stado, sua memoria, teria chegado bem deturpada a nossos dias, “Salva-o, daqueles julgamentos parcines—o estarmos en

lo continuamente nos nossos codigos, nos annaes do partamen-

ercução, organização q direcção prtidavia, os traços lu-

da passagem do grande codificador de nossas leis mais

» guiada pela calma, que o tempo pro- lo um dever patriotico, vai pouco a pouco orga- o Pantheão das Grandes Braziloiros.

== PBB—

De 1842 até 1889, 0 desenvolvimento da imprensa, e o le- vantamento da intelectualidade nacional, abrandando os costu- mos e à irrascibilidado produzida polas luetas politicas, torna- ram mais justo o julgamento do adversario, e portanto, mais verdadeira nu chronica.

Ainda assim, o espirito de observação, nho se tem descn- volvido em nosso paix, como fôra de desejar, e os acontocimen- tos, continuam a ser descriptos sob a impressão do momento.

Os grandiosos fnctos—libertação do ventre escravo, a ex- tineção da eseravidao, a proclamação da Republica, que refun- diu completamente a vida nacional, são acontecimentos modor- nissimos. O ultimo, data apenas de 14 annos—e, nós, que as- os ao ruir de um throno, estamos verificando diariamente

me todas as marr: desse acontecimento, são incompletas e ivergontes,

Si é cedo ninda para se escrever a historia daquelle impor- tante evento, não o é para que, nus associações litterarias e no nosso Instituto, se organizando o depositorio das «bio nicas, para que no futuro o homem da scioncia, calma o refle- tidamente, trausponha para a Historia, aquelle facto grandioso, que nos foi dado presencear.

Para chegar à esse desideratum, lembreime do oferecer no Instituto uma narrativa da proclumação da Repablica em S, Paulo,

Por si só, ella não teria valor, si não estivesse, bascada em circumstancias, factos, autographos e no testemunho valioso de muitos consocios, que heido invocar.

Simples ehronista, narro fielmente, sem reflexões, nem come mentarios, tudo quanto me foi permettido presencear desde a manhan de 16 de Novembro de 1889, até o dia 18, quando se- guiado o exemplo do vensrando chefe da União Conservadora, por uma fórma solenne, em publica reuniao com grande nu mero de amigos, adherimo: às novas instituições,

A posição que então oceupava, ma habilita a dar conheci- mento origem de certos factos de que se não tom cogitado explicar.

Naquelle tempo era eu político em actividade. Acabava de representar pela 5.º vez a Provincia de S. Paulo, na assembléa provincial, e meu nome estava incluido na chapa do partida con- servador evolucionista para a cloição que so ia realizar, Colla- borava no Correio Paulistano, desde o dia em que foi adquiri do pelo illastre chefe da Uniao Conservadora, e a 15 de No- vembro, nchava-me na gerencia daquella jornal, logar, que deixei, quando posteriormonto realizamos sua venda a dois il-

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+ ma ausencia de Antonio Prado, então na

im disso, havia sido o indicado para lavrar a acta da de 18 de Novembro, cujo autographo venho hoje cífbre- Tostituto. parte nos aconteci- daquellos dins, é elles, hho—de com o seu testemunho, complotar ou altorar a parte da narrativa em que se E falta de minha memoria. Si, para a vida de um povo, o espaço do 14 nnnos, eymbo- “apenas algumas linhas da folha de um grande livro para a outros é enorme aquello percurso, porquanto representa, mais çã Ear parte de nossa existencia. ed convem pois, que se adio por mnis tempo este dever. Do contrario, poderemos estacar na curta jornada, sem termos eontribuido para deixar, nos archivos deste Instituto, nossas im- messões de chronistas, relutivas nos factos produzidos nesta Cu- tal, po na que se deram no Rio de Janeiro a 15 de remb o, E, para que possam sor devidamente aprociados, em remoto em rapida synthese, remontarei aos acontecimentos poli- mezes anteriores à proclamação da Republica.

A queda da situação conseryadora, e a consequente disso- da Camara dos Deputados em 1889, causou profando abalo, e exsitou o animo de uma. erando parto da popalação do pais Es pesto: do poder doabira ão roaizaE :8 prata reforma humanitária da emancipação dos escravos, maioria dedi- endo o sustentava em ambas as casas do parlamento, e no sou vgramna se achavam inscriptas reformas importantes. 4 Constitucionalmente, a mudança .da situação fôra um at-

E hoje subido, que o ultimo golpe do Estado na monarehia, ho ido, porque tornaram suspeito à coroa o partido conser- dor—ncensado de facilitar o desenvolvimento das idéns radi-

mão rengindo contra ellas.

D idas as Camaras, Antonio Prado, o chefo do partido dor paulista, resolveu desde logo comparecer às urnas, tando o partido debaixo de uma bandeira que symboli- suas aspirações politicas,

ropublicanos, apresent -se sustentando programma udança da forma de governo—e proclamavam a ne-

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cessidade e conveniencia de realizar csso ideal, mesmo, revolun— cionnriumente.

O partido liberal, pela voz anetorizada do chefe do gabi note, desfraldava a bandeira da resistencia. Referindo-se à tação republicana, dizia «que ella era percursora de grandes ana] porque pretendia expôr o paiz aos graves inconvenicutes de in= stituições para os quaes não estava preparado, e que portanto, cumpria ao governo, enfrequecer 0 INDTILIZAR aquellas falsas idéas.

Diante destes dois programmas reyoluncionarios, o patriotico chefe do partido conservador paulista, observando o desenvolvi mento das idéns demoeraticas, compreendeu que não mis se lhe podia levantar obstaculos

Vio, que em chegado o momento de caminhar com a opinião, dirigil-n, satisfazendo em parte, as idéus populares, accommo- dundo-as às condições dn existencia dn sociedade.

Para chegar no ponto desejado, encontrava um meio— promover reformas que alterassem a organização politica e ad- ministrativa da nação,

Entre as que reconhecia, como necessarias e Imprescindiveis figurava a da autonomia completa das Provincias, para que ollas tivossem a direcção de seus negocios e a organização do sua administração,

Esta exposição, é conhecidu da chronica-resta agora transportar para ella, a pagina intima, do partido conservador, relativa a estes acontecimentos,

T' necessario que a historia ullirme, que não podia ser, nem mais patriotica, nem mais habil n direcção que Antonio Prado deu ao partido que lhe confiara o mundo. Os acontecimentos posteriores, vieram confirmar sua previdencia.

Calmo, e profundo observador, comprehendeu, que o golpe de estado no passo que enfraquecera a instituição monarehica,

elo dospeito do partido, que havia sido despedido do poder, fortalecera c tornara mais decisiva a attitude dos republicanos, cujo ndvento, devisava, 2m futuro breve, opinião que sempre manifestava a seus amigos, na intimidade,

Querendo evitar a revolução, sempre acompanhada de um cortejo do horrores, resolveu adoptar como programma do parti- do o processo da evolução, não resistindo de frente as ideas descentralizadoras, mas, caminhando sempre, tomando parto no movimento, pugnando pelas reformas amais adeantadas, dirigindo o partido para as fronteiras da republica para que elle, Roo no momento opportuno, transpor us divisas, pela evolução.

Dos correligionarios presentes, aponas Rodrigo Silva apre- sentou reservas, Entendi aquelle notabilissimo paulista, que o programa ora inconveniente, naquelle momento, por ser exces sivamente descentrnlizador. Além disso, parecia-lho que a fede- ração ora incompatível com o regimen monarchico, heriditario representativo, mas, desde logo, fez notar, que a opinião que manifestava, não influiria de modo algum em seu procedimento. politico, Estaria sempre, no lado do seu chefe, nho creando o menor emburaço ú politica, que por elle e pelo partido fosso adoptada na Provincia. Pedia apenas, para não tomar parte na direção do movimento, porque tendo sido ministro do ultimo gabinete conservador, não queria que attribuissem seu procedi- mento ao despeito. Peita ossa reserva, passava a ser pisca E) iria pleitear à eleição, no -posto, que lhe fosse designado pelo chefe e pelo amigo.

Este facto intimo da vida da União Conservadora, continun- mento se reprodunia.

Quando a maioria do Conselho Director, resolvia uma me- dida politica, o membro divergente, se tornava solidario com seus amigos 6 os que assim procediam, ersn homens da enversga- dura de Rodrigo Silva, Duarte de Azevedo, Dutra Rodrigues & Barão de Jaguara.

Antonio Prado, era o primeiro a dar esse exemplo.

Muitas vezes, como elle proprio declarou nn reunião do 14 de Julho, codia de suas opiniões, deante do maior numero.

Essa admiravel solidariedade, foi o segredo da força o do prestigio, que aquelle partido adquirio no governo do pix.

Esta pagina intima da direcção da União Conservadora, bem como os factos que acabo de refurir, pódem ser, desde confir- mados em todos os pontos, pelo testemunho inabalavel e precio- sissimo de um dos mais illustres servidores da patria, Duarte de Avevedo, o fecundo ministro de Justiça do gabinet de 7 de Março, Conselheiro de Estado effectivo, leader da camara dissolvida, membro do Directorio da União Conseryadora, cuja opinião era ouvida e aeatada com respeito, e que ora bonra o Instituto, pre- sidindo nossos trabalhos, confirmará, a verdade dos facto que acabo de referir. (L)

Regressando a esta Capital, Antonio Prado, convocou a grande reunião do partido, que se realizou em It de Julho de 1889,

Nessa memoravel e concorrida nssemblén, o notavel paulista expôz o seu pensamento, desenvolveu suas idéns, e demonstrou a conveniencia de serem ellas adoptadas,

(1) O Consolhoiro Dubrto, que presidia a sessão confirmou esta parte da tarrasivar

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a reforma, désse as províncias o eba Papa ie lo

sua jeratidão, fecais das luctas politicas para guardar os cimentos ».

Coneluida a ano exposição, onvida com grande ancio-

Dunrto de Azevedo e Almeida Nogueira, interpretando o

sentimento goral, neceitaram sem reservas o programma apre-

do, e por acclumação, conforme proposta, desenvolvida pelo

Rio Rsdiiguas Alves, “ficou “resolvido que a «União San:

ra adoptasse para sou programina, a reforma constitucio-

n Sho Paulo, não foi completa a vietorin. Passaram no * escrutinio os candidatos libernes do 7.º e 8.º districtos. Eram republicanos seus competidores, voneeu o candidato da Uniho no 9.º districto. “O Correio Peulistano, orgam do partido na imprensa, feanea “e lealmente sustentou a conveniencia de serem os votos conser- doros, dados nos candidatos republicanos, porquanto ellos si victoriusos, pleitenriam com esforço pela decentraliza- administrativa das provincins, parte da programma conservador. A imprensa, ropresentante do partido no poder, atacou pes- mente no Pi onte da União, afirmando que elle exorbi- ava, e que a opinião do Correio era individunl, e não exprimia “o pensamento de todos os membros do conselho director. Tho issistentes se tornaram os ataques, tantas ve: uzidas aquellas afirmações, que a duvida parcceu so apo- rar do espirito do eminente cidadão, Querendo conbecer o terreno e clarear a situação, encarres de apresentar nos membros do Conselho Director, uma ção eseripta e assignada por sou proprio punho.

exposição na roantho de 14 de Julho de 184%, Correio Fonlistono do 16 do “es, cujo numero ofereceu ao Jastituto com cutros documentos

194

« Si algum delles, não estiver de necôrdo com o Correiy, retiro-me da direcção do partido, mas agora, continnarei só, ma imprensa puguando por minhas idéus.>

Insinuavão, que o benemerito paulista Barão de Jaguara era a dos que censuravam os conselhos dados pelo orgam conser- vador.

Entretanto, aquelle yenerando paulista, eymbolo da lenldade e da dedicação, subserevendo o autogenpho que lhe aprosontol, | E ço estas expressivas palavras: «ha mais tempo, nós,

overiamos ter ido adeante do pensamento do Prado. »

O Correio Paulistano de 29 de Setembro de 1889, publicou a declaração que passo a lêr.

UNIÃO CONSERVADORA

« Os abaixo assisuados, membros presentes do Conselho Di- rector da União Conservadora, declaram, que estão de acedrdo com o Correio Paulistano, que continua à ser legitimo orgam do partido na impronsa.

* Ha completa solidariedade de vistas entro o Conselho Di- rector e a redacção do Correio, com relação no procedimento aconselhado nos nossos nmigos do 7.º e 8.º distritos, para o 2.º escrutínio da oleição geral.

8. Paulo, 28 de Setembro de 1889.

Axtoxto Prano, Arroxto Proosr RopovaLuo. (8) Barko DE Jaguara,

Duarte do Azevedo, que se achava no Rio, consultado, res- pondeu em telegrama estar de pleno necórdo com o Presidenta da União Conservadora.

Poriu-se o 2 º escrutínio, e ainda dessa vez coube a victoria aos canditatos do Governo.

Antes porêm, que se tivesse apagado ao longo o echo dos ultimos canticos da vict acontecimento emocionanto so de- semrollou no Rio de Janeiro reperentindo em toda o pais,

Suas consequencias neste Estado, nssim as deserevi no mem Diario.

[17 Esto antographo fica portonsondo ao utituto,

% 105

15 de Novembro de 1889, ao chegar á rodacção do

RE e bc a

no Rio um movimento ravolucionario.

indo de indagar o que havia de verdade nas noticins soube, terem sido elas transmittidas da Corte, pelos

4 suus filines menta

ci no Correio Paulistano os des- ora então grande a anciadado

: paralysação do comercio, Ministro

ido, adenntaya noticias, nas incisivas phraços: «Ministerio cahiu. Conflicto militar.» 4 se vê, os primeiros telegrammas transmittidos do Rio, se veferinm ainda à proclamação da Republica Foram aflixados ás 11 1/2 horas. Com a demora dus noticias, crescia u anciedade publica, A ras da «Imperatriz, hojo 15 de Novembro, e as redac- «ões dos jornaes se achavam apinhadas de povo. No escriptorio do Correio Piutistano, fui procurado por “Tibarcio Leite Penteado, para avisar-mo de que o illnstre republicano Campos Salles, chamava-mo ao seu escriptorio, era no predio que foi demolido, para sor substituido por em que hoje funeciona o Banco do Commercio o Indus-

de Sho Paulo. O Correis Pu mo suas oficinas, funccionavam onde ergue o moderno edificio do A Platén. Eatre o escriptorio do Chereic, e o do Campos Salles a

rdino de Cam edeava apenas o espaço oceupado pelo torrao onda existia e oxisto uma loja do forragons, Asudindo no chamado, encontroi juntos aquollos dois nota- iros.

Campos Salles, disse-ms que havia incumbido a um amigo

prevenisso nu Antonio Prado, de que precisava ter com elle ferêneia urgente, mns, demorandose a resposta, queria

nr” T

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que fosso transmittir aquelle pedido no chefe da União Conser— vadora, na ensa de sua residencia, ,

Antonio Prado, se achava na rodacção da Correio cerca do de grande numero de amigos, que bavinm desde logo recla- mado sun presença

Sabendo que não seria recusada a conferencia, attentas as relações existontos entre os dois chefes, lembrei que podia ella se venlizar na sala da expedição do Correio Paulistano, situnda, além das oficinas, o com entrada pela travessa do Commercio, naquello tempo intransitavel e quasi dosorta.

Acceito 0 alvitro lembrado, deixamos o escriptorio Campos Salles, para dar volta pela rua do + Commercio», e quem escreva esta narrativa para transmittic a Antonio Prado o que fóra combinado,

Neste tempo havia sido o ilustre chefe conservador pre- venido pela pessoa antes incumbida de podir a conferencia, e que creio ter sido o dr. Martinho Prado Junior.

Poucos momentos depois, pela travessa deserta do «Com- mercio», chegava o infntigavel propagandista, e realizava-se a conferencia, ignorada por quasi todos que se achavam na sala e no escriptorio do Correia.

Que teve logar essa conferencia, é facto geralmente sabido.

O que porém, nella se disse, agora vai ser conhecido em todas ns suns minndencias.

Essa revelação vai tornar patente os motivos que predomi- naram no pensamento dos chefos republicanos, para estabelece- rem governo provisorio de tres membros.

s razões políticas, sho interessantes, altamente Donrosas para os chefes daquelle partido, dignas portanto de figurar om nossas ehronicas,

Repraduzirei com extrema fidelidade, tanto quanto possivel, as palavras e o pensamento dos dois ilustres chefes.

Referindo-se nos acontecimentos do Rio, constantes dos te- legrammas perguntou O. Salles, o que 4 respeito pensava An- tonio Prado,

Respondeu-lhe este, que até nquelle momento nada podi prever, mas, conjecturava, que si de facto o ministerio se reti- rara deanto de um movimento militar, era provavel e mosmo matural, que o genoral Deodoro fosse incumbido de organizar no- vo gabinete.

«Engana-se, disse-lhe Campos Salles. O que so está pas sando no Rio, é de summa gravidade. A retirada do ministe- rio importa na proclamação da Republica. No começo do mex, Aristides Lobo preveniu-me, que algum facto grave se realizas

TI mm

9, por ocensião do baila na Tlha fiscal. Des- reunidos ú espera dos acontecimentos. “Peudo dis 9, som so ter dado o movimento, enviamos no Rio o para nos dar conhecimento do que nlli fosse oc- Esso emissário, levon um codigo, euja chave se rem a negocios da actualidade— «Foi resolvido o emprestimo», dizer, está marcado dia para a revolta. «No dia assig- escreptura», equivale, no dia 15 rebenta o movimento, issario ninda nada nos communicou, mas ante-hon= tino, trasida pelo Medeiros de que, na qual previne-me para estar alerta. «Conta, que os republicanos do Rio, de accordo com officines do exercito, cujos nomes declina, esperavam apenas n < de Deodoro, que tem estado irresoluto. Afirmava mes- mo que Benjwnim Constant removerin essa dificuldade, o que portanto, em dois ou tres dias tudo estaria resolvido. * «Convoquei os amigos, chamei o Prudente pela segunda vez 1 ima, e aqui estamos esperando as noticias, contando a de linha cujos oflicines são nossos ami; «Correndo na cidade as noticias de revolta no Rio, procurei A nas estações telegruphicas, se haviam despachos a mim

rigidos. Tive conhecimento de que a linha está interceptada. A hei para Santos, no Tolles Netto, pedindo noticias, e : is recebia duquelle amigo, não resposta do meu te- mas a seguinte pergunta :— «Diga o que houve no 0?» Ora, tudo isto, me convence que a Republica estik pro- elamada, De necordo com o Bernardino, Pestana, Manoel Lopes, “8 08 poucos que estão conhecedores da situação, providencie- se organizar governo, logo que se torne conhecido o iltado do movimento, e resolvemos que esse governo snrix de membros, porquanto os republicanos paulistas, inaugurando 0 novo regimen, pars demonstrar os sentimentos de consiliação de concordia de que se acham animados, querem, que os tres os, atá agora militantes em S. Paulo, tenham seus repre-

H no governo provisorio. «O nosso, será o Prudente, e tendo sido o ekefe da União 1 indicado para fazer parte da junta provisoria, quis saber, si terin duvida em collnborar no governo do nossa

O pensamento conciliador, apresentado por C. Salles, e ito pelos scus companheiros, será hoje conhecido dos poucos tomaram parte nas primitivas deliberações. Muitos dosap-

p—=—. =

198 '

pareceram infelizmente, pelo que, torna-se necessario que fique constando nas chronicas o facto que acabo do narrar.

No momento da victoria, despreocenpados de toda ambição pessonl, os mais nrdentes batalhadores da propaganda, trabalha- vam para imprimir no governo dictatorial, uma foição de con= cordia * de conciliação, pura que não ficasse abalado o espirito publico,

Foi com «esse nobre intuito, que procuraram obter a colla- boração do chefe de um gerando partido, que pouco antes havia desfraldado a bandeira da revisão, e que pelos serviços prests= dos à enusa yublica, se tornara merecedor da gratidão racional.

Antonio Prado, agradecendo ao convite, terminantemente declarou que não poderia colaborar no governo provisorio.

Quando isso lhe fosse permittido, ainda assim não neceitaria.

Era contrario nos governos de entidade collectiva. Entens dia ser sempre preferivel a organização politica é administrati- va, que investo do attribuições executivas a um individuo. Si a deliberação reclama o concurso de varias mentalidades, a execução é sempre mais vigorosa, Ma dirigida por um pensamento (1) os governos do entidade colleetiva servem para dificultar é enfraquecer as administrações. Mas, si prev cosso aquella idéa, entendia que para o governo provisorio, de- voriam ser chamados tão somente os republicanos da propagan- da porquanto a elles cabia a responsabilidade dos acontecimon— tos, competindo-lhes, portanto, estabelecer praticamente as nor= mas do portido republicano federativo.

Campos sales, nho acecitou desde logo aquelles motivos de recusa, -

Entendia que as idéas adeantadas do chefe do partido con- servador paulista, não o separavam de tal modo dos republica- nos, que o impossibilitasso de collaborar juntamente com elles no governo.

«Existe motivo poderoso para determinar minha recusa, Sou Senador do Imperio, é uaquella corporação, permanecerei ao lado de meus collegas, não abandonando o posto em que fui colloendo pelo generoso partido que confiou-me a sun direcção,

Objectou ainda o dr. C. Sullos—que, proclamada a repabli- ca, extinctas ficarinm aquellas corporações monarchicas.

«Mesmo assim—emquanto não se renlizar essa hypothese, sou Senador do Imperio.

(1) Estas Idóns ainda foram posteriormente expedidas em artigos do Correto Pas Ustamo, é ainda não as abandonou q Nlustro Prefeito da Camara Municipal de 8, Paulo

199

- depois, continuará a recusar seus serviços 4 cnusa

reclaro cidadão, procedorei do necordo

inha çonsciencia. Agora, si de facto está

a Republica, o que neredito, desde que sei que o

imtervem no movimento, é de summa conveniencia, que

“do organizar governo, pu der, no momento dado,

a ordem o a tranquilidade publi 'ara nuxilial-o, póde

com meu esforço e o de

elles tomarbi conhecido meu pengara,

lo Compos Salles se retirava, disse-lho Antonio

em suns esperanças, si de feto está ida a republica, organize desde logo o governo do Da cita ferida 1 "Gi Soda Toa provincias servidas a aconselhando-as a que procedam do mesmo

ia os Estados, e elles, que organizem a seu turno

contral. á j Si permittirem quo o centro intervenha na organização dos dos, nunca teremos Republica Federativa», mta previsão, quanto pntriotismo e sinceridade nesse 1

onsalho

A uma hora mais ou menos, o «Correio» recebia o primeiro | ma, do seu correspondente va Córte, o sr. Emesto no do «Jornal do Commercio».

LU Era elle completo, circunstanciado, e, devo notar, que foi o primeiro, que dava conhecimento dos importantos suceessos quo haviam desenrollado no Rio, o primeiro que noticisva a

roclamação da Republica.

Eis a sua integra:

Exercito, unido, intimou o governo a retirarse, Este, o no Quartel do Campo da Acclamação, foi obrigado

dimittir-se

“Exercito e armada, tendo a frente Deodoro, Quintino, pp, Benjumim Constant, Jardim, Lopes Trovão, Alberto ete. proclamaram a republi

Constitue-se um governo provisorio.

A Escola Militar compareceu armada e foi acclamada polo

Barão de Ladario, foi intimado pelo general Deodoro a z não necedeu o foi atirado,

por quem.

Este importante despacho, não foi aflixado, ter Ant Prado edênsão ue se espersssa a OnnE aa A conhecimento delle a alguns amigos. - á apto ad o pe gd der ] lente em Santos a confirmação que e o Westem, como fora e ettadas REA ve a . EA proclamada a Republica, pelo exercito, o yiarechal Deodoro à frente do movimento. « Foi proclamado governo provisorio, que declarou gi ordem na córte,

Confirmada n ea instado peli as quaes o dr. Martinho Prado Fios alia Mesqui dar publicidade ao primeiro telegramma, depois ie pe promessa formal, de que não o retirariam do quadro, em od costumava afixar as notícias telegraphicas. al o coloquei, 4 porta do eseriptório, pude tales arrebatades, o no meio da rua, o Martinho ato vozos, é alli, o au or neiras st ao são Anta, Replica 2 roda: nie Cospeia as rmnnento, foram Pa re pr da lente de Mornes, Pestana o Mursa. Tão poucos annos estão decorridos, e Eri por p drazileiros, baquearam na curta jornada da

= w—

“da acelamação, CG. Salles, Pestana, Martinho Prado de Oliveira e outros, foram a Palacio dar conhe- “no general Couto Magalhães, do Es so nebava organi-

Ile entregasse a admi-

oral, aa que se distituiria logo que recebesse governo central, » Fx ane, , corria com insistencia o bonto de que o

d ão bands o cargo, contando, como contava com

publica. Corria mesmo como certo que havia rnb a ds dos membros da commissão permanente (1) Para que m deliberar conjuctamente em qualquer gencia, ETR Salles, Prudente de Mornes, Pestana e Gordo, tur na vma Direita n. 33, na ensa commercial de Ma-

noel Dora de Oliveira. ERES Ga Campos Salles o o Gordo dormiram como pedras Eu eo Pestana não pudemos consiliar o somno um momento! «Na manhan de 16 estavamos exmustos. O Pestana, mais fraco “e doente, foi necomettido do prolongada vertigem, logo apos a

« Felimente estavam preventes o Miranda Azevedo e o ] “Ouros Botelho, que o medicaram com carinho (2). Fato facto E Eqttanitoo; Eee do pio drive to de Moraes.

Cad historico, do « carta de Aristides Lobo, previnindo de que raio o movimento revolucionario, foi Campos Salles ocurar o Bernardino do Campos, que então residia à ram 7 do bril e do commum accordo resolveram previnir tão somente 4 o numero do amigos, recejosos de que o segredo transpi- fosse conhecido de muitos. C. Salles retirava-se, perguntou-lhe Bernardino de

; Para complotar a chronica, consignarei alguns factos que

de vaes d'qui?a—uo Pestana.» Fazes muito bem!» "or motivos rllacionados com a direcção partidaris, mezes bavia-se dado uma divergencia entre aquelles dois chefes,

ue que ev pao paga o Ti um DADA de 1, para mesolvara a uti: partida, afim de aDecer da io pera to pos elem qui por ventura margisem, até

O governo "O de. Mirando AAVUOãO ÃO ee GCHA em chefes políticos o do povo, com Postago, que sós, haviam entrado em Palacio, à tomar conta do Euvarno.

og

Recebendo aviso do ui planejava no Rio, entendeu Come

pos Salles, quo era chegado o momento da mostrar que hu=

via apagado de sou espirito a lembrança do quo so bavia dado,

Eno tpm dirigiu-se ao escriptorio da « Provincia de São nulo»

Vendo-o entrar em sua sala de trabalho, comprehendon Pos- tana que algum fato gravo estava imminento.

Atentamente ouviu as communicações que The foram feitas por Campos Salles, e as esperanças que alimentavam os Republi= canos do Rio. Mas, afinal, sabendo que a carta recebida era de Aristidos Tuobo, riu-se, é doclntou, que devia ficar tudo do qua- rentena, por quanto a impacioncia e o enthbusiasmo tornavam o o missivista, «um grando visionario ».

« Visionario ou não, precisamos ficar de sobre aviso o dar— mos conhecimento da noticia a alguns amigos».

Acquiescou Pestana, e ficou resolvido rcunirem-so nessa noi- te na residencia do dr. Luiz Pereira Barreto, á run do Visconde do Rio Branco, onde exista hoja a explendida hiblioheca do nosso sempre lembrado consocio Eduardo Prado,

Esiveram presentes a essa reunião, C. Salles, Pestana, Bar— retto, Mello Oliveira, Carmillo, Francisco Lobo, Miranda Azevedo,

Como era nataral, traton-se de resolver sobre organização do governo, caso se realizasse o movimento.

"Tenda um dos presentes lembrado o nomo de Campos Sallos, para assumir o govemo, fez elle notar, que tendo-se dedicado netivamento à propaganda foi obrigado n manifestar suus idéns com o nrdor egual ús convicções que o animavam. Por esse mo= tivo havia adquixido desnfectos.

Muitos adversarios o consideravam violento e intolerante, quando era serto que não procedia com odio, nem guardava o menor resentimento pessoal contra seus adversarios políticos (1).

Acreditava, que no mesmo caso sc achavam seus compa- nheiros, pelo que, parecia-lhe, que o governo provisario devoria ser constituido com tres membros, para que cada partido tivesso nelle seu representantes

Com esse procedimento os republicanos paulistas demons- trariam o espirito de tolerancia e de concordia que os animava

Lembrou o nome de Americo Braziliense para ser o repre sente do partido no governo provisorio. Exa um dos mais res-

(1) (O ministro do Justiça do Governo Proviseorio, durante a aaa adminiatração confie. mou plenamonte aquolias suas palavras, Exeossivamanto tolerante, são procurava indagar

às rheeo politios dos que o provaravai. '8” Attanden x sous Amigos politicos, ão Tepolin as pretensões dos adverarios da

vespero, quando justas, Sua Imparolaiidade sorncu-se notoria,

im Bm

elefea, Foraum dos organizadores da Convenção do tinha relações pessones com os chefes dos partidos

os, pelo que sua escolha seria goralmanto bem recebida. indicação foi neceita por todos os presentes, ficando Salles encarregado de se entender com Americo Bra-

havida entre aquelles dois chefes, nada ido, Americo Brazili tambem não confiava nas transmitidas por Aristides Lobo, à la 2.º vez, reuninm-se os conjurados na rua

pitanga mn 31, residencia do Manoel Lopes de Oliveira. ; presentes a ella Prudonto do Moraos o Gebriol do sledo Piza, chnmados por Campos Salles.

Creio, que nessa reunido ficou resolvido, definitivamente

os nomes dos representantes dos partidos, republicano « thicos que deviam ser convidados para fazerem parto do rerno sorio “Ha E aunos, em conversa intima com o pranteado Pru- te de Moraes, disse-me elle, que nho esteve presente á reu-

nião na qual fora indicado Americo Brazilionse para fazer parto

“do governo, mas que applaudiu aquella escolha.

Posteriormente quando foi sabedor de que seria elle 0 re-

tante do partido, declarou que obedeceria ns ordens par-

mas pediu para ter antes, uma conferencia com o sau- sorocabano, para ver si consezuia quo fosso elle represen=

os icanos no Governo Provisorio.

Para esse fim, acompanhado de Campos Salles, o procurara oa manhan de 15, na sun residencia à run das Flores. olvidando, o remomorando-os, É meu

historia.

no meio dia, Prudente de Moraes o Rangel Pos- compromisso na Camara Municipal, Presidin o commendador Domingos Sertorio, presentos d oão Garcia, Theophilo de Azambuja e Victorino úllo, este Ro aquelles conservadores “Da Camara Municipal, seguiram os membros do governo p » onde entraram, apenas, Prudente e Rangel Pestana. Campos Balles e outros chefes, ie um motivo de delicadeza é aiatdo no grande portão do jardim, impedindo que f es

o dad

la corpor

seguidos pelo povo, de ter feio ep do governo, retirou-se o Gone-

204

ral Couto de Magalhães, acompanhado por Prudenta de Moraes o de alguns amigos.

Seguiu-se uma seeua emocionante, que demonstrará no fas turo a generosidade e grandeza do paulista.

Pequeno grupo, atravessava o jurdim do Palacio.

Na frente o general, a seu lado, Prudento, com a phy- sionomia mais austero que de costume.

Enorme massa popular, muda e silenciosa, ostacionava no portão do Jardim,

Quando o general Couto do Magalhães e Prudente enfren- tram o povo, os chefes republicanos, e todos que alli se vam descobriram-se respeitosamente dando-lhes passagem.

Caminhando entre as alas silenciosus, estas se fechavam para acompanhal-os. 4

Prudente seguiu até a entrada da rua da Imperatriz, o alli despediu-so do general, que seguiu por aquella rus, acompa- nbado polos Drs, Augusto Queiros, Alburquerque Lins o outros amigos

Desde porém, que Prudente separou-se do general para vol- tar a Palacio, romperum freneticos vivas ú Republica, nccluma» qões, que o povo inteiro soube calar, em quanto esteve presente o ultimo representante da monarchia.

O facto, narrado, tal qual o presenciei, me parece pela sua grandeza, sem precedentes nos fastos revolucionarios.

Vem a Penais consignar uma anedoeta,

Campos Salles, que desdo os primeiros dins do moz so achava em constante actividade, tomara ainda a si, resolver grandes dificuldades na manha de 15 de Novembro.

Encnrregara-se da delicada missão de se entender com os commandantes das forças do linha e provincial.

E' hoje nosso consacio o ilustre official que commandavya a força provincial, e elle tomará conhecida n conferencia que teve com o chefa republicano, na manha de 15 de Novembro.

Narrarei apenas o que so deu com o commandante da força da linho,

Residia elle para os lados da run da Gh

Prevenido de que era procurado, quiz do visitante matutino.

Pouco depois voltava a ordenança, com a resposta, de que j commandante o poderin receber no Quartel depois das 10

oras.

« Volte, e diga no commandante, que é aqui em sua casa que desejo fular-lhe e não no (Quartel. »

Nova recusa do prudente official.

sabor o nome

n perder tempo, Campos Salles corre ao Quartel, narm nos officiass, com os quaes estava a muito de pleno e novamente delles recebe o compromisso formal, de do Coronel não seriam cumpridas, si estivessem do com o pensamento geral. seguinte, quando chegavam a Palacio os membros o isorio, e os chefes republicanos recebiam ns fo- ue se haviam conservado ao lado do governo de- dos que se havi do no lado do d lo, nté o ultimo momento, o Coronel, avistando Campos e pondo de parte à prudencin da vespers, foi um dos os a precipitar-se em seus brmços, bradando com pro- o intima convicção : bens! Parabens! Ahi está Ella e feita por Nós! pois desta nota caracteristica, reatemos nossa narrativa. Eitanha o chofo E União ea innumeros tela- “Ersmmas do amigos politicos, pedindo que os aconselhasse sobre “a posição quo deveriam posiia deante do inesperado aconte-

O partido conservador, como é enbido, estava praparado “para acompanhar q evolução que so operava na nossa sociodado.

; nas fronteiras da republica, desde que adoptara a ynma de 14 de Julho—endo mais o seduzinm, os euro- ca realeza, nem se arreceavam de que o Brazil entrasse “e o convivio das nações que se regiam por forma de governo mais democratica (1).

Nesta capital grande numero de amigos, desejavam desde aecoitar os factos consummados, mas, esperavam a palavra “de ordem do chofo cuja direcção haviam sompro aentado. Cora necessariamente estaria de accórdo com os principios que fizera o partido adoptar (2).

Si antos, aconselhara o processo da evolução, para impedir

“a revolução, cujas consequencias desastrosas são sempre inevita- o i lizados e de educação politica adean- mos ocensião de ver confirmada a

“poucos dias, horrorizados deante dos morticinios de Belgrado, era Antonio Prado adepto da moderna esclola que sustenta,

as revoluções retardam a liberdade, como PRadan acons we aseu partido resistencia aum facto consunmado, com acquies= cia ), sem abalo, sem lucta sem oxeassos 2

ea em aa Lopes Chavi

nl ao lofellimento não concesulmos obter, Ml da amparar o ebofo da Unido Consorendo

206

Coberonte com suas ideas, resolveu por uma forma solomne tornar conhecido seu modo de pensar, dando, porém, a acus ami= gos políticos, ampla e completa liberdade, para que cada um Sem guisse naquella emergencia, o que a consciencin e o patriotismo aconselhassem,

Para esse fim de aecordo com o Dr. Augusto Queiroz, co- nhecido e Fu ntndo chefe da situação deenhida, e cuja inter- venção naquelle momento será explicada por um outra de nossos consocios, resolveram convocar uma reunião para tornar conhe- cido sen modo de pensar.

Convocada a rennino para o din 18, nessa manha, compa- receram elles em Palacio, é recabidos pelos membros do governo. provisorio, communicaram a resolução tomuda de adherirem ás novas instituições. Foi longa a conferencia. Nella discutiram « enenraram as dificuldades erendas, peln nova ordem de consas, e o modo pelo qual deveriam ser resolvidas. A essa conferoncia esteve presente Francisco Glycerio,

A? tudo, no theatro de 8, José, que desappareceu, con= sumido por um incendio, e que era situado no Largo da Cadea, posteriormente da Assembléa e agora do Dr João Mendes, rea- lizou-se aquella reunião.

O que nella oceorreu, diz a neta original que vou ler, para completar esta narrativa, embom tivosse sido esse documento preledo pelo nosso consocio Dr, Miranda de Azevodo, no sem livro— Mortos ilustres.

«Acta da reunião popular que renlizon-se nesta Cidade de Sho Paulo, no theatro de São José, na dia 18 de Novembro de 1589, promovida pelos Drs. Antonio da Silva Prado e Augusto do Sonza (Queiroz, para o fim do adberir à forma de governo, proclamada no paix,

No dia 18 de Novembro de 1889, ds sois horas da tardo reunidos no edifício do theatro do São José, crescido e impo- nente numero de cidadãos, representantes de todas as classes so= cines, que aendiram & convocação foita pelos Drs. Antonio da Silva Prado e Augusto de Souza Queiroz, para o fim de ma- nifestarem solomnemento sua adhesho à forma de governo pro- elamada no pais, depois dos acontecimentos do din 15 de No= vembro corrente, oceuparam a presidencin da referida rennino os Dis. Antonio da Silva Prado e Augusto do Souza Queiroz, ten— do sido os mesmos recebidos pela multidho com prolongada salya de palmas.

907

mida, tomando a palavra o de Antonio da Silva

e ollo foi dito, quo tendo os ultimos suecessos doter-

7 transformação política, é «reado um estado de

' o, que não pode oferecer segura garantia, á

« iranquillidade publiza e aos grandes interesses socinos,

ndia, que todos os brazileiros, esquecendo antigas dissenções

deviam confraternizar no unico pensamento, de co-

para a organização politica da a livre, formando o partido nacional—o gennde partido Republicano.

Para eso fim convocaram a presente reunião, pars darem

testomucho de suas convicções, para o que oferecia a

va a ler, e que era do teor seguinto.

y ! que ello possa cumprir o seu devera, Esta imoção, im como o disenrso, foram constantemente interrompidos por livantos applnusos. Em seguida usou da palavra o dr. Augusto Queiroz, e de- iron, que, como representante do partido liberal extincto, con- iva as palavras do chefe do partido conservador na monar- e que, com amigos adherin ú moção, que não era do o consociamento dos antigos partidos, que nunca inha oco feonteiras perfeitamente definidas, e que agora unem-se, para a gloria da patria e para constituição da Repn- Mica Federativa. Suns palavras foram constantements applaudidas, k do de novo à palavra o dr. Antonio da Silva Prado, darom que se lavraria uma acta desta solemne reunião, pai assignada polas pessoas presentes qua quizessem adhorir á Entendia, que a melhor fórma de fazol-n votar, ora, bra- dar; Viva Republica dos Estados Unidos do Brasil! Viva o ado de São Panlo! saudações essas quo foram frenctica- Cr pela maltidao que enchia n espaçosa sala da im seguida foram levantados muitos vivas, e suspensa ião, recobondo cu, João Baptista do Moraes, ordem para esta nota, o que fiz e assigno. Joho Baptista do Mornes, o as assignataras na seguinto ordem,

à a Queiroz, Manool da Al- M. Froire, Antonio Proost Rodovalho, José Laizdo Al- “Nogueira, João Baptista de Moraes, João Alvares Rubião

808

Junior, Trinem Villela, Dr, Frederico Abranches, João Thomaz Alves Nogueira, João Carlos L. Penteado, Gabriel Militão Villa Nova Machado, Aurelio Lopes Baptista dos Anjos, José Custo- dio Alves de Lima, Antonio Luiz Tavares, Nabor Jordão, Wen- ceslin de Queiroz, Antonio Leme da Fonseca, José Maria de Azevedo Marques, José Jonquim de Azevedo Soares, José Mar- condes de Toledo, Ernesto Vaz, Firmino Moreira Lyrio, eseri- «ão do jury, João Antonio de Oliveira Campos, Padre Nicola de Gincomo Navario, Joaquim Fernandes Continho Sobrinho, Jos- quim M. Galvão Bueno, rdo de Monra Telles, Eloy Mon- teiro da C, Salgado, Francisco Antonio Pedroso, Vicento G. de Azevedo, Tenente-Coronel Joaquim Antonio Dias, José Augusto de Toledo Barbosa, Manoel Corrêa Dias, Gabriel Marques Cou= tinho, Ildefonso Archer de Castilho, Domingos Ferreira, Pedro Alcantara Lendemberg, Joaquim Roberto de Azevedo Marques, Joho Baptista da Silva, Carlos Augusto Ramalho, Antonio M. de 8. Aymberé, Dr. Ulysses Cruz, Paulino G. F. de Campos, Brau- Jio Ludgero de Almeida, Francisco C. da Silva, Paulo E. de Oliveira Carvalho, Antonio 'Pavares, Francisco Alves da Canha Horta Junior, Juvenal Malheiros, Adolpho Augusto Pinta, Al- varo de Carvalho, Alfredo Guedes, Antonio Teixeira da Silva, João Vergneiro Bonamy, Jono de Oliveira Rocha, A. J. Dias da Costa, Francisco Malaquias de Almeida Lisboa, Adelino Jorge Montenegro, Dr. João B. da Rocba Conceição, Virgilio M, Pe- reira, José da Silva Vieira Guimarães, José Maria Diniz, Ma- noel José Ferreira, Alexandro R. Martins, Alfredo P. do P. Pau- dista, Luiz Cesar do Amaral Gama, Joho Ferreira Machado, Ju- venal E, Parada, Antonio Terra Pereira, Miguel L., Joho Pinto Gonçalves, Pamplilo Manoel E. de Carvalho, Jonquim Carlos Bernardino e Silva, Augusto Sá, Americo ra, Antonio Per reira de Aquino, Joaquim G. Bacellar, Geraldo da G, Bentes, João Bernardo da Silva, Fortunato Moreira de Souza, C. Mar tins dos Santos, João Augusto Pereira, Luiz DB. Detoldi, Arthur Prado de Q. Telles, Antonio Marcondes dos Ri Jono Luiz A. Ribeiro, Herculano H. Gomes, Joaquim Anto: nehado, Pran- cisco de Assis Pacheco Junior, Luiz Lopes B. de os, Anto- nio D. Junior, Diniz do Prado Azambuja, Bernardino Ferreira Leite, Francisco Sonres de Azevedo, Sebastião C. e Silva, Cos saro Puccinelli, Francisco Americo de Furin, Francisco de Souza Ribeiro, José H. dos Santos Leme, Manoel Martins, Antonio Cardoso Pinto, José de Deus da Silva Serra, Aquilino E. de Moraes, João Roiz de Sonza, Flaminio de Souza, Hippolito G Pujol, ). A. do Andrade, João Marques, Francisco Xavier de Muttos Salles, Francisco Carlos Augusto de Andrade, Jonquim

204

Xavier, Angelo João Zancbi, Manoel Ferreira do Al- Pilho, Antunio 'T. Corrta Filho, Bernardo Brenn ar a S B. A nerlo Pereira = tia so iveira, Tarquimo G. . Lopes, jim Corrêa de ida, “Orear W. 'T, Severiano José Ramos, Joté io Oliveira Arruda, Antonio Loureiro, Luiz Vieira jo Dumingos de Mello Reiz Loureiro, Achilles Spulborgs, Ju- Anro dorico, Silvestre João da Silveira, Soho da Oli- E Guimarães, Luiz A. Corrêa Galvão, Arlindo Vieira Pues, Nestor F. de Carvalho, Paulino Sonres de Souza, Joaquim de Azambuja, José Venancio Ferreira, José Antonio Li- ma Vieira, Guilherme Nogueira, José Manoel de Arevedo Mar- Francisco de P. Bonnova, José Augusto de Souza Lima, “Eulalio da O. Carvalho, Antonio A, Azevedo Antunes, Guilherme von Auzinche, Elias Antoni: heco e Chaves, A, “J. Argolo Castro, Domingos A, C. Ritton, Francisco de Assis “Carvalho, Jono José B. Janior, Antonio J. da Silva Vargas, “Frederico J. W. Martins, Antonio dos Santos Oliveira, Marcinio Antonio de Souza, Henrique A. de A. Whitaker, José B, Gal- xvãho, Luiz Sppinelli, Clodomiro P. Ricardo Alfredo Medina, Apri- j Es Godoy, José V. de A. Aymberé, José Corrên de Mo Francisco do Almeida Garret, José Luiz Gonçalves, Joaquim José Luzaro Madeira, Bento José de Andrade, Pearo Rocha, José Antunes de Carvalho, Candido Luiz Gonçalves, Braulio Aurelio de Azevedo Marques, Francisco de Paula Xavier de Toledo. Encorrada a reunião, os que vella compareceram, dirigiram- a E Recebidos pelo Dr. Prudente de Moraes, Anto- Prado, em patriotico discurso, referiu o que se dera na reu- nião, o concluindo, len a moção, que nesbava de ser votada. Prudente de Morass, enlientando o procedimento dos que “acabavam de dar tho elevada prova do patriotismo, saudou a “nova putria, desde aquelle momento unida, por uma idéa, od o desapparecimento dos tres antigos partidos. Phrase A!

Entre 05 nossos consocios, além de outros, dois existem, h tomaram parte muito directa nos acontecimentos que acabo do daserever, & que podem completar ce” pontos omissos desta

O Dr, Mirauda do Azevedo, com seu reconhecido talento, ct para o Instituto, memoria, das resoluções tomadas pelo no Club Republicano, muitas das quses não foram tra-

publico,

210

as, mais tardo será escripta q historia daquelles memoraveis acontecimentos.

Ao arehivo do Instituto vou confiar esto precioso auto- grapho,

Muitos dos seus signatarios repousam no seio da eter- nidado.

Alguns, recuaram do compromisso tomado.

Outros porém, confiantes no faturo da patria, permanecem no posto que assumiram naquela solenno reunião,

5 de Agosto de 1908.

João Moxazs,

APPENDICE

A ultima sessão do Conselho d'Estado

Percortendo velhos jornaes, encontramos as duas cartas que ndeante transerevemos, por conterem enviosas informações sobre os ultimos acontecimentos politicos que antecederam do dias da proclamação da Republica.

Essas cartas feram publicadas no Correio Paulistano em co- meço do unno de 1890, foram eseriptas pelo Dr. Jono Moraes nosso consocio que se dedica com exforço ao estudo das cousas de historia patria e que tem oferecido a este Instituto preciosos autographos inéditos, que tem servido para clarear muitos pontos da nosso historia.

O nosso consocio procurou as informações para o seu tra- balho, ouvindo a algumas das testemunhas presenciues dos factos por elle narrados.

Transeripto em alguns jornses do Rio « do paiz aquella narrativa não soffreu contestação alguma, porque tornou-se do- cumento digno de ser consultado embora redigido em linguagem ardente, reflexa ninda das paixões de momento.

E' um complemento do seu interessante trabalho lido no Instituto que ora publicamos. —N, da R.

= epi

fo) que alli entrasse desprevenido, não de ir pressuroso apresentar seus respeitos ao que lhe Si dr nad emb do parodiar naquella um provinciano so Jembrasse nag! LO o acto Eitoiio do Muciv Scayola, com certeza a vida do impe estarin tão garantida como estava n de Porsenna. Antes de começar a festa governamental, o Club dos Mili- tares, em sessão secrota, presidida pelo sr. Benjamim Constant, lançava as bases finaes da revolução, tendo antes feito acceitar do Club preliminares que, por inepeis, não foram comprehen- Aídas pelo governo, entregue como se achava ás es O ter ro fu porte conhecido, realizou terceiro facto, em conheci se y naquele dia memoravel, foi a reunião do Conselho de Estado, Que se deu essa reunião, soube o paiz, não pela convo- cação havida, como tambem pelo resultado—a approvação do grodito do ar contos, para uuxilio ás provincias do norte seven, O que, porém, muitos ignoram, são os fnetos que se deram na ultima sessão daquelle Conselho, e. Como 6 sabido, nos seus ultimos tempos, aquella corporação | não cra mais o vrgam consultivo do imperador; uão era mais 0. Jogar escolhido por se estudar com eslma, reflexão e as ide questões do Estado; mas, sim, o campo onde iam-se degladiar os partidos e as ambições! Foi esse o logar escolhido para se dar o ultimo ataque situação conservadora, que desuppurecen em Junho do anno.

udo,

Fora abi que o sr. Ouro-Proto, animado pela presença dos chefes runes da conspiração de palacio, consegwu pela calumuia e pelo desmantelamento dos earnetéres, fazer dali ao velho monarcha que o gabinete conservador—sacrilicava as Binanças em favor dos Loyos, e o Imperio, pela demasiada tolerancia para com os republicanos !

“dra nessa mesma sala, qne, no din 9 de Novembro, o sr, Ouro-Preto reunia o vonselho e lhe expunha em poucas palavras. os motivos justificativos da ubertura do ercdito. ei

Na fórima dos estylos, tomou a palavra em primeiro logar o sr. Conde d'Eu.

Declarou o principe—que dava o seu voto a favor do ere- dito, atendendo ao fim a que se destinava, Fes v0r, entrotanto —que, sendo elevadissima à quantia de que so tratava, melhor serin que o governo solicitasse essa auctorização do poder 1 lativo; visto como estava oficinlmente doclarado haver no Rio

B18

«O erodito é para ser distribuido aos bancos privilegiados, alguns dos quase 38 estavam fallidoss o cas "V. ML. não Aguoeas

« O cradito tem por fim manter por mais algam tem esse jogo desenfreado que reina na nossa praça, jogo pf é no qual, á Rreciso dizer n verdade, fica em grande perigo a corôn de V. M. (textual). »

No desenvolvimento dessas idéns, nprosentou o illustro con- solheiro varias outras considerações com a mesma franqueza rudeza de fórma,

Emquanto fullava o notavol brasileiro, o st Onto Preto dava repetidos signaes do irritação, batendo na mesa do conse- lho, tevolvendo [reneticamente os papeis de sua pasta, interrom- pendo o orador com treguentes apartes, e mal se contendo com os continnos ncenos de mão do Imperador.

O sr. Ouro Preto, cantestoa em seguida ns razões do voto do sr. Figueira o declarou que se ndmiraya da opposição dello à abertura de credito, quando antes, para o gabinete de 10 de Março, o sr. Figueira tinha votado por outro menos favoravel é quasi sem justificação,

Disso que não houve corrupção; que o governo não intor- veio nas eleições; e que abla-iha a gloria não ter havido der= ramamento de sangue.

Ao fazer costa declaração, olhava ironicamente para o sr. Andrade Bigueira, querendo accentuar assim que alludia aos acontecimentos de 8, José dos Tocantins.

Veio a replica:

Com ealma esmagadoura, disse o sr. Figueira pouco mais ou menos o seguinte:

«O ministro de V. M. fulta à verdade, quando declara que jt votei aqui um eredito em peiores cireumstancias talvez, pe- dido pelo gabinete 10 do Março.

oderei tolo feito, se a exposição mo houveiso conyoncido de sua necessidade, Não O volei, porém; pois mo achava au- sente: como V. M. não ignora.

Aleanço a insinnação que me foi ativada pelo ministro do V. Magestade,

Elle, em sua consciencia, sube que nunca neonselhei, nem tomei parte em violencia; di potieesmo pela primeira vez para o “rs Ouro Preto ) mas, enenrundo-o, como costumo encarar os homens, declaro quo se fosse governo e so tivesse de Innçar mão de um dos meios, preferia a violencia ú corrupção; por que esta avilta, nho sómente a quem é corrompido, mas tambem a quem corrompe!»

Ao ouvir as palavras incisivas do sr. Figueira, o sr. Ouro Preto ficira com o semblanto apopletico.

o imperador apressou-se, em pedir o pa- elheiro, e levantou a sessão mal recebera o

bl mada. + «Proelamada! o por quem «Pelos ami- de V. Alteza» «Oh! muito tarde conhecemos y. exc.! to A” noite deu-se o baile na Tha Fiscal.

dos conselh de Estado que assistira á reunião, foi

i Conselho percorrer as salas com seu

tivo, não se Jembrando da sessão da Conselho e

perigos imminentes que ameaçavam as instituições monar-

e e que dolle eram desconhecidos, —repetiu por varias

“vezes, quando demandava terra: «E? de força o Celso, mas está “morta a monarchia!s (1)

momento recebi o presidento do Conselho o golpe

do dia 15:

Or. Benjamim Constant, então presente, deanto do minis- “Mo, e na presença dos oficines chilenos, sustentava à these de

o militar tem o direito de desobodecer no governo quando “osto ordenar o cumprimento de ordens que parecem-lho ille- “goes e aviltantes!> Fo Visconde continuou a dançar...

Tacrro.

Rio, 23 de Abril de 1890.

“AINDA À ULTIMA SESSÃO DO CONSELHO D' ESTADO

Rio, 29 de Maio do 1890.

Tendo dirigido no Correio Paulistano nos primeiros dias mes uma carta com a episraphe 4 ultima sessão do con- de Estado, tive a satisfação de verificar, que essa despre- porém verídica descripção, fóra bem aeceita pola im-

1 Uma dessas pesons era 0 padre João Manost 0 a outra 0 conselheiro Jogo Alfredo,

mo

prio e iso do Eid um mes impronsa, o

os que leram esse artigo e n carta de João Hora corrente, devo dar as razões que me levaram « cons

e cireumstanciada de tudo quanto occorren no paço da ci

desde o dia 1 no meio-dia até o dia 16 até ds 4 horas da

drugada. Comquanto tenha de repetir muitas cf

ibidas do publico, ninda assim darei conhecimento de o

factos que não vieram até hoje no conhecimento do pais. Devo declarar desde já, que as particularidades e min

eins desta carta são verdadeiras em todos os seus pontos é

foram narradas por pessoa que nelles tomom pes

Nuda protendo acerescontar; aponas mo limitarei a fazer

commentarios precisos, sem os rasgos de imaginação, tão com

muns no ilustrado autor das Cartas do Rio.

No din 15 de Novembro do anuo findo, ás 11 boras da n

mban, não havia quem igmorasse 08 factos que occorreram das

procurar seus pontos habituses de reunião, para asim pod mais facilmente conhecer a marcha da crise. Por esse motivo muitos membros notaveis do partido con- servador se acharam reunidos no escriptorio do Conselheiro Fer-. veira Vianna, Um distincto chefe desse partido, sempre intema- vato, no envez dos outros procurou desdo logo o Quartel Goneral, onde se dizia que estavam presos os ministro Desejava onvir delles proprios a narração cireumstum dos acontecimentos. o Alli chegando, ninda encontrou os srs ministro da guerra, da justiça e o presidente do conselho, » com este travou o guinte dialogo: «O que toi isto? O aconteceu a y, exe, 2 «O mesmo que amanhan hado acontecer a v, oxe., disse o se. Quro Preto com ar desabrid ! . não aconteceri; minações ; não vim para censural-o. Sabendo que se ncbava dificil, quero collocar-me ao Indo do v. u

o que fôr possivel, »

87

Cnhindo em si, admirado da nobreza o procedimento do sem * ão politico, o Visconde, em rapidas phrasca narrou o “que havia oecorrido, concluindo por afirmar que estava deposto, “que nho em imuis governo, e que essa resolução communicara | do Trsperador. A isto offereeia no sou interlocutor uma tira de papel, onde se lis o seguinte; . «Copin—Senhor.—O ministerio situado no ltel-general da guerra, a excepção do sr. ministro da marinha, que consta estar ferido em uma casa proxima, e diante das doelarações dos ses, + rg Visconde de Maracajú, Floriano Peixoto e Barão do Apa, de que não inspira confiança a força que tem, não ma possibilidade Es vesistir com eficacia a intimação de exone- ração feita pelo Marochal Deodoro, npesar das ordens, que para resistencia se deram, vem depór nas mhos de V, M. o sou pedido de exoneração.

Ao concluir n leitura desse telogramma, ainda fez o inter- Tocutor do sr. Ouro Preto a seguinto observação,

V. exe, nho pode tor esse procedimento,

Seu dever obriga-o a dirigir-se à secretaria, é eu me ofo-

reço mhal-o, imo Não sou ministro nem para despachar o ex= onte.

Não preciso dizer no leitor o nome do cidadao que fôra procnrar o presidents do conselho. Com certeza, ella ndvi- thou que não podia ser outro senão o sr. Andrade Figueira,

A“ uma hora da tarde achavam-se reunidos no escriptorio do sr. Ferreira Viuuna, como acima disso, muitos homens im- Renta do partido conservador, anciosos para conhecerem o

ho da revolução,

Pouco antes das tres horas souberam que o Imperador che- gara do Petropolis é so recolhera ao Paço da cidade, onde tivera tapida conferencia com o Visconde de Ouro Preto.

Momentos depois, novo emissário vinha anunciar que o sr. Ouro Preto doclararm no monareha, que não continuaria no k nem mesmo para actos de mero expediente, e que constava que o sr. ex-presidente do lho rscebera ordem do Imperador para telegmphar no sr. Silveira Martins, convidaudo-o a com- parecer no o, logo que chegasse do Rio Grande. Os cavalheiros que se achavam reunidos no gabinete do “trabalho do conselheiro Ferreira Vianna, rosolveram procurar e

o soparadamente derigicam-se ao Paço, onde tambem

Imperador sopnradamento foram recebidos pelo mouarcha,

218 '

Entre esses cavalheiros, alguns haviam sido chamados pela Prineezn, A pessoa encarregada dessa commissão não tim nha encontrado a muitos delles,

A esses, à Princezn dirigia-se com grande interesse e pro- curava saber a verdade das oceorrencias

Quando entrou no salão o sr Figueira, a Princess com elle conversou algum tempo, e a pessoa que commanicon-me os fnetos que estou relatando, ouviu-a pronunciar a seguinte phras

«Vá, e falle a meu Pre com à sua costumada enorgia>,

O Imperador se achava na sala contigua, e recebia as pes: sons que 0 procuravam.

Conversava ligeiramente sobra os ncontecimentos parecendo completamento despreoceupado.

«Não me assusto. Não sou marinheiro de primeira via- gem», disse elle a uma das pessoas que desereviam a impor- tancia do movimento « a necessidade de se organizar de prom- pto novo ministorio,

Diversas vezes ropotia: «Já mandei chamar o Deodoro, Mão do ver que isto em nada.

Diant« dessa confiança, dizemos mesmo, dessa ingenuidade, como que ficavam conctos 05 que com clle conversavam, e tirayam-so tristes e desanimados.

A Princesa entretanto, com sangue (rio adiniravel, ouvia as discussões, tomava parte nelas, o se impressionaya com a demasiada inercia do Imperador,

Não cesava de apoiar a opinião daquelles que ss manis festavam pela conveniencia da rapida organização de um mi- nisterio.

A 5 horas da tardo rotivaram-so as ultimas pessoas que alli tinham comparecido, e a familia imperial ficou com seus famulos « empregados de semuna.

4% 8 horas da noite achavam-se de novo no Paço os que havinm comparecido durante o dia,

A todos a Princexa communicava que o Imperador ainda se conservava impussivel, nho querendo chamar organizador sem que obtivesse resposta do sr. conselheiro Gaspar,

A's 9 horas chegava o sr. Saraiva, à chamado do Impora- dor. Teve com elle longa conferencia, finda a qual retirou-se immedintamente,

Neste tempo diversos alvitres eram lembrados pelos amigos presentes. Alguem fallou em conselho de estado, o esta idén foi imediatamente adoptada pela princeza, na esperança” de ser ánaai 6. iara cena a cp gana SER ta de um ministerio.

= 44

E À princeza a sala onde se achava o pae que, de vontade resolveu satisfazer os dosejos da sua filha, A nuctorização, a princeza rapidamento acorcon-so grapos que se formavam no salão é convidou os

heiros para se reunirem ao imperador. un 20 minntos dn noite começou n deliberar o ho sob a presidencin do imperador o com a presonça dos Paulino, Cruzeiro, Dantas, Jono Alfredo, Paranaguá, Leão Visconde de Cavalcanti, Dunrte de Azevedo, B. Rohan,

d Figueira e Silva Costa.

Provocada pela princeza a opinião dos presentos, todos com nas variantes, se manifestaram pela organização do um

Inistorio . Para não tomar-mo prolixo demais, apenas reproduzirei o do sr. conselheiro Figueira. Não devo notar o leitor o rveferir-mo tantas vezes n osso tre cidadão. O respeito que elle goza em todo o pais, que mira sua lealdado e nltivez obrigam-me a colocar n opinião da tão conspicao brazileiro ácima da dos cavalheiros que pre- nciaram e tomaram parte nos acontecimentos que descrevo, e 4 do sr. A. Pigueira foi mais ou menos o seguinte: ho em reconhecer a necessidade da se organisar ga- comquanto mo pareça inutil essa providencia. evo declarar que a escolha do er. Silveira Martins nas eta eircumstancias é inconvenientissima. « Direi mais a v. m. so ossa indicação não tivesse partido se. Ouro-Preto, ou nereditaria que se está trnhindo a corôn. «O sr. Gaspar é odindo pelo exercito, o esta considera- bastaria para que seu nome não fosse lembr Oceultam am. eireumstancias importantes, A republica D governo provisorio organisado, muil provincias “ho movimento. So alguma providencia resta à tomar É duvida a organisação de um governo, » Esta opinião foi apoinda por todo o conselho. Alguns mem- d m no imperador o nome do sr. Figueira, com o capaz de conjurar o perigo, pois não lhe faltava patrio- o, prudencia e encrgia. A indicação de meu nome é infeliz !

Estou no mesmo censo do sr, consclheiro Silveira Martins, Ka Camara dos Deputados, nunca deixei do consurar a indisci- lina que ha muitos annos laven no exereito—sou odiado por elle. E nas aetunos circumstancias, está mais no enso de esse serviço do que o st. Saraiva,

290

Elle gosa de estima geral, e folizmente não se envolveu até hoje em questões com militares. »

Pronuneiou o Imperador as seguintes palavras, dignas de ficarem registradas na nossa historia, por que servem de dofesa a muitas accusações que lhe foram feitas,

«Se agora insisti na recusa de encarregar a organiza- ção do um ministerio a ontro que não o ar. Gaspnr, foi porque ha muitos annos, salvo mudança de situação, tomei por norma, da qual nunca mo apartei, chamar para as organizações minis- terincs o nome que me era indicado pelo presidente do conse- lho demissionario.

Mandem chamar o sr. Saraiva.

Suspenden-se a sessão, e passuva do meia-noite quando se foi dar conhecimento ao sr, Saraiva dos desejos do Imperador.

Pouco depois de uma hora da madrugada chegava ao Paço o velho estadista, e não pôde reeusar-se nos desejos do chefe do Estado. Exigiu porém plona liberdado do neção, e fez de-

ender a sua acceitação de uma conferencia com o general eodoro.

Deelnrou então a Princesa que o Imperador mandara di= vorsas vezes chamar o general, porém, seus crmssarios nunca pudoram chegar até elle. Era esta uma nova dificuldade que appareeia !

«Se v. exe. quer escroyer no sr, Deodoro, eu me compro- metto à fuzer esforços para que a carta chegue a suas mÃoss : disse o sr, Andrade Figueira.

Acesito o oferecimento, alli mesmo na mesa do conselho foi escripta n carta e entregue ao sr. Figueira, que se rotirou vol- tando minutos depois.

Dove-se calcular a impaciencia das pessons presentes pela resposta do general !

Voltando o mensngeiro, teve elle entrada no salho onde achavam reunidos a Princeza, o Conde d'Eu, os conselheiros e mais pessoas consideradas.

Ditheil, tinha sido no official, a quem recorrera o sr. Figueira, o cumprimento de sua missão.

Amigo intimo da familia do senoral, consoguira chogar & presença da digna esposa do chefe do governo que conduziu-o junto do leito em que dormia o valente soldado opprimido pela fobre e fadigas do dia !

Acordado bruscamente, leu a carta e voltado para o official:

«Diga no Sarniva que é tardo.

Em n sentença de morte da monarchia, + como tal foi re- cebida pelas pessons presentes.

281

ofundo o desanimo. beu a resposta com calma admiravel, Con- indagou quaes ns causas de queixa do

não ouvindo bem, e compreendendo que se tra-

Pa e

uaturalmento, ficou perturbada com a ta ial com entma repetin ao Moeda as bordo corda.

ata hados foram-se retirando os conselheiros o e re

mais voltou d sala do conselho, e poueo depois ofi eilencio na residencia imperial ! mais de 3 horas da madrugada 0 leitor, não me era possivel considerar este con- sendo—sessão do conselho do Estado. consideral-o, deveriam ter ionaes, como muito bem

como tal se pudes;

das ns Formulas con; o conselheiro Paulino. es convocação regular, nem esteve a elle presente

ido muito pode-se considerar o que houyo como sendo ] sessão do conselho da Pamílio Imper Aceresce ainda a estas mma raso reuniu-se quasi ás 11 da noil estava proclamada a Republica. O governo mpletamente organizado recebera durante o dia à muitas províncias, e o que & anais notam os decretos que dissolviam o Senado e a ca- tados, e extinguis o conselho de estado. ois, por essas razões, permitta Joho Horácio, que q ptor destas linhas e com elle a historia, continuem reunião do dia 12 de Novembro como sendo a do conselho do estado ». À noite, como se deve convencer o ilustro us- in se dar—sessão plena do conselho de es- hora em que elle se rcuniu—já se tinham ce- da monarchia brazileira.

glky, hoje corunel, Tucrro.

r

Historia de Iguape

AO LEITOR

E” muito util, sinão absolutamente necessario » um [oa conhecer a historia de seus antepassados. Esta verdade é sediça,

Si possivel fosse reunir as historias dos municipios, conse- guir-se-ia fazer a historia minuciosa e verdadeira de todo o puiz. Neste presupposto, desejando fazer alguma cousa que es timúlo os competontes à tarefi, árdua sem duvida, de fazer a historia de Iguape, lemos não poucos livros e muitos documen= tos, enfadonhos e sem encantos, e apprehendemos factos e cos tumes dos quaes existem recordações va poeira dos velhos arebiyos,

Dessa leitura nascermn as notas que trazemos enfeixadas neste opusculo, as quaes oferecemos nos estudiosos, como sim- ples subsídios para n historia de Igunpe.

Verdado seju que fnctos, oceorridos em logares taos como Iguape, que paréce parte isolada do portentoso tedo do Estado de 8, Paulo, pouca ou nenhuma influencia manifesta podem ter exer= cido na evolução social ou no progresso material do pais, Teso não obsta, entretanto, que o municipio iguapense seja parto in= tegrante deste grandioso quiz e que, mais de uma vez, tenha prestado, em ocensião de envestia, relevantes serviços de celeiro aos governos de Sao Paulo e do Rio de Janeiro.

Houye época om quo a população de Iguapo ora mais ener- gica, mais activa, mais válida e a voz de filhos seus levantava- se nentnda nos Conselhos Administrativos. Si hoje—raros exce- ptundos—vivem os igunpenses em estudo de somnolencin, deye- mos lançar a culpa à educação, que não oppõe resistencia ás inclinações da indolencia naturalissima nesta região de marayi- lhosa fecundidade. Estará ainda remoto o futuro renascimento da- quella era de energias? Deus o anbe.

Ao começar nosso modesto trabalho não ignoravamos as dif- ficuldades que fatalmente teriamos de superar na colheita dos documentos que servissem de base, é ao mesmo tempo de prova, à hi de Iguape, desdo sun fundação até a geração netual. Sabiamos da existencia de documentos de inestimavel valor para a reconstrueção da historia local, sinão para a xveconstrucção da historia do Brazil. Lemos esses documentos e, com a curiosidade sttrabida para o passado, extendemos nossas pesquisas. Tenta-

298

ge muita verança, muita pnciencin. Foi des que Walter Scott fez reviver no Teanloe a saxonio e do barão normando é que Manzoni faz a vida inteira do Milanez, sob o dominio hespa- mhbel, no começo do XVII seculo, Tufeliamente documentos importantissimos existem em poder particulares que, por motivo inexplieavel, recusam-so forne- col-os para tirar cópia, Outros foram subtrabidos de archivos qe apr e, consta, achum-se em mão de pessõas quo e ra de Igunpe, Abi estão sérias dificuldades. Em vom- “pensação pódese contar com a franco auxilio de iguapenses cri- “toriosos e adeantados. Com esse auxilio conseguimos rennir os “documentos, de valor incontestavel, que ilustram esto esboço. No archivo da Camara Municipal existem livros e docu- mentos, enja data remonta a 1666. Por um recibo passado pelo Escrivão da Camara, em 4 de Janeiro do 1845, verifica-se que Risos doa para perderamse ou foram subtrnhidos diversos f antigos, do Archivo municipal; existem, pois, lacunas que dificilmente podem ser preenchidas. Sobre esta falta voltaremos “com muis minudencia, opportunamente, «e demoustraremos, então, entre os livros desapparecidos ha os que remontam a época “anterior a 1606.

a Revista do Instituto Historico e Geographico de São “Paulo, vol, 1, foi publicado um nosso esboço da historia da À e Tguapé o no vol. IV foi estampado um tigo sobra “a mineração de ouro nesta zona, Sobre o primeiro habitante eu- ropeu desta vegiho escrevemos um pequeno artigo que O “Estado de S. Peulo publicou em sua edição de 23 de Julho de 1909. Neste opusculo somos obrigados q fasor referencia q esses “trabalhos, para evitar a fastidiosa transcripção de documentos “que os acompanham. tamos agora novos documentos que derramam mais

sobre a fundação da povoação igunpense, os quaes ainda não iamos encontrado, quando escrevemos o citado esboço, Cingimo-nos eserupulosamente aos suecessos comprovados “por documentos, Mais de uma vez, porém, fomos obrigados a re. 4 tradição, explicar e conentonar suecessos insuíi- to indiendos nos documentos que estudámos, Iguape, Janeiro de 1403,

Enxesro Guri Young. Boclo honorario do Instituto Jlstorico e Ucographico de 8, raulo

224 FUNDAÇÃO DE IGUAPE

Para demonstaar o principio verdadeiro da eidado do e seu municipio é necesario fazer um ligeiro resumo do histórico da pe pReAado m u leitores do prese pusculo. E" innegavel, em vista dos documentor existentes 4 em diversas obras, q o primeiro europeu conhecido como oi um bacharel

que costa, no mez de maio A 6 O local onde deixaram o bacharel desterrado, por causa da deseripção da calidade e posição da Tlba que os primeiros navegantes cl vam «Ilha de Cananéav, mas que hoje é conhecida pelo de «Ilha do Abrigo» o mais ninda por causa do «padrão» pedra erigido na mesma occasião de ser elle posto em terra, «padrão» mais tarde foi levado para pum o Rio de Janeiro Affonso Botelho de Sampaio ; como tambem pelo que está es eripto no «Diario da Navegação» Je Martim Affonso do Sousa, Em 1508 partiu do Hespanha uma feota commandada por Vicenta Yanez Pinzão e Juan do Solis, para explorar a desta tora da «Vera Cruz» o chegando em viagem à 23 1/4 Sul, portaram em torra, ficando ahi perdidos set Caste- banos; e o commandante, por este facto, poz o nome de «Rio Race dao neste eh PRA lgumas pessôns em lem duvidar que este log ficaram perdidos os sete Cartolhinas, fosse Pás de C E causa da ida de latitude ; na reconhecida, je, a inexactidão sições notadas pelos cosmogra, quelle tempo, e neando a combinação ai fetos peiro teriormente om relação a esto logar, temos razão para nen que o «kio dos Innocentess de Juan de Solis, ora a barra «Rio de Cananéia de Americo Vespucio e de Martim Affonso Sonsa, cujo logar incontestavelmente é n barra de Cananés |

hoje.

ú Em fins de 1596 ou em principio do 1597, Di ehegou a esta costa o numa bahia chamada sJtto dos o encontrou um bacharel portugues que lho forneceu carne, pois ete, o deu-lho um genro seu que lhe serviu do im Prova isto que Diogo Garciy, pelis cartas cosmographicas, ; conhecia o ge ebauado eftio dus Tunvcenteso. Provavelmente a

226

gou e fundeou suas embarcações proximas ú Ilha de Cunanéa e, como diz no diario eseripto pelo seu irmão Pero Lopes de Sousa «antra ella o a terra», combivando a dascripção que elle desta Tocalidade perfeitamente com a configuração da Nha do Abrigo “e do logar onde hoje é o ancoradouro dos navios.

Martim Affonso dahi mandou, em uma embarcação, Pedro “Annes Piloto para ver se podia ter communicação com os indi- genas e, no dia 17 do mesmo mez, voltou «Pedro Annes Piloto mo bargantim e com elle viu Francisco de Chaves e o Bacharel e eíneo ou seis castelhanos Este bacharel havia trinta annos que estava degradado nesta terra, e o Francisco de Chaves era mui grande lingua desta terras,

Até agora 4 historia dos diversos factos citados combina per- foitamente, e nho podemos duvidar que, tanto o bacharel como os Fespanhões que existiam duranta o aspaço de muitos annos, convivendo com os Indigenas, como podemos deduzir do facto de Francisco de Chaves ser «grande lingua desta terras, ti- nham todos formado familias, tanto mais que o bacharel, em 1526, forneceu um genro seu para sorvir de interprete ao Diogo

a.

Neste ligeiro resumo dos fuctos históricos está provada a existencia, nas proximidades da barra de Cananén, no sumo de 1581, de sete ou oito homens europãos e agora veremos si é

êvel provar quo estes mesmos homens foram os vordadeiros

lores do nucleo de Iguape. Para isto, verificando os fa- etos eitados e documentos apresentados no «Esboço histórico da de Iguape», voremos que a primeira povonção e villa “do Igunpo de que temos provas incontestaveis, oxistia ao de um pequeno monte chamado «Oiteiro do Bacharelo. otundo o que diz no «Diario da Navegação de Martim Aponso de Sousa» n respeito du direcção fmcado por Pedro Annes “o diz «por esto rio arriba», parcee claro que elle seguiu em direcção à Iguape; como exualmente reparándo no tempo em ne elle estove ausente da barra de Cananéa, é tambem fóra de devida que noste espaço teria elle tampo de chegar com facili- dade ao «Oiteiro do Bacharel» o voltar com os referidos ho- mens em sua companhia.

Esto «Qiteiro do Bacharel» é um pequeno monte em frente 4 barra de Tenpnra pelo Indo de dentro e que hoje é conhecido “pelo nome do «Morro do Icapara».

históricos, ainda que, pelo correr tempos, ficam corro esta, SRA ÇE nome do monte, parece que p eólume até a data de hoje. o Podemos considerar este «Oiteiro do Bacharel» como. Epa que os homens que foram na barra de Cananéa, e) o mais se confirma tal notando os factos históricos que se seguem e que dão Si é licito considerar como verídicos os cimentos descriptos que tiveram relação com este logar am! à chegada de Martim Affonso de Sousa, os quites são rados por seu irmão, devemos, com mais razão, aceeitar os: posteriores a esta data e que podem ser provados por doeume: tos originaes existentes.

E' impossivel olvidar que, geralmente, os auctores mm escreviam suas historias debaixo de um certo preconceito repellin a deixar no osquecimento certos factos os gre lientados, poderiam diminuir o lustre do povo que elles d viam. Por esta razão é preciso ter o maior cuidado, nfim d mho asseverar como fretos tudo nquillo que póde ser desm por documentos existentes. Ha grande desncvórdo entre as O em relação a esto logar, escriptas por Froi Gaspar e h levoix é não podemos neceitar estas obras em sum totalidade e verídicas. Por documentos incontestaveis que existem em Iguape, guns das qunes foram por nós copindos e reunidos no « Aliióripo dl fuldaçno de Tguiides, é privado; que pernação ao do «Oiteiro do Bacharel» anteriormente no anná

577, nuno esto em que aberto um Livro do Tombo da dedicada a Nossa Sonhora das Neves. er

Sobre a existencia deste livro e do nnno em que foi ru endo nho podem existir duvidas, em vista das cortidões e seripões deste dito livro tiradas em diversas ocensides, cujas tidõos e transcripções so acham em livros da Camara Mun e do cartorio desta cidade. Um fueto notavel é que os homens velhos de Iguape, |

227

suas vidas têm occuppado cargo administrativo, eoncor— Eai Ruy Garcia de Masqueira como um ae Ee primeira povoação & consta que no antigo Livro do mho (ipi facto da elle ter sido do debaixo do arco cruzeiro ja, É Frei Gaspar da Madre do Deus, em suas «Memorias pera a Historia de Vicente», diz: «As façanhas de Moschera não de um ente dao razão, semelhante ao Hirco-cervo, que 08 à m'outro tempo»; mas, em occasião opportuna “demonstraremos que havia algo de verdade em relação à estada “dello em Ixaape e os netos praticados duranto aquelle tempo. Não deyomos entrar om controversias a respeito de ter sido “elle ou outro qualquer que deu causa á guerra entre 0 povo de São Vicente e o de Iguape no intervallo de tempo decorrido de 1593 a 1587; porém, devemos acreditar que esta guerra teve a ma ordem que Gonçalo Monteiro, o Capitão-commandante do litoral, nomeado por Martim Affonso deu, intimando os mora- - dores de Iguape a se reunirem em São Vicente. Esta ordem naturalmente não foi cumprida pelos Tespanhoes por cansa dos reconceitos nacionaes, é, ao mesmo tempo, por enusa das relações familiares existontes entro elles e os indigonas, relações eram das mais intimas, Frei Gaspar procura desaereditar os factos citados na historia “de Charlevoix, relativamento a esta guerra; não obstante os mentos existente: em parte, a favor de Charleyoix; sinho veremos: Frei Guspar confessa que o Livro do Tombo, que Martim Affonso de Souza mandou fazer, foi perdido logo depois do dito Martim Afonso ter-se retirado para a Europa Char- Ievoix diz que o povo de Eguapo saqueou a Villa de São Viconte, levando entre outras couas o Livro do Tombo, Varmhagem diz “que na escriptura da venda que fizeram os herdeiros de Ruy to, O registro da doação foita em 28 de Fevereiro da 1533, estava registrado no Livro do Tombo que Martim Afonso havia feito; mas, «por se perder o livro do tombo (que foi levado pelos “moradores de Iguape) se tornou a registar em outro livro que ora se fes. E fica nelle registado hoja 20 de Agosto em 5. “Vicente "de 1537, por mim Antonio do Vallo, Tabellidos. Em vista deste documento É inutil qualquer apreciação.

j de erer que os europeus estabelecidos em Tgunpe, secun- “Bndos pelos indigenas, fizeram emboscada parn 05 homens vindos “de São Vicente, é que, aproveitando a divisho das forças d'aquella villa, foram atacal«; porém, reunidas estas forças o capitanendos Rino e Pero Gides, o povo de Lsnape foi obrigado a

do estava estabelecido, Ao mesmo tempo é natural

ja de Nosa 5 « Oteiro do Ba

em Jo; à fundação de uma villa ? odeia Isto simplesmente casualidade ?

Não é aeceitavol tal opinião porque, o local onde a povoação não é d'aquelles que seriam escolhidos por vindo de proposito para fundar uma villa; mas, sim, é mento aquele que seria ncceito por algum pobre degradado p que continuadamente hnvin de lançar sua vista so a vastidão do ocenno que se descortina em fronte do « Uiteiro

» Por falta do primitivo Livro do Tombo, que desaparecem amo de 1858, não podemos verificar quem era o primeiro sa- cordote, nem donde ello veiu; porém, à tradição relativa a esto assumpto é corroborada por escriptus aceeitos como veridicos, Dix n tradieção que o primeiro padre da egreja velha

discipulo do Padro Anchieta do nomo Pedro Corrida, o, quo,

depois da inauguração desta ogreja, partindo em direeção no Sul, foi morto pelos indigenas, no logar onde existe hoje a povoação de aged ri Esta tradição, em parte, é corrobornda ni 1 nica da Companhia de Jesuv» do padre Simão de Vascon segunda dicção, paginas 91,92 e 93;a morto de Pedro Co deve tor sido no fim do anno de 1554 ou no principio de 1555, tendo ella partido da Cananéa em direcção no Sul, no din 5 de Outubro da 1554 e sendo morto na volta da sua viagem, h

' Em vista do exposto podemos julgar que fosse elle o seus companheiros os primeiros sacerdotes que aparecerun aqui, prin- eipiando em seguida a edificação da egreja para assim cumprir

a promessa que elle deu no povo de «fazer um der separado onde todos pudessem ejuntar-se a ouvir a doutrina chrstãa».

Os primeiros habitantes europeus

Não podemos duvidar que o primciro habitante europeu que se estabeleceu nesta zona fosse o bacharel desterrado na Ilha do Cardozo, em Fevereiro de 1501. a

Duranto quatro seculos o nome desta homem ficou no olvido,.

ne

399 mamueiando papeis velhos que temos a mão, inferir a que o seu Gp po Fernandes ou *esson. entar as ruzões que tivemos para imaginar esto je do homem tão celebre na historia ae E um resumo do pequeno artigo apresentado H e Geographico de São Panlo sob o titulo tores de assim como a transcrever alguns tre- ppsiaiações que relativamente ao mesmo artigo foram diguo consocio Dr. Theodoro Sampaio. ti lançar mho das tradicções para saber que o o itante europeu em Iguape foi o bacharel desterrado e ha tantos documentos comprovando que o primeiro de terras (exceptunndo os Indigenas) era um homem merecimento, e ao mesmo tempo um grande criminoso podia voltar à sem paiz, ora chamado Cosme Feman- Cosme Fernandes Pesson, que, fazendo uma simples de-

racional destes documentos, somos obrigados à acreditar “grande criminoso Cosme Fernandes seja 0 mesmo terrado,

muitos documentos em Iguape, uns no archivo da Municipal e outros em cartorio, que se referem no pri- o de terras qui, entre os quues ha um em que leclarado ter sido a primeira villa estabelecida ao do ro do Bacharel», em terras do mesmo, e ontros em que 08 declara ei Cosme Fernandes, possuindo passado igio «ab-inicios, o estes documentos à carta de confirmação passada io de Oliveira, concedendo terras om São Vicente a no dia 25 de Outubro de 1542, devemos presumir Femandos so achava estabelecido em terras no ne o do Bacharel» enteriormente ádatada fundação Sho Vicente, retirando-se do Iguape naquelin ocensião E em terras concedidas a elle pelo proprio Affonso de Souzn. Esta carta de confirmação prova que em questão foram concedidas no « Mestro Cosme, bacha- proprio Governador, e tambem prova que a demora Cosme, lo, era de pouco tempo, visto que Monteiro, durante sua administração, concedeu à Pero da as mesmas terras, por se acharem devolutas. suppór que a retirada do Mestre Cosmo tivesse te 0 tempo do questões entro o era de Iguape o . Vicente, que devexia ser no ano de 1534 ou no de indo talvez ntó Santa Catharina com seus antigos com-

280

À psi rêm, consta Cosme Fernandes

Oy ess inelnaido dra alguns annos no

neto oceupudo por uma casa velha que o povo diz

dos Jesuitas, enjo Vogue designado em diversas eseriptoras

o nome de Tapéra Si o Mestre Cosme, bacharel, de São Vi

& 0 mesmo Cosme Fernandes, de Iguape, é claro que, depois

sua estada naquela villa, elle veltou para esta. , Devemos julgar que os primeiros sete annos de seu d

foram passados no meio dos indigenas, sem ter companh

europto, chegando então a se reunirom com elle os seto ci b

nos perdidos da frota commandada por Vicente Yanez Pin

Juan de Solis. E Em relação aos companheiros do bacharel, a histori

omissa, chegando sómente a doclarar o nemo de um del

Francisco de Chavos; declarando mais que, em 1591, haviam est

dous homens, que tinham cinco ouseis castelhanos por companheiros. Diz a bistorin que, no amno do 1536, o pop ini

a Diogo Garcia mantimentos e um genro seu para servir-lhe

orgs

homem Francisco de Chaves, a unica noticia histórica publica= da é do sem encontro com Martim Affonso de Sonsa, em Cana- néa, e ada promessa que lhe fez, de que «em dezmezes tornava ao dito porta, com quatrocentos escravos carregados de prata e ouros. Agora, esta promessa feita por Prancisco de Obaves obriga- nos a reconhecer q) 5 homens que habitavam Tguapo maquel época tinham conhecimento da existencia dos roferidos mineraes no interior do pair, Os auctores antigos suppuseram que estas minas existiam nas immediações de Curyliba. No «Esboço histó- fundação de Iguape» aventurâmos nidéia de que fossem dns ns imediações de Iporanga; mas, por estudos delongados, reunindo as diversas noticias historicas, e fazen: deducção das nossas pesquisas, somos convencidos de que o iti. nerario seguido pelos oitenta homens de Martim Aflonso era o. mesmo seguido anteriormente por Aleixo Garcia seus compa- nheiros, os quaos, com a excepção de dous homens o uma criança, foram mortos pelos indigenas ma volta dos confins de Peri. Pam que Martim Affonso dispensasse os serviços de oitenta homens na oceasião que ia em derrota ao Sul, é natural sup) que as noticias recebidas em relação à riquera existente no in- terior do pais, fossem comprovadas com amostras. Tambera, es. tudando o que diz Pero Lopes de Sousu no seudiario: «Parte

= 281

ram desta ilha, ao primeiro dia de Setembro de mil e quinhentos e trinta e hum os quarenta bésteiros e os quarenta ospingardeiros», parece que Martim Affonso estava convencido da necessidade de uma força armada para conquistar as desejadas riquezas. Si as minas que aqueles homens iam explorar estivessem nas imme- diuções do Curytiba ou mas margens do rio Ribeira, seriu de Redes o proprio conmandante da frota fosse pessonlmente exa- al-s, porque não podemos acreditar que elle deixasse seus partir sem saber, mais on menos, 4 distancia que tinham de OPrOr, Aceeitando a hypothese de que estes homens seguiram o o roteiro de Aleixo Garcia, somos então forçados a erer que este m tambem foi habitante de Igunpe e companheiro do Ba- eharel o de Francisco de Chaves, como tambem Sedenho, de quem fax referencia o historiador Ruy Dins de Gusman, Não podemos concordar com a asserção dos historiadores Ea dizem que Aleixo Garcia, com centenares de indios, partiu porto do São Vicente em 1524, visto que, naquella epocha, ahi so achavam estabolecidos os dois homens celebres—Jono Ra- molho e Antouio Rodrigues, que, naturalmente, haviam de ter conhecimonto de semelhante expedição, uma vez quo partisse d'aquello porto; tanto mais, sendo João Ramalho gonto do celo- bre 'Tybiriçã, Ao mesmo tempo, à informação dada para Martim Affonso, em Cananéa, da existencia das riquezas no interior do ptiz, em conjancto com as medidas tomadas para o bom exito da expedição, mandando homens armados, cuja força partiu do littoral sote annos depois da mallograda expedição de Aleixo Garcia, são factores importantes a favor da hypotheso de ter sido o ponto de pnrtida deste homem nas imimodiscões de Cana- mea. é fneto de Francisco de Chaves ser, como diz Pero Lopes, «grando lingua da terras, nos faz imaginar que devia ter sido um dos companheiros de Aleixo Garcia na sua viagem, e, sendo assim, podia com mais certeza influir no animo de Martim Affonso, <ontando-lhe as peripecins da vingem c apresentando-lhe algumas “das amostras que Garcia mandou pelos companheiros que procu- zavam reforços. A expedição de Sedenho, que seguia o roteiro de Aleixo in, e que foi rechassadu pelos indios, talvez fosse n de Martim Affonso de Souza, havendo, porém, outra hypothose que lemos aventurar em relação a essa expedição, é que fosse uma wexpedição organizada pelus companheiros de Aleixo Garcia, em zesposta no seu pedido de soccorro, mas estes homens desapj xeceram de tal modo que, até hoje, não se sabo com exactidão do fim delles,

Continuando com as nossas pesquizas, vemos. historiadores declaram pa ótcica europeus dos que vi Juan de Solis, sendo in! dos indigenas da exis de riquezas immensas no intorior do pniz, resolveram ir ralas, Encontrando estas quem avisaram seus compan]

e não quizeram seguir m'aquella vingem; porém, vol (of eh prai dra Eri pelos indios | margens do rio Paraguay. Dizem mais, que, entro os q

izeram ac os cinco dores, havia um c

arique Montes e outro Melchior Ramirez, os quaes estabeloaanas junto à ilha de Santa Catharina.

Nesta historia encontramos relação estricta com a de A! Garcia, e não podemos duvidar que com cello seguiram quatro companheiros, ficando os dois citados por seus nomes e - enchendo assim o numero dos sete castelhanos perdidos na Bahia dos Innocentes.

Insistimos nesta parte da historia patria, porque temos esperança de poder derramar luz sobre o assumpto.

Parece que existe uma incongruencia, por serem cinco ou seis o numero dos castelhanos quo se apresentaram poranto Martim Affonso em companhia de Francisco de Chaves, visto q i estos homens eram daqueles sete perdidos por Jum de.

, & sendo estes soto o celebro Aleixo Garcia e sous compa- nheiros, não podia ter sido mais que quatro o numero dos que existinm no tempo da chegada de Martim Affonso, sendo estes. os dois que nho seguiram com a expedição e os dois que volta ram della; porém, temos de ncerescentar o facto seguinte :. n fins do anno de 1525, Rodrigues de Acuna, commandante da néu São Gabriel, chegou na costa do Brazil, em logar onde e contron diversos companheiros de Solis, que, fornecendo-lho man. timentos, ete, informaram-lha de riquesaa tam que a notícia, incitando a cubiça dos tripolantes, deu rasão a que alguns di se resolyessem n ficar em terra. Não consta a posição onde D.. Rodrigues nportou; mas o facta de encontrar os comganheiros de Solis que lhe forneceu mantimentos e n noticia das riquezas terra, suppor que seja o mesmo logar ondo aconteecu seme-. lunnte facto a Martim Affonso, isto é, mn barra de Canmnés, Ahi temos explicada qualquer incongrnencia que havia, relativo no numero dos hespanhões que existinm naquella epocha mesas immediaçõos, Us facto que cansou bastantes discussões em Tguspe, foi o achado de um machado de bronze no rio Ribeira, o Henrique Ernesto Bauer, e que ba annos se acha

238 d do Rio de Janeiro, cujo mackado é considerado

é provavel que 0 dito machado tenha sido trazido ros de, Aleixo Gnrein, quando vira procurar e ibeira?

provavel E seguisse com D. Alvaro Nunes Cabesa em sua celebre viugem atravez dos montes e rios exis Sonta Catharina e as margens do rio Paraná,

podemos duvidar que Ruy Mosqueim era homem tnr- oe o Em 1548, elle com Miguel de Rati

de Oriate e Nuflo de Chaves, foram à cidado de Lima

rimentar o Vice Rey Padre Pedro de la Gasca, smnome

Martinez de Irala. No anno seguinte Mosqueira

ud Santa Catharina em companhia de Ruy Dias do Mel-

indo dabi outra vez para o Rio da Prata ondo demorou

em cujo anno chegou em Tgunpe, e, falecendo aqui foi enterrado debaixo do arco cruzeiro da Igreja edi

o ocnmanto que acompanha o «Esboço His- > que, om 1650. Camara uanicon E Capitão Bernardo , bomem velho, o ser elle genro do Frameisco Al- Marinho, que deu as terras para o estabelecimento da Villa onde hoja existe a netunl cidade.

1679, os Capitães Manocl da Costa e Francisco do Pontes assigoaram um documento de doação à Camara de duzentos ta braços de terra em quadra, como se pelo doen- acompanha o artigo «Subsídios para a historia de T- No termo da donção, consta bem claro

homens herdeiros de Cosmo Fernandes,

gi em outro capitulo. Nas allegações feitas por parte de

284

D. Francisca de Chaves Alvim, hn uma em que declara ser ella legitima possuidora das terras que pertenciam a seus ante)

dos desdo muitos nnnos antes da mudança da villa, quando estas terras pertenciam ao Bernardo de Chaves, neto de Francisco de Chaves. A easa oveupada em 1839 por D.” Francises da Chaves Alvim, está situada no logar conhecido, em diversos documentos antigos, pelo nome de Tapera, cujo logar fica annexo ao quadra de duzentos e cincoenta braças de terras dadas por termo á Car mara no anno de 1679.

Ora, si estas terras nnnexas no quadro medido e demareado no din 2 de Julho do 1679 na presença do Capitão Mor e Ou- vidor Luiz Lopes de Carvalho, pertenciam a Bernardo de Chaves, neto de Francisco de Chaves, antes da mudança da Villa, é por- que havia parentesco entre os Chaves e Francisco Alvares Mari- nho, como tambem entro aquellos o Cosme Fornandas, em vista da declaração no termo de doação, de serem os doadores herdei- ros de Cosme Fernandes. Portanto podemos estabelecer o racio- cinio seguinte:

1,º possuidor Cosme Fernandes -—- bacharel;

no <— —Pranciscode Obaves, genro de Cosme Fernandes;

j É =

« Bormardo de Chaves, noto de Francisco do Chaves ;

« Capitão Francisco Alvares Marinho,

« Capitão Bernardo Roiz Bueno, genro de Fran- sco Alynres Marinho;

itão Manoel dn Costa, casado com D.*

Anna Maria das Dores, filha de Bernardo

Roiz Bueno; e Capitão Francisco de Pontes

Vidal Filho, casado com uma outra filha do

mesmo Bernardo Roiz Bueno.

7.º possuidores

Não podemos ainda estabolecer o grau de parentesco entro Francisco Alvares Marinho « Bernardo de Chaves; porem, havia algum visto os netos d'aquelle declararem ser herdeiros de Cos- me Fernandes.

No cartorio desta cidade, entre os papeis velhos e noslivros antigos, existem muitas transcripções de vendas do terras, de re- querimetos de mudições e demareações de sosmarias concedidas, testamentos, doações etc, comprovando a existencia de muitas familias no fim do seenlo dezeseis; como tambem ha documentos no archivo da Camara municipal no mesmo sentido, pelos quaes pudemos compilar à lista seguintes de nomes,

de Pontes Vidal. co de Rosi designado <o moços, Ferveira Lima.

Soares de Azevodo, Leitão,

eitados existem netualmento ropresentantes das iu, Alyares Marinho, Pontes Vidal, Cunha, Nunes os quaes se consideram como dessendentes dos dores de Iguape.

que haja mais esclarecimentos preciosos entre os os existentes, a dezcjamos que appareçam para auxi- o dos escombros do passado,

Antiguidade da villa de Igunpo

Ha divergencias nas ooras

q elovada; porém, aqui, somos obrigados a reconhecer PRESA era Fernado pelo nome de Vilia

Para dire este facto temos, io 2 do « historico da fundação de dica a Oto jpteaa Qpitá E la Motta, no dia 8 de Dezembro de 1637, rimento de Francisco de Pontes Vidal sesmarias de terras, Nesto documento diz: a mim me fez petição v Capitão Praneisco endo em ella que elle hera marado)

um titulo de medição de terras no pr falln-se diversas vezes na «Villa Velha tra-se no mesmo documento o seguinte: tomeu Gonçalves, vendia e douva a Antonio Fernandes 5 um terço de mega Zegua, ande chamo a Villa Velha as q terras lho ficou de erança do defunto seu pay o ves, us quaes terras he possuhidor à entrequo pela Sua Allesa e por hima poce viva que lhe novo pelo Doutr Manoel Dias partição do Sul, por quanto lhe tinha tomado por ardem do S Magestada para Villa ne faser, e como não veyo o effeito neltas villa lhe tornarão a dar » Ainda d se encontra o seguinte: «Bartholum villa de Nossa Senhora das Neves de Iguape, que 0 seu defunto possuhir junto a barra mega legoa de terras,

villa Oficiaes da Camara a

us quaes lhe não deram nem servia para villa e agora se a chamar lhes terras do conselho e lhe fazem pesar dellas. Pelo que pede a Vossa Merece visto não lhe deram o mande metto de poco de suas terrax outra ves. Merce Respondão os Oficiaes à du Epi ha

do mudança da villa, em E

1) blicado, pas- nça da villa prestar a Incalidudo onde existia, cuja mudança foi ef- muitos annos antes do 1660. mais o documento n. 1 do mesmo «Esboço», licn de uma carta em nosso ler, escripta em 26 de

1635 com endereço a Villa do Nossa Senhora das Ne-

pe.

per de notas, numero dois, do esrtorio do Cananéa, a trinta em diante, existe um traslado de escriptura publica e carta de sesmaria em quo diz o seguinto; «Auto e das terras de Piratiúque 0 Juiz Ordinario San Soão deu «4 Simão Leitão e do Podre Francisco da Silva, o Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil e os é desenoue annos, aos trinta e um dias du mes de dito anno nesta Villa de Nossa Senhora day Neves», que nestes documento nho diz onde & esta vil; mas, haver duvida que se refere á de Nossa Senhora das

a: com cuidado estes documentos citados, vorifi-

existia uma Villa ao do «Oiteiro do Bacharelo, em

à barra do Teapara e que a Camara tomou posse de terras a ella para augmental-a ; porem, não se utilizou destas

não serom apropriadas no fim desejado.

a Camara tomou posse destas terras, sobro o que não tar davida, é evidente que havia villa, porque não ver Camara sem villa.

sinha fosso a declnvação de teor sido 03 Officines

pediram as terras do dito Bartholomeu Gonçal-

que as palavras enílla velha» se roteriam a uma

286

voação lesmente, a qual o povo costuma chamar valgar- ento de vil ho mas, em eps Spire dos termos da potição e da resposta da Camara em 1667, não podemos acceitar tal idéa,

Para tirar toda a duvida que winda possa existir, em virtude de qualquer transeripção mal copindn dos referidos documentos, tomos no Archivo da Camara Municipal de Iguape, um livro dos termos de Vereança (actas da Camara) em o qual verifica que no dia 15 de Janeiro de 1076 os vereadores citam o fucto

ls Bartholomeu Gonçalves ter requerido e conseguido a entroga das terras que os Ofcinos da Camara pediram para se fazer nellas villa. (doe, n. 2)

Este documento original desvanece qualquer duvida que se baseie em enganos nas transcripções ou traslados dos documen- tos citados referentes ao mesmo facto,

Portanto, fica provado que a primitiva villa do Igunpe exis- tia em frente é barra do ed sendo d'ahi mudada para o local onde actualmente se ncha colocada n cidade do mesmo nome, e que esta mudança foi oftectuada durante os munos im- mediatamente anteriores a 1637, em cuja data ficou concluida a Igreja Matriz. Esta mudança não podia ter sido feita com muita rapidez em vista da construcção da Tereja ser de pedra é cal, o do seu tamanho regular, o que é facil verificar ninda pelos alicercos existentes até hoje, cujo trabalho naturalmente seria demorado naquela epoca por falta de pessoal habilitado e pelas dificuldades no transporte do material preciso.

Exa fim, em vista dos documentos, não podemos duvidar que a povoação de Iguape, estabelecida em frento ú barra de Ica- para, tinha foro de Villa, tornando indiseutivel a existencia délia muito antes dn ern a qual gemmento se attribuo sum ele- vação,

Descripção do local

Não so púde afirmar hoje de modo positivo, quaes os mo- tivos que determinaram a mudança da villa do local onde oxia- tia, proximo à barra do leapara; mas, pode-se, à vista daquello local e pela leitura dos documentos istentes, conjecturar com bons fundamentos que, em parte, foi tal mudança ocensionnda pela falta de commodidade no territorio da antiga villa o, em parte, pela facilidade existente, no local escolhido para a nova villa, de communicarem os moradores estabelecidos nas margens do Mur-pequeno com os das margens do rio Ribeira,

Assim parece natural, que o povo, não podendo edificar suas casas em logar commodo, em virtude de ser o local acanhado é ainda distante da unica travessia facil entre o Mar-pequeno e o

-— 289:

Ribeira, então preferido para os estabelecimentos agricolas,

Jembrawo do mudar a villa para esta planície, onde encontraria

para seu augmento futuro, materiaos para suas constru- lo proximidade dos sítios que se am formando,

O terreno escolhido para a cdificação da nova villa, é par- te de uma vasta plan que começa ao de uma pequena,

ira e extendese em dirceção S O numa distancia de vinte e quatro kilometros, acompanhando o Mar pequeno nesta di- zecção. À Isrgura da planicie, ao da cordilheira citada o em direcção N O, entre o Marpequeno « o rio Ribeira é dous e meio Kkilometros; porém, axtende-so ainda n'uma distancia consideravel do lado opposto do dito rio. A altura desto torro- mo sobre o nivel do mar varia entre O e 10 metros, sendo na maior parte 5 a 6 metros acima das marés cheias.

Numa distancia de ceren de cinco kilometros, medindo da cordilheira em dirceção S O, havia sómente um corrego muitis- simo pequeno, deriyado da cordilheira, desuguando no Mar-pe- queno. Hoje verifica-se a existentia de outros correzos, os quaos porém, são simplesmento vallos feitos em diversas epochas pelos antigos possuidores dou terrenos, para conduzir agua às suas propriedados.

A pequena cordilheira citada, corre em direcção N E até proximo a barra do rio Ribeira, e dell nassem um grande nu- mero de pequenos corregos, que desaguam, algnns no referido rio, outros no Mar-pequeno e outros no Oceano, entre a barra do Tenpara e a do rio Ribeira.

A agua potavel para uso domestico dos habitantes da cida- do, provem principalmente de um pequeno corrego, que tem sun nascente na face S O da referida cordilheira, Este corrego antigamente corria para o lado do rio Ribeira, desaguando n'a- ma logos, que em tempos remotos indubitavelmente foi leito do referido rio,

Pelo que se podo col: da leitura de trochos de nutos velhos, traslados de documentos antigos, escripturas de vendas, ete., neveditase que haviam nestr planície, proximo ao logar cedido para a villa, dois estabelevimentos que remontavam a um tempo anterior à mudança da villa pelo menos de oitenta au- nos. Um destes estabelecimentos achava-se situado na proxi- midade do logar onde existe actualmente à igreja do S, Bene- disto, em terreno, que no anno de 1840 pertencia a D. Pran- eisca de Chaves alelo, descondento de Francisco de Chavos que encontrou com Martim Affonso de Souza em 1531. O ontro erguin-se em terreno do lado N O da actusl praça do Duque de Caxias, no fim do vallo que esti aberto ao Indo do cemite-

—- mo

rio, Esso vallo foi facilitar a chegada do do Mar-pequeno até o SLi Ambos estes lo citados em diversos documentos velhos Plast 1 e não podemos ninda decidir qual dos feras do se o primeira red rp nos parece que a proc cabe ao mais afastado

Meias ascolEião : pino /a elifcaçãa igreja MRE proximo ao Mar no, e naturalmente concorrem para escolha a facil que havia de transportar as pedras para a

r meio de canoas é balças, não podendo ter sido

estas pedras nau RE EE sino pelo mar-]

SR O lgreja.

O edificio para servir de casa da Camara é de cadeia, q levantado dotraz da Matriz a oitenta metros de distan demolido em 1827, para dur logar á conclusão da

Nos livros da notas, do archivo do dg a existe um g de numero de escriptaras de venda de casas, pelas Err: pode- se, com trabalho, reconstruir com mais ou menos exactidão planta da posição das casas primitivas da villa, RES EE tambem auxilio dos livros da Camara, que fazem

as quaes foram demolidas e reedificadas com mo- inhamento casas foram edificadas sem que os respectivos | pror as tarios cogitassem do alinhamento, como snceedia em to-. as localidades daquelin época, sendo em geral destacados os edifícios uns dos outros, porém, nchogados o mais possivel á Ma- triz e á casu da Camara.

Com o augmento do numero dos moradores da villa, estes foram levantando sous predios, intorenllando-os nos outros e es— colhendo de proforencia a margem do Mar-poqueno, JE enusa da facilidade de comunicação entre a villa 6 sous a

A casa mais antiga da actonl cidade é a hoje Pe designada pelo nome do «Cadeia velho», que foi edificada por ocensião da mudança da villa, com o fim de ser occupada com oficinas para a fundição de ouro. Ha outras mui tre as quaes uma pertencente no Sr. Francisco Firmino ptimes de Oliveira, pitada em fi uo Foram de Bernardo de Cha- vos, o da Lgrej enedicto, a qual casa, Per e pp No do Largo da Matriz e porto do General Ozorto, que em 1688 tencia no Roverendo Padra Vigario da Vara o fazor dos ns iloixados no au testamonto à Camara, Não conseguirmos ainda saber do que modo perdeu a Camara esta propri pr Pis ia respeito um termo de

—— DAL

veronnça do din 1.º de Abril de 1692. (doc, n, 168) Outra casa antiquissima, ultimamente concertada e situada no Largo “dn Matrix no indo da Pharmacia Popular, pertencia em 1690 mo Reverendo Padre Antonio Barbosa de Mendonça, 0 mesmo Coal 22 de Janeiro de 1696 comprou os terrenos do logar jo Ypiranga, 08 pie hoje pertencem à Municipalidade,

sem que podessemos esclarecer u transferencia, Existem outras casas que remontam 4 mesma época, como uma que pertence á Trmandade do Senhor Bom Jesus, ao lado da Matriz; em cuja casa se achava o archivo que foi queimado por ordem do Corregedor Comarca, Pedro Unhão de Castello Branco no anno de 1677.

Ao tempo de sua fundação, havia em frente à villa um es- paço grande coterto de mangue, que ponco a pouco foi dos- truido, existindo alguns pedaços até o nuno do 1899, quando foi totalmente arrasado.

terrenos, por ocensião da mudança da villa, pertenciam a Francisco Alvares Marinho, descendente de Cosme Fernandes o Francisco de Chaves,

No ano de 1660 a Camara fed uma certidão (documen- ton. 3) na qual declarou ter sido elle quem deu os terrenos para a villa é quem mudou-a para esta localidade.

Esto terreno pertencente a Francisco Alyares Marinho fazia frente no Mur-pequeno, desde o logar conhecido pelo nome Tia- guá em direeção SO nté o rio Sorocaba, e em direeçro NO até o beira, como se de traslados de sesmarias adjacentes o «escripturas de venda de terras passadas em diflorentes occasiões,,

ara esclarecer a exposição relativa no modo pelo qual à primeira doação legitima de terras para a villa foi feita á Ca- mara, é necessario tratar da geneologia da familia de Francisco Alyares Marinho durante duas ou tres gorações, Não nos foi

ivel suber de seus ascendentes, sinão que elle fui herdeiro

Cosme Fernandes e de Francisco de Chaves; porém, em re- Jação aos seus descendentes, tornaso mais facil, em vista do grando numero de escripturas de vendas de casas e terras que existem, Não consta que Francisco Alvares Marinho tivesse fi- Thos, e, ainda que os tivesse, nho existiam na occasiho da doa- qão, como se infere dos documentos; porém, tinha duas filhas, uma casada com Prancisco de Pontos Vidal e a outra com Ber- mardo Roix Bueno. Este Francisco de Pontes Vidal era o mes- mo no qual se referiu o requerimento feito em 1687, pedindo uma sesmaria de duas loguas de terra, com a designação o emosso»,

de documento n, 2 do «Esboço Historicos) o é desnecessario Sa agora a prole delle, visto ser nm dos proprios doa- dores das terras.

sag

Bernardo Rodrigues Bueno, genro de Francisco Al Marinho, tinha uma aílha, de nome Anna Maria das Dores, casou-se com Manoel da Costa, de cujo matrimonio mas diversos filhos e filhas, entro os quaos um do nomo Rodrigues Bueno, que ocenpou diversos cargos na admini da villa e casou-se com Mnrin Nunes Chaveiros.

O referido Manoel da Costa, em virtude de sem casâment com Anna Maria das Dores, filha de Bernardo Rodrigues B no, tornou-se herdeiro da metade das terras pertoncentes a cisco Alvares Marinho, sendo que a outra m pertencia, mo herdeiro deste, ao Francisco de Pontes Vidal, por parte sua mulher,

Podemos inferir que a dadiva feita à Cumara na o da mudança por Francisco Alvares Marinho, certificada officiaos da Camara no requerimento de Bernardo Rod Bueno, fosse verbalmente; porque, no dia 2 de Julho do a Camara declarou ao capitão-mór e ouvidor da comarca, Luz Lopes de Carvalho, que ella não possuia terras, e, neste m mo din, sendo chamados os senhores Francisco de Pontes Y é Manonl da Costa, estes deram ú Camara 250 braças em dro de terreno cuja demarcação foi feita como consta o mento n, 4.

Sendo este documento de doação aesignado por Francisco de Pontes Vidal e Manoel da Costa e não constando que axis. tissem outros pretendentes ús terras do fullecido Francisco Alva, res Marinho, é razoavel afirmar que não haviam outros tos senão aquelles que assignaram a doação, e seus descendentes Egunlmente devemos inferir que até aquela data os her- deiros da Francisco Alvares Marinho, ou como dizem no da donção «herdeiros de Cosmo Fornandesa, não tinbam rep do entre si as reforidas terras, senão, não havia razão dos d assigonrem a escriptura; porêm, mais tarde, entre os annos de. 1679 o 1696, as terras de Cosme Fernandes foram divididas, ficando Manoel da Costa e seus herdeiros com a parte que, 2ia feente no Mar-pequeno, e os herdeiros do Francisco do P: tes Vidal com a parte que fazia frente no Rio Ribeira, sendo linha divisoria em distanci approximadamente cgual entro. Mar-pequeno e o Rio Ribeira.

Pareco que asta divisão foi feita logo depois da morto de Francisco de Pontos Vidal no anno de 1680; er a divi é provada pela escriptura da venda de terras feita em 1696, lr qual Maria Nunes Chaveiro, viuva de Sebastião E Bueno, filho de Manoel da Costa, vendeu ao Reverendo Pi

249

“Antonio Barbosa de Mendonça a parte que existia entre a bar- za do Ypiranga o o pedra de Ytaguh, (doc, m. 5).

Factos relacionados com as obras feitas para melho- rar o fornocimonto do aqua potavel

Umas das primeiras obras de necessidade que ns autoridades fuzer em bem dos moradores da villa er conduzir a agua potavel mais proximo às habitações. Como ficou dito, na descripção da localidade escolhida a villa na ocasião da mudança, o pequeno corrego d'onde O povo tirava a agua, para seu uzo domestico, nascia na fralda do morro no lado NO dn villa e corrin para o vio Ribeira sendo a fonto distante da Igreja 1600 metros npproximadamente. Anterior no anno de 1692 as auctoridades fallaram em me- Morar o fornecimento da agua; porém, somente no dia 15 de Janeiro desse anno é que os Officinos da Camara concordam em mudar o curso do corrego e trazer aagua da fonte do « Se ahor Bom Jesus» por mcio do um vallo, que, passando ao de diversas casas ia leval-a ao mar-pequeno no logar chamado e Ypirangas. No livro dn « Vereança a doste anno existem di- versos termos layrados que provam o andamento da obra pelo 3 mas, transercyi sómente o de 15 do Junciro, dia om que se resolveu dar começo à dita obra. (Doe. n. 6.) O nome— « Fonte do Senhor Bom Jesus », que conserva nté hoje, foi posto por enusa de ter sido Inyada a Imagem do dito or mesto logar na occasiho em que foi trazida a esta villa em 1047, como consta no documento n. 12 do « Esboço historico, » Desde o anno em que a Camara mandou divitir o curso do Corrego, 0 povo constantemento limpava-o, como se prova por muitos tormos da « Vereanço >; porém, ainda que tentasse da lim- pesa do corrego, parece que não se utilizava da agua que pas- dava polo novo eurso sinho para lavagem, indo sempre ao do morro buscar a agua que necessitava para o serviço culinario, Reclamando continuadamento o povo para melhoramento da fonte, os Vecendores no anno de 1737 resolveram chamar con- correntes para a construeção de numa caixa ao do morro, e, estando nesta oceasiho o pelourinho em mi estado, como consta dos livros da Camara, foram lavrados cditaes chamando concor- rentes para ambas as obras. Esto serviço foi contractado com o Capitto Jono Pereira Valle no dia 1.º de Dezembro de 1797 doe. m. 7) sendo estipulado que n caixa para a agua seria feita pedra o cal, feitio de aboboda, com dois canos para saida do “gua e com um tanque ao pé, para a lavagem de roupas, ctc.;

fornecendo a Camara sómento os dois canos, ficando etante obri; a fornecer os materines necessarios e mão e concluir a obra antes da festa de Agosto do a e

Nos termos da « Vereança » verifica-se a obra ficou eluida o entregue à Camara no mos de bo de 1738, prova da sus solides existe no facto de que a dita caixa ainé está em perfeito estado e nho encontrar notícias sino dois concertos feitos nel Frete sua construcção até o de 1890, TA

Na occasião de estar nesta villa o Ouvidor geral, no dia 15 de Março de 1740, os verendores da Camara com elle fizeram vistoria na referida eaixa, como consta no livro da « Ve e do livro das Provisões do Onvidor, enjo facto refure-se no cumento nm, 14, como tambem que estando a porta da caixa pn a Camara no dia 8 de Agosto de 1757 mandou certal-n.

Luctando ainda com a dificuldade ocensionada cia desta fonte do centro da villa e tomando-se cada ves mais instante n necessidade de meluorar o fornecimento de agua para o uso dos habitantes da villa, e, nho podendo a Camara por falta de meios dotal-a com o melhoramento precise, o povo no anno do 1780 começou por iniciutiva particular a de um muro de pedra e cal desde ao da caixa em direcção à villa, com intenção do trazer a agua mais proxima a ella, por meio de telhas nssontadas sobre o dito muro, Durante q annos esta obra teve pouco andamento, até que, no dia 8 de. Agosto de 1787, o ouvidor geral Francisco Leandro de Toledo | Mendonça ordenou ú Camara para continunr com q dita obra, pagando os trabalhadores como se pelo documento n. 8.

“Trabalharam nesta obra de conformidade com os meios a Camara podia dispor, até que, no fim de LTB8 mandou collo- ear telhas grandes sobre o dito muro e am Janeiro de 1789 co. meçou correr a agou por meio dellas até o fim do muro que tinha tire do comprimento,

Em 1804, sendo a cada passo quebradas as telhas, a Camara resolveu a mandar tirar Dicas de m para substituir as telhas ; porem, não consta que fossem as taes bicas colocadas sobre o muro.

No din 26 de Agosto de 1809, o Onvidor geral Antonio Ri- beiro de Carvalho, estando em correição nesta villa, passou uma Provisão (doe. n. 9) mandando n Camara limpar e conservar aqueducto, como elle chamava o rego por onde u agua passava

vila, No nnno de 1822, Ignacio Marianno, morador aqui, come-

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“ou a constracção de um Engenho ao do morro entre esta e a caixa da agua, querendo utilisar-se desta agua para mover seu oogenho; porem, a Camara embargou a obra, cujo em-

foi approvado no dia 3 de Setembro de 1823 pelo Onvi- dor José da Azuvado Cabral. (doe, n. 10).

Pela acta da Camara om sessão do dia 27 de Maio de 1827, vê-se que ella mandou reformar as telhas quebradas que haviam sobre o muro PE onde passava agua, e, em sessão do din 19 de Fevereiro de 1833, respondendo a um ofsio do Governo relativo ds obras de mais urgencia a se fazerem noste municipio, a Ca- mara informou da necessidade de encanamentos de agua e uma

tendo sido anteriormente orçada esta obra em 7008000, isto é, para 4 construcção de uma enixa o q colocação de tubos do barro em logar das telhas sobre o reforido muro, (doc. n. 11) Neste mesmo anno Candido Papo, requereu & Camara po- | dindo que fosse mudado o curso das aguas da fonte que pas- savam pela villa para seu antigo leito, cujo requerimento enusou bastanto discussão e por fim foi resolvido, em sossão de 15 de do mesmo anno, que se «consertasse o canal para as aguas vude actualmente existe, por onde foi feito para servir ow da Villa antigamente a.

Em sessão de 16 do Julho de 1836, por cansa de damnos ocensionados pelo transbordar das aguas do canal, Jombraram-so de dar subida a uma parta das aguas por outro logar, sendo

posta a abertara de um canal directo ao «Ipiranga», ou um

o ao «Vallo do Rocio; porém, ficou adiada à diseussão sem ser resolvido esto serviço. Somento no anno de 1839 e pia de ter havido diversas discussões, foi que a Cumura res

vem mandar abrir mn dos vallos propostas, partindo este da frente da chacara de D. Francisca de Chavos Alvim directo ao «Ipiranga», cujo serviço foi feito neste mesmo amno; porém, começou incontinente uma questão suscitada por Dona Francisca

2 manutenção da agua em som curso antigo.

Em sessão do din 14 de Abril de 1840 o Procurador da

|) Camara aprosentou um projecto para trazer a agua em canos de | ehumbo ao Largo de 3. Francisco, sendo orçada a obra em...

No ano de 1842 foi aborto um canal para levar as nguas uma pequena fonte, chamada «da Sandade» para o mar, des- E ns aguas do seu antigo curso por onde corriam ao

SA

No dia 1.º de Fevereiro de 1843 a Camara dirigiu um Oficio (doc, n, 12) no Presidente do São Paulo, em reforoncia & questão suscitada por Dona Francisca de Chaves Alvim, fazendo

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ver que as aguas foram divertidas do seu curso nataral, como df ficou eitado, para a serventia do povo, e, que, como sempre tinha estado debaixo do dominio da Camara, esta, em 1839, para evitar damnos a propricdados e à sando publica divartiu parto das aguas; porém, tratando sempre de conservar parto das aguas passando pela propriedade da dita senhora.

Com data de 30 de Junho do mesmo anno a Camara vece- beu um Officio do Presidente de São Panlo (doe, n. 13) em que diz: que, «sendo obrigado pelo art. 4! da Lei de 1.º de Qutu- bro de 1828 a fazer, repor em seu antigo estudo as servidões

mblicas, não consentindo que os habitantes de som Municipio iqnom privados daquelias vantagens em enjo oso estavam desde longos tempos, cumpre-lhes defender tars direitos por via de seu Procurador, devendo todavia aconselhar-so d respeito com adyo- gados de conceito, para que tenha bom oxito a lide, que se pro- põem a sustentar.»

Em Julho desto anno, por meio de umn subscripção, o Pros eurador da Camara mundon fazer na fonte da Saudade uma pa- rede de pedra e cal para servir de açude, com um cano collo- cado em altura conveniente para a passagem da agua à no da dita parede um tanque foito de pedra e cal pra ser oceu- pado na lavagem de roupa. Esta obra custou 858800 dos quaes a Camara forneceu 3 JO como vefera o documento n. 14. Neste mesmo documento, que é cópia da neta da sessão da Camara do dia 18 de Dezembro de 1843, ver-se-ha que nesta data es tava concluida a obra na fonte da Saudade, e começada uma outra mais ou menos semelhante montra pequena fonte em que puzerum o nome «de Todos or Santos.»

Esta ultima obra foi começada para evitar quo qualquer morador da villa fizesse ahi alguma obra para depois chamar a si a posse da referida fonte de agan.

Na mesma sessão foi approvada a indicação apresentada, de rohibir «iodo o corto de madeira no morro» como igunlmento icou resolvido a mandar fuzer alguns reparos 14 caixa de agua

da fonte do Senhor Bom Jesus, e, em vista da caixa tor sido construida sobre a pedra que os romeiros devotos procuravara ara levar cada qual um pedacinho, ficasse à chave da porta & isposição do Procurador ga Irmandade do Senhor Bom Jesus.

Continuando a questão começada em 1839, por causa da modificação do curso das aguas, a Camara, em Janeiro de 1844, tratou com um advogado, Dr, Isidoro Boucnult, pelo preço de 1008000 para defondola na acção proposta por Dona Francisca de Chaves Alvim, e no fim desta mesmo mez entregon-lhe 508000 ficando o restante para ser pago no fim da acção,

—u— do dia 16 de Janeiro de 1845 n Camara oficion mn. 15) mandando fazer diversas obras nos vallos

e tanques a lavagem de roupa, ad ein do” e MD sendo Lea

do pre-

No dia

Corda nto a Cam

ello assignado um contracto da referida obra (doc, velo pelo preço de 650800 e comprometendo-se n con- antes do mez de Outubro do anno seguinte. Não havendo cofre da Camara para o prgamento da obra, o ve- Jacintho de Toledo, garantin-a com a condição de seu dinheiro logo que a Camara tivesse snldo no co-

dia 26 do Feyereiro de 1848 ficou concluida a obr: neste dia recobela o entregala no uso dos hal villa; porém, não duron muito tompo esta encana- barro, sendo necessario no começo da 1851 concertos

vieram abundantes chuvas durante o mez de Janeiro “ficando as aguas estagnadas em diversas partes da cida- alamando n Camain no Prenidento de Sho Fnulo algumas par melhorar esta estado de cousas, o Governo antori- ira de exgottos necessarios para dur sabida as aguas

as. Em sessão do din 8 de Abril deste anno, o encur- do serviço dem parte à Camara de ter concluido o dito havendo entre outros vallos feitos, mandado abrir tindo de perto do logar chamado « Tapera» om linha o « Pallo do Rocio» passanbo ao lado da chacara do ntonio da Silva e nos fundos das terras pertencentes u “ranciseo Cambanda e tendo gusto na abertura dos vallos a quantia de 5888400. sessão de 4 de Outubro de 1852 0 varcador Baptista indicou que se mandasse limpar o sobre citado vallo,

18 1 Eis Março do 1854 a Camara pediu ao Govemo a construcção de um Ohafuriz no Largo de 8,

248

Francisco com encanamento eu ligasse este com n fonte do So- nhor Bom Jesus, cuja obra foi orçada em 32008000.

Nesta data os habitantes da cidade eram obrigados a man= dar buscar a ngon para beber à caixa do Senhor Bom Jesus om 4 fonte da Saudade, sendo que o encanamento de barro estava inutilisado ; portanto estavam ainda nas mosmas condições a respeito do abastecimento de agua potavel como no sumo de 1708, tendo somente mais parto ás suas cnsas 4 agun necnasaria para lavagem,

Logo que o vallo foi aberto dando sabida ás aguas vindas da fonte do Senhor Bom Jesus a o « Vallo do Rocio» no principio do do nnno de 185L,a Camara mandou entulhar o antigo curso des- de o ponto de partida do novo valo nté proximo no Ypiranga, obrigando os proprietarios dos terrenos por onde passava a fuzer oeste serviço a suns custas,

Os diflerentes serviços feitos anteriormente ao anno de 1854 sho demonstrados no mappa que ocompanha esto opusculo.

Jencessões de terrenos

E' natural suppor que os primeiros moradores europeus se estabolecossem nas immodiações da villa, tomando posso dos tors renos que wuis conveniencin lhes efferecessem sem terem outro titulo á propriadade senna o usucapino.

Mais túrde começaram as concessões por sesmarias, na maior: parte com meia legua de frente, havendo, porém, algumas maio- ros, entre as quass uma de quatro laguns de terras.

Em divoras escripturas de venda de terras ancontra-sa menção da terem sido as reforidas terras concedidas aos ante-

passados dos vendedores pelo. Donatario da capitania, no prin- cipio da : em outras achas a declaração do terem sido dados, por sesmaria, por Gonçalo Corroia do Sá, capitio-mór da

S. Vicente. Estas doclarações sho muito vagas, e, ainda que: si possa precisar que o referido Gonçalo Correm de achava-so em 8 Vicente no anno de 1618, todavia não se pode suber ao corto que existisa uma concessão de terrenos neste municipio anterior à sesmaria concedida a Francisco de Pontes Vidal é seu filho no auno do 1637, na qual dis; comessando da data de Francisco Alvares Marinho.

Com datas postorioras à esta, existam muitos documentos, uns originaes o outros traslados, que provam concossões do soa- murias nté o anno de 1820 approximadamente .

E' para notar que nas escripturas antigas existentes, rola tivas is terms que fazem frente ao Mur-pequeno e se acham comprehondidas entre o «Oiteiro do Bacharel» e o Rio Sorocaba,

-— 240

“os vendedores consignam a declaração de terem sido ndqueridas seus antepasendos, por posse, ou como dir Bnrtholomom enlves em 1669: « por huma poce viva. » Pelo estudo cartas do sesmarias pode-se conhecer a expanção do povo para o interior desta zoua, começando dos estabelecimentos proximos à Villa a extendendo-sa grudualmens te, À intornar-so cada ver m porém, acompanhando sempra o rio Ribeira e sous afluentes, especismonte os rios Una e Poronpaba, Ba, nataral que O povo procurasso as margons do máiças- À toso rio Ribeira, para abi fundar estabelecimento, em virtude | da fucilidade do transportar os productos do seu trabalho e da fertilidade do solo das margens ribeirinhas, Logo que essas ter- ros se achavam povoadas, naturalmente eram procurados os d | versos affluentes do Ribeira que fucultassem os mesz10s meios do transporte.

Temos em nosso podor uma lista de 37 sesmarias, organisa- da no auno de 1836, pelo juiz do Par, José Bonifacio do An- dinda (doe N. 184); mas dovemos obsorvar que ha nosta lista

| alguns pequenos equivocos, originados da difieuldado, anão im- possibilidade, de coligir os dados precisos para tal fim

O numero das sesmarias concedidas na zona do Rio Ribeira e seus affinentes, no Mar-paqueno, no Rio Una do Preludo, 6 mas Prains de Juvtá, Verde e Una, é muito maior do que oque consta da referida lista.

Não nos é lícito duvidar que a maior parte das terras des te municipio fosse adquirida simplesmente por posse usucapiana,

| e quo essas terras mais tarde fossem partilhadas entre os ber- deiros dos primitivos possuidores, ou vendidas, ficando dosta ar-

te os novos habitantes com documentos comprobntorios do seu

inio, e, assim 6 que neste municipio, 4 despeito de sun enor-

me extensão, poucos terrenos devolutos uetunlmente existem.

*Pivemos. oscasião, ha alguns annos, de munuscar os regi

| tros de terras feitos durante os nunos de 1855 e 1856, e delles pudemos averiguar que alguns registros exitem relativos a exten-

bes enormes de terrenos, dos quass os registrantes não decla,

raram de modo algum como é que os possuiam, e em cujos torre-

nos não existia naquolle tempo mais que um ou dous alquei

U de terras em cultura, sendo o resto todo coberto de matas vire

No cartorio do tabollião Francisco Firmino Pontes Oliveira,

desta cidade, encontram-se escripturas de venda de meia legua do terras polo preço infimo de quatro mil s oitocentos réis. Tam- bem encontram-se avaliações de bens, de enjos termos consta ter sido ayalindo polo preço de dous mil e quatrocentos róis, uma

250

extensão do meia legua de torras, o vorificaso do masmo docu- mento terem sido avaliados os serviços de uma Indigena por cincoenta mil

Havia outrora muitas questões entre visinhos relativamen= to ás divisas e rumos de suas propricdades confinantes, ns quass, na maior na eram decididas pelas auctoridades competentes por meio de concilisção entre os contendores,

São poneas as sesmarias antigas que existem ma sua inte gridade, conforme a concessão feita, Entre essas poncas pode- se citar a do Cambixo nas margens do Rio Una. Egualmento são poucos os qroprietarios do terras neste municipio que pos- snem mappas dos seus terrenos npprovados pelo Governo.

Os Indigenas e suas obras existentes em Iguape

Sinto-me verdadeiramente acanhado neste momento, no co- meçar este capitulo, pois necessito a penna de um mestre para desenvolvel.o da fórma que merece; porém, como é preciso em todas ns grandes obras os serviços de serventes para colloear os materises à disposição dos mestres, não recuo ante este tra- balho, ninda que bastante pesado ds minhas forças.

8i fosso possivel descortinar o passado, parece-me que a bistorin de igunpo seria uma das mais interessantes e notaveis do todo o Brazil,

Relativamente nos primitivos moradores desta parto do litoral, existem monumentos que provam a existencia aqui, prebistoricamente, de um povo em população densa; porêm, é sómente pelos estudos archeologicos que podemos levantar uma pequena ponta do veu opaco que encobre a vida daquele povo.

Não podemos contestar o facto de que pelos estudos scien- tíficos, são resolvidos certos problemas relativos ao passado, os quaes, á primeira vista, parecem insoluveis; e ao mesmo term somos obrigados n confessar que ns soluções oflerecidas rolnti- vamente ao povo desta costa do Brazil, na ocasião da cons= trucção dos Sambaquis são bastante divergentes.

Estes resultados discordes dos estudos feitos até hoje são em parte derivados do defeito de nho reunir-se os diversos eles mentos deste problema antes de procurar o incoguito,

E! innegavol que alguns mmetores avançam idéns relativas nos habitantes primitivos do litoral do Brazil sem o menor es- tudo scientifico do assumpto, resolvendo a seu modo esto pro- blema, que é dos mais interessantes a historia patri

Esaminando o terreno proximo no Ocegno, mar-pequeno & os rios que sentem a influencia das marés, neste municipio,

em 26]

contramos um numero elevado de Sambaquis que hoje são “monumentos os estados areheologicos. Talvez não haja “outra parte do Brazil onde na mesma área encontre-se tantos ia como aqui em Iguape; e parece que esto facto prova a existencia de um povo que os formava em numero relativa- mente grande. Não é logar proprio para entrar em estudos n respeito deste mem das razões que teve de loyantar semelhantes montões de cascas; porém, não posso deixar de salientar um facto que mão encontrei mencionado em obr alguma das que tive o pra- ser do Jor sobre n formação dos Sambaquis do Brazil.

Não admitto discussão, a força podorosa que a superstição exerce sobre o animo de todo e qualquer povo, especialmente daquello entre os quaes os raios luminosos da civilisação ninda não desvaneceram certos preconecitos. Recordando este elemento « encontrando-so ainda hoje um povo que so alimenta, em grando parte, de molluscos que constroo actualmente estos montões de cascas, semelhantes nos nossos Sambaquis, devemos acceitar as mugõos deste procedimento existenta como o producto da trans- missão horiditaria de costumes dos antepassados.

Acceitando esta conclusão natural da transmissão dos costa- mes e das superstições, e conhecendo que existem indigenas que fazem seus Sambaquis mais ou menos egunes nos que encontra- mos na costa do Brazil, devemos concordar quo a razão que os impelle a construil-os hoje, seja a mesma que impelliu o povo prehistorico a fuzel-os.

Esta razão é puramente a euperstição, que faz erer a estes indigenas que as cascas deixadas espalhadas trará dossraça, fánto mais, ei estas cascas, depois do terem sido dospojadas dos seus conteúdos, chegarem a entrar no mar, visto que, na opinião deste povo, será um aviso da destruição que esperava aos mol- Juscos, fazendo-os fugir destas imediações,

Eis ahi a razão do procedimento dos indigenas que ainda existem nas costas inhospitas da Terra do Fogo, e si estes fazem semelhantes obras, impellidos simplesmente pela superstição, de- vemos concordar quo o mesmo elemento fosse um dos maiores, sinho o unico, da construcção dos Sambaquis pelo povo prolisto- aico do Brazil. (Veja pag. 194, termo de veresnça).

E” natural concluir-se que estos Sambaquis, sinão todos, pelo menos a maior parto dolles, fossem feitos anteriormento da ehe-

dos europens em 1500; porém, para se armar que todos N feitos anteriormente a esto tempo, baseando-se na roferen- ein que o Padra Anchicta fez n respeito da quantidade de ostras “e ilhas cheias do cascas de que 05 europeus faziam cal para

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sems edificios, essa roforencia não é suficientemente clara para servir de buse à uma decisão positiva. Ao mesmo tempi falta de corroborção, não pomos neceitar em sua integridade e relnção que faz o Frei Gaspar da Madre de Deus, em suas «Memo para a historia da Capitania de São Ficenter, onde elle diz: «Exte territorio, e toda q Custa circumvisinha, assim para o Norte, como para o Sul, pertencia a varias Aldêas situa. das no campo sobre as Serras: as Ilhas de São Vicente, à Santo Amaro, é lambem a terra firme adjacente, e suas praias

dião os indios, pela unica” conveniencia de nellas pescarem, é ma riscarem. Ela aqui a razão, por que Martim Affonso não viu Aldêa alguma, depoia que passou a Enseada dos Maromomis. Indios particulares em todo o tempo, e Povos inteiros em certos mezes, vinham mariscar na Costa: escolhiam entre os Mangues algum logar enxuto, aonde se orranchavam, e dalli sahiam como encames de abelhas a extrahir do lodo os testaceos maritimos He indizivol a immensidade, que volhiam de ostras, berbigões, cmejous, sururás de varias costas, e outros mariscos; mus «a pese ce principal era de ostras é berbigdes, ou porque gostassem mais dollos, ou porque ox encontrassem em maior copia, e colhessem com facilidade. De todo isto havia, e ainda hoje ha muita abun- dancia nos Mangues da Capitania de São Paulo, Com os tass marixcor se sustentavão, em quanto durava a pescaria, 0 resto seccavão, e antim beneficiado conduzido para auas Alitas, onda lhes servia de alimento por algum tempo. As conchas lançando à hum parte do logar, unde estavto congregadas, e com ellas fare mardo montões tão grandes, que parecem outeiros, a quem agora os sotterrados, Daqui nasceu escreverem alguns Authores, que ho mineral a materia, de que se faz a cal em varias pertes da America. Enganardo-se, mas com desculpa; porque a terra con duzida pelas aguas, e ventos para cima daqueles montes, for= mon sobre elles crostas tão grossas, que molgumas partes chegão a ter capacidade para vustentarem, como sustentão, arvores bastan- temente altas, que sobre elas nascerdo, e se conservão sempre ciumes. Tanta he a antiguidade destas Ostreiras (assim lhe clicam mão na Capitania de São Paulo) que a humidade pelo decurso dos tempos veio a dissolver as conchas de algumas delas, redu— aindo-as « huma massa branda, a qual petrificando-se pouco a pouco com o calor, formou pedras tao solidas, que he necessario quebral-as com marrões, ou alavancas, ontes de as condustrem para 08 fornos, onde es resolvem em cal. Destas conchax dog mariscos, que eomerão os Indios, se tem feito toda a cal dos edê ficios desta Capitania desde o tempo da fundação até agora, e tarde se acabarão as Ostreiras de Santos, 5. Vicente, Conceição, |

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Conanta, etc. Na maior parte dellas ainda se conser= inteiras as conchas, e nalgumas achão-se machados, (08 dou Indios erão de seixo muito pedaços de panellas quebradas, e ossos de defuntos, pois que algum Índio morria no tempo de servia de comiterio a (Ustreira, na qual depositavão o

cadarer, e d o cobrião com conchas».

Afistando do nós estas informações duvidosas e raciocinando mm ponco, somos obrigados a concordar que a maior parte, sinão todos, dos Sambaquis feitos nesta zona, são prehistoricos, não podendo ter sido feitos em tão elevado uumero depois dn che-

dos europeos sem ter chamado mais n attenção sobre seme- Ihantes obras; ao mesmo tempo, não podemos afirmar positiva- mente que os indigenas não continuaram depois daquela epocha com o costume de consteuil-os, visto que, naturalmente, bavism do afugentarso dos logaros onde os enropeos estabeleceram os seus centros de commercio.

Existem ainda ceren do com Sambaquis conhecidos na zona comprehendida entre n burra do rio Una do Prelado e a de Ararapira, alguns dos quass excedem cm volume a 40.000 metros

Reparando bem na posição destes Sambaquis havemos de notar, que quasi todos são colocados sobre pequenas eminencias, em logares onde a seção das marés não pode desmanchal-os,

Todos elles são foitos pela collocação das cascas dos mollus- cos em camadas irregulares, sendo estas camadas de diflerontes fgosnras, coma tambem predominando aollas diferantos propore qões dns diversas qualidados de cascas que os formam.

Que na construcção dos Sambaquis gasturho-se muitos annos, jue havia espaço de tompo mutis ou menos prolongado entro das diversas camadas, não podemos duvidar; visto a espessura dos files de torra que sepavim estas camadas de cas— cas uma das outras Em certos logares estes filõos de terra são apenas perceptíveis; porém, em ouiros atingem até 20 centi- metros e mais de espessura, os quaes nho podiam ter alcançado semelhante espessura em pequeno espaço de tempo. Egualmento & motavel a grossura da camada de terra que os encobre, sendo a 30 centimetros esta coberta, havendo, porém, ares ainda maior grossura e com especinlidade onde os sho situados dentro da matta virgem.

Que havia relação entre 05 indigenas encontrados aqui pe-

Jos europeos e os que fizeram estes Sumbaquis, é natura] sup- em vista dos nomes pelos quaes são conhecidos até hoje, dois Jo; nesta song, distante um do outro de 48 kilo- “metros, ambos conhecidos pelo nome « Zabatingueiru», siguiticando

O

esta palavra—ponto da extincta aldêa; cujo facto parece provar o conhecimento da existencia de nldêns nestes logares anterior= mente 4 oecasilo em que foram postos estes nomes, Em ambos logares existem Sambaquis grandes, sendo quo o mais proximo à cidade de Iguape é dis muiores até hoje encontrados,

Qua existiam aqui grande numero de Indigenas, e que elles

viviam ma maior harmonia com o bacharel portuguez o os hos

anhoes não ha menor duvida; e reparando na nomenclatura os rios, voltas dos rios, morros, lagoas, etc, somos obrigados a reconhecer que estes nomes foram postos em sun maior parto pelos Indigenas.

E” muito nntural que os nomes dos rios maiores mais pro- ximos ás villas fossem postos polos Indigenas, e por elles trans- mitindos aos europeus; mas, neste municipio temos muitos eor- regos, nos centros das mattas, que não dao passagem por canoas, cujos terienos ainda não são cultivados, os quacs possuam no- mes da mesma origem, provando este facto que estas localida- des, par mais reconditas que sejum, foram visitadas pelos europens em companhia dos Indigenas que puzeram estes nomes do combina- ção com alguma coisa notavel do logar, como cra o seu costume.

Infelizmente não posso ainda conhecer qual fosse a tribu ou tribus que habitavam esta zona em 1502, auno em que ficou desterrado o bacharel portuguez, sendo que o documento mais antigo que encontrei, no qual faz menção ú tribu de Indigenas aqui residentes é o numero 12 que acompanha o «Esboço histo torico da fuulação de Iguapes, em que dia: «Que sendo no «uno de mil e seiscentos e quarenta e sete, mandados dois Indios «Bu- gats», eta

Pela leitura deste documento podemos saber que alguns re- presentantes daquela tribu existiam em Iguape em 1847; po- tém, pareeo que baviam cgualmente de outras tribus, visto a descriminação de serem esto dous— Buçaes.

Um outro documento que encontrei com data de 1720, (does n. 19) prova que existiam em Iguape Indigenas da tribu dos Carijós; porém, nem este, nem o outro citado, podem servir para conhecer quaes foram os habitantes no oceasião do principiar a colonização enropoa,

No documento n, 187 escripto em 25 de Agosto de 1816, ver-se-i quo diz: «os incursos são,,. tantos, os Bugaes,,« tantos, 08 chrismados, . tantos

Pela leitura desta e da do documento citado do 1647 devemos julgar que esta tribu—Buçacs—era 1 raça original dos Indigenas que viviam em harmonia com o bacharel; mas, não ha prova positiva disto.

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Serin da maior interesse si podessemos esclarecer esto ponto “obscnro da nossa historia; mas, por infelicidade nossa os nossos q los em logar de colleecionsrem e conservarem os dados necessarios relativos a esta raca, para confeccionar a historia pa- tria, fariam tudo possivel para desbaratal-a, avastalando-a é

varrendo o solo dos representantes prelistoricos doste paiz, do um pouso as Jeis promulgadas relativas ao tra- tamento dos Indigenas, não podemos deixar de conhecer que s verdadeira mira dos colonizadores eru n anniquilação desta raça, ainda que, para encobrir um pouco scus intentos, usavam da capa especiosa da cristandade. Basta lor com attenção as cartas «dos encarregados desta missão, como dos pndres Nobrega, Au= ebieta e outros, para reconhecer que as medidas por elles sug- idas, tinham por fim a desapparição deste povo em logar da

da sua imoralidade, archivo da Camara existe uma copia da lei promulzada r Dam Felippe em 1611, (doc. n. 20) e, com data de 26 de o rsesiro de 1680 uma ordem do Corregedor João da Ro- “ha Pita, relativamente à libertação dos filhos dos Indigenas idos em escravidão; (doc. n. 21) como tambem uma ordem do Conde de Sarzedas de 14 de Março de 1733, mandando recon- duzir os Indigenas «Paracise ás suas nldens, (doe, m. 27).

No cartorio desta cidade existem elevado numero de testa- mentos, pelos quaes podemos verificar que entre os annos de 1670 à 1810 os escravos indigenas eram considerados como do valor egual nos africanos.

Não existe documento que prove a existencia do indigonas

em estado de liberdade nesta zona, desde o anno de 1532 à 1834; porém, não podemos deixar de julgar que algumas tribus habitavam os sertões desta vasta região. No anno de 1834, alguns cnçadores, indo na matta adja- cente ao rio Itariri, foram offendidos pelos indigenas, cujo facto causou a remessa de uma força armada desta villa para ente- chizar 08 offensores. Para essa diligencia houve grande prepa- rativo como podemos verificar pelos livros da Camara, sendo o seu resultado evidenciado pelos documentos ns, 29 « 24. Por estes versed que as primeiras diligencias feitas para catechizar os indigenas com polvora e chumbo, produziram a morte do um dos homens que faziam parto desta commissão.

Tornando a apparecer os indigenas em Julho do 1835, foi zemettida outra vez à munição necessaria para catechizal-os, como se pelo documento m. 25; po no mesmo tempo, a “Camara mandou vir de Itapetininga um indigena manso, conhe-

pelo nome de Capitão Guassá s dois homens do Xiririca

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acostumados a and sertão, os quaes, enc os speed pisca pas que cpped as

suppôr qu indigenas a liberdade e n Eis vida errante, não sujeitavamae tratados como escravos, e portanto, procuravam os meios de fi girem, como podemos cri pela leitura do documento

Em vista do registro do um oficio dirigido no Pre da Provincia é provado que, em áiaao época anterior, | sido demarcado um terreno reservado para o aldeamento dos digenas. Ver sed por este officio (doe. n. 30) que n Cum Iguape diz: vista do que o Juii del Par Fesp no no rio do Peixe, Braço do Etariri depois do de j ] colocou w Aldeamento desses Indigenas, onde moram até porém, estes terrenos em 1853 estavam sendo oceupados trusos, não constando que ss nuctoridades competentes com que fossem res 7 os a límitos do pe sli parecem ai oje, de vez em quando, algumas fami

qa iam no sertão inculto da Serra dos [itins; mas, não listante o dia em que desapparecerá desta zona o ultimo re) sentante puro desta raça, cuja origem remonta ao tempo | historico do Brazil.

] Terreno da Cidade e Porto du Ribeira

Talvez não huja outra parte da historia de Iguspe tho k vidada pelas autoridades unielgada como esta Eres n de de terreno que pertence á cidade, seu Rocio

| E" fucilimo provar que antigamente n Comara tinha e dominio de uma grande extensão de terras, muito al ue actualmente tem; porém, parece impossivel var, esnetidho, a quantidade a muito 'menos a locação delas”. Os homens velhos contam, por tradição, que os ter rtoncentes à cidade, foram dondos por diversas pessoas ifforentes epocas, é que pma parto foi concedida pelo Gov:

“Examinando os documentos juntos havemos de encontrar ntó ponto, a confirmação desta tradição, ainda que nho pro- RR nano da ie que diz E sido

j “alentim igues, como igualmente em relação a E rticncadids Governo, que não a tor concedido o “terreno entre a Ipiranga e o morro, como será provado oppor-

Nao ha contestação, que Francisco Alvares Marinho cedeo “terreno para o estabelecimento da villa na ocessiho da mudança, esta cessão no foi feita legalmente, em vista do que, a Con no dia 2 de Julho de 1679, declarou não ter «terras “medédas e demarcadas», como consta no documento n. 4. Neste “mesmo din os senhores Francisco de Pontes Vidal é Manoel da Costa deram 250 braças em quadra de terreno, exja doação comprehende pelos limites demarcados, exactamente a parte “principal du cidade, incluindo no seu perimetro as Igrejas exis. tes ; parecendo assim, que esta doação, não er mais do que q legalização da donção feita anteriormente por Francisco “Alynres Marinho. Pelo documento n. 5, foi provado que, o terreno entre 80 morro até à pedra «Iagua», foi vendido em 22 de ro de 1696 pola vinva Maria Nunes Chaveira, no Vi- gario Antonio Barboza de Mendonça ; portanto, seudo este ter- Teno particular, nho podia o Governo concedelo á esta villa, or uma carta de aforamento de terrenos passada no dia 29 de Novembro de 1719, (doc. n. 31) verse-ha quo neste dia Curlos Pinto de Reis, em sua petição, diz: «que elle sup. tem “aforado desde abimício ax terras competentes a este Cenado per mellas fazer suas Lavouras pagando o foro da Renda que se lhe tem ordenado nesta Cenado Cuias terras torna a pedir a vms é quer ComeSar de hua Corrigo uindo a Sua Serea athe hit tan- que no çítio correndo Rio asima do Mar pequeno Com

Por uma outra petição, aprosentada no mesmo din, (doe. m. “verificamos que Francisco Barreto dis: «q' elle supplicante tem onde possa mais comodamt fazer sua chacra e intonta- ee a fazer no Rocio desta villa para o que quer arrendar ou “efordr duzentas Brasas de terras do Consolho deste Rocio Comes

4=s

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sando de húa paregem é ue de adiante do sítio de Carlos Pinto do Reis tha pres no ares das FRANS oo | Rossio na quadra da viuva caterina Rangel e sendo tenho das duzentas brassas todas quer o supplicante a ficar e pagar o foro Raçionavel que por vms for taxado». Pela Ioitura destes dois documentos, fica provado que os. terrenos concedidos eram annexos e ao lado sudoeste da villa; porém, ha uma dificuldade na locação destes terrenos, por não podermos deseriminar o logar do citado corrego, somente Ro von siderassem como corrego o antigo Vallo do Rocio, cujo facto não seria provavel, visto que, em documentos anteriores encontramos menção do dito vallo com o nome de «Vallo do Rocio». No din 2 de Jnnho de 1773, Antonio Rodrigues Cunha pe- dio por nforamento os terrenos aque se achão desde a Barra da Lagoa Ribeyra aStima athe o fim a donde asiste Nazario Dor mingueso, cuja petição a Camura deferiu, marcando o preço do | aforo annual em cento & sessenta réis. (doe. mn. 33 Em sessão do dia 31 de Maio de 1788, diversas possas pediram torreno no Rocio da Villa, som declararem em que par-

te; e, no termo lavrado nesta sessão, (doc, n, 4) dig; «o que sen- | do visto e ouvido pelos ditos Juit. ordinario e Presidente da Camera e mais Vereadores o requerimento dos ditos nomeados, |

forão pessoalmente medir as ditas terras. A quantia do terras demarcadas e concedidas à sete pessons neste dia attingio a 562 braças de extensho.

Pelo termo de Vereança do dia 16 de Julho de 1803, (doe. n. 85) ver-se-ha que a Camara mandou chamar «a sua presen ga «us moradores do Rocio Grande, us quais sendo presentes Bhes ] encarregurão, que d'aqui em diante se quizesem morar ne fer= va do Rocio, fiessem seus requerimentos, para ae lhes conferir Cartas de Dactas para pagarem furos Paquella porçoena de bra- sas que Carreseremo, Por este documento parece que havia nes te tempo mais do que um logar designado pelo nome «Rocias, visto a descriminação do «Rocio grandes.

No din 11 do Outubro do 1828, Salvador Rodrigues Lima apresentou á Camara um requerimento em que diz; «scr senhor e possuidor de huma Sesmeria que comprehende do cominho da. Xaera do Sargento mor Benta Pupo de Gouvea the o Porto da Ribeira seguindo tho perto do rio Soracaba o requerendo que se prohibisse o concedesse terreno dentro da dito Sesmaria para , qualquer moradia, posse ou exltivaçãos. (doe. n. 36).

Em 1880 houve uma questão cutre o referido Salvador Ro- drigucs Lima e seus parentes, por causa deste mesmo terreno y e por uma certidão tirada do livro das audiencias dos Jules de

at 97) ver-se-ha, não obstante os contenciosos dizerem ores om do terreno em questão, por não ter ) , eomtudo elles consideravam existir algum b no Porto da Ribeira. sessão do dia 21 de Abril do mesmo amo, à Camara “avivar a demarcação dos seus terrenos no lado Noroeste onda faziam divisas com os de Salvador Rodrigues

am as reclamações por parte de Salvador, contra ane que a Camara fazia de terrenos para edificações “Porto da Ribeira (como consta por diversas netas); porém, amaro não deu importancia a estas reclamações, Em Janeiro de 183%, a Camara mandou construir uma ponte desembarque no Porto da Ribeira, gastando neste serviço 2 probibiu a construcção de edificios sem previo nto do armador da Camara. “Com data de 17 do Maio de 1840, um ndyogado de São respondeu algumas perguntas feitas pelo dito Sulvador E Lima, velativumente à questão entre elle e a Camara, Por esta carta (doe, n, 38) vemos Sulvador dizer: que os donos los terrenos, antecessores delle, a novas instâncias da Camara deram mais um pedaço até wm logar chamado «Ponte de Pupo», confirmando nacim a tradição a respeito da divisa do lado Noroeste da cidade, No anno de 1844, Joaquim José Teixeira dos Santos prin- a com de um predio no Porto da Ribeira, em mto ú ponte de desembarque, embaraçando o transito publica ; “e sendo a Camara avisada deste facto por um oficio do Fiscal, “o dito oficio entregue à Commissão permanente para dar parecer. A comissão, em sessão de LL de Juneiro de 1845 om sem parecer, é nesta documento (n.39) ver-se-ba que commnissão diz: «A commissão observa que não entra eluvida serem os terrenos no porto da Ribeira, junto «o Rio lo propriedade Municipal udquerida por uma posse immemo- nunca contradicta, co menos sermidão publica de embarques barques. Com effeito sabido que tudos os edificios e ali construidos o forão pelos antigos honde bem They o sem contradicção e menos onposição de Raimunio Rodrie prietario do Sitin chamado do Porto da Ribeiras ia Camara reconheceu que o terreno oceupado pelo no Porto da Riboira, fazer parto do sitio que outrora era Reyaundo Rodrignes Pareire,, pai de Enlvador Ee Lima: porém, como desde os tempos maia remotos, os Paqualle sitio nunca prohibiram a udificação das ensas e

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armazens construidos nesto logar, oram, por osto facto q dominio sobro & referida iate lo sitio, No mesmo ver-se-ha que a Commissho diz: «O Porta da Ribeira lego “uma povoação, que vas índo em augmento: huma das Camaras pessadas mandou alinhar huma ruas os dinheiros Municipaes tem sido ali dispendidos em uterros é beneficio de terreno para facilitar 0 embarque e desembarque, e o transporte dos efeitos da Lavoura ; em huma ponte se dispendio sincoenta e tantas mil reis: a Camara que sérvio no cnno de 1837, tomou huma deliberação respeito a obras quassquer na margem do Rio, pelo prohíbio toda e qualquer construcção na dila margem atéa casa de Nicolau Drey, afim de se não embaraçar o transito pum

nte : «he evidente que seje qual for oi pelo qual Joaquim José Teixeira dos Santos se inculca pro- prietario de certos terrenos do Porto da Ribeira, elle não tem diroito de fazer obra alguma ali com que embarace a servidão publica». Em vista deste parecer a Camára resolveu mandar desmanchar a obra começada e repôr o terreno em seu antigo estado para a servido publica.

No dia 6 de Novembro de 1863, o Presidenta da Camara Francisco Pereira de Mendonça, oficiou ao Prosidento da Pro vincia a respeito do terreno do Rocio desta cidade, em cujo do- cumento (n. 40) verificamos a razho porque hoje a Municipali- dade oncontra-se esbulhada de grande parte do terreno, que antigamente pertencia-lhe.

Não ha a menor duvida que antigamente as Camaras da villa de Iguape estavam de posse e dominio d'nma grande ex tensão de terreno, apesar de não podermos nté hoje conhecer q sua extensão e muito menos a procedencia verdadeira desta do-

As camaras foram concedendo estes terrenos a particu- lares, n titulo de nforamento, em diversas epocas, havendo entro essas concessões algumas que comprebendiam superfícios nssaz grandes, como a de Carlos Pinto oa Rois, de 900 braças em quadra, e a de Prancisco Barreto, que pelo menos tem a mesma superficie

Não podemos censurar o aforamento dos terrenos feitos pelas

houve N x) e pertilhados pelos herdeiros dos aforadoros.

Nno podin legalmente ter sido vendido ou partilhado o terreno cer por sor asto bom proprio da villa, mas como as Camaras não protestaram na oceasião da venda ou partilha, os novos propristurios foram ficando com titulos (dos quass muitos

os em Juizo) hoje são valiosos e contra 08 quaesnada mal Erg ney fa tomaram idencius a do 1804, como vento

como prova um documento existente livro das provisões dos Ouvidoros, escripto no dia do mesmo anno por ordom do Ouvidor Antonio

possa na factura de Escripturas de vendas dos bens,

a a dei Ve qem lhe apresentarem co

tregue pelo conste, qua se acho pago o lau-

Camara como reconhecimentado Senhorio directos.

infelizmente ha annos que emo livro desencaminhou-se ou dos mubtrahido, e hoje que com ella muito so aprovcifaria, não ce e ni) sabes. Até agora limitei-me nos documentos que encontrei refa- s nos terrenos desta cidade e Porto da Ribeira, que tivo- como procedencia, doações particul; restando-me tratar parte que foi concedida pelo Governo, e que compre- implesmente os terrenos de Marinha. E necessario es. o que honyo relativamento a isto para que fique de- tado os direitos que a camara municipal de Igunpe tem os referidos terrenos. O documento antigo que istro de uma circular do Presidente da Provincia de Fevereiro de 1832, ordenando u camara para É he quaes os terrenos de Marinha que eram precisos ra: logradouros publicos. (doc. u. 41). Em resposta a esta circular, a Camara no dia 14 de Jalho b mesmo nnno, remetteu mma doseripção dos terrenos que n'a- Ia data serviam como logradouros publicos. (doc. n. 42). festa deseripção a Camara incluo como terreno de Marinha Largos: «o primeiro oo Nordeste na extremidade da Villa, ao Morro, seguindo o alinhamento demarcado, que tem é vinte palmos de frente ao mar: o Segundo Largo y do Funil no fim da rua do mesmo nome com qua e noventa palmos de frente, e o terceiro o Largo do extromidade ao Sul com quatrocentos e qua-

a fpaimos da frentes,

E

BG3

Não posso imaginar, com quo diveito a Camara considorom o primeiro e ultimo dos tres referidos logares como terrono do Marinha, sendo como são terrenos dos mais elevados da cidudo, o inda com n especialidade, quo o Largo conhecido naquele tempo pelo nome «do Cemitérios o hoje pelo «do Iosarior & bastante retirado do mar à tem uma rua com casas o quintnes de permeio, Concordo que o antigo Largo «do Funil» hoje sdo Commendador Luis Alvaress fosso terreno de Marinha, comprelieudendo em seu perimetro a pequena enseada elpiran- ga», e que ainda atá hoje é banhado em quasi toda « superfi- cie do Largo pelas aguas das marés altas.

No din 1% de Outubro do mesmo anno, n Camara oficiou no Governo secusando à recepção de um oficio recebido com data de 5 de Setembro, cuja cópin não existe no livro dos res gistros d'aquella epoca. No tem ofhicio (doc. n. 43) a Camara refero em termos vagos, a mudança da villa, o declara ontrar em duvida relativamente aos terrenos que lhe pertencem se deviam on não ser classificados como terrenos de Marinha, de conformidade com a lei de 15 de Novembro do 1881, visto que, sendo a villa estabelecida em terreno pnrtienlar, parto do uma antiquissima sesmaria, foi este terreno doado à Camara sem elausula alguma que reservasse semelhante direito no Governo, por cujo facto não podia ser sujeito a noya lei citada.

A Camara para provar que os terrenos aonde estava collo- cada a villa foram particulares e não nacionaes, ajuntou no sem officio, cópia dos dois documentos que com os numeros 2 a 4 acompanham esta obra. Não vejo que ruzio teve a Camara em apresentar o do numero 2 nosta ocessiho, porque, os terrenos de Bartholomeu Gonçalves à que refere-se esto documento eram annexos a Villa Velha e portanto, nada tinha que ver com 4 questão de terrono de Marinha, no da villa nova. Podemos crer, que foi remettido em falta do outro de mais valor, é quan- to muis, que a Camara diz: «além dos documentos juntos ainda a Camara tem novas doaçoens dadas pelos proprieterios, que au- gmentam seu terreno, e esta de posse d'elless, porém, ninda que afirme ter posso deste terrono, comtudo não ajuntou os docu- mentos comprovativos destas novas doações

Na neta da Sessão da Camara do dia 17 de Janeiro de 1838, encontra-se o seguinte: « A Commissão Permanente a EE entregue na Sessão passada hha indicação do Senhor Ga ea «Junqueira em que prpuz que « Camara pedisse d Authorid* com petente os terrenos da veira mar, que se diz da Marinha, desde a pedra Itagua o Sorocaba, apresentou 0 parecer seguinte A Commissão Permanente encarregado de dar o ue parecer sobre a

Senhor Vereador Junqueira apresentada na reunião pondo que esta Camara peça a Authoridade compe- Servidão publica os terrenos maritimos desde « pedra ua ate a darra do Rio Sorocaba; he de parecer que de re- ta à Assemblea Geral Legislativa pedindo-se tão somente om

0 barra do Canal ate a do Rio Sorocaba, porque “me em que elles possão servir para o publico, e alem disso “os terrenos estão efectivamente occupados E ga dos Sítios a margem do mar pequeno, ja Camara lunicipal dezesete de Janeiro de mil oito centos e trinta e oito Cruz Toledo. Posto o parecer em discussão o Senhor Ve= or Andrade pedio a palavra, que lhe foi concedida, e disse, “a Camara deve pedir os terrenos desde a pedra Iagua ate tímites do Rocio da Villa da parte do Sudueste onde divide terras de propriedade de João Maneio da Silva Franco, não “o aforar, e sim para so utilizar deltos, e conceder datas aos sem onus algum. No mesmo sentido fallou o Senhor Ve- Junqueira. Suficientemente discutida a materia venceo- e por cinco votos que se reprozentasse a Authorid' competente “nO sentido da emenda do parecer da Commissão ». Xm vista desta resolução, no dia 19 do mesmo mez, à Ca- io ao Governo (doe. 44) 08 terrenos a beira mar q pedra Itagua da parte do Nordeste te a divisa de Mencio da Se Franco da porte do Sudueste onde finalisa os doados para a mesma Villa, para deposito de madeiras, “canoa, estaleiros, ranaos de pescaria e maia servidões publicas»” Respondendo este oficio com um de Y de Outubro do mesmo (doc. 45) o Presidente diz: «Só permittida a con- de de Marinha às Camaras para logradouros pu- e ndo p" todos os fins pr q ella pede os di» terrenos ». Pela leitura do parecer da Commissão do dia 17 de Janoiro, ofício do 19, pareco que não havia duvida que, os limitos o pelo Indo de Sudueste, fossem onde começavam os ter- uesta oeeasino pertenciam ao Senhor João Mancio da ; porem, creio que isto é um grande engano, por o, espero ainda alcançar documentos necessarios para pro- os referidos terrenos, que om 1838 pertenciam no dito neio da Silva Franco, fuzimm parte das quatrocentas 5

Pd

santas braças ses fu Camara, aos Sonhores Carlos Pinto dos Reis e Prancisco Barreto, em 29 de Novembro de 1719.

No din 13 de Outubro de 1838, a Camara tornou a i no Governo que «lhe concede livre de penção para Servidão publica desde o Iagua to a Valla para tambem ella dar gra- tuitamt aos que quizerem levantar edificio com o onus de Sd cues « sua custa pelo alinhamento murcado, isto para melhor ser- vídão, segurança das propriede « ellegancia da Villa ». (doe. 46)

P, dois annos, a Camara mais uma vez officiou ao Go- vorno, pedindo o mesmo terreno, (doe, n. 47) cujo oficio tevo resposta com dam de 16 de Novembro de 1840, (doc, n. 48) na

do Presidente da Provincia diz: « que concede o terreno pes

ido pela mesma Camara para servidão publica, quanto antes a necessaria demarcação».

Este officio do Governo foi lido em sessão do dia 1.º de De- zembro do mesmo aano, e ficou deliberado «que se procudesse a dita demarcação o que seria feita pelo Fiscal com asistencia dos Senhores Vereadores Gonçalves e Peniche, neste acto nomeados para especionaria este trabalhos. (doe n. 49) Esta deliberação da Camara não foi cumprida durante seis annos, como é prova-

la indicação do Vereador Camargo, em sessão do din 12 do Março de 1816. (doc. n. 50)

Em vista do exposto é evidente, que bouve grande descuido por parte das nucthoridade em certas epocas. Consta em termos vagos, que houve doações de terrenos para o asgmento da Villa, mas, nem siquer foi nomendo o doador ou citada epoca deste acontecimento. Recebiam as doações, para mais tarde serem des-

ojadas delas, sem a menor reclamação, « sómente se Jembravam e apra quando tudo era inutil. Desta forma é que hoje a Municipalidade acha-se lesada, o por uma acção cnergica poderá ainda conservar a si o dominio sobre uma pequena parte dnquelles terrenos que antigamente pertenciam-lho.

Melhoramentos nas ruas, largos e caminho no Porto da Ribeira

Podemos julgar que anteriormente à mudança da villa, exis- tia um caminho para o transito do povo entro o Mar-pequeno e o Parto dn Ribeira, e pela tradição consta que o caminho usado pelo povo em 1837 passava no mesmo logar aonde nos tempos primitivos desta villa foi aberto,

Pelos termos de Vercança mais antigos que até hojo exis- tem, verifica-se que o povo fazia o serviço Es limpeza e con=

d

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curtos das ruas, pateos e caminhos, de mão commum, é por estes termos podemos provar mais, que continuadamento o povo con- cortava o caminho paro o Porto da Ribeira, e entretanto não encontrei documento algum que indicasse ter sido a sun dire- eção mudada antes do anno 1837, quando a Cumara tratou de indiveital-o,

Por um termo lavrado em 15 de Abril ds 1781, ve-se que a Curmnro mandou fazer certos serviços, e entre estes, a derru- bada de matto existente no largo do Rocio.

Por termo de correição lavrado por ordem do Ouvidor geral, em Agosto de 1787, ve-se que, neste anno, foi dado q primeiro passo ofliciul para o melhoramento das ruas desta villa, constituindo isto na prohibição da edificação de predios sem pré- vio alinhamento feito pelos empregados da Camara. Nesta occa- siho, ns ruas existentes, eram as seguintes: do Mar, Grande, do Funil, da Ipiranga, do Campo e das Casinhas. Flavia tres travessas som nomes e quatro beecos que davam comunicação ao Mar-pequeno, conhecidos pelos nomes: «do Meixedo», «da DOR Ice nas: cio Porio-grandos à ado; Mojoroj além. demais um, sabindo da ras da Ipiranga com o nome de becco do «Con- tra-Mestres.

Em Junho de 1808 a Camara mandou o povo arrancar os cepos das arvores, quo ainda existiam no largo do Rocio,e em 26 de Agosto do mesmo anno, resolveu começar a construeção de um cies de pedra o cal no Porto-grande, encarregando o Ve- rendor Josá Alves Cnrneiro deste serviço.

No principio do anno de 1827 a Camara mandou demolir a casa em que funcoionava, a qual ao mesmo tempo servia de cadên, tendo anteriormente recebido ordens n este respeito de diversos Ouvidores, bom como, Portarias do Governo; porém, não podendo conseguir outra casa que servisse, foi deixando do cumprir as ordens recebidas. Esta casa era propriedade da Camara; tendo sido feitas pelo povo para este fim, na ocensião da mudança da villa, A razão dn demolição desta ensa era a precisão do local para 4 continuação da obra da Matris nova, em construeção, a qual não podia [continuar porque a referida casa existia no logar onde hoje é a eapella mór da Matriz. Para conseguir esta mu- dança, aliás nocessnria, a Camara alngou uma casa na ria do Funil, do cidadão José Antonio dos Anjos, para servir om tas sessões, pelo preço de 28560 por mez; pondo os presos numa casa que nesta oceasião estava servindo como quartel dos Milicianos.

No nnno de 1826, n Camara tratou do escolher um local para a o de uma nova casa, o dopois do varias propos- tas foi resolvido que se fizesse na esquina da rua do Campo,

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com a frento do edificio para o lurgo do Rocio, enjo terreno foi cedido por carta de data, A Camnra em sessão do din 21 de dr Outubro do mesmo anno mandou a quantia do 768800 ao proprietario, com o fim de cedeko para a constracção da nova casa da Camara e Cada,

No din 7 de Setembro de 1827, estando o Ouvidor geral, Jonquim Teixeira Peixoto nosta villn, foi por elle demarenda esta nova casa, (doc. u 51) de conformidade com uma planta apresentada por Euzebio da Cunha Paiva, mestre canteiro da obra du Matriz nova, sendo-lhe nesta ocensião pago pela Ca- mara, a quantia de dez mil réis pela dita planta, Em seguida começarmn com as obras desta cam, sendo pagos Os serviços pelo cofre municipal; porem, as rendas da villa não admitiiam grandes dispendios, em vista do que, à Camara pediu por di- vorsas vezes, auxilio do Governo. Esta obra, como se pelo documento acima, foi enleulnda om troz contos de reis; porém, é impossivel que fosse um calculo exacto em virtude das pro- porções do edificio começado, e ns despezas feitas em sus con= strueção. Não posso descriminar ns quantius exactas gastas nesta obra; mas é certo, que entro os annos do 1828 a 1854 foi dis— pendido cerca de oito contos de reis. Pelas contas dos adminis tradores da obra e dos Procuradores da Camara, ueste espaço de tempo, verifica-se que a Camara gastou pelo menos quatro contos novecentos mil réis; não podendo preeizar da somma exacta por falta de esclarecimentos nus ditas contas da Camara. Pelos documentos que encontrei está provado que o Govemmo auxilio a edificação desto prodio com diversas quantias, sendo em 1835 com 8008000, em 1842 com B0U$000 o em 1845 com 1:0008000, e talyer mais, o que não consta dos livros existentes aqui. Assim, temos prova de tor sido dispendido ; e, em sessão do dia 14 de Janeiro de 1854, a Camara informou ao Go- Termo que, para a conclusho desta obra, seria nucessaria a quan- tia de dez contos de reis, podendo ser concluido um lanço do edificio pela quantia de quatro contos.

E' voz geral aqui, que nest obra foi gasto mais de 18 contos de reis, antes do anno de 1860; porem, a sun conclusno, somente se reulizou dopois de 1890; é assim mesmo com modi. ficação da primitiva planta, desmanchazdose parto das pi feitas, mudando-se a frente do edificio e deixundo-se muito me- nor do que foi projectado em 1827.

O numero das casas existentes ma villa no anno de 1815, era de duzentos e vinto o nove; em 1823 era duzentos o ses— senta e quatro o em 1828, era duzentos e setenta o tres, No

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da Ribeira em 1828, tinha dezoito casas e em 1893 tinha oa ta e duas ensas. sessão do dia 26 de Maio do 1827 a Camara mandou ircar o pateo das Cazinhas, hoje Largo de 8, Praneisco. sessão de 21 de Março de 1829 foi resolvido reservar o “detraz da Matriz nova epara qualquer crescimento que para haja de fazer à bem da mesma Igreja», dia 11 de Outubro de 1883, os cidadãos Antonio Vaz ira, Antonio Percirm Mendes e Jono Jose de Queiroz Aze- pediram d Cnmara «os terrenos no fundo da Igreja nova a de uma cara de opera» sendo despachado o seu nto da seguinte forma: «Com plano e estatistica do esta- 3 3, Volta». Em sessão de 11 de Fevereiro do anno se- te voltou o requerimento com planta, ete, recebendo desta o despacho seguinte: «Ao Reverendo Paracho e «o Proeura- da Irmandade do Senhor Bom Jesus para informar, A esto mada mais consta no arebivo da Camara. No mez de Março de 1829, a Camara começou uma questão som os senhores Joho Antonio da Costa Mendonça c Antonio

ibeira, por terem estes fechado com cerca um beco,

“que existia entre seus predios para dar passagem da rua do Campo, so canto do pnteodas Cuzinhas. Esta questão foi decidida somente + tempo em que a Camara mandou demolir a cerca o ir uma ponte de pedra e cal sobre o corrego, que nesta

passas a) E: si. “ruas desta villa, e encontrando dificuldade na ma do Campo, Ena de uma casa que pertencia a Anna dos Passos, con-

lecida pelo nome de «Vinva de Meixedo, entrou em combinação

- com ella, ficando a Camara obrigada a mandar construir uma

essa nova em logar escolhido pela viuva, para dar emtroca, d'a-

que era necessario modificar.

Para sntisfazer esta combinação, 1 Camara chamou concor- entes por editues, impondo a condição de edificar uma casa igual,

o 6 numero de commodos, da viuva, o contractante com à antiga casa e obrigandose a demolir a frentepara cu quatorze palmos.

Semente no anno do 1832, é que a Camara conseguio este “serviço, sendo que no dia 9 de Sotembro de 1888, o contractanto entregou a nova casa à Anna dos Passos, como se verifica pela E do documento n.º 52.

“Amtoriormento no anno de 1829, a commanicação por carros a villa e os morros donde extrabimos as pedras, saibro,

e

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barro, ote para os edificios, partia do canto do Pateo das Cazi- nhas, e, dando volta ao terreno baixo da piada em diree- ção ú fonte da Saudade; porem, neste anno a ra mandom fnzor uma ponte sobre a barra da Ipiranga, abrindo assim, com- municação da rua de Ipiranga, direita ao do morro. Esta ponte era baixa; pesa com alguns reparos servio ate 18425 tempo em que, os cidadãos Luiz Álvares da Silva, Berardo An- tonio Neves, Antonio Jose Pinto, Joaquim Antonio Neves e Jose Pinto Pereira, fizoram um aterro em nivol, do fim da rua da I- piranga, ao da dita ponte, e depois pediram, em Abril do 1842, auxilio da Camai ara elevar a ponte e concluir o nterro no lado defronte; visto a grande utilidade deste serviço para a condueção dos matoriaes de construcção, cujo pedido foi attcudido, mandando a Camara concluir o serviço,

Dorante o anno de 1885, houve muitos pedidos de terrenos para a edificação de predios nos fundos d'aquelles situados na rua do Mar entre os s de Dona Ursula é do Major; o no dia de Fevereiro de 1836, os proprietários das casas neste logar reuniram-se e pediram a Camara para não conceder ú pessoa al. guma os terrenos entre suas propricdndes e o mar, visto que tonham em mor parte feito cárs de pedra e cal a sun custa para a sogurança do terreno, cujo cães havia annos tinha sido utili sado com servidão publica, A Cumura tomando em devida con= sidorução este pedido, resolveo a não conceder o referido terreno a pesou alguma,

Em sessão do dia 15 de Abril de 1836, o Vereador José Jacintho de Toledo indicou, que a camara mandasse abrir uma rua, partindo do canto do sen predio, em linha recta ao Porto da Ribeira, sendo resolvido mandar orçar este serviço. No dia 16 de Julho, o senbor Toledo falou outra vez sobre a abertura da rua, que foi orçada em 1508000; porém, achando a Camara muito dispendioso o serviço necessario ficou adiado «por tempo mais opportunos, Em sessão de 13 de Julho de 1837 foi resolvi- do mandar abrir esta rua, partindo do canto do predio do Br. Po- ledo, mas a sua conclusão levou muito tempo o din 1o de Abril de 1839 foi posto o nome de «Rua Direito» e demarcadas no mesmo dia as ruas transversass até os limites dos terrenos pertencentes a villa, mas em Julho de 1847 a Camara não von sentiu ainda a passagem de esrros por esta nova rum.

Anteriormente ao anno de 1810, os concertos do caminho do Porto da Ribeira forum foitos de mão commum, polo povo. Entre 1810 e 1897, estes concertos erho feitos a custa dos do= nos das carroças, que existiam na villa, sendo elles obrigados a darem com esses veiculos dous dias de serviço em cada mez,

=”

de Gonves, para o plantio de arroz, com a “os mattos derrubados, as plantas cercadas para evitar ques- os donos do animaes, soltos na villa, e depois de terem as panos cercas desmanchados, ficando a Camara

Teo é hoje conhecido pelo nome de Praça « Duque de teve quatro nomes além deste; sendo conhecido des-

da villa até 1827 pelo nome Largo do Rocio:

4827 a 1540 foi chamado Largo da Cadeia nova: sendo conhecido pelo nome Largo do Cemiterio, por algumas

* por outras, polo do Largo do Rosario, cujo nome 6, ain- + hoj à ER E pri

q O ra, que hoje existe no Porto-grane esta

“eidado, foi ei no dia 92 de Fevereiro do 1850; porém,

q serviço foi feito antes de 1853, quando foi contractada

bra pelo preço de 1:0008000, como consta dos livros da

Em sessão de 28 de Março de 1854 foi apresentada mma ta à orçamento para a constracção de um mercado no logar PT nome Porto das Dores, sendo esta obra orçada A cujo serviço mais tarde foi começado, mas não

Estradas o os meios de transportes

Infelizmente para Iguape, os meios de communieação etran- entre as diversas partes do seu municipio e seus visinhos, via de estradas, o até hoje em estado de atrazo incom- ivel com as necessidades do progresso deste seculo. Pela localisação da cidade, das froguezias e dos bairros po- os do municipio, verificase a razão desta falta manifesta, relativamente ús estradas, Sendo como é, cortado em todas as direcções pelo magestoso Ribeira o sons aíinentos, era natural quo os primitivos es- lecimentos agricolas fossem assentados nas margens destas vias naturnes de transporte. “Tomando em consideração o percurso do rio Ribeira dentro municipio de Iguape, veremos que a sua barra até a barra rio Juquiá existe uma zona de 90 kilometros em extensão, la por uma via de transporto das mais economicas, po- lendo er na o 0 nesta extensão dia é noite por vapo- e aproprindos. Além doste, temos os seus affuentes, os rios

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Una, Peraupaba, Mumana, Pariquera-mivim, Pariquera-sesi, Jam eupiranga o Juquiá com sous alliuontos, g offoracem transporto por canoas em extensão superior a mil kilometros, e dos quaes 200 kilometros podem ser utilisados por lanchas a vapor.

Por esta forma fica demonstrado o factor poderoso contra a construcção de estradas neste municipio.

E" conhecido que antigamente a maior parte, sinho todo o serviço de abertura de caminhos e seus concertos foi feito a eusta do povo.

Encontrando-se aqui o rio Ribeira e seus afiuentes que po- diam servir com a maior facilidade ao povo para o transporte dos productos da lavoura, e som que tivesse necessidade de abrir om concertar similbante meio, teria sido contra seu proprio in— teresso so procurasso afastar as vias do communicação dosta natureza.

Ligados directamente a um porto de mar, tendo vida pro= pria pela Indo agricola, nho necessitavam os moradores deste mu- nicipio ligar-so por meio de estradas com os do interior da São

o, tanto mais que, para o producto de suas lavouras, como

ra 05 generos que eram obrigados a importar, os dois merea- los principaes, Santos e Rio de Janeiro estavam naturalmente ligados ao porto de Lzuape pelo mar.

Zona vastissima do terreno uberrimo, cortada de rios navega- veis, em comunicação facil aos mercados ; eis a razão de não possuir o municipio de Tguape uma unica estrada de rodagem,

Havia desdo os tempos primitivos da povoação, um caminho entre São Vicente, Conceição de Itanhaen e Iguape, passando na muior parte da sua extensão nas praias do mar, existindo grando numero de documentos que referem-se nos concertos feitos neste caminho, pelo povo espalhado entre n barm do rio Una q esta villa, de mão commum, sendo sômento de 1838 para cá, que o Governo mandou auxilinr este serviço com algumas pequenas quantins em dinheiro.

Ainda que, anteriormente so anno de 1824, nada consta aqui, a respeito de estradas para o intorior, nem por isso não podemos deixar de conhecer que havia intercurso, por meio picadas dos eaçadoros, entro os moradores do vio Juquiá com os de Sorocaba, como tambem antro os de Xirivica com os do Pam ranapanema.

elas apreciações do Brigadeiro Daniel Pedro Muller, rela- tivamente À representação do Cupitho de Fraguta Carlos Lou= renço Dankwnrd, (doe. mn. 111) é provado que em 1819 tinha sido projectada a abertara de uma estrada entro Sorocaba 0 O rio Juquit.

uma, 8 de iseabro de Em

din: e

desde recebe ax benções nos consta, se eai abrir de Sorocaba

abertura do outra estrada que sahindo da Capital, , pelos Campos d esquerda da Freguezia da va reunir-se « estrado que se fizer de Sorocaba para Ju- aquela porte onde foi possivel junto e Serra. Assegurão= he possível esta obra: muito conveniente hê, que o Fssimo lho mande desde examinar a possibili= de abrindo-se huma picada, 0 que esperemos do Esxccellentissimo o», Tendo-se este trecho em 1902 parece que a Camara do 4 cra dotada com a fuculdade de presciencia em olevado gritu; ainda hoje a Camara de Iguape repetir, «Ozald que em pratica e se conclua com a maior brevidade leitura do livro do Tombo da Camara, fica demonstrado, 7 em Régia à eclobre enchente do rio Ribeira que se no dia 29 de Janeiro de 1807, o povo para refazer a falta pela mortandade do sen gado, Da buscar animaes «de Paranapanema, passando-os pelo sertão com grande difficul- dade, Para fazerem isto, é evidente que haviam picadas por o povo podia transitar; porém, parece que sómente la 1828 é quo a Camara tratou de melhorar esto en- “minho uzado, ordenando ao Juiz de Paz da Freguozin de Xiri- “xiea A reunir o povo para concortar o referido caminho, demonstrar os diversos serviços feitos pura o melho- nto da comunicação por meio de estradas neste municipio, o pelos documentos existentes nos livros da Camara, não grande trabalho: porém, é dos mais importuntos, para “os vindouros fiquem conhecendo as luctas que houve para r, nO menos, algnns caminhos para o transito de animes os, porque estrada nenhuma ainda existe. - documento n. 5% vor-se-ha quo, om sessão da Camara “do dia 17 de Julho do 1828, foi lida uma petição asciznada “por Josá Jacintho de Toledo, João Vieira de e José Bonifu-

de into

cio de Andrade, em que informou a Camara de ter sido feita uma subscripção entre os moradores da villa, para a abortura de uma estrada que ligasse esta villa com a freguezia de Xiri= rica, pedindo autorisação pars fazer esto serviço o a nomeação de uma pessoa para dirigir os trabalhos. A Camara annuindo a petição nomeou José Jacinto de Toledo, para promover os meios de conseguir a abertura da referida estrada.

Nho podemos seguir por documentos os primeiros passos dados a este respeito; mas, consta que, para conseguirom uma idea muis ou menos exacta dus dificuldades que teriam de ven= car, offerecaram um premio de duzentos mil réis, para ser entregue & primeira possoa que trouxesse uma boiada do Xiririca a Igumpe,

terra,

Pela leitura das netas da Camara de Dezembro de 1529, o fucto de ter sido oferecido um premio está averiguado; e pelo documento n.º 54 verificamos que tinha chegado ao rio Sabaiúna algum gado vindo por terra de Xicirica, e que a Camara ordenou o Fiscal para providencinr de forma que, os moradores da mar- gem da Mar-pequeno, não pozessom embaraços no transito desse gado até a cidade,

Neste documento declara que o conduetor do gado preten= dia continuar sua marcha do rio Sabaúma a «esta Villa para o fim de vencer o pagamento ajustado da d.* contribuição voluntas ria»; porem, não cita a importancia da subseripção, nem da quan- tia do premio oferecido e nem o nome do condnctor do gado,

Foi por este meio que ficou provada 4 possibilidade da trans porta de animnes por term, entro Xiririca e Tgnnpe, e, no anno

je 1830, a Cumara autorisou no exams do logar por onde

sou o referido gado, e depois encarregou no cidadão Joko Dias Baptista, para explorar o dito caminho, como se pelo docu= mento n.º 55.

Durante algum tompo nada mais consta a respeito deste ca- minho.

Na acta da sessão da Camara do dia 10 de Julho de 1882, encontramos o seguintes « Fui lído um oficio do Bem. Presiden- te da Provincia de vinte e vito de Junho do corrente anna, or denando é esta Camara hoja de mandar concertar a estrada que cummunica Paranapanema com a Freguesia de Xiririca na par= te que pertence ao Districto deste Município. Resolveo a Cama- ra que se oficiasse ao Fiscal da Freguesia de Xéririca para pro- ceder ay exame da mencionada estrada de Paranapanema na par- te que pertence a este Districto e informar à Camara o que se- mais commudo, se, eoncertar a actual estrada que consta esm tar bastantemento arruimada, ou se, abrir novo caminho por outro

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Camara «está dando andamento a abertura do dita estradas; porêm, o serviço não foi começado sinão no dia 25 de Janeiro 1847, quando João Raphael de Almeida principiou os trabnlhos ao da Villa de Xivirica, sendo no dia 1." de Fevereiro deste auno que começaram pelo lado de Iguape. O administrador, Anselão Martins começou o serviço na margem do rio Sorocal com uma turma de 16 trabalhadores escravos, ganhando 640 réis por dia cada um e sustentando-se à sua custa.

Consta que o serviço desta estrada foi feita por contracto; porém, mão posso saber o nome do contractanto; sómente, por ofhicios dirigidos aos Senhores João Dias Baptista e Thomé da Costa Chaves, (doc. u. 54) fien confirmado o fncto de ter sido arvomatada vsta obra.

Com data de 22 de Novembro do mesmo anno, a Camara informou ao Governo tér sido dispendido os quatro contos de réis, abrindo 41/2 legõas de estrada proxima a Xiririca e 10 logoas do ludo de Igunpe, ficando approximadamente 2 legoas por abrir. (doe. mn. 65).

No principio do auno de 1848, alguns moradores do rio São Lourenço, um dos afluentes do rio Juquiá, representaram no Guverno, mostrando a nocessidade da abertura de mma es tendo d'ahi à freguezin de Pirapora, ou da Nossa Senhora de Piedade. Esta representação foi pelo Governo remettida à Ca- mara de Igunpe, para informar; e ellu em data de 20 de Agosto oficiou ao Subdolegado de Policia de Juquiá (doc. n. 66) pa- dindo o orçamento da obra, Em 30 de Setembro, esto respon— deu dizendo que, naquela occusido, não podia cumprir a ordem recebida, em vista de ausencia de homens praticos, que podiam ausxilialo no caleulo necessario, No dia 27 de Outubro, a Ca- mara podio ao Governo 1008000 para o serviço da exploração desta projectada estrada, euja quantia foi concedida em 11 de Novembro do mesmo anno. Em consequencia-á esta solução fa- voravel do seu pedido, a Camara ordenou ao Subdelegado de Juquit, que mandasse abrir a picada, sendo por oste encarregado o cidadão Pedro José Vaz, do serviço; como consta de um ofi= cio do dito Subdelegado com data de 8 de iro de 1849,

Parece que o Governo reconhecia a importancia desta pro- joetada estrada, visto que, em 26 de Janeiro de 184) pedio in- formações cireunstanciadas a seu respeito. Recebido este pedido, a Camara respondeu, que tinha sido ordenado os serviços, mas, que até aquela data, 17 de Fevereiro, nada sabia relativamente nos trabalhos feitos, Com data do 18 de Abril foram remetti- das no Governo as contas da despesa feita com à exploração, que importou em 1278780, pedindo o pagamento do excedente da

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tia auctorizada n desponder, o doclarando que a distancia o calenlada em 12 legons de sortão e a factura da estrada em dez contos de réis. O Presidento da Provincia, respondendo a esta informação no din 2 de Mnio nuetorizou o pagamento dos 258780, e declarou que não havendo dez contos do réis dispo- niveis na occasião para serem applicados à construcção desta estrada, seria levada ao conhecimento da Assembléia Provincial a necessidade deste serviço em tempo opportuno.

Durante os ultimos mezes do ano de 1848 foi suscitada a questão dn abertura de uma estrada para ligar a villa de Txuape com a povoação de Juquiá, e no dia 12 de Janeixo de 1849, a Camara dirigin um oficio ao Governo neste sentido. doe. m. 67). Ver-se-ú por esto oficio, que pediram a quantia

2008000 para a exploração da Soto atento, cêfi pedido, renovado em 17 de Fevereiro, foi annuido. A Camara, logo

os recebeu aviso de ter concedido o dinheiro, encarregou João es Adomo, morador no rio Peronpaba, do serviço da explora-

5 porém, em 16 de Junho revogou a ordem dada n esto ci-

» Respondendo no afficio da Camara por ter suspendido o serviço, o dito Adorno demonstrou a faeilidado da abertura des- tm estrada, e quanto era util no povo deste districto; fuzendo ver no mesmo tempo us dificuldades que haviam de encontrar, se desvinssem da direcção por ello indicada. (doc. n. 68).

No principio deste mesmo asno, nu Camara pediu uo Go- vemo, à quantia de 1:5008000, que tinha sido votada para a conelusão da abertura da estrada entre Iguape o Xiririen, é em data de 29 de Janeiro foi nuctorizada a entrega desta quantia,

Passou-se algum tempo sem que houvesse a menor menção mas aetas da Camara volativamento ds estradas neste distrieto, até que, no dia 24 de Março de 1852, numa relação das obras mecessarias neste municipio, a Camara declarou que existia uma picada entre Iguape e o rio Juquiá, pela qual tinha descido algum gado, vindo de Sorra-ncima. Pediu nesta ocensião no Governo para mandar fazer uma exploração com o fim do co- nhecer a molhor localidade para a abertura de uma estrada en- tre estes dois pontos.

No dia 17 de Fevereiro n'um outro relatorio das necessi- dades do municipio, (doe, mn. 69) a Camara chamom a attenção sobre as estradas de Iguape à Xiririca e d'ahi à Paranapano- ma, como tambem das de Iguape ao rio Juquiá e duhi a So- rocaba e Itapetininga.

Foi contemplado na Lei do orçamento neste anno com a

de 1:5008000, n estrada de Iguape à Jnquiúy e, pedindo m entrega desta quantia, o Governo respondeu com duia de 17

EAN

de Dezembro perguntando, si a estrada era feita ou si era simplesmente projectada, e, neste ultimo caso, ordenando a re- messa da planta e orçamento das obras a fazer, sem o que não podia ser entreguo à roforida quota.

A Camara respondeu no dia 14 de Janciro de 1854, di- sendo que existia sómente uma picada entre Igunpe e o rio Juquiá, cuja distancia não excedia a dez legoas, e, no dia 4 de Abril, mandou o orçamento em que foi calculada a obra na im— portancia de 1:0088000. (doe. n, 70).

Com duta de 18 de Abril o Governo sido posta ú sua disposição a quantia de ctura desta estrada,

sou à Camara ter 5008000 para a fim

Em Janeiro deste mesmo anno, à Cam tinha informado ao Govemo, que a estrada de Igunpe a ca achava-se em meimo estado, e, em vista de ter sido votada a verba de :5008000 para os reparos que necessitava, pesio que fosse en tregue esta quantia; porem, o Presidente da Provincia respondeo dizendo: que nho podia ser entregue sem previo orçamento do serviço n fazer. Em vista disto, a Camara no dia 28 de Março remetteo o orçamento, na importancia de 1:6908000, (doe. mn, 71). Durante tres anos, nenhum passo foi dado para melhorar as comunicações neste districto, despertando-se sa apotbia no dia 7 de Fevereiro de 1857, quando a Camara remerteo uma representação à Assmbléa Provincial, queixando-se da falta dos móios de transporte, Nesta representação, (doc, n. 72) ver-se-ha que a Camara diz: «promove por mais esta vez e somente, a vossa protecção para o emjeltz Municipio de Iguape que vive somente do seus fraco reeursore Mais adiante, tentando da utilidade de uma estrada entro a cidade o Xiririca, alem de outras ruzões citadas, diz: «ja porque estendo-se medindo wm territorio para os colonos, neste espaço, foz-se necessario que se empregue ow meios precisos para que este territorio seja hum mu cleo de colunos uteis a esta Cidade e q Villa de Xiririca» Na rte relativa aos benefícios que haviam de resultar pela conclusão estrada de Igunpe a Sorocaba, diz: «Sobre tudo pela facili= dade do transporte de Sal para equelte Municipio.»

Relativamente a esta ultima estrada, a Camara, em 3 de Dezembro do mesmo anno, tornou outra vez a pedir a fuctura della como se pelo documento n. 73.

Mais uma vez, em 25 de Janeiro de 1859, reclamou a Ca- mara a falta dos meios de comunicação, como igualmente q fez em data de 28 de Juneiro de 1862; e no dia 18 de Peve- reiro de 1863, quando, por um extenso relatorio, referente ás necessidades do municipio, fez ver o nenhum resultado obtido

277

mté esta data, ara a conclusão do qualquer «strada mosto dis- fricto. Neste relatorio, na parte em que trata dos meios de com- municação, (doc. n. 74) podemos ver que a Camara ligava, & maior importuncin à factura de uma estrada que, fncilitanse O transporte das merendorins entre esta zona é a de Serra-acima, Pela leitura deste documento ver-se-ba que, por iniciativa par= ticular, tinha sido aberta uma picada dos Campos Largos de Txspetinínga à povoação das Seta Barras, Acompanhando a marcha do movimento local referento às para o interior, tom deixado de trator, sinho por pou- cas palavras, da chamada «Estrada da Marinhas, em cuja con- servação o Governo tem gasto quasi todos os annos, desde 1838, ente quantias de dinheiro. Do nnno de 1863 para cá, tem sido despendido grande somma de dinheiro, com o fim de melhorar a estrada entro Iguape e iririca; porem, é preciso confessar, que a maior parto deste sro tem so feito som rosultado efetivo para a conclusão

E” indisentivel, que, as auctoridades competentes concordam em simples roçados de caminhos, abertura do desvios para evitar a passagem em logares onde o caminho fica estragado: loitio de

tos é boieiros sem a devida capacidade e estabilidade, cujos

dios de dinheiro nunca aleançarão o fim desejado pelo povo

do Iguape.

E” fncilimo provar que, no trecho co hondido entro o logar chamado «Sabaúma» o n cidade de Xiririca, têm sido feito muitos pedaços de caminho, os quaes, no fim de um ou dous amnos têm sido desprosados.

Tom havido diversas explorações para o melhoramento desta estrada na parte entre Sabaúma e à Logucsia de Jacupiranga, chegando estas no ponto de fuzer largos picadões, para depois serem abandonadas.

Tem-se gasto contanas do contos de ráis, à comtudo não re- Seio contestação afirmando que nho existe um unico kilometro de estrada verdadeiramente concluida,

Ha talvez mais de dez kilometros de estrada de rodagemno morta é sul da sóde da Colonin de Pariquára-assá, cujo serviço tem sido feito com capricho; porém, ainda não podemos consi-

os como concluidos.

Us effsitos das chuvas torrencines, que as vezes cahem nesta mona, são demasiado conhecidos, e si esta estrada não fôr cal. gado por uma camada de saibro ou de macadam, em pouco tem- po será arruinada pelas chuvas e pelo transito dos nnimass. Bi «as poderes competentes mandassem concluir o serviço da con=

strneção dosta estrada nas partes começadas, não teriam anmunl- mento de despenderem as quantias, assaz grandes, que a titulo de concertos, são gastas actualmonte.

A distancia total entro Izuape é Xiririca é de 79 kilome- tros; sendo, de Iguapo à encruzilhada do caminho do porto de Sabaúma 24 kilometros, dabi à sda da Colonia de Pariquéra-

19 Kkilometros; da sóde à fregaegia do Jacupiranga 14 kilo- metros e desta à Xirivica 22 kilometros,

Uma estrada entro estas duns cidades tem de passar em ter- renos dos mais uberrimos, com mais à circunstancia de percor- rer approximadamente 28 kilometros em terrenos pertencentes d Colonia Pariquéra-assit, de cujo valor agricola encontramos pro- vas nos relatórios annunes do Governo,

Por ostes relatorios oficines verificamos que esta Colonia compara-se favoravolmente com as outras Colonias do Estado, e portanto, si, abandonada como é, sem meios da transporto ade- quado no sou desenvolvimento, ella pódo sustentar esta posição, quanto mais si fosso dotada com imcios de communicação egua aos que sho fornecidos às outras Colonias.

e Xiririca a Paranapanema não existe hoje nem picada transitavel, quanto mais estrada.

Entro Juquiá e Sorocaba, como tambem das Seto Barras a São Miguel de Archanjo, existem picadas em estado tão ruim, que sómente com o maior trabalho póde o povo passar por elas.

Relativamente á estrada para a commanicação entre O rio São Loutenço o a Capital do Estado, o Govorno, durante os ul- timos annos, tem empregado uma certa actividade em sua explo- ração, chegando u despender muito além de duzentos contos de réis neste serviço.

O valor desta estrada é incontostavel, v pareco incrivel que sendo do tanto interesse no progresso desto municipio e de seus visinhos, até ainda hoje não passou do limite de exploração.

Exuminemos agora em traços rapidos os melhoramentos tos o projectados, para melhorar 0s meios do transporte pelas vias fluvines neste torritorio ao sul deste Estado,

Pelos livros da camara verificamos que desde o ano de 1824, o durante o espaço de trinta annos, era um serviço conti- muo à abertura de furados, para cortar ns voltas dor diversos rios deste municipio, sendo parto deste serviço feito de mão com- mum pelos moradores proximos aos ditos furados e parte pelos cofres publicos.

No anno da 1824, à Camara podia a abertura de um canal pare ligar o rio Una do Prelado com o rio Una da Aldéu, (doe

«ca

ao AD = NS, 103) em cuja obra tem sido gasto grande somma do dinheiro sem proveito algum.

Por posturas organizadas em 1891 ficou obrigatoria aos mo= radores nas margens dos rios, a retirada dns aaa ua truiso o livre transito por canõas nos referidos rios. E com isto, posto dizer que, finalisou o serviço prestado pela Ca- mara Municipal de Igunpe para o melhoramento dos meios de comunicação fluvial deste territorio.

A navegação a vapor, que durante cerca do trinta anos tem fornecido transporte, um tanto irregular, entro as cidades de Iguapo e Xiririca, foi estabelecida por iniciativa particular. Durante alguns aunos, esta navegação conservouso servindo sós mente os interesses dos seus promotores, sem importar-se com os interessos publicos; porém, não podendo continar deste modo fermou-se a companhia Iguapense, à qual contratou a navega- ção do rio Ribeim entro Lgunpe é Xiririca, percebendo do Governo a subvenção annual do doze contos da réis, para fazer duas vingens mensaes entre estos dous portos. Mais tarde, foram incluidas em seu contracto duas viazens por mez, no rio Jacu- pda até n freguesia do Butujurá, e elevada a subvenção à

goito contos de réis annunes. Relativamente às vingens no vio Jacapiranga a Companhia Igunpense nunca as foz. Entretanto que por interesse particular faziam duas viagens mensnes no rio Una uté o engenho de pilar arroz pertenconte a um dos maiores accionistas da Companhia.

Até o anno de 1887, pouco ou nenhum resultado tivou a Companhia desta navegação, e por falta dos reparos necessarios tinha deixado seus vaporcs chegarem a um estado tho deplora- vel que não poderam mais navegar com segurança, Neste esta- do, não podendo continuar com a navegação e faltando os te- cursos precisos para os concertos dos vapores, à Companhia ven- don-os no sr. Walter Jobn Hamando, e esto em Novembro do 1888, assignou um contracto com o Govemo do Estado obrigan- do-se a fazer pelo menos duns vingens por mez em cada um dos seguintes rios: Ribeira até n villa de Xiririca; Juquiá até a freguesia de Prainha; Jacupiranga até a freguezia do mesmo mome e Una até o ponto terminal da navegação neste rio, A subvenção garantida por este contracto era de vinte e cinco con- tos de réis anmuaes; mas, para receber esta quantia era preciso que o omprozario mandasso desobstuir os rios Juquiá e Jacu piranga, das madeiras ng glomeradas em diversas partes dos rios, * pozese em serviço, material novo aproprindo ao serviço além «do concerto do material existente.

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O empresario começou o serviço da desobstrueção peso lou fd Di fazer Es nos vaj rar 0 serviço da ny ção do rio Ribeira, por, ão tando ly cita nes Em o estabelecimento do serviço nas n Peça do organizar uma Companhia para este dito, 0 pedi e tendo excedido o prago estipulado sem do cumpridas as elausulas do contracto de 1888, 0 Go nho O interromper a nevegação, refo o por um outro, assignado em ao e de 1893, pela

Ts PRE trabalhou para ia a navegação em mi condições exigidas no sem contracto ; porém, n crise comme tenmstornou sous caleulos, não podondo conseguir lovantar o capital necessario, Pelo novo contracto tinha de fazer tres viagens mensnes rios Ribeira, Jugmá e Jacupiranga e duns norio Una, recebendo a subvenção de vinte e cinco con le reis annuaos, Durante tres annos a Companhia cumprio com o na parte relativa no mumero das vingons, mas não na tiva 4 desobstrucção dos rios, concerto do pra de matorinl novo.

Trabalhando em rios chei tanga, não podia fazer estas no ao seu material, e não have

era de 1898 a da ça o seu contracto, q caduco, em as ER foi combinado provisorimnente o serviço da navegação do beira entre Iguape e Xiririca, fazendo tres viagens por n subvenção de trinta e seis contos de veis annusos, esta está a niveradão hoje; e, podemos dizer com a seriedade, em peiores con lições q que anterior ao anno de 18 quando a Companhia Iguapense fazia duas viagens por mes, 1 cebendo do Govesno dezoito contos da réia por anno Sorá assim que o desenvolvimento dos meivs de de trazer o progresso n esta zona? Passemos agora um relanee de vista sobre as pro

estradas de precadin estradas de ferro para. to

Desde ha annos têm sido dar communicação entre o porto de Iguape eo dáaice detida

te 1 o Carlos Alberto Morsing. numero de pandas de privilegios Orar esta zona; cons

ntos, indo concessão mina estrada rea pieces pole boa

“João do Oliveira Fagundes e ontros pedindo privilegi oie dvesoarrUds Ernode, ars do Dna

io Ferreira da Silva Carneiro, pequdo privilegio H a de bonds de Igunpea Colonia ORA goétisho Adolpho da Sea á rada de ferro de gançe ao rio Parnal L joga, pedindo privi- de pe até encontrar a es “de ferro de Paranaguá a Curitiba e um ramal de Niririca É encontrar o ao leritemas da Sorocabana entro Botucatú é Santa Cruz do Pardo. * Do Engenheiro José Rerpes Garcia Redondo, solicitando é o para uma estrada do ferro da cidado de Faxina a

«Da Companhia da estrada de ferro Sul Paulista, pedindo legio para um ramal da linha ferren Sal Panlista, estas o de S. Antonio do Juquiá à Villa de S. Sebastião do Tiju-

De Affonso da Cunha Brilhante, pedindo concessão para estrada de ferro de Sorocaba à Riboira de [guape. Ricardo Guimarães Filho, pedindo privilegio para uma ostrada de forro de Igunpo a Jacopirango. «Da Companhia Lavoura e Colonização pedindo previlegio p estrada de ferto da Iguape a Paranapanema. Engenhoiro Raymundo de Castro Maia, pedindo provi- “uma estrada de ferro do Salto grande no rio Para- ponto por Tijuco Preto e Bom Successo e dabi a Ribeira até Iguape. Dr. Francisco de Paula Pinto, solicitando previlegio estrada de ferro de Paraty a Iguape, “seria incompativel com a verdade declarar que alguns os foram simplesmentos efeitos de especulação ; po-

rém, entro elles ha alguns feitos por possoas quo conhecem per- feitamento o valor da zona a percorrer, e que realmento desejam o desenvolvimento dos meios de transporto neste municipio de Tgunpe.

Edifícios que pertencem á Municipalidade

E! incontestavol que a Camara, dosdo a mudança da villa de Tguapo até o ano de 1827 possuia una casa propriamente sua, em que realizava as suis sessões e que, no mesmo tempo, servin do cadên, cuja casa foi demolida para dar logar à conti- nuação da edificação da Igreja Matriz actual.

Nunca mais, até hoje, poude à Camara possuir uma outra; comtudo, creio que se as auctoridades conhecessem como deviam, a sua historia, ba muito tempo terin sido dotada esta cidade com. um edificio proprio às sessões da Camara, sem que tivessem do dispender grundo soma de dinheiro para esse fim.

Existo nesta cidado uma casa das mais antigas, enja con- strucção remonta à uma epocha antexior ao anno de 1678 como ostá provado positivamente pelo documento n. 185. Naquela ocensião serviu como oficina de fundição do ouro, e, ainda quo não existam documentos quo derramem luz sobre a epocha exacta de sun construcção, existem, comtudo, bastantes em que dizem ser esto edificio pertencente à villa, ninda que durante alguns unnos ns ETR olvidassem este facto,

Pelo documento n. 75 verificamos que, no dia 7 de Mnio de 1736, a Camara chamou concorrentes pura o concerto desta casas mas, paroce quo não fizeram este serviço, visto que em 20 de Outubro do anno seguinte tornou a contractar o serviço do con- certo. (doe. n. 76)

No dia 7 do Agosto de 1778 num termo de Vereança, (doe. n. 77) encontramos o seguinte: «E sendo chy pelos dictor affi- ciaes da Camara foi mandado ebrir huma certa do Sargento Mor Comandante da Praça de Santos Francisco Aranha Bare reto, em a qual lhe dizia que por lhe determinar o Hhustrissimo « Excellentissino Senhor General desta Cupitaniaque 08 ditos ajfi= ciaes da Camara emprestussem a Caza que sercio de oficinas é fundição em outro tempo, do Capitam Gregorio Gonçalves da Rocha, pera servir de Quartol de Ansxilizros, ao que determinarão as ditos aficiaas a mandar lho entregar a dita casa qo referido Capitem Gregorio Gonçalves da Roche, poremquanto devam parte “o iltustrissimo e Excellentissimo Senhor General de Sam Paula por huma carta que lhe eserevidos.

ud

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Em data do 4 Foverciro de 1817,0 Governo de São Paulo, euviou um oficio á Camara (doe, n, 78) em que diz; «ser muito te «o Real Serviço a conservação de huma pequena cuza situada na Víllo de Iguape para nelta se equartalar a irroç allê destacada, a qual tendo servido em outra tempo pare Fu são de oiro, fora posteriormente reservada para o Quartel da re- Ho ex=lGovernador e Capitão General das Capi- tania Martim Lopes Lobo de Saldanho, Se ordena co Sargento Mor graduado Bento Pupo Gouvea Comandante Militar da dita Villa de Iguape posse e tomar conta da Sobre dita Cast para mella se aquertellar a Propa da suo guarnição mandando-e re= e fazer as divisoins neceçarias, tanto para melhor, como para serem capturados aquelles que cometerem faltas peles quais devido ser punidos conforme a ordem do sercisso, tudo «e emste do predito Sargento Mor na conformidade da sue nfferto exereda no oficio, que subre esto materia dirigia ao seo respectivo Coronel. No anno de 1825 louvo uma questão entro a Camnra o José Xavier Modrigues, Capitão Commandante da Milicia, por causa da permunencia de polvora ma dita casa, cujo facto exusou receio nos moradores visinhos. No din 4 de Junho a Camara officiou no dito Capitão, (doe, n. 79) intimando-o à retirar a pol- vora no prazo do dez dias, respondendo ello no dia 6 o decla- ando que havia edezaxeis nrrobas de polvora bem acondicionada, mo sobrado do dito Quertela e negando a retiralia sem quo q Camara desso «huas cases seguras de pedra e cul fora desta villa» (doe. nm, 80). Ea data de 25 do mesmo mez a Camara tomou a intimar o Capitho para retirar a polvora, (doe, n. SL) para «as Chzas sado F

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co Ferreira de Nação Hespanhola por estar em. lugar mais retirados, Respondendo este officio, José Xavier Rodrigues dizz ento ponha duvida passar a polcora para es ditas coz ficando a Camara responsavel pelo damno que pode haver visto o mal estado das citadas cama. (doc n. 82).

Neste intervallo de tempo percorrido depois do primeiro ofi- elo da Camara do dia 4, 0 Capitão oficiou so Coronel comman- dante informando-o do facto ocorrido ; porém, pareco que des- viou-se da vordado, visto um officio dirigido ao Prosidente da Provincia pele Cumara com data de 22 de Agosto do mesmo anno. Neste ofíício, (doc. n. 89) ver=se-bn que a Camara de- pois de esclarecer os fartos diz; «Por esta sincera narração co-

Vossa Exrcellencia que o unico movel, que dirígio esta ecigindo a mudança da polvora foi o dezejo de cumprir com seus deveres « prol da segurança publico, e bem comun dos habitantes deste Vito, assim como conhecerá que se no pode

vincia dirigiu um officio á Camara em que diz que, asê da Camara a respeito Quartel

mtilizar-se

Mendo prodençãos (doe. aa 89)

umas paredes velhas do uma antiç a tt pera defun- elas sedidas vos Meliciunos junta da fuzenda rea lificarem a sua custa, como requeriam, o edificaram, concorrendo especialme

Pao Sacra o Sargento-môr Bento Pupo de Todavia se Ptebema destas circumstancias vossa senhoria eo Quorial deve ser avaliado, cumprivei ax ordens de vossa Senhoria Iguape dois de eae Tlwstrissimo Senhor Dou Joaquim Teixeira eve aa

ocencio Alves Alvim— Juiz Presidenteço rante seis annos nada honve referente a esta ensn, nté a de Julho de 1833, a Camara oficiou no Capitão da À, exigindo a entrega da prisão militar para sor— cia publica. (doe. n. 91)

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Não posso saber o que hove entro esta data e o dia 14 de Janeiro de 1834, dia este em que o Presidonto da Provincia de- elaxou em um oficio quo, «o conselho do Goserno tendo eelibe- rado que o capitão Commandante da 1.º Companhia da Guarda Nacional dessa villa entregue e Vuc a chove do Quartel da extincta 2.º linha afim de 0 converterem em Codeia, como pres tendem». (doe. n. 92

Recebido esto oficio o Presidente da Camara requereu a entrega da chave do Tenente-coronel da Guarda Nacional, como so pelo documento n. 93.

Estudando estes documentos varificamos que costa casa foi construida anteriormente no anno de 1668, não podendo provar a custa de quem foi edificada. Serviu como oficina para a fun- dição de ouro ntô 1763, quando, no din 12 do Abril, a Camara por ordem do Governo do Rio do Janeiro recolheu as forra- mentas existentes e tomou conta do edifício, como prova o dom cumento n. 9 Dabi a 1778 ficou abandonada e foi reservada. neste anno para servir de quartel militar; porêm, estando em ruinas, sómente em 1817 6 que foi utilizada para ese fim, de- pois que Bento Pupo de Govêa concertou-a à sun custa, Du- rante 17 anmos servia do quartel, e de 183 para tem sido concertada por divorsas vozes, com auctorização do Govomo para faxor as necessarias despesas, servindo, até ha ponco tempo, de cadeia, e tambem durante alguns annos foi utilizada a parte su- perior do edificio para sala das sessões da Camara e Jury

Em vista do exposto, pares que esta casa é propriodado da municipalidade, o si não é, nho seria dificil obrr do Go- verno a cessão dos seus direitos em favor da Camara, com o fim de modifical-a de fórma a servir pura suas sessões.

Canal para a comu Mar-p

E' incontestavel que um dos primeiros deveres dos Gover- nos e do povo do todo e qualquer paiz é facilitar quanto possivel os meios de communicação e transporto dos generos da lavoura e do commercio, Ão mesmo tempo é innegavel que às vezes, os meios postos em pratica, não sho os mais apropriados para o des senvolvimento da zona servida « que, pelo contrario, ds vezes tornam-se prejudiciaes Ho progresso.

Estes prejuizos causados podem ser inteiramente particulares e, neste caso, sendo isto um dos efeitos resultantes do preceito que o bem commum é saperiorao bem particular devemos

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npoiar a construeção dos meios de Capeia mitigando quanto vel os damnos causados nos particulares.

Podom, egualmente, estos meios postos em pratica com in- senção de melhorar o transporte, tormarem-se mais tarde preju- dicinos à população inteira de uma cidade e uté do uma zona extonsa. Para provar isto, existe o facto seguinte: No começo do desenvolvimento das estradas de ferro neste pais, o Govemo,

conseguir a construeção dessas obras, foi obrigado 1 conce-

garantia da zona percorrida, sem o que naquella época, nho podia ter conseguido os capitaos necesenvios; porem, est conces- são fechou quazi completamente a concorrencia, que é a alavanca do progresso, prejndicando assim, não semente a zona percorrida, as tambem aquela qua, limitropho, tem de ntilizar-se desso meio de transporte.

Não entenrei na apreciação agora relativamente au facto, si o Canal aberto para dar communieação entre o vio Ribeira e o Mar-pequeno de Igunpe é duquellas obras que prejndicam alguns itislásos em bem do povo em geral, ou +i 6 das que preju-

icam a zona servida por esta via de transporte,

Escripto esta como parte intregranto da historia de Iguape o sendo o mesmo canal uma das obras que mais esperanças of- foreciam ao povo, pata o desenvolvimento da zona immensa do xio Ribeira, cinjo-me o mais possivel à simplosmento produzir documentos indubitaveis que possam demonstrar tudo o que houve a seu respeito, desdo que foi proposta a sua abertura, até que as aguas do dito rio, passando em maior parte pelo canal, prin- eipinram a causar prejuizos, motivando por isso reclamações do povo desta cidade.

Sorin incongmente «i deserevesae as diversas phases desta obra, desde que foi projectada até hojo, sem que fizesso certas apreciações em vista dos documestos apresentados, ainda que al- guns dos meus leitores julguem que uão deviam entrar estas

reciações aqui; porem, é um facto incontostavel que o Canal

to para À communicação entre o rio Ribeira eo Mar-poqueno é do maior interesso para a historia de Iguape, visto que, é uma das obras que mais desgosto deu no povo deste municipio é ao Governo do Estado de São Paulo.

Finalisarei esta descripção com um ligeiro resumo dos da- mmos causados e das obras que por ordom do Governo tôm sido feitas E antánio os ultimos doe annos, como fim de minorar estes Ed O documento mais antigo que encontrei, com data de 20 do Abril de 1779 (doe. n.º 95) foi copiado d'um liyro das correições feitas pelos Ouvidores da Comarca e prova que a Camara ante:

demonstrando que Niído no ipevo na abártio d'um vallo, e que 08 habitant Villa de emão concorrer para a do Nesta data acima citada o Ouvidor auetorisou

e não parecia ser justo intentar somelhant Ra ncia ql para o dem cumu do oe. mn. 6 Em 26 de Outubro do mesmo ano o Juiz ordinario, io Rodrigues Cunha dirigiu um ao Ouvidor (doc. 97) avizando-lho de ter informado ao vernador da Capitania a vespeito do projectado Vallo, euja o o dito Governador approvou como consta deste oficio. e d

foi escripto um oficio uo Senhor General Go

Paulo, Antonio José de França e Horta, fazendo ver as sidades da abertura do «anal, mostrando ter sido feita uma cripção do «trasentos e dous mil reis, entre trinta e seis ho alem de darem as Suas Escracaturas para o Serviços, pedindo de Govemador «ordem para o poco hr nelle por esquadras cada esquadra des dias, dando-se-lhes o sustento necessario, é sendo-se as mesmas despezas pella quantia que contribuem ou mesmos moradorese, (do. N.º 99)

Com data de 17 de Junho o Governador respondeu a Car (doe. N.º E) elogiando-a é dizendo: «conhecida a utilidade ge ral dessa Obra, de que primeiro fui informado por huma Ro zentação de Antonio da Silva Franco, não aprovo q fao delle como o detalhe por vosas merces feitas de trabalhar o por Esquadras da mensira que me o.»

Este oficio recebido pela Camara, como consta do termo. vereança do dia 29 do mesmo mez; (doc. N.º 101) porem, meceu outra vez a idén desta obra durante quinae nunos, que em data de 19 de Agosto de 1820, (doe, N * 102) Car suscitou à questão outra vez desta obra, referindo se ao

pm

do Governador supra citado; comtudo, ainda assim não era cho- gada a ocasião para o começo dos trabalhos.

Pelo documento N.* 108 vor-se-ba que no dis 18 de De- zombro de 1824 foi dirigida uma representação ao Presidente da Provincia, em resposta a uma circular de 4 do mesmo mex, em que elle pedia informações a respeito das obras mais necessárias neste districto,

Este documento é bastante extenso, mas copiei-o em sua in- tegra, por causa de ser obrigado a referil-o em outros capitulos da presente obra, Ver-se-ha por esta representação que foram oflorocidos & apreciação do Governo trez modos de conseguir a abertura do Canal; 1.º obrigando o povo à fazel-o de mão com- mum: 2,º encarregando uma pesson para abril-o com capitaos seus e por preço fixo, estabelecondo um imposto sobre o povo para o pagamento do enpital dispendido e juros competontes ; 3.º contra- etando com uma pessoa para abrilo e conserval.o com a condição do contractante cobrar durante o espaço de dez annos de todos us generos que passarem por este canal, uma taxa igual á im- portancia que pagavam os donos dos generos para transportalos am carros entre 0 porto do Ribeira o a Villa,

Pela leitura do termo de vorcança do dia 12 de Fevereiro de 1825, (doc, N.º 104) ver-se-ba que foi apresentado um reque- zimento assignado por Jose Innocencio Alves Alvim e Jose An tonio dos Anjos, com despacho do Governo, para que a Camara desse o seu parecer sobre o dito requerimento, « como fosse do- elusado no despacho: «ouvindo aos cirladaons tados de muis cone aeito e probidade desta Villa e seu termos ficou vosolvido lnvra- zem-se editaos, convidando o povo de Iguape o Xivirica para uma reunião no dia 26 do mesmo mez para dar «o seu paroser a Espeto do dito valas.

documento n. 105 é copia do registro de um oficio que o Juiz ordinario desta villa dirigiu em data de 14 de Feyerciro no Capitão Comandante da froguezia do Xiririea, convidando-o com ns pessoas de mais emecito daquella fregueziu para uma reunião que devin effecimar-se no dia 26 do mesmo mez.

Esta reunião não se realizou no dia marcado, como fica pro vado pela acta da sessão da Camara do dia 5 de Março, (doc, n. 106) onde diz: mandarão declarar que tendo-se destinado o dia vinte e seis de Fevereiro, em vereança da doze do dito mes para se Informar o Requerimento do Alferes Jozé Innoeencio Alves Alvim, e de outro Seo Socio, respeito ao Vallo pertendido da comonicação das agoas para o mar pequeno desta ville, ndo de informou no dia detriminado pela rozto de Se ter contos cado ao Cidadaons da Preguesia de Nirírica não comparecerão

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editaes convocando-o para uma reunião na casa da Comura no

O edital para ser publiendo na freguezia de Xiririca foi Insrado em Iguape no dia 12 6 cuja copin foi remetida à Xi- ririca, como se pelo documento ne 107.

No dia 24 foi lavrado um edital para ser publicado polas

diçõos offerocidas polos proponentes Vallo, As condições eram quatro:

De conformidade com os editaes, rounitum-so as pessoas mais importantes do distrieto, no dia 26 de Março de 1825, na casa da Camara e nesta ocasião foi apresentado um outro pla- no pelo cidadão Antonio Borges Diniz, para a abertura do dito Vallo, cujo plano foi approvado pela maioria das pessons pres sentes. Esto plano apresentado pelo dito Antonio Borges Diniz era o soguinto:

Sera da attribuição da Camara combinar-ss com q Capam Mor à Commandte desta Vílla, para dirigir o trabalho da abertura do dte canal, que será dividido por esquadra cada compe por seus respecticos Copities regulando us Serviços, sem gunda a possibilidt de cada famillia; obrigando aos remiços que se excurarem quando por seiúy Cabos forem chamados, sem exen- ção de pessoa alguma.

Os negociantes que não tiverem escravos para empregar no me serviço comeurerito com dinheiro q proporsão dos fundos de cala hum para comprar mantim e sustentar os b res durante d abertura do mmo Canal; bum como ferramenta pas va o meo Serviço aos indigentes que a não tirercm, '

os segundo a institu tos,

ei mesma maneiro se continuard o serviço de conserto “faro que ia vez aberto o Cond,

ar "aenpre, ixen to de tributo, ou outro quelquer emcargo, é li-

poderão todos om individuos trangitarem pelo mo quando

he eonvier, Para cujo fim me oferece, com todas as mi-

forças, serviços dos mens escravos, sustentados a custa,

seguirão livramte todos os Snrt* que concordarem no

Iguape vinto e seis de Fovro de 1825, Antonio

A acta da Vereança deste dia (doc, n. 109) estã assignada vinte pessoas alóm do Secretario da Camara, ficando rvesol- o fazer-se uma outra reunião «visto neste acto de vercança não ter reunido mis pessoas e Cidadaens por não se achas ma Villa.» No din 4 de Abril do mesmo anno houve outra reunião em apresentado dois planos com que meio delles da- O seu parecer», e, como diz na acta da sessão: «logo por «asignarão no plano ofericido pello Capitão Antonio Sorgo », sendo mais treze pessoas que assignarão neste dia “vor do referido plano, (doe. n. 110). No mento m. 111, que é um relatorio apresentado ao pelo Capitão do Fragata, Castos, Lotrento Dakward, do Brigadeiro Daniel Pedro Muller, relativa- o carr melhoramentos projeetados no littoral, ver-se-h Ed Epesad opinam favoravelmente pela abertura de um Canal dar communicação frunea entro o rio Ribeira e o Mar-pe-

+ Em sessão da Cumara, do dia 15 de Outubro do mesmo “ano, os vereadore paetrira, sele abrir o Vallo do Porto do Ra exta villa, para cujo fim assentario que se devera mandar pedir hum agendar, pa para destinor lugar mais proprio

uficiente para este: obrie», (doe. n. 112). Para satisfazer este pedido da Camara, o Governo mandon “o Engenheiro Tenente Coronel Euzebio Gomes Barreiros estu ir À questão do Canal e dar sen parecer relntivamente no lo- “por onde devia ser aberto, como podemos verificar pela lei- da acta da Sessão da Camara do din 11 de Agosto de 1829, que elle opinava para que fosse aberto o Canal pelo o do Nora da Vila, as referencias a seu respeito na acta da Camara; (doe, n. 124) sofirendo elle alguns des-

tor se mostrado favoravel 4 abertura por ost ETTA Em

No officio re a Camara dirigiu ao Governo em. 22 de Outubro de 1825. (doc. 113) relutivo à memoria ap tada pelo Capitho Carlos Lourenço Dankward « Brigadeiro Daniel Pedro Mallor, reconhecemos que nesta, ao risca na abertura Rupee estavam divididos is idos, sendo que a maioria essous queriam que Fniagta Sul, é EA diz o referido o; eponco Ro r so e igualmente plano como aquelle designado sem 08 gravissi- vo Dc aai aa e dos a sídade qual o da aqua que farta exta villa e 08 da pedra auíbra os edificios, fltando-se na dependencia de ponte que. conservar-se nas inundações pariodicas da Ribeira», Neste officio vêso que a Camara nesta data declara positiva- mente que este logar, no Sul da Vills, é «igualmente plano com Ê mo aquela designados. Chamo a attenção sobra este age por enusa das allegações que honve muis tarde em con! e 7 Mais adianto no mesmo officio encontramos o seguinto; ema. certeza de que sendo por onde quasi geralmente se deseja q | tro lada eo Sul da Villa, não faltarão contribuentes; como 7 uns se offerecerão pera abrir a sua custa quando por outro modo “ne não possa efectuar.» No auno de 1826, estando em Iguape em comissão refes rente ás sesmarias e terreno da marinha o chefe da divisho, Paulo Freire de Andrado, a Camara om sessão do din 7 de Agosto oficion-lhe pedindo sua opânião relativamente à abertura do canal e qual o local preferivel, si no Norte ou ao Sulda villa (Doe nm. 114) Nesta oconsião o senhor Panlo Freira do Andrade acbava-so ma villa havia algumas somanas, desempenhando a comissão do. que estava encarregado, e durante este tempo elle naturalmente: deseo projecto para a abertura do um Canal e ns di- versas opiniões que havia a respeito no local por ondo doviasar aberto, Isto elle demonstra mais ou menos pela sum resposta, (doc: n 115) com data de 8 de Agosto, enja resposta é de grande. valor, por ser a opiniho de um profissional, e dada na proprin. localidade da obra «m questão.

Nesto documento encontramos o seguinte: «Quando asor. dens de Sua Magestade Imperial me não obrigassem a concorrer com todos vs meus bem limitados conhecimentos para a prospe-. rídade desta Província, bastaria que sómente a Vossas feia podir-me « minha opinião sobre o assumpto de tanta monta « augmento desta villa para que eu de prompto aunuisse a hum

|

208

lal pedido, e dissesse com franquezao meu parecer sobre hum tal objecto Se o terreno desde o Rio Ribeira te an da Capara ro- sestisse a impetiosidade da corrente, eu díria, que o Canal de- veria r pelo meio da Villa ; não reziste, nem póde resistir ; logo deve passar ao Norte ou av Sul della.»

Em poucas palavras fica ragistrado aqui o facto da Camara, antes do começar a obra, tor sido avisada por um homem, con 7 <omo competente para resolver a questão do Canal, que, o terreno por onde tinha de passm este projectado Canal, não

ia resistir á impetuosicade da correntera dus aguas, e, por- tanto, ns allegações feitas mais tarde pelo povo, quando ns aguas fomm eorroendo as margens do Canal e causando prejuizos, de nho ter sido avisado do dumno que podia haver, não tém fun= damento,

Tornando no oficio de Paulo Freire de Andrade veremos que alle dia; « Passando pelo Norta, cinda que o Canal sequisso sempre q mesma direcção de hum «o qulro rio, suflreria imme- adiatomente a violencia da cheia do Rio da Ribeira, que nesse tempo sobe de um a treze pés do seu estado actual, e o Canal, tanto no “eu principio, ao entrar da corrente, como em toda à qua ec lenção, seria damnificado em breve; a parte do Norte do Canal por ser Montanhoza dura, se resisteria, e 0 terreno proxima é Villa sofreria toda a perda. » Mais adiante encontramos outro trecho em que diz: «Aberto o Canal pela parte do Sul, ficão os habitantes gomando de tudo, que gueilo, sem receio de que a corrente lhe possa levar o terreno, procima as suas cazas; e clém. alisto com a vantagem das embarcaçoens passarem de um ao outro Rio, porque então a ponte se não precisa e no porto mesmo da Féla, poderão ter as produecçoens do terreno adjacente ao Canal, mandar buscar aqui 24 embarcaçõens lhe comduzivem, a onde as Canoas com mais meia duzia de remadas poderão abordar. Eis aqui porque prefiro o Canal aberto pela parta do Sul, Talves me perguntem, sendo o Canal feito pela parte do Sul não des- fruirá o terreno adjacente? Vai a responder, He na Alugoa que forma o Porto Ribeira desta Villa, pelto Canal, pela na- tuúreza aberto, « que passa polo sítio de Senoel Coelho, que julgo que deve por ali passar o Cancl, seguindo sempre a mesma di= reeção, e « mais provémo a entrar o Rio da Ieapare, A aque do corrente do Ri Ribeira entra na Alagoa perdendo parte da

Ihada em todos as direeçõens da referida Alagoa, entra, no Canal eom pouco e por consequencia não sofre tanto dummo, e como o Canal seguindo a direcção que indico, passara distante da Vília, aínda que as cheias sejão grandes não terão os habi= fontes motivos de justo receio, que de repente o terreno da Villa seja pela corrente transportado, »

994

Aqui veremos que Paulo Freire de Andrada considerava quo, sendo o Canal aberto pelo Indo do Norte da Villa, sua per seria uma continuação em linha recta do curso natural do Ri Ribeira acima da embocadura do dito Canal e que assim em breve tempo a força da correnteza transportaria o terreno mar— ginal; porém, que, sendo no lado do Norte do Canal «monta- mhoze dura» não sofreria damno esta margem, causando, por este facto, ser prejudicada mais a margem do Sul ou do lado da Villa, a qual pela sun proximidade no loenl do projectado

seria brevemente damnificada. Ao mesmo tempo vemos, que elle considerava de grande utilidade a possibilidade de formar uma di- vergencia de curso da correnteza das aguas vindas pelo rio Ri= beira, evitando assim que ellas entrassem no novo curso que ia ser aberto com a impetuosidade proveniente da sua velocidade e seu peso, A idóa apresentada de deixar as aguas perderem a sua. velocidade no espaço compreendido pela lagos, no Porto da Ri» beira, para entrarem no Canal, era bastante sensata, porque des morava por algum tempo a acção corrosiva da correnteza das aguas nas margens do Canal, porém, não podia esta modificação do curse impedir totalmente essa acção corrosiva e por essa

sendo o Canal aberto ao Sul da Villa e longe della, os habitantes não podiam ter «motivos de justo receio que de repente o terreno. da Villa» fosse levado pelas aguas do rio Ribeira,

Veremos agora outras razões que elle allegou e que deviam ter influido na escolha do local para & projectada obra.

Diz elle: « Ainda mesmo, suppondo que o canal não sofre pela corrente ; quo se conservará sempre no mesmo estado ; o que não devo conceder-lhe; outras muitas couzas dignas de madura comsideração aberto v Canal pela porte do Norte, fica cortada, não « agua para beberem os habitantes da Villa ; mas tambem. a pedra, e o barro para edificarem ; dir-me-hão, que tudo êslo. pode vir a Villa por ponte que se forme, ou em serviço de Canoa, » Mais adianto diz: «O canal he feito para se aumentar a in- dustria, animar o commercio e facilitar a passagem de hum a outro io; o assucar « vutros muitos geniros que se podem ir buscar as nascentes do Riv da Ribeira, ho natural que se vão. buscar em saveiros pois que púus para canoas vão faltando, e essas, pouca carga conduzem, e que para se evitar de aqua rem quo os mesmos saveiros conduzão os generos a das embarcaçoens que estão no Rio Capara; por onde hão de elles

? por baixo da ponte: serd precizo que a ponte seja muito alte e muito distente entre si e os póus que a sustentarem o que muito a enfraquecará. O Rio de Capara não tem lugar comodo. para nelle se carenarem Sumacas, Brigues etcetera ; estes lugares.

mirdo no Rio da Ribeira, querendo aproveitar o Canal = embarcuaçõens passarem de hum a outro Rio; como hão. por cima ou por baixo da ponte?» vo de Tguape, como parece pela leitura desta parte Paulo Freire de Andrade, tevo idéa do ntiliaar o vjec Canal a passagem de embarcações do alto mar, Tio Ribeira, onde neste tempo havia estaleiros pars a construcção a navios, ao Mur-pequeno; então nho podia ter intenção de sómente com um pequeno vallo, que apenas desso passagem 1 canoas; mas sim, esperava que abrindo um pequeno vallo, este m pouco tempo seria augmentado pela força das aguas, tornan- do-se assim suliiciente para dar passagem a embarcações grandes. Ames desta ópocha, o povo do Iguape tinha aborto furados em diversas partes do rio Ribeira e conhecia perfeitamente o effeito da força da correnteza e o peso do volume de agua deste “vio, e, portanto, não podia deixar de prevêr o prejuizo que ha- “via de resultar pela corrosão das margens do projectado Canal, “ainda que Paulo Freire de Andrade tivesso deixado de chamar atenção da Camara a isto, no seu officio. Para comprovar o facto do povo saber o resultado que havia “de esperar pela abertura de um Canal ao da Villa e em ter- “xeno todo arenoso, veremos o documento n. 116 quo é copia do “um io lo ao Vice-Presidente da Provincia com data “do 16 de Agosto do mesmo anno, incluindo o citado officio de Paulo Freire de Andrado, Diz a Camara mosto documento ; <A experiencia Excellentissimo Senhor, que he a grande e ver- “dadeiro Mestre de tudo, tendo aqui mostrado, que qualquer vallo feito em terreno arenoso em breve se alarga pro- E ente, ainda que não haja maior impulso de agoas correntes, “tem ha muito tempo radicado em grande parte do Povo desta Villa a erença, de que no cazo de se abrir o Canal pelo Norte “da Villa sem duvida terá esta de sofrer pelo correr dos tempos, sindo total, ao menos grande ruina, pela proximidade em que Oanal, visto que a grande força das inchontes da Ri- a necessariamente v hão de ry sobre O terreno arenoso da mesma Víltas Adianto no mesmo oficio encontramos o seguinte: «tem feito e hororoso à projecto do Canal pelo Norte, e de mais 4 mais furtificado em tempo do Capitão General Antonio Jozê França e Horta por um habil oficial da engenharia João da Ferreira; o qual examinando o terreno e attendendo ao a perigo que poderia rezultar a Villa, e tambem «s neces- e cas quanto a pedra, barro, lenha e ogua, declurou que jamais se deveria abrir o Canal pelo Norte, e sim pelo Sul, é

visto que deste lado podia ser aberto, sindo com maior ao com tanta facilidade em maior distancia da Villa sem i inconveniente algums

Neste documanto encontramos, nião do En i fosse mandado tonio Josá de ça é Horta, cuja opinião combina com a d Paulo Froiro de Andrado, e demonstra que elle João da Fesreira que O terreno nas margens do p havia de ser corroido pelas agons do rio Ribeira, e, era necessario que o dito Canal fosse distante da a a evitar-lho os damaos o prejuizos. 5

“Temos aqui prova de que a Camara conhecia os resultados. que haviam de sobrevir com a abertura do projectado Canal; sendo certo que o Engenheiro Joho da Costa Prtoliad foz sen— tir a necessidade do dito canal ser affastado da Villa; a Camara. confessa que a experiencia tinha demonstrado quanto era peri- goso abrir um vallo em terreno arenoso, para dar passagom Ás aguns do rio Ribeira, e, comtudo, não somente consentiu que o.

leynsse a efeito o tal projecto, como mais tarde outras Samaras municipaes de Iguape reclamaram por não torem sido. previstos os prejuizos por parte de profissionaes, olvidando total= mente os factos que constam nos livros da seu archivo,

Neste mesmo officio supra citado a Camara declarou: «Que no caso de ordenar-se n abertura pelo Norte, infallivelmente so não coneluirá a obra pela falta de meios o pelo elesgosto Pct , (excepto se a fazenda publica concorrer) visto que muitos

bem estabelecidos, que podem contribuir, têm declarado que Jamais o farão para o Norte, pois que não querem com seos nheiros concorrer para a ruina « calamidade publicas !

Em data de 4 de Sotombro, o Vice-Presidente de São Pnalo dirigiu um oficio à Camara em que encontramos o seguintes «O Vice Presidente desta Provincia tendo em vista que a Ca- nara da Villa de Iguape declara no seo oficio de dezeseis do mex proximo passado haverem Cídadaons que estão promptos a «correr com 08 donativos para a abertura do projectado “Canal, comtanto que se realize «o Sul da mesma Villa e não au Norle, lhe ordena que remetta com toda À brevidade huma rellação de sens nomes « das quantias que oferecerem, por isso que existo ma Secretaria ontra dos que concorrem para que se abra «o Norte» (doce m. 117)

Paroeo pola Jeitura deste officio e pelo do da Camara citado mesto, que o Governo quiz aproyeitar do capricho dos habitan—

297

tes desta Villa, pondo-os em aetividado com o fim de conseguir a maior quantia possivel de dinheiro para a obra projecta

Em sessão do dia 21 de Outubro a Camara remetteu a São Paulo um outro officio incluindo uma lista dos subscriptores e x quantins assignadas para a abertura do Canal pelo Indo do

Villa; porem, a copia desta lista não existe nos livros

da da Camara. Neste oficio, (doc. n. 218) ver-se-ha que a Camara diz: «He publico nesta Villa que houvera quem afirmasse a Vossa lleneia que o Canal pelo Sul importará dobrada quan- tia do que pelo Norte, visto que o terreno ao Sul he mais alto ; se lie verdade que tal se afirmou cumpre desmintir tal «sserção, ando a Camara a V. Eeellencia que ha pouco, hum par- ticular inteligente bem que não seja Engenheiro de profissão io e escropulozamente observou ambos os terrenos que tinhão tobem sido examinados pelo Chefe de Divisão Paulo Freire de Andrade, e por esta ultima medição e observação rezultau a Ca- mara a inteira convicção de que o terreno do Sul se não he mais baixo pelo menos tem « mesma altura que o do Norte

Com data de 27 de Outubro o Presidente da Provincia pe- diu novamente a lista dos subscriptores. (doe. n. 119).

No din 28 foi remetido qa Presidente da Camara de Iguape um outro officio pmrticipando ao Govemo, «que a subseripção feita na Freguezia de Xiririca para a abertura do Canal rendeu a quantia de cento e dezacete mil e oitocentos reis, e nella se ashão assignados cento e onze Cidadaonss. (doe, m. 120).

Procurando documentos entre papeis que pertenciam ao finado José Jacintho de Toledo, encontrei as folhas de pagamento dos trabalhadoros vceupados no serviço da abertura do Vallo o mais notas a este respeito, cujas folbas provam ter sido este serviço começado durante a semana anterior ao din 27 do Agosto de 1827, dia este em que foi paga a primeira turma de trabalha- dores empregados nesta obra.

Existem 78 folhas de pagamentos, datadas e assignadas pelo feitor ou Cabo do serviço, com approvação das contas assignadas pelos administradores e com recibo passudo pelo dito Cabo, de- elavando ter recebido a quantia correspondente à folha do Sur Thesoureiro, Estas folhas são numeradas de 18 79; porom, na numeração escapou é numero 71 como está provado pelas datas das ditas folhas e por um resumo junto pa mesmas, sendo a primeira com data de ax da Agosto de 1897 e a de numero 79 com data do 22 de Feverviro de 1829. As folhas numero 1.6 ? estão um pouco estragadas, por isso copiei a de numero 3 como documento m. 121.

,

pes

298

Em vista destas folhas de pagamento, parece que havia uma certa obrigatoriodade pela qual cada bairro deste districto fornecia trabulhadores para este sorviço em vista da divisão nas ditas folhas, como se óde verificar pelo documento supra, ci tado,

O Thesouseiro durante o espaço de tempo comprebendido por estas folhas era o senhor Berardo Antonio Neves,

Os Administradores nté 24 de Agosto de 1828 eram os se- mhores José Antonio Peniche e Bartholomeu da Costa Almeida e Cruz. Desta data em diante foi o senhor José Xavier Ro- drigues até LL de Janeiro de 1829 e em seguida a este voltou ao logar o senhor Bartholomeu da Costa Almeida e Cruz.

primeiro eabo ou feitor foi Luiz José, que serviu até 16 de Novembro de 1828; depois entrou Josó Joaquim de Abrem o serviu até 18 de Janeiro de 1820, e José Domingues, en- trando neste dia, dirigiu os trabalhadores durante as ultimas. cinco semanas.

Os ordenados pagos durante este tempo cram do 180 à 240 réis por dia para os homens livres e escravos, e do feitor 320 réis diarios.

A somma total das férias, em que estão incluidos os con- certos de ferramentas, compras de taboas etc, montou EM seem S0BTADES,

Cito estes dados colhidos de documentos particulares en contrados fóra dos Archivos publicos, por causa da deficiencia que ha a respeito do principio desta obra, nos termos da ve- reança da Camara, durante o espaço de tempo comprebendido pelas referidus folhas de pagamentos.

Nao podemos ter a menor duvida sobre a anthenticidade destas folhas e de outros papeis encontrados juntos, nos quaes constam as importancias pagas por férias desde a semana finda em 19 de Dezembro de 1890 a 5 de Janeiro de 1833, escri- ptas pelo finado Josá Tnnocencio Alves Alvim à com notas das

quantias recebidas por subseripções, emprestimos, auxílios do overno, da Camara, ete,, durante este tempo, cujas notas e resumo dos pagamentos são comprovados por documentos postes riores da Camara Municipal.

Do dia 28 de Outubro de 1826 nté o mez de Março de 1829, parece que a Camara desta Villa abandonou completa- mente esta obra, visto que não consta uma palavra a seu respeito nos termos de vereança lavrados durante este tempo. O livro dos termos d'aquella epocha existe em perfeito esf e por elle verificamos que à Camara reuniu-se em sessão nos dias: 15 de Julho; 2, 11, 19 e 26 de Agosto do amno de 1827, la-

e 05 termos competentes, que são bem legiveis, e, en- mão mencionam o começo da obra, cujo nei foi prin- ma semana anterior ao dia 27 de Agosto de 1827,

te nos livros dos Registros não consta ter sido lo ou dirigido oficio algum relativo no canal durante cer. tres annos.

recob do to de 1829, a Camara reuniu-se em ses sho extraordinaria de conformidade com a ordem recebida de 8 Paulo, por officio datudo de 7 de Julho do mesmo unno, con- vidando as cs mais importantes da Villa a comparecerem para o fim de se tratar da continnação da obra do canal. Pela leitura da acta lavrada nessa sessão (doc, u, 122) e do officio dirigido ao Vice-Presidente da Provincia no dia 17 do mesmo mez (doc. n 123) ver-se-ú que o projecto indicado era de cada um dos propriotarios mandar seus escravos trabalhar no serviço do referido canal. Esta proposta foi neceita por novo pessoas presentes, entre as quaes o Presidente da Camara * tres verendores; porém, foram contrarios a esta indicação dois vereadores, o fiscal da Camara o mais vinto 6 tres pessoas, fi- cando resolvido, em vista desta diyergencia marcar-se o dia 11 do mesmo mez para uma nova reunião. Estudando à acta da sessão do dia 1 (doc. n. 124) verifi- eamos que até esta data todo o serviço feito para a abertura « tinha sido à custa do povo, como tambem que o Go- o tinha anetorisado esta abertura pelo lado do Sul da Vi cuja auctorisação não encontrei registrada nes livros da Ca- mara, nem noticia della nas actas das sessões d'aquelle tempo, mente ve-se por este documento que os partidarios ainda

Ê

Em 20 de Julho de 1830 o Vice-Presidento da Provineia pedindo «huma circumstanciada informação de adiantamento ou atrazo em que acha O serviço abertura do canalv. (doc. n 125) Recebido este oficio no dia 2 de Agosto, a Camara nomeou uma commissão de tres mem- sendo estes os senhores João Chrysostomo de Oliveira Sal- £ Bueno, José Jacintho de Toledo e Rafael Gomes Malta iro; para examinar com todo o cuidado a obra em execu- e dar parecer a is . Em sessão do dia 5 de Novembro npresentaram o seu pare- cópia de um oficio para ser remettido ao Governo, os

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, depois de terem sido discutidos foram Comara. Este ofício (doe, n. 126) fornecida pelo istrador da obra eencio Alves é de bastante ai pra mente a autbenticidade 6 exactidão das de pagamento outras notas encontradas fóra dos Archivos publicos a ito do serviço do canal. Igunlmente prova Ka que nada consta a esta respeito nos livros da Camara, que o Governo, posterior ao mez de Agosto de 1829 tivesso mandado continuar os traba- lhos, remetendo para esse fim a quantia de um conto do réis que figura como emprestimo da Fazenda Nucional. Por este oficio sube-se que os Engenheiros, Srs. Brigadeiro João da Costa Ferreira « Tenonto-Coronel Euzobio Gomes Barreiros ha- vium nivellado o terreno é calculado que as aguas do rio Ri- beira, na embocadura do canal, ficavam seis palmos acima do nivel do Mar-pequeno. :

tancia que existe do curso natural do rio Ri dura do canal até a barra do dito rio, cuja diferença era um dos elemantos mais poderosos que podiam existir para motivar com mais rapidez a corrosão do terreno marginal deste canal.

Vemos pela loitura deste oficio que o administrador da obra contava com a força das aguas, proveniente dessa diffe- rença de nivel, para tar a conclusão da mesma obra, Elle eita as quantias dispendid, uella data é podemos verifi- car o seguinte: EA Ena administração dispendeuso a quan- tia de 10765093: Na administração de José Xavier Rodri- gues, a quantia de 8558450 e na de Bartholomeu dn Costa AL meida « Cruz 968380, cujas quantias, prefazem exactamente o total de 2:0378923, como consta polas folhas do pagamentos ei- tadas, é anteriores ao dia 22 de Fevereiro de 1829. Tn um engano neste documento, onde diz: «c subscripção chegou a quanta de réis dois contos novecentos e sete mil é quatro conm tos véiso. A quantia da subseripçõo feita pelo povo como cons- ta por uma nota junta ás folhas de pagamento era de 2:

e não de 29078400 da qual havia sido recebida até o dia 22 de Fevereiro de 1829 a quantia de um conto oitocentos e dez mil quatro centos e tres réis, ficando a recobor duzentos e oi tonta O seis mil nove centos e noventa e sete réis; porém, sr. Bartholomeu da Costa Almeida e Cruz tinha adiantado ventos e vinte « sute mil quinhentos e vinte réis,

Voltando 4 referida nota do ndministrador, no oficio acima,

301

emos perfeitamente o engano pela propria somma total que ella dá, porque: A subscri) do povo até 22 de Fevereiro de 1892

E a Emprostimo do sr, Bartholomou da Costa, , . . 2278520 Co» da Fazenda Nacional. . . +. . 1:0008000

8:8248920

quantia citada pelo administrador no dito officio, As despesas até esta data foram as seguintes:

Despesa antorior uo dia 22 do Fevoreiro do 1829 . 20378928 » feitos por José Innocencio Alves Alvim . SITELTE

"Total despendido até o dia 5 de Novembro de 1890, 2:9158098 A receber da subseripção o. 0.0 28689M Dinheiro existente Ls cr Tl2EBBS

Total. + 2. SOLAGO:

Pela deseripção da obra feita nesta data, podemos julgar que o dinheiro despendido havia sido bem emprogado.

No dia 14 de Maio de 1831, a Camara, em resposta a uma eircalar do Governo, do dia 7 de Março, a respeito fis obras mais necessarias nesto districto e ontros assumptos, remeteu um ofi- cio (doc. n. 127), em que diz: enenhua obra se aprasenta de maior é indispensavel necessidade do que a do Canal de Commu- nicação da Ribeira com o Mar da Villas.

Por este documento ver-se que o Governo até esta duta não havia auxilindo esta obra, sinho com a quantia de um conto de réis, emprestimo da Junta du Fuxzenda Nacional; é, comtudo, a obra proseguin, como provam as notas do administrador Alves Alvim em mau poder, sendo que as férias pagas do dia 19 de Dozembro da 1830 a 30 de Abril da 1837 importavam na qua tia do 5008440.

Com data de 18 de Janeiro 1882 a Camara pediu qucto risação no Governo pam despender a quantin de quatrocentos mil réis das suns rendas em bencficio do Comal, para dar «hum impulso, que, quando não a posa concluir, animará talvez os movas prestações dos mesmos, ou outros contribuinteso (doc. n. 128),

No dia 7 de Maio do mesmo ano, tendo sido auctorisado o dispendio da quantia pedida de quatrocentos mil réis, 0% mistrador da obra offciou ú Camara (doe, n, 129) pedindo que fosse ordenado ao Procurador da Camara para fazer o puzamento

302

das férias dos trabalhadores oceupados no serviço do Canal; oficio n Camara respondeu (doe, n. 180) avisando tor expedid ordem para que a referida quantia fosse entreguo ao dito admi- nistrador.

Pelas contas do sr. José Innocencio Alves Alvim verifica se que até o din 5 de Jancito do 1833 as quantias recebidas edos- pendidas na abertura do Canal foram as seguintes:

RECEITA Subseripção recebida até 22 de Fevereiro de 1829 . 1:8/08408 Emprestada por Bastholomeu da Costa. . «22715520 > da Fazenda Nacional, +, 2. Subscripção de 22 de Fevoreiro de 1829 a 5 de Jar mero da 4598, qm simao Jaco NE var PESE 048800 Emprestimo da Fazenda Nacional, 4 (24 3008000 Auxilio da Camara . ca sur. 4008000

Réis. . 52018853

DESPESA

Anterior ao dia 22 de Fevereiro de 1829, . . . 20378923

Desta data a 30 de Outubro de 1830, , . « . STIGITS > » 30 de Abril do 1891. . 4... » 12 de Novembro de 1881 o.» 66280 > » > 18 de Maio do 1832, . . . . , 1818220 » > be Jmeiro do 1833, . , . . 9838400

Reis, . 52018853

Na escripturação das despesas relativas ao periodo compre- hendido entre os dias 30 de Abril de 1851 e 12 de Novem- bro do mesmo anno, diz o sr. Alves Alvim: «Despesas do Canal, trabalhando melle os escravos de varios cidadãos sem effectico pagamento, suprindo com o din” o feitor e mais des= pezas de concertos de ferramente « gumelas o actual administram dora. E do periodo seguinte a'é o dia 18 de Mniode 1832, diz: «Pura pagament do feitor e mais despesasdas 24 ferias em fronta supprio o admindor pf emprestimo as seg! quentiasm

Nas notas relativas, entre 18 de Maio de 1832 e 5 de Ja- neiro de 1833, diz: «Escripturação das despesas do Canal, cujos trabalhos vão ser continuados pelo supprimento que fez « Fazenda Nacional de 3008000 e suprimento da Camara Municipal de 400000 e « subsripção de alg4 cidadanso.

308 ,

o oncontroi nos erp da Camara menção alguma do su, to da quantia de 3008000 pela Fazenda Nacional citas motas; porém, não posso duvidar sua exactidno, visto as

que existem nos livros da Camara a respeito de fr. “relativos às subseripções o contas apresentadas pelo mesmo

jinistrador. Ns Coin data de 14 de Ss de 1833, o administrador, res= adesão a um oficio da Camara, declaron que com menos de “um conto de réis não podia concluir a obra do Canal (doe, n. eae Por uma informação quo a Camara mandou so Pre: “Provincia, no dia 1L de Julho de 1835 (doe, n. 152), tinha sido recebida a quantia de seiscentos mil réis para obra, e que desta informação consta: «Jo portanto necessario a continuação de huma obra tão util, é que para concluila ecizu talvez dispender tanto quanto se tem despendido»,

au precisos à concl são jo da oh la obra, Po designado o q te de Novembro para essa reunião (doc. N. 193), Chegado o dia marcado, compareenram apenas tros cidadaos além dos membros da camara, em vista do que, depois de varios “ulyitres apresentados, foi resolvido abrir uma nova subscripção, momeando-so para esse fim una comissão composta dos SS ae José Innocencio Alves Alvim, Josó Jacintho de Toledo e Anto- mão José Peniche (doe. N. 134). O senhor presidente ponderou ue todos concorrecem par hum objecto de idade desta Villa, e o melhor meio hera que

ra voluntariam.tt prestarem “cada hum 2 dias de serviços, dando a Caixa da Sobscrição o sus- ento, into à aqueles que não possam sobserever com alguma “quantias. Foi tambem resolvido ofieiar-sa no Prosidente da Prn- ia communicando as Pi apl tomadas o pedindo-lhe nu- “ailio Nosto oficio (doe. N. 135) à camara podiu «a quantia ao menos de hum conto de réis, a qual reunida a mais alguma quantia que se ponde obter por Sobserição entre a população, ias. será bastante para se concluir esta obra do Canal». comissão encarrogada pela camara para angariar dona- re luetando com dificuldades, por causa das divergências que via entre o povo à respeito desta obra, pouco pode conseguir «dos habitantes da Villa, e, no dia 17 de Fovereiro de 1836 off eiou á camara informando-n do máu exito do seus trabalhos e ndo-lhe que «o unico meio mais efficas e terminante para Do dvd e elamar aos idodãos ca remar doa dust

deveres, hora impor-se huma taxa razoavel no genero erros, . mais se exporta deste Paizo. %

Nesta di sumpto e pela acta desta sessão (doc. N. 136) sumo do officio da commissão apresentado por José Jncintho Toledo e Antonio José Peniche, como tambem um projecto lei que ofereceram à Camara, relativamente n um imposto vinte reis de cada nlqueire de arroz exportado para fóra do ma micípio. Sendo tomada em consideração a presentada. e o plano oferecido, foi resolvida, por un tado do VMA einco vereadores presentes, a nomeação de nma commissão es pecial para organisar uma postura no sentido do citado plano e apresentalo no dia seguinte à Camara,

De facto, no dia 18 de Fevereiro a cominissão especial apre- sentou seu parecer do modo seguinte: c4 Comissão en- carregada de dar o seo parecer sobre a representação que fazem 08 Cidadãos nomeados para à provimento da Subscrição,

e conclusão do Canal de communicação da Ribeira com o mar pequena desta Villa em a qual ponderão as dificuldades que to- mão encontrado em muitas pessoas em não quererem concorrer

ra tão util quanto conhecido bem que se espera desta obra

uma ver concluida é franca de pesagem ao mesmo tempo que outros Cidadãos prestando ate de boa vontade com sua asigua- tura e quota, mais que esta desigualdade o resultado parati sação della e finalmente a vista de taes ponderações Oferecendo | dum pleno u reduzir o artigo de posturas, unico meio de todos eomcorrerem, e de huma vez ver-se o desejado fim desta abertura | do Canal, fonte da riqueza deste Município. (doe. N. 137)

Os artigos da perca apresentada, soffvendo algumas emen- das, foram approvados, resolvendo-se enviar cópin da mesma no Presidente da provi pedindo-lhe que fosse approvada pela Assemblén Provincial, sendo no mesmo din remettida com tm officio (doe, N. 138) a Sho Paulo. Este projecto da Camara foi convertido em lei pela resolução da Assembléa Provincial em 14 de Marco de 1897,

Poe officio do senhor Gavião Peixoto, Presidenta da Pro- vincia, de 20 de Novembro de 1837, o administrador da obra do canal foi muetorisado n emprestar dinheiro para a continus- ção do serviço; porem, não encontrou quem emprestasse quantia alguma para eso fim. Não encontrei copin desse officio, mas nm. ii com dats de 28 do Novembro de 1539 refere-se a oste

to, Em sessão da Camara do din 1.º de Fevereiro de 1889 foi apresentala uma representação sseignada por 56 pessoas, pes

p” causa do local de sua edificação ser composto de aria q Den una icaindo: 4-smnêndo o do Neem sal so quazi tudo o q se tem feito a custa de tanto trabalho, “e avultada somma com "que ox recorrentes em princípio ibuirão debaixo de boas eranças de utilidade comum NOR ie 99 /da Jilbo focnseno amais fora pronta do o mutação no mesmo sentido à do din 1.º de Fevereiro, j Camara nomendos os vereadores Junqueira e Toledo em omunvissho para dar parecer sobre a dita representação, cujo pure- E natido io dia 16 do Agusti dio sogulitas ad” Cormiásão alventarregada de dar 0 seu parecer sobre 0. requerimis dos yntes, larradores e mais Poio desta Vília, que ecbve huma

o dirigia ao” Bam Governo om taxa de vinte veis por alqueire

ue pedem a sus delgadas

a de Vala de comunicação da Ribeira ao mar, e los unanimemente derão seo parecer que em nada se ajosta da cem que está a Commissão, A mesma Commissão reco- de Summa necessidade huma Valla de communicação «o e julga o maior dos beneficios que se pode fazer a este ndeípio, tão bem não desconhece que esta principiada, que

muito custo, e com grande Somma de dinheiro poderá r transito (te hoje não realizado) por ser feito por hum local 0zo com mais de vinte pulmos de fundo, e sem preceito de a, é que peas circumstancias em que se axa por se

estar a tantos rimeiro a se com

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vindo por is

a q ee acha

bem por dois Engenheiros disso!

muito tempo que examinarão qu por esta

emfim ella está principiada, e tem hum grande impulso, e seria sem duvida o maior dos. absurdos deixar de instar para

ue a Nação deixe de concluir, A fes conhecer o erro de se ententar a el Villa, é fundado nisto 08 mesmos panagyristas je e voltar em oppositores; verdade tro demonstrada

elles mesmos fazem a môr parte dos Cidadãos asinados na So- bre dita representação, e ate aqueles mesmos que em qualidade de vereadores da Camara transacta pedirão a Sobredita impozi= ção, cunhecendo o passo não acertado taobem se axo não por volubitidade, mas por conhecerem que a tantos annos a trabalhar-so (apesar das boas espe Adminisirador do Bum Choro; ainda” transito livre. A Commissão sem ab incipios, que nas circunstancias achuaes os *Negociantes, agricultores a todo o Povo desta Villa exasperado queizando-se desta taxa, lan- cando em rosto serviços e dinhe prestados e alguns com grande Soma, não escapando alguem de entrar como teu

dao munca sofrerem emposições, a alem disto se achão cnerados com empostos; que a peste tom morto os animaes carreiros, pelo que augmenta o preço da condução mais de cento por cento, e que com esta tara vem a r duas primeiro nos carros, e a Segunda para 0 imposto da tara para huma Valla não realizada, quo querem sim pagar mais seja quando ella der transito ou alias que a Nação ou os interessa dos passem os Saccos «sua custa não se esquecendo muis de publicarem que os autores délla pela parte “ão Sul se oforeca- vão a fazer a aua custa, esta a vos geral dos Cidadãos deste Pais, Ainda mais avança a mesma commissão que a conclusão. delta para ficar perfeita talvez exceda a oito contos de reis, e hum impossivel 4e concluir ella com este imposto sento em or= bita de onnos, por quanto o rendimento de hum anno dará para pouco mais de hum a dous mezes de Serviço, e o resto do anno Jicará paralizada, e sendo como bié pe em area volta-se huma mova ta de Penelope, que fasia e desfazia e o braço Nacional

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«capaz de desencantar este gordia prestando à dinheiro para hum golpe se concluir, que então tendo transito tudos os Cidadãos se obrigão a pagar os vinte reis da tara presente. He portanto a Commissão do parecer que esta Camara envia todos estes papeis av Ermo Presidente, em cuja Secreteria estarão todos vw mais à este respeito, hem como os ufleios do primeiro Admi- nistrador, recta ver que esta tara indescretamento pedida pele fronscela Ciumara tem exasperado todo o povo, principalmente d aqueles que em boa fé, ua esperanca de nunca serem tributados prestarão seos dinheiros e contingentes; instando tâobem esta Cos mara para que sejão ntendídas as justas suplicas de hum Povo respeitaor das Leys e Authoridades Constituidas, e que huma ves que por oras não se pode dor transito aos Saceos sendo q custa fatarios, que talvez será mais conforme a razão prestar ve da Caixa Provincial dinheiro para de um golpa se fazer concluir a dita Vala e depois de sua concluzdo se impror a mesmuz taxa ce vinte reis por alqueire de arroz pilado pelos que por ella passarem, que então todos saptisfeitos pagarão. He este o parecer da Commissão= Paço da Camara Municipal da Ville alo Iguape dezeseis de Agosto de mil oitocentos e trinta e nove= Junqueira— Toledo.» ho encontrei cópia do oficio divigido no Governo nesta data; porém, com data de 9 de Setembro o Presidente da Pro- vincia dirigiu uma Portaria à Camara, (Doc. 140), avizando-a que in apresentar a dita representação á Assembléu Provincial na sna proxima futura sessão e prevenindo-n que «não con- vinha antecipar juizo algum a esse respeito por star assas prozéma « reunião da ms Assemblea pr q de hum oficio do Administrador da obra de 20 do mme Agosto consta estar ella em andemts com esperanças de ver a huma concluzão facoravel o q faz q ve desvaneça hha das rozões allegadas na representação (u do fatia de emprego do producto da taxa) e q não seja prudente tolher ja de húa vez esse cndam'o sem haver dados positivos e mais seguros de q" a obra he impraticavel ou absolutam's inutil ». Neste officio consta mais: « convem poix que a Camara afim de participar ou ditos cidadãos esta resultado de sua reprezen- tação, aproveitar-se da tentativa q' faz au Administrador da obra actralmie para adiantala como de hua experiencia mais p? ilus trar a inconveniencia, au inutilidade do Canal ». Esta Portaria foi lida em sessão da Camara do din 7 do Outubro, ficando resolvido avizar aos assignantes da referida entação o conteudo da dita Portaria, publicando-se editues neste sentido e marcando-so o dia 11 para uma reunião para tratar desto assumpto.

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No dia designado não appareceu nenhum dos assignantes da representação e então o Sead Junqueira pedindo a palavra, disse: «que não orava a favor de partido algum, que não trazia om lembrança cousa algita, mas que ha vez que estava esta obra em andamento seria hum terrivel absurdo deixar de concluir, e deo a este respeito varias razões, mostrou as circumstancias, pos rem que de hum golpe so concluir hora do parecer que esta Camara pedisse a Astemblea Provincial para suprir até seis contos de reis e aststir quanto fusse necessario lançar mão deste dinheiro e que para isto desde ja ficaria hypotecado para sea pa-

amento o mesmo rendimento da taxa de vinte reis ate o pagar ». ess tambem pela acta lavrada desta sessão, que, estando pre- sente o Administrador José Juciutho de Toledo e pedindo a pa- lnvra disse: «que se opinião de se pedir a Assemblea Provincial dinheiro para a concluzão do dito Canal » Posta em discussão toi unanimemente approvada pelos. seis vereadores presentes, que resolveram oficiar no Governo neste sentido.

Com data de 26 do mesmo mez foi remettido o dito officio (doe. 141) communicando que havia sido resolvido pola Ca- mara em sessão do dia 11, o por esto documento ver-se-l o Camara declarou não ter tido anteriormento conhecimento do of- ficio que o Governo cirigiu ao Administrador da obra em 20 de Novembro de 1837, nutorisando-o a pedir dinheiro emprestado para auxiliar a conclusão do Conal.

Não soi qual foi a resolução do Governo a respeito da re- presentação do Povo,

Parece que durante os doze annos seguintes, o serviço do Canal continuou com uma marcha lenta, sendo as despesns pagas pela renda do imposto sobre arroz, sem comtudo ficar o Canal em condições do dar passagem franca A canoas, sendo que durante esto espaço de tempo nenhum apontamento existe sobre este servi mos livros da Camara. Com duta de 12 e de 17 de Novembro 1841, como igualmente em 13 de Março de 1844, n Camara, respondendo so Governo sobre as obras mais necessárias ao me- Thoramento deste Municipio, nada diz a respeito do Canal.

No dia 9 de Outubro de 1851, a Camara remetiendo d As- sembléa Provincial um aficio, (doe. 142) pedindo que a me- tado da recoita da taxa sobro arroz fosse concedida para a obra da nova Matriz, diz: + o producto desta taxa era applicado para a concluzão do Cenal, que communica a Ribeira com o mar pem queno ; porem hoje que esse Canal um transito quaz constante a Camara Municipal julga, que a metade do producto é bas=

pum entulho m 3 de Junho do anno seguinte o Vice-Presidenta da Hippolito José Soares de Sousa pediu á Camara in a respeito do Canal e que visse si a metade da taxa in ser applicula d uma outra obra, (doc. 148). Em vista sto n Camara resolven exigir do Inspector do Canal «os escla- nentos 4 saber, e q referido Canal da transito al, e si ja se pode dividir a taxa applicada para a construeção quelto ». (doe. 144) “No dia 13 do mesmo mez o Inspector respondeu á Camara, 145) sendo o seu oficio remettido no Governo, no qual no era de esperar, elle oppunha-se à divisão da taxa, apre- tando as suas razões é declarando que era publico « notorio “o Camial em oecaxiões de marés, tem dado desde muito tempo ua a dar transito livre para as maiores canoas e baiças

io encontrei cópin do ofício que a Camara dirigiu no Go remetendo o do Inspector, portanto nãc posso dizer si de necôrdo com opinião do dito Inspector, ou si a Camara va O que afirmou em seu ofício do dia 9 do Outubro de 1. Comtudo, o oficio de Julho de 1852 não podia ter coo- do para a divisão da taxa, visto ua por Lei 13 de 17 “Julho do mesmo anno, artigo 6º, ficou determinado que «os reis por alqueire será applicado metade para o Canal e a metade para a conclusão da Matriz» desta cidade. Esta p ilgnda no dia 17 prova ug divisão dn taxa estava ivida antes de chegar a São Paulo o oficio que a Camara ou acompanhando o do Inspector, do dia 13 do mesmo mex. data de 24 de Novembro de 1854 encontrei o registro wum oficio dirigido no Ex”" Presidente da Província, cujo tro em sua imtegro transcrevo 1 cedilimo e Ermo Senr. A Camara Municipal da Cidade pe; fel e zeloca representante de seus Municipes, vem osumente perante V. Eres representar « cerca de neces lo da abertura de hum canal, que communique a Pibei- v mer pequeno, qual deve ser ao lado do Norte da Ci- de, visto que a longa é doloroza experiencia tem demonstrado actual Canal ao lado do Sul da mesma não satisfaz à tiverão em vista seus capeiozos autores Estr ne- a Exmo Senr. é tão altamente reclamada desde 0 come- abertura do Canal cetual, descutida desde sua criação de dos seus Municipes é hum facto tão clara=

que repugna à opínido sensata oppor cbjem

rções querido

aver do Ur piada ia Senr. sobre que ora esta representa: he um facto stante de muitas e repetidas observações de Eng

jenheiros cionaes; é hum facto assento sobre as bases de conhecimentos.

to Jixmo Senr, pela sua mal a; Ee que tem tido na abertura e cm nal, pelo pessimo local em que foi aberto e sem mdo arinaiod Imposto que pesa e pesará indifinita e eternamente sobre

Municipio em quanto o Governo consentir que prosiga een te obra pelo local em que está. Para comprovar a verdade des-

ta axsersão é bastante olhar-se para us documentos juntos onde se obsereão as quantias orçedas para a abertura e concluzdo dae

unici, h ; porem não pode pic: us braços cruzados ser muda Pedais do desperdício de tanto dinheiro gasto em excovações infinitas, como que lancado ao Mart! Hum Cancl que fama tal communicação é necesario, e muito; porem ndo pelo lado existente, porque para isso seria necessaria que este Comara, pudesse feichar os olhos e deimar ue 08 vindouros continuar à sofrer o do imposto se rn fa semntoio a cem doporança: do sonaliuaão e manto nal, pera poder ter ulgum exito seria mister os cos fossem estecados; porem, como estacar 1128 de a no areisco de 30 a 35 palmos de altura do nivel dagoa? E quando possivel, como, sem grande e extraordinaria despesa? E essa estucada poderá por sua natureza e por causa das agoas,

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ora salubres, e ora doces, tom huma duração tel que satisfissa ms necessidades dos povos e dispense q estes do tributo? por cer- to que não, porque ella é corruptível. Por este lado, portanto Exmo Senr. não pode aquella obra melhorer, e muito menos al. liviar o povo do imposto. Em 1825 quando pela ves primeira ae projectou o Canal, as principaes pessoas do lugar reunindo-se na casa da Camara Municipal para dar seus votos de protes eção e concorrencia para sua abertura; dous projectos se appre- sentarão sobre o local que devia ser escolhido, hum para o lado do Sul e outro para o do Norte da Cidade; ducs listas se apre- sentario em que devão assignar os cidedãos para ajuderem na abertura do cancl e então foi acesito o plano de parte do Nor- te; concorrendo com sues asvignaturas as pessoas mais abilita- das do lugar, apezar porem da maioria de asvignantes venceo, o poder caprirvzo de 2 ou 3 potentados, revistidos de autoridam ale e contra todas as considerações e vantagens, a obra principiou ao Sul. Os documentos Sob n, 1, 2 e 5 demonstram esta ver= dede. Em 1830, segundo se deduz dos documentos havido ja gasta 353248920; sendo vs jornaleiros muito baratos, e pediose mais um conto de reis para conclusão da obre” Algumas quen- tias foram dadas pelo Cofre Provincial ersando-se a Lei Provin- cial “do 1837; tem se por fim gasto, sem mencionar à producto de algumas subscripções voluntarias e trabalho quasi que força= do dar pesos menos abastadas, de trinta e quatro a 35 com tos, conforme os algarismos, de meneira que, esse canal, que, como infere dos documentos, devia importar em quatro contos trezentos e vinte e quatro mil nove centos e vinte, até je im portou naquella espantoza de 94 a 35 contos, e o que he mais, será talves necessario duplicar a quantia para polo em estado de poder servir commodamente, No exame vindo por supernível, procedido por o Dr, Carlos Raths, a convite desta Comara, se observa que « extensão do terreno da parte do norte é menos, que sua maior altura e de dezenove palmos, e este somente em huma pequena extenção cerca de 300 braças nendo em o mais derreno baixo argilloso e barro e ua maior parte alagado. Por= tento não pode esta Comare à vista de taes cireumstancias, dei= sur de dirigir suas suplicas sobre huma necessidade, que recla- ama prompto remedio. E' de presumir Exeo Senr que o espirito de politica e de opposição que a esta Camara se impoen alguns habitantes do Vílla de Xéririco representa a Vo Es contre O cenal projectado; porem esta Camara assevera a V. Ex. com todos as forças de sue convicção que a oppressão é aystematica sem outra qualquer fundamento, Esta Camara confia na sabia e imparcial administração de V. Erste e espera que será atten=

le 1851, o canal da um transil ra um e ins

ui

verno, e ainda mais, da copin da representação que este refira do sr. Luiz Kruchely; porque é do cror que esto cidadão re- elamou contra o damno que o canal estava produzindo no su= goradonro dos navios em fronte á cidade, catsado pelo deposito de araia transportada pela agua que passava no dito canal,

Vo-sa que a camara declara tor mandado «Sobre-star a aber- tura» do canal 6 diz que de então para não conste que tal obra continuasse. Por um officio registrado no dia 13 de Janeiro de 1860, (doc N, 147) vorse-ha que a camara deelara ú Assombléa Pro- vincial que as obras do canal se achão concluídas, dando o dito canal livre transito ús canoas e pedindo que a metado da taxa atá est dati applicada nas referidas obras, fosse concedida para ser empregada nas obras que convierem em bencficio e augman= to da agua potavel desta cidade,

Com data de 9 de Abril de 1861 foi apresentada (ei cida- dao Luiz Krmehely mma representação à Camara Municipal « por ella romettda ao Govorno juntando um officio; porém, o registro do tal officio não exis

Esta representação é o primeiro documento que encontrei, tratande do verdadeiro e mais evidente pio enusado pela abertura do canal, de cujo detrimento à Villa, nenhum dos profissionaes que examinaram o que deram os seus pareceres antes do começo da obra, lembrou de advertir 0 povo,

Por este facto transcrevo Real a representação por inteiro,

edito Snr. Presidente e Vereadores, Os homens estão sum jeitos a certas leia de sua organização a quem não podem aub-

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trahir-se, Acho-mo eu infelismente nesta mal fadada posição, peso estou profundamente convencido, embora minha razão a esse, de deixar emeulver em negocios a que eu des

a estranho na m.º qualidade de estrangeiro não posso porem calar-mo mais tempo quando nada veja providenciar a E emo perigo que se approxima surrateiramente o que umença em brete tempo desgracar toda a cidade e uma popt= lação Intern e porque na orem economica dos povos tudo está ligado. Peço pois venia a Tlm Camara de levantar a minha fraca vos uma outra vez em negocio da Valla. Longe de mim w pretenção de querer instruir a Camara de algum facto novo bjs the seja desconhecido de todos as ilustres vereadores mais do que por mim e não ha membro da Camara actual mem das tronsarias que não so tinha feita essa pregunta: O que sorá etioaara-ém alguna anos? Animado pois que na pressão conjectura eu não faço mais do que expor ax ídeas da Camara Municipal e da todo o povo da comaree quero somente as reunir ehamar a um exame norio sobre uma questão que está intei- ramente ligada a propria existencia da cidade de Iguape; quero faltar da Valla que mette em communicação o Porto da Ribeira com o mar. Permittame Senhor Presidente remontar a origem da Valia. Os homens promotores da abertura da Valla furão movidos pelo desejo como é sabido de evitar o transporte por terra numa extensão de 1,500 braços dos generos da lavoura que venhão pela Ribeira e seus afluentes. As melhores tenções a enémena de certo; elles não pensavio que a Valle havia de trster as consequencias que todos estão apreciando Como wu ca- mada da superfica do terreno é compasta de uma arêa ligada é compacta, ox promotores da Valla poderão pensar que us bar= rancos ou antes os taludos, havião da conservar-sesem avaria sen sivel, O resultado não responde a tão lizongeira esperança e mimguem admira. O pais era novo ndo havia homens proficio= naes que puilessem esclarecer um negocio tão melindroso. Foi que a experiencia mestre soberano em toda a apiaiddaão

de obra, viese esclarecer os graves inconvenientes da Vala. A camada superficial e composta de terreno assentado sobre uma aréa solta, não póde conserar e resguardar ox taludes da Valla, A camada inferim ficou solapada pelaa aguas e derão lugar aos desbarrancamentos da parte auperior que era compacta. Pouco a poneo os grandes turrões mettidos em contacto com as aguas des- compozerdo-se. Vierão depois as enchentes da Ribeira que care rerão e varrem seguidamente as arêos no rio do mar de Igua- po. 4 ação das aguas das enchentes foi desastrosa pare 0 por- to de Iguape. Formardo-se imensas buixios que tomão toda

ura eo fu gão com grande virão e de e

nar se o poucas, na conservará sem;

navios. O vio do mar de Iguape tem como é sabido da ras, à barra da Capara ao Norte e a barra de Cananea o

não Aqua, O ria póde ter to de salta se tem dia 194 15 braças as aguas da valla são bastantes para carregar muitas aréas no rio, mas insuficientes para exercer qualquer aeção de chau som bre as da maré. Alem desse insuficiencia uma distancia de 2 legoas do porto ate a barra da Capara ou de 10 ate Cananea e « existencia de duas barras excluem toda idea de itidulo de produzir hum chau que deixe um canal aberto à navegação. Os Jactos em que fundamento minhas argumentações são todos bem conhecidos da Ml.ma Camara, não tenha de certo a pretenção de nada direi que ella ignora, mas precisara estabelecer us factos para prover a impossibilidade em conservarem as aguas um eq.

nal aberto para a entrada e sahida dos navios. Pederei agora qual é a sorte reservada ao porto de Iguape? A resposta pa= rece terminante, Emquanto existir a causa do entulhamento produzido; em igual periodo de tempo, ou 15 aunos para cd não se póde avaliar em menos de 8 palmos da altura sobreposto a 2.º camada; a primeira perguntasse então que será feito do porto de Iyuape. A imaginação recua espantado dus conse= quencias. A cidode de Iguepe de enja toda sua existencia está

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mo commercio o no embarque de seus arrozes, privado do seu porto cahirô em um plate abandono, sua população não ten- do industria propria se desunica immediatamente; daki a ani= quilação de muito grande capitees empregados coxas, dahi o ntrazo irremediavel de lavoura do cuja não direi a proprie- dade, mas a propria existencia está na facil exportação de seus produetos, dahi « uniquilação de grande somma de dinheiro de euja lavoura é devida o commereio de Iguape, E desafia de refutar no mais pequeno topico as circumstancias inevitaveis + falaea do entilhamento do Porto, Conjuro vos pois Ilmo Sur. Vereadores a dor a mais seria attenção a esse negocio, A en trada das aquas da Ribeira no porto de Iguape é uma merda- deira espada de Damoeley suspendida sobre toda e Comarca. A demora do uma medida que precacia o futuro ja foi alem do que devia de ser, a vista dos factos. Nova Cassandra, almeja mão ter de verter lagrimas com o povo inteiro sobre a proficui= dado de minhas predicções. Sou com a maior consideração de V. 88 Atera Fen” Obr Luiz Kruchely— Iguape 3 de Abril de 1801».

No livro dos Registros onde existe este documento acha-se o seguinte: « Acompanhou esta representação que foi remetti- da an Ex.» Governo um oficio da Camara assignádo pelos Ve- readares, Francisco Pereira de Mendança-—Joze Joaquim Egas. =—Amtonio Joaquim de Araujo Aquiar— Antonio Vas Ferreira, Manoel Homem Pamplona —João Baptista da Silva Carneiro, —Antonio Pereira e Antonio Francisco de Athayde Peniche. Está conforme Iguape à de Abril de 1561, Joaquim Jose de Oliveiras.

Pela leitura desta representação podemos julgar que a di- rigida no Governo pelo mesmo cidadão e que a Camara em data de 28 de Abril de 1856 declurou ser cintempestiva e filha tal- uez de falsas informações» fosse relativa ao entulho do ancora- donro êm frente á cidade de Igunpe,

Parece imposivel que os profissionnes que examinaram o lo- cal anteriormente ao começo dos trabalhos, não se lembrassem do grade deposito de arein que havia forçosamente de so for- mar no mar-pequeno ; porem, nada encontramos nos documentos existentes sobre o resultado quo era de esperar, devido ú qua- lidade do terreno por onde resolveram abrir o canal.

Nho é de admirar que nesta representação o seu autor di- gaz «O pois era novo não havia homens proficionaes que pudes- sem esclarecer um negocin tão melindroso »; porque, não ha muitos annos que uma Camara Municipal desta cidado, reclamando do Governo providencias para obstar os prejuizos cansados pelo des-

E

moronamento do terreno nas margens do canal e en! do porto, declarou que o serviço da abertnra deste canal foi to sem provio exame de profissionaes.

Por mais do uma voz durante os ultir

com hecimento

As pessoas que dizem que o serviço foi começado sem pre- vio examo de profissionnes, com certoza ignoram os exames feitos anteriormente no din 8 de Agosto de 1826 pelo Chefe da Divisão Paulo Freira de Andrade, Brigadeiro Jono da Costa Ferreira e Tenonto Coronol Euzobio Gomos Barreiros.

Pelos documentos apresentados verificamos que os dois pri- meiros citados, deram suas opiniões favoravelmente á abertura do Indo do Sul da Villa, logar esto por onde em Agosto de 1827 principiou os trabalhos do Canal.

O vereador José Jacinto de Toledo em sessão do dia 1L de Agosto de 1829, diz: «obtiverem ordem do Exm. Governo

abrir-se o dito Cunal pelo Sul»; cuja asserção foita por um membro da Camara naquela épocha destroe totalmente ng asserções daquelles que hoje dizem o contrario.

Relativamente ús declarações de, não esperar que o Canal atingisse as proporções nctuncs, vejamos primeiramente o que og documentos citados dizem a este respeito. Temos as opini= des dos profissionses Paulo Freire de Andrade e Joko da Costa Ferreira vecommendando a abertara do Canal longa Villa para ovitar prejuizos, sendo que o primeiro declara positivamen— to que o torrono om contorno da Villa «não resiste, nem resintir;a a impotuosidade du correnteza do rio Ribeira. destus opiniões temos o oficio da Camara de 16 de Agosto de 1826 em que diz que a experiencia tem demonstrado «que qual-

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valo feito em terreno arenoso em breve se alarga

mo sufliciontos ostos documentos para provar que o po- via sido avisado por rossi maes, como tanbem que pela periencia: subia 0 que era de esperar com a abertura do Ca- 5 parem, existem ontros documentos que provam que a Ca- Municipal do Iguape no anno de 184) e igualmente om iniu este desmoronamento das margens do dito Canal, da sessão do dis 16 de Abril de 1840 encontramos

Camara mandou medir o referido terreno, encontrando 354 pal- mos entre as ditas terras do senhor Passos e o Cunal, e decla- ando nesta sessão que « preciza, junto a mesma Valla de 220 palmos para uzo e servidão publica +. ( doe. n. 148) Em vista da deliberação tomada em 1840 e a declaração «que poderá desharrancar o terreno com as enchentes,» é evidente que as autoridades de então eram previdentes, reservando uma ar de quatrocentos e quarenta palmos que podia ser cavada aguas que passassem pelo Caual sem prejudicar as proprie- Ame o povo ia edificando. E SS que em certos logares a acção dus nguas do rio Ribeira encontrando-se com a das marés enchentes, eavaram es- q de pequenas encoiadas, e, que, nestes logares a Inrguara “do Canal u alem de quatrocentos e quarenta palmos; po- “rem, mos logares onde as margens são linha mais ou menos rec- o Canal não attingia ainda os limites previstos em 1840, demos olvidar o fucto de alguns particulares terom o prejuizos devidos no Canal; mus o verdadeiro damno, por er do publico em geral, é aquelle que não foi previsto pelos di deviam ter conhecido quanto ern nocivo o deposito immenso volume de areia no pequeno de Iguape,

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O prejuizo é grande, sendo como é o entulhi assados dos Doria detalo Esria ani tc

No anno de 1876 os vapores o embarcações a vella demandavam este porto, ancorayvam em frento ao cas «Porto-grande» em distanciamenor de 100 metros; hojo são obri- gados a ancorarem em frente ao « Morro do Espia >, distante mais de um Kilometro do « Porto-grande >.

O maior desmoronamento do terreuo nas margens do Canal, douso entro os amos de 1875 e 1890, quando as aguas do rio Ribeira, procurando o curso mais curto para chegar to mar, co- imeçaram a se despejar com uran força vertiginosa por este novo caminho e dia por din foram vencendo o fraco impedimento offe- recido pelo terreno areneso até que a largura do Canal podesse comportar volume normal da agua do dito rio,

Consta-me que o Dr. Bicalho examinou ha annos a obras mas não encontrei informação a respeito e que provasse sua vi- aita a esta cidade,

Em 1888 o Governo mandou estudar as obms necessarias afim de evitar os damnos que o canal estava enusando, ral engenheiros Drs. Domingos Sergio Saboia e Silva, o Luiz Mar- tinho de Moré ficando resoly construcção de uma bar- ragem para i com uma comporta, para dar pas: siões opportunas das marés; porem, ainda que em 1889 começas- dora oo trabalhos, não chegou 4 dor renlisada A difa ola.

Podemos dizer que o melhor serviço feito até esta data, consiste na construecão de uma especie de revestimento da mar- gem no Indo da cidade ao do Porto da Ribeira: cujo servi co feito com systema por Dr. Martinho de Moraes, tem provado durante cerea de dez nnnos a acertada medida tomada por elle, e, inda que esto serviço foi feito simplesmente com ras sec- cas, tem se conservado até hoje no estado por elle deixado,

Alem deste, têm sido feitos alguns pequenos serviços para evitar a corrosão desta margem do canal em diferentes logures ; consistindo estes trabalhos em deitar uma grande quantidade de pedras sem symotria ao do barranco nestos logaros, Contudo, ainda que mal feito esto serviço, existe, em parto até hoje, é isto simplesmente por ter chegado o Canal a uma largura m on menos sufficiente pnra dar passagem so volume normal das aguas do rio Ribeira.

Esta questão do Canal é das mais importantes para o fuc- turo de Iguape e o desenvolvimento da zona riquissima do rio

ibeira, e é necessario estudal-a com o mair criterio.

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Não devemos censurar os nossos antepasend to este meio de cummunicação entre o rio Ribeira e o Mar-| quedo, visto o fim que tinham em vista sor o melhoramento do transpoate do producto das suas lavouras.

E" porem, censuravel o procedimento do Governo, que, de- pois de ter gasto sommas assaz consideraveis em estudos e em pequenas obras, mandou suspender os trabalhos sem finalisar o sem tratar de modo algum de remover o mais pernicioso effeito do Canal de Iguape, o entulhamento de seu porto.

Igrejas « povoações

Relntivamente 4 primeira Igreja edificada em Iguape, não ha descripção, e parece que devia ter sido construida de ma- deira, visto não encontrar-se signal nlgum de seus alicerces

A segunda, construida de pedra e cal, tinha 180 palmos de comprimento por £O palmos de largura externa, como se pelos alicerces, que hoje sustentam um gradil em volta de

ueno jardim conservado pela Camara, no local oceupado pela antiga Igreja.

Não so encontra hoje uma descripção do exterior dosso edi- ficio ; porém por uma informação dude ao Bispo de 8, Paulo em 1525 pelo vigario João Chrysostomo de Oliveira Salgado Bueno, encontra-se a eeguinte deseripção da parte interna. Diz elle: Esta Igreja Matriz fi erecta ha perto de Duzentos annos. A sua Padruelra he q Virgen Mai de Deus, com a intocação das Neves. Não consta que tivesse anteriormente outro Orago, e deve se presumir, que a primeira villa, que, como disse, existiu distante desta uma legoa, a tivesse por sua Padroeira, Esta Jureja tem tres Allares, todos de Nave antiga, e não muito

ntes, mas que se orndo nas oecasioens das festividades, Sen- do o lateral da parte do Esangalho o do Senhor Bom Jesus, e qutro, que lhe corresponde 0 da Senhora do Rosario, e ornado todos com varias Imagens. No Altar Maior esté q Padroeira; neste mesmo em dous pequenos Níchos aos lados para dentro da banqueta estão es Imagens da Senhora do Carmo e de Santo Antonio, aos dous lados do dito Altar as da Senhora da Con- ceição e de 8. Joto Baptista de uma parte, e da outra as da Santa Luzia e 8. Sebastino; no Altar do Senhor Bam Jesus, as da Senhora da Conceição e 8. Francisco de Assis ; eno altar da Senhora do Rastro as de Senta Anna, de São Miguel e 5. Benedicio, Deste mesmo lado está um pequeno Altar com húa respeitovel Imagem de ordinaria estatura, perfeitissima da Se- nhora das Dores, no qual se não pode celebrar pela pequenez.

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A sacristia he bem indecente, 0 areas velho, e sem commodos; sobra alle está hãa Imagem do Senhor Crueificado de mediona grandeza, e no Jim da sachrístia ha tobem em hum nicho him grande Imagem de 8, Francisco de Paula. O Altur do Senhor Bom Jesus he privelegiado desdo 29 Janeiro de 1782, por carta de privelegio do Exmo. Remo. Dom Frei Manoel da Resurreição Bispo de 8. Paulo, em consequencia de Breve Apostolico do Santo Padre Clemente 14 de gloriosa memoria de 18 de Julho de 1781 que se acha copiado no livro dos capitulos de Visitas a |. 14 vor, Tem esta Igreja dous socrarios, hum no Altar Maior e outro mais decente no Altar do Senhor Bom Jesus, onde se conserva sempre o Santíssimo Sucrumento, cuja despesa de azeite e cora se faz por conta do mesmo Senhor. Tem húa Pia Bap- tismal de Marmore, boa, hua capsula ou ambula de prata, para ou olsos sagrados, que se conservão em hum poqueno armario iunto a dita Pia, e lia concha de prata para a administração do Baptismo, He repartida em sepulturas, que todas pertence a Fabrica, exceptuando quatro asima das grades, e quatro logo abaixo, que são da Irmandade do Santissimo Sacramento assi nalados ; e tres logo au da porta principal, que forão cedidos a Irmandade do Rosario em 1750 pelo Doutur Manoel de Jesus Pereira, Vigorio Capitular deste Bispado, sede vacante; todas são numeradas, Tem tres Sinos, hum, a que chamão grande, é dous mais pequenos.

Esta Egreja foi demolida em 1858, depois de terem sido trasladadas as imagens para a nova Matriz, Relativamente d Igreja matrig existente, podemos verificar ns suas dimansões pela Jeitara do documento N. 149,4 sua construeção é simples, porem. solida. Os seus alicerces, paredes e torres são de granito, tirado dos morros que cercam a planicia onda está colocada a cidade pelo lado do Nordeste,

Não consta ao eerto, em livro algum da Camara ou da Igreja em quo amo foi prineipinda esta obra; porem, julgo que foi começada em 1787 mais ou menos.

Existem divorsos documentos que declaram terem sido feitos os alicerces a custa do povo, recebendo somente oitenta réis din rios, cada pessoa, para seu sustento.

Pela leitora do documento N.º 150, ver-se-ba que Bernardo Jose de Lorena, tinha ordenado a factura da obra por esquadras, eujo facto Forçosmento deu-se entre 1788 o 1797, epocha om que elle foi Governardor da Capitania de São Paulo.

No archivo do cartorio existem papeis do anno de 1788 entroos quacs algumas listas constando de into nomes cadanma, declarando serem estos nomes de moradores de certos bairros, cujas listas

Hm.

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ma noticia escripta no livro do Tombo no anno diz: «Hade haver mais de trinta annos que se a Nova Matriz ; esta ficou para depois de se haver materiaes, é tirado om alicerces, talvez por dis. os administradores da obra. Sei que 0 povo tra- E le em esquadras de pic able ope je a dezeja, e está prompto ; 0 povo sempre he bum e havendo que O dlriga bem Ata agi. tomaído inuteis os de se levantar hua Matriz decente, o tal he a desgraça de que podendo na sua infancia e pobreza erigir Matris, nos seus dias florescentes não tem hum homem, que sacrifique por tempo os interesses pessoaes e se revista do espirito de obra publica, para cuidar em hua obra de tanto mo- mecessidadev. .

Com data de 26 de Setembro de 1804 a Camara officiou ao Governardor de São Paulo, pedindo renovação da ordem expedida por Bernardo Jose de Lorena « confirmação de um tributo volun- tario ae o povo se ofereceu a pagarem bencfício da dita obra,

151) Respondendo este oficio no dia 91 de Outubro * 152) 0 Governador doelaron ir expedir ordens a respei- to do tmbalho dos milicinnos; mas que, como a importancia da dita obra execdin a quantia em que os provedores das Comarcas podiam estabelecer impostos, por semelhantes obras, tornava-se necessario que a Camara obtivesse confirmação do tributo do con- selho ultramarino.

Consta por uma informação dada no Bispo ds São Paulo MN ais Vigario Antonio Osmeiço da Silva Braga, que daraeto

tos anos O povo pagava um tributo sobre arroz, cuja receita foi applicada na construeção desta Igreja; porem creio que este teibuto que o Vigario refere não era o que a Camara pedio em

amas sim, à taxa estabelecida pela lei 13 de 17 de Ju- lho de 1852, que concedeu n metade da receita proveniente da contribuição para n obra do Canal que liga o rio Ribeira com o Mar-pequeno, Ainda mais, em 12 de Setembro de 1895, respon— dendo uma circular do Bispo, o Vigario de Iguape Joho Chry- sostomo de Oliveira Salgado: Bueno, remetteu uma extensa infor- mação em que encontramos 0 seguinte:

«o Não ha Capeltas mosta Vílla, nem mesmo no seu cir- euêto, Deo-se princípio ha quazi quarenta annos a levantar-se uma mova Matriz, maior que a antiga, e magestoza, em razão da de= eadencia e ruinas que ameaça; esta obra tão necessaria parou logo no seo começo, tendo-se tirado apenas parte dos alicerces; “porem novos esforços, e deligencias de alguns devotos fizerão com que em Agosto de 1822 tornou-se q principiar, e presentemente

ER qe

se acha com parte das paredes laterces, e da Copela-Mor. ventadas a pouca altura, e com a muior de contaria vrada. Não sendo porem bastante o dinheiro do Senhor Bom | Jesus, as esmolas, e donativos, e o serviço dos Parochianos, para o andamento e conclusão da Obra, esta pouco se adianta, é esti em circumstancias de parar outra vez, não sem grande pezar de vermos frustrados nossos esforços, e desejos, e a qe ses dor com de em particular me tenho prestado, A pr licoa desta Villa he ainda hum obstaculo a continuação da Obraz velha, pequena, E indecente, immunda, quando se tratou de edificar a nova Matriz assentou se em deitar abaixo este dieiro, e fazel-a nova em outro logar; mas, apezar disto, a dos reiterados provimentos, e ordens positivas dos Corregedores, he tal o desleixo, e criminoso omissão dos empregados em Camara, que ate o presente xe não tem dado o primeiro passo a este fim. Em attenção pois as cirewnstancias em que estamos a respeita de Matriz, de esperar com razão que Sua Magestade Imperial, haja rr Der matar da por algas Tenaricins du Rum das da Provincia cum algum subsidio, para e factura da nova que temos principiade, ou ao menos para a Capella-Mór, como parece de justiça e ha exemplos, Alem disto pertondemos de Sua Magestade Imperial a confirmação de hha Contribuição voluntam ria, por nove annos, emquanto durar a Obra, nos generos de exportação, à que we obrigarão por termo assignado, « maior parte dom Negociantes e Lavradores deste Districto, cujo Reque- rimento com os competentes Documentos levamos à Augusta Prezença do Sun Megestute Imperial, e tem sido informado Camara desta Villa, pelo Corregedor da Comarca, + pelo Govar= no de Provincias Pela leitura desto trecho ver-se-á que em 1825 ainda não tinham consegaido a confirmação do tributo voluntario sobre arroz proposto em 1804. . E' impossivel hoje saber-se quanto custou a construcção desta Igreja, por falta de competentes assentos, sendo feita pelo trabalho do povo, em porte voluntario e em parte obrigado po las ordens dos Governadores: por verbas votadas e loterias con- cedidas pela Assembloa Provincial; por auxilio das Irmandados existentes em Iguape; por subseripções e, finalmente, pela re- ceita proveniente da taxa sobre arroz exportado por este porto, Conseguiram desta forma n conclusão da obra, em estado do recebor a bonção, cuja ceremonia tevo logar no dia 27 de Julho de 1856 e no dia 8 de Agosto do mesmo anno, com gran- des festividades foram traslndadas as Imagens da antiga Matriz para n nova Igreja,

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Para conhecer à inconstancia das opiniões e as contradic- ções em que dam as pessous que desejavam conservar ostw nova Tgreja como pertencente 4 Irmandade da Senhor Bom Je- sus, é suficiente estudar o documento mn. 154, que é parte de uma informação remettida d Assembléa Provincial com data de 17 de Fevereiro de 1853 o assignado por sete vereadores, in— eluindo Luiz Alvares da Silva, Presidente da Camara.

Declarnm positivamente que a velha Matriz so conserva

em toda a sua extensão o que sun duração é «pouco effiançavel como tambem ver-se-i que, tratando das obras da nova Igreja, dizinm—e da mova Matriz », elogiando o zelo do: procurador da Irmandade, Sr. Luiz Alvares da Silva,

Igualmente ver-se-á polo documento nm. 155, que as roclu= mações dirigidas ao Governo em 1856 pela Camara, Procurador da Irmandade do Senhor Bom Jesus e outras pessous contra a estabilidade da velha Matriz, chegaram ao ponto de obrigar o Chefe de Policia a ordenar no Delegado em O naDE: «por todos os meios legaes, obstar a que se celebre a festa do Snr. Bom - Jesus na antiva Igreja Matriz.»

Esta questão teve solução pela Lei n. 11 de 3 de Março do 1858, declarando que a Isreja Matriz dosta cidade ficasso sob 4 invocação do Senhor Bom Jesus de Iguape.

Decidida esta questão, foi resolvida a demolição da antiga Matriz até a altura de seus alicerces e mais tarde a Camara Mu- nicipal mandou colocar um gradil de ferro em volta, de modo a conservar-se o logar occupado pela dita Igreja, como um pe- queno jardim publico.

Anteriormente honve uma questão relativamente ao dominio sobro a Igreja do Nossa Senhora das Novos. O povo reclamava que n dita Igreja foi construida a custa dos seus antepassados, sem nuxilio algum do Governo ou dos chefes da relígino, e, por tanto, pertencia ao povo e não nos padres. No din 5 de Agosto de 1731 0 povo reunido na casa da Camara mandou passar pro- curação bastante para o procurador da Camara tratar desto as- sumpto. No dia 12 do mesmo mez 0 padre Manoel Alves Vianna requerem da Camara a posse da dita Igreja, como verifica-se pelo documento m. 156. Não podemos, pelos archivos existentes em Tguape, saber O fim dosta questão.

lou documentos existentes, podemos conhecer que em dife rentes opoeas havia dificuldade em ter-se um padre nesta villa, Por um termo de yorcança do dia 7 de Agosto do 168% ( m. 157), verificamos que o povo reclamava a subsistencin aqui do padre Antonio Barbosa de Mendonça, condjntor da villa de Cananés; porém, no dia 5 de Julho do mesmo anno o Bispo

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tor aos emfermos, Crevy a todas us Villas para auer esta providenCia E gua tem Segido E uai produZindo aprousita- Tambem a Sua Mag.te tenho dado parta destas inConne- mionton mais hathe agora Se lhe não tem dado Remedio: Pedem- me Fins. que uv Viyro dessa Vo Seja tambem da Vara, fico para tomar emfurmaÇão sobre distanCias E breuemte Respondarey. Deo q a Vns Rio de Jan Vinte e Seis do feuro de mil e Sete tos e onze—Pranº Bispo do Rio de Jantes. Com data de 8 de Agosto de 1691 foi uomendo pelo prove- dor de Paranaguá, Gaspar Teixeira do Arevedo, o padre Frei “Antonio de Assumpção, como enpellão das Minas do Ouro do di- stricto de Igunpo. Por tradição consta que a Igreja existente no logar chama- do Tecpurunduba foi edificada pelos mineiros anteriormente a sesta opoca, o podemos julgur veridica esta tradição, visto que não serin qeovazel a nomeação de um padre especinlmento como minns sem que tivesse igreja construida, tanto lembrando-se das dificuldades que haviam por falta de padres. A igreja de Ivapuranduba é pequena, simples e construida de pedra c cal, parecendo ser antequissima a sua edificação. “Relativamente primeira Igreja de Xiririca, nho é possivel encontrar aqui os dados necessarios para conhecer a epoca da sum fun podendo somente suber-se que esta povonção foi elevada fregueria no dia 17 de Juneiro ds 1763, No anno de 1807 ouve uma enchente ne rio Ribeira que destruio esta frogucata, “dando prejuizos enormes nos seus habitantes, (doe. N.º 155).

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Esta calamidade causou uma questão relativamento d mu- dança da feognezin, à qual durou atá o dia 10 do Sotombro de 1835, dia este em que o Governo ordenou a mudança para o local onde hoje esiste a cidude.

A sun elevação á villa foi concedida pela Lei n.º 28 de 10 do Março de 1812 c ú cidade do anno de 1897,

Resolvendo o Governo de São Paulo nugmentar o numero das povonções, foi mandado a Iguape Affonso Botelho de Sampaio e Sousa para tratar deste assumpto e pelo documento Ne 159 ver-se-ha que no dia 7 de Janeiro de 1767 foi escolhido um logar ao Sul do vio Sabaúma, no sitio do Capitão-mor João Bapiista da Costa para ahi ser estabelecida uma mova villa. Os verendores da Camara e mais pessoas assistiram a estn escolha ;

orêm, os termos de verennça demonstram que a Camara de 'sunpo não olhava favoravelmente a crenção desta povoação 6 no din 2 de Fevereiro, reunida em sessão, resolveo escrever no Governador da Capitania de São Paulo pedindo para se não obrigassem a hir « dito povoação.» (doe. N.º 160.)

Afonso Botolho, no começo, tinha nomeado como Director da proposta povoação o cidadão Diogo Poreira Paes o ordenado A Camara intimasse todos os habitantes do districto de Iguape o do Cananéa que nho possuem terras, para irem estabelecer-se no logar demarcado. No dia 4 de Março o Director requereo Camara para notificar o povo a este respeito, marcando o dia 14 do mesmo mez para este fim, (doc. N.º 161) No din 16 o Director tornou a requerer a entrega dos notificados, como se ve pelo documento N.º 162, a Camara desculpando esta falta documpri- mento is parte do povo alegando o estado de miseria em que vivia, Houve diversas reclamações da Camara contra o estabele- cimento de uma povoação no logar escolhido e no dia 28 de Junho do mesmo anno o Director avisou à Camara do ter rece- Dido ordem de São *aulo para examinar outras localidades afim de ver se encontrava onde mais conviesse á fundação do mma Villa. (doc. N.º 163).

Com este fim foram examinados diversos logares, entre outros, o Jocal da antiga Aldês dos Indigenas no rio Una, como tambem, o buirro dos Engenhos e outro logar na Ilha Comprida em frente ao rio Sabniina, chamado —da Lege,

Em 9 de Agosto do mesmo anno foi lavrado no livro dos termos da vereança o seguinte;

« Termo de Vereança, a respeito das novas povoaçoens,

Aos nove dias do mez de Agosto de mil sete centos e secenta o sete annos nesta villa de Iguape e nos paços do Concelho e Casas da Camara a onde foy vindo o Juiz ordinario o Alferes

“sl

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je Sousa Faria e os vereadores Alferes Jodo Teiregra de n Lopes co

Sousa Ijudante das ordens requerido d dita mal Neru a porte o, suficiente para povonçõens visto terem representado ao

o na Lage e como neste não ha pedra nem eu goma he cermelhe, aecentarão se formasse no lugar de

de fronte do vio de Piraupaba para cujo ogto momea- elles juizes e Vereadores para Reqt E a Ferreyra hum dos vereadores da mesma Camara por

pese inteligente e morar mais perto da dita paragem cuja hm de ser fundado com os cazais que assistem pella

x acima « abaixo por ter muitos moradores e todas as mais comodidades nesessarias e de estençõens da dita morada ; director dâquella de Sabaúma aprovarão fosse 0 mesmo

Peregro Pais por lhe ter dado principio eujo lugar e dita povoação chamada Sabaiime modou entre esta villa e a de Conanea e paro estabelecimento desta povoação ficão os cam que lu em esta vila de Tgoape e a de Camanen por serem jorclores perto da dita paragem na qual se achão todas as

cias necesmarias para parar a vida humana « para o de Sua Magestade que deos goarde e para que elles Ca- Jicosem certos das ordens do Tlustrissimo e Excelen- Senhor Governador « Capitão General lhes foy lído um o das ordens que o mesmo Senhor foy servido mandar ao te em vinte e hum de Julho do presente cuno cuja o seguinte--A mim se me tem representado que o cítio ade una ho muito mais vontajoro e mais aeit de povoar que o e comi Vossa merce esid meia perto e o pode

ina o eo seua olhos, de Driacino e povoação Ee vantajuzo e mais facil, pois devemos preferir

“e melhores pen e perdi Coricdos emauento ha o abundancia em que escolher ; cu não tenho empenho que voe mesta ou naquella parte o que me importa he exsecutar

ms ordens de Sua Magestudle fazendo convocar os povos em pos coaguens civis, as commodidodes e conventencias dos Lugares he que hão de detriminar os votos para as eleisoens dos citios em que ao hão de fundar as ditas povoaçoens, cujo Capítulo lhes fou lido tres vezes aos ditos juizes e vereadores para que em tempo olgum mão ouvesse pretecto de se ndo ecsecularem as ordens do Tlustrissimo e Earcelentissimo Senhor General o me tudo visto e ouvido pellos ditos oficias da Camara

sciente de todo à referido e porque não ouvesse mais e deliberaçõens como tem havido até agora convieram em

as ditas duas povoçoens por lhes parecer asim mais util “au ser. viço de Sua Magestade é utilidade dos moradores e bem comum e por não haver mais que prover e cuidar nesta materia man- darão finalisar este termo em que depois de feyto e lido asigna- rão tudos e eu Carlos Manoel Pereyra da Silva escrivão da Camara que o escrevy—faria— Azevado— Oliveira— PW.— Franco Antonio Botelho de S. Pago e Souza.

Pela leitura deste documento verifica-se que ficou resolvi- vida a fundação de duas povoações, uma na mirgem do rio Ribeira e outro no logar escolhido no dia 7 de Jaeiro ante- vior, (Quem conhece a localidade escolhida no rio Ribeira, ba de concordar que não em logar apropriado para o estaboleci- mento de uma povoação, como (nao todos hão de con- cordur que os meios propostos para povoul-a, com moradores situados em diversas partes mi argens do dito rio, não po- diam produzir os resultados dezejados pelo Governo.

Percorrendo os livros da Camara, verifica-se ainda que os SER uão tratavam de facilitar o desenvolvimento destes nucleos; pelo contrario, faziam todo o postivel para int dificuldades ao progresso destes stovlesimnDimo sem

Rolstivamento à povcação de Sabaúma não existem os esclarecimentos precisos para se conhecer das razões desta não progredir ou de ser mudada mais tarde para local da Tha Com- prida citado no termo lavrado no din 9 de Agosto e conhecido

lo nome na Lage; porém podemos julgur que csta mudam fosse o resultado das tacticas postas em acção pela Camara Iguape, à qual não convinha ter uma povoação situada naquela localidade, escolhida por Affonso Potelho.

No supracitado termo declara-se positivamente que não ha- viam materines para a construcção, nem agua potavel no lo- gar chamado na Lage; «omtudo, no dia 14º de Agosto de 1770, foi erecta em villa, uma povoação alli estabelecida, com o nome de Villa de Nossa Senhora da Conceição da Marinha.

Vara a demarcação do territorio pertenconto à nova villa reuniram-se, ordem de Affonso Botelho de Sampaio e Souza “as Camaras di Iguape e Cananéa, para combinarem sobre as di- “visas que deviam ser respeitadas, ficando esta questo resolvida mo mesmo dia da elevação da villa, Pouco porém duron esta, é cem 1779 ordem do Governo foi reintegrada ás villas de po o Cananéa a sua antiga divisa, recolhendo-s os livros, e ornamentos da Igreja de Nossa Senhora da Conceição “da Marinha a esta villa de jsuapes Existe em períeito estado o livro rubricado por ordem de “Afionso Botelho em que foram lançados no dia 1.º do Agosto “de 1770 os tes termos ;

Do estabelecimento da nova vila; (doc. n. 164).

Da repartição do distrieto desta nova villa com as de Igua- poe Cananta;

“Do logar destinado para patrimonio do conselho e para Cadên ;

Nomeação das pessoas para servirem durante o anno de AR9T mos enrgos publicos,

Nada consta a respeito da edificação da Igreja do Nossa Senhora da Conceição da Marinha; mas é de suppor que fosse

ja de madeira, visto não haver pedras no logar e mes- mo porque não existe hoje o menor vestigio dolln.

Por uma informação dada no Bispo em L,º de Junho de

copiada no livro dos Capítulos das Visitas, encontramos o seguinto:

«Dentro da villa se acha tdobem começada hãa capela que se propoem erigir a Irmandade da Senhora do Rosario dos Pre- tos, cuja obra estã parada por falta do meios. Ao Nordeste ne distancia de cinco legoas e meiu no Bairro denominado «Prado de Jureas, tia hãa Capelinha on Ermida, pobrissima e sem pa- trimonio, dedicada à Senhora de Guadalupe. No Rio Juquia na distancia de tres dias de viagem da Villa ao Oeste para o Sertão, acha-se ja levantada húa Igreja de madeira (que promette curta duração) para servir de Capella Curuda, cujo Districto foi por mim demareado de ordem de Sua Exeellencia Reverendissima, quando por este fim foi áquello Sertão em Fevereiro do anna pro- imo passado».

Por esto trecho da informação, verificamos que existiu uma “Capelinha na Praia do Jurea, mus não declara em que epoca “ai edificada. No livro do Tombo desta Capella não ha notícia certa da epoca da construção della; porém, em uma descrip- “ção, no auno de 1852, encontramos c seguinte:

que conta A elade de 05 annos maios ou menos relativa ao aparecimento de N. 8. do Agua de Lupe na Jurea, em IS00. mais ou menos havia hum homem, Chamado, Lucas de Souza, e este tinha huma rede, grande, que Custumaca a lancear em huma geande Tagoa que tinha no lugar Saamirim, Rencha da

barra da Ribeira que por ahi hera em otro hora, em hum bello dia foi lançear para Cassar peiche' dando o lança, foi Cassade a dita Imogem, este Lucas de Souza, como dono da rede, é mo= rador neste bairro, troche a N. 8. Para Sua Caza, demde Res sídio com seu Irmão Francisco de Souza, donde tiverão N. 8. por elguns annos, Colocado Sobre hume pequena mesa que estes «adorario com o milhor zelo e Estima e isto foi contando para os povos não do bairro como de otros lugares, fordo tomando conhecimento, que aquella Imegem hera muito milagrosa, Fo quem nella tinha fé, ove à boa lembrança de hum homem

mado Cap" (iregorio, convidar os povos deste bairro para fazes rem huma pequena capela de esteios de pau, sendo de boa ma- deira de lei, assim foi Edificada, sendo este Capm Gregorio o administrador orviliado pelo povos do bairro, estando esta obra pronta foi mudada No 8. de Caza de Fran de Souza e Lucas de Sunsa para « Sua Capella. Sendo Chuveiro e zelador Manoel Ribeirinho Passado alguns cnnos, Foi deliberado a fazer a Cam polla, constroida de Pedra e Cal da qual Hui administrada Por o Salgento mor Pinto, orxviliado pelo Povos do bairro, Contino a ser zelador Mt Ribeirinho, despois. Me Rodrigues Pereira, neste o Casião passou « ser Thezoureiro Joao Pinto de Faria, Bernardo Pinto de Faria, despois Muximianno Pinto de Faria, des- pois Fran firmino de Paulo, despois João Selao da Cunha, Chaveie vo Baldoino Luiz de Macedo, despois Frans Saldinha de Paulos.

No livro do Tombo da Igreja Matriz de Iguape, a pagina 24 verso, encontramos o seguinte :

«A pequena Capella ou Ermida da Senhora de Guadalus pe, ereta na Praia de Jurta tem cento e cincoeta braças da terras no lugar onde está situada dita Capella, as quaes Me servem como de Patrimonio e vem a ser: com braças deixadas por Lucas da Silva, o qual as houve p compra q. fez no valor de quatro mil réis (dinheiro que tinha das esmolas” dadas pelos Devotos d mesma Senhora) à Raquel de Souza, que as possuia Pp. herança de seus antepassados, om quaes ay tinhão havido por Sesmaria concedida pelo Donatario o Conde da Tha do Princi- pe e fuzião antigamente parte de húa sesmaria de meia legoa. E cincoenta hraças «o Sul, mixios os mesmas, dadas pelo Re- verendo Vigario Diogo Rodrigues Silva, as quaes perteneerão &

= 88)

Gareia, filha de Agepito Garcia, de quem herdára, e “deixadas p. aquela para o seu enterramento, como o Revd Vigario se encarregasse de toda a despesa do mesmo, TS isso ncando, e como possuidor dellas as de Ee de lalupe, para que juntas as referidas cem raças, estas duas porçõens de terras fazendo o Patri= m mencionada a ta. Pare em todo 0 tempo eomstar, é tirar toda qualquer duvida qu se posse oferecor a respeito das mencionadas terras, faço aqui esta declaração. Iguape 23 de vaneiro de 1828 João Chrisustomo de Olveira Salgado Bueno— Vigario Collado e da Vara. Na informação remettida no Bispo em 1830, declara não ter patrimonio n Capella do Nosta Senhora do Guadalupe ; po- “rém, pela leitura do documento acima, transcrito do livro do Tombo, verificamos que o padre Jodo Chrisortomo na ocensião i em que deu a tal informação, esqueceu aquillo que tinha es pto anteriormente,

Relativamente à Capella que, em 1830, o povo estava edi- ficando na pensão do rio Juquia, no dia 8 de Outubro deste anao foi celebrado a primeira missa nella; Do tarde no mesmo dia foi levada da casa do senhor José Correia de Azevedo n

de Santo Antonio, dondo por aquelle cidadao e no dia seguinto houve a festa do Padroeiro daquela Capella. Esta inda + fundada em Fevereiro de 1829, foi creada Capella em 4 de Novembro de 1831 o elevada Á freguezin por lei mn, 11 de 16 do Abril do 1853. A capells começada, como diz n informação dada em 1830, b pela Irmandade do Nossa Senhora do Rosario dos Pratos, estava sendo edificada pelas Irmandades de Nossa Senhora do Rosario e de 5. Benedicto. Logo em sen começo honve dessecordo com a Camara por causa do alinhamento, tendo de ser removidos os alicerces começados do logar onde se achavam para o local onde hoje existe a Capella de Nossa Senhora do Rosario, 'ra- bulhavam juntas us dunas Trmandades até a conclusão da obra ' em estado de receber n benção, o que foi renlisado no dia 6 de de 1841 o no dia seguinte foram trosladadas as Imagens fossa Senhora do Rosario e de S. Benedicto da Igreja Matriz ú esta Capella.

em seguida a Irmandade de 8. Benedicto resolveu edificar uma cspella sua ; porém, sómente no dia 1.º de Agosto «de 1891 recebeu a benção, sendo trasladada a Imagem até ahi, “no dia 4 do mesmo mes,

e

Ba

Na margem direita do rio Jacapiram, foi estabelecida uma povoação, conhecida peio nome de Butujuru, a qual, por lei n. 56 de 5 Abril do 1870, ficou elovada ú freguezia.

À povoação estabelecida | na margem esquerda do rio É. Lourenço braço do rio Juquia, com o nome de Prainha, foi declarâda por lei n. 35 de 6 Abril de 1872 elevada ú cu ria de feeguezia, logo que tivesso uma Capella construida, é por lei n. 20 do 16 do Março de 1878 foram demarcadas as divisas da nova freguezia com o nome de Nossa a Dores da Prainha, sendo a Lgreja, edificada, por portaria do 26 Abril do mesmo anno declarada como Capella

Relativamento ao patrimonio pertencente ás diversas Igrejas deste municipio, além do da Capella de Nossa Senhora da Guadalupe descripto, parece me que nenhuma outra possua patrimonio nlgum.

Antigamento a Irmandade do Nossa Senhora do Rosario possuia duns casas e a de 8. Benedicto uma; porém, em 1880 nn ocensião da edificação da Cupella construda por estas duas Irmandades, conseguiram ordem do Bispo para vendor as rofori- das ensas é aplicar a importancia da. vendo nas obras da dita

apela,

» Eleje à Irmandade do 5. Beneditto possuo uma cosis aos não posso saber si foi comprado ou doada à Lrmandado,

nforme diversos documentos existentes, a Irmandade do

Senhor Bom Jesna em L815 possuia cinco casas nesta cidade; porém, encontrei sómente um documento que esclarece a vonioncia de uma dellas, cujo ducumento (n. 165) é a eseriptu- sa da venda feita à Irmandade em 14 de Dezembro de 1790,

Ta diversas escripturas om cartorio provando que em tem- pos passados esta Irmandade emprestava dinheiro a juros e foi em consequencia de um destes emprestimos que, em 170, pnsson- se a escriptura da sobredita cnsa.

Existem algums sítios proximos á cidade que diversas pessoas consideram como pertencentes a uma Irmandade, ha auncs extineta,o que era conhecida pelo nome «das Almas porém, estes sitios nunca pertenceram à [rmandade das Almas, como é facilimo verificar pela leitura dos documentos existentes a respeito. Um destes sitios, no bairro chamado « Enceadas fai deixado arrendado em 20 de Agosto de 1685 pelo Vigario Fram- eisco Pereira da Silva, com a condição especial de a renda ser paga pelos arrendatarios em certo e determinado numero de missas, que tinham de mandar rezar anualmente na Igreja

“Matriz. Ficaram estabelecidas as condições do arrendamento que

dovia ser feito dáquella epoca em diante por seus testamentei-

dg

ros ou, em falta delles, Vigari cossores, chi

O celçe Saia pquio “E partávia MEneinto por certo numero de annos. A escriptnra

1685 rdoçdaia e pabiicade no =Ahdogo:bipiarias do o:

d Tombo da matriz ba o seguinto assento, feito vigario João Chrisostomo d'Oliveira Salgado

ado a Era 1685. een ul esta pensão em húa Missa por anno Dor Manoel du Costa de Andróide, Porém

se tem um anno, conforme a instituição Legado. À certidão he lançada em outro caderno proprio, transcrevi o titulo que achei mo antigo Livra do Tombo mesmo Bairroestão sitas duzentas e dez braças

nfinão com o sitio de Dona Narciza Dias Bap-

e au Nord'este com q sitio de Theodozio Perei

; é Antonio dos Reis e Ignacio da Costa pelos rços de que são fureiros, mando dizer hita Missa se aumentará o numero dellas conforme a estima-

Em vista destes documentos é claro que o dominio sobre estes sítios pertencia antigamente aos Vigarios desta Parochia ; im, desde ha muitos annos têm dataado de enidar nas suas des a respeito e algumas partes destes sitios forno das sem haver protesto por parte dos ditos Vigarios.

Relativamente no Cemiterio desta cidade, verificamos que o nono de 1842, os corpos dos falecidos eram enterrados ntro du Matriz velha e un um em volta dela, como consta documentos existentes, entre outros do seguinte

= 884 ,—

trecho de um officio que a Camara dirigiu no Presidente da Provincia em data de 5 de Outubro de 1541:

* 4 obra do Comiterio, sendo de tanta necessidade so acha paralisada, é muitos annos, entretanto que O triste aspenibal a terrivel abuso de se enterrarem os mortos no meio da rua, em, volta da Matriz continua, não sendo possivel evitar-se que os ossos de nossos Irmãos se espalhem do adro, por causa não do transito dos carros, como pelo pouco cuidado dos que fazem as sepulturas, que de ordinario, feitas por escravos, estes, cus tumados a dureza, arrancão os cadaveres desapiedadamento a golpex de enxadas, espalhando assim os tristes restos dos ainda incorruptos corpos, e depois nenhum cuidado tem em torna los a sepultar, e sendo esta obra de grande necessidade não tem sido possivel até o presente achar-se algum meio para continua- ção, e temus o pequeno redito da fabrica, que para nada chega, e por isso que tão bem se faz mister que a Assembleia Provincial consigue alguma quantia para esta obra.»

Por causa das reclamações bavidas nesta epoca a Camara, em sessão de 15 de Abril do 1842, resolveu que os corpos dos fal- Tecidos fossem enterrados dentro da Matriz nova, como se yeri- fiea pela leitura do documento N. 165, ainda que esta obra não estivesse concluida.

O comiterio actual, foi demarcado no anuo de 1830 e prin- cipiado o serviço de cerculo com muros por iniciativa do Vi- gnrio Joho Chrisostomo, que luctou com bastunte dificuldade para começar o dito serviço por causa do preconceito arraigado no espirito do povo, que não querin que os fnllecidos fossem enterrados atustados da Igreja, Por esta razão, elle não tinha o apoio do povo e por mais que fizesse, as subseripções por elle promovidas pouco produziram. A conclusão desta obra foi au- xilinda mais tarde por verbas votadas pela Assemblea Provincial.

Neste cemiterio existo uma poquena Capella, começada em 1852, cuja constmeção pouco se adisnton até 18 de Setembro do 1858, dia este em que o Governo mandou demolir à antiga Matriz é ordenou que os materises Fossem applicados na obra do cemiterio, em vista do que,a maior parte das pedras da antiga Matriz foram utilisados na edificação da Capella do cemitério.

No dia 20 do Agosto de 1850, o Governo expediu ordem expressa para que a Camara nho consentisso o enterramento de corpos dos fallecidos dentro das Igrejas, em cuja data princi= piarum os enterramentes no cemiterio municipal desta cidade.

E" bastante notavel a falta que ha no archivo ecelesinstico desta cidade de Iguape, onde o livro mais antigo que encon=

|

835

remonta sómente no anno de 1702, sendo este o dos assen- tos de baptismos.

Encontrei em poder de um particular um livro aberto e “rubricado no dia 10 de Agosto de L760 r Antonio José de “Abrou para Registro das Pastornes e dos Capitulos das Visitas.

Não admite duvida a existencia de um Livro do Tombo, vemontava no anuo de 1577, e da livro foram copiados. 4 trechos no sumo de 1858 pelo Vigario Antonio Carneiro da Silva Braga, na occasino da questão relativa á Matriz novo desta cidade, Além deste livro do Tombo, havia um outro ru bricado em 1747 pelo Vignrio Antonio Ribeira, em cumprimen- “to do uma ordem do Bispo Dom Bernardo Rodrigues Nogueira; Ria, nenhum destes livros acha-se no archivo ecelesinstico pe.

anico livro do Tombo que existe hoje aqui, foi rubrica- do em 8 de Agosto de 1816. Pos ada EAR hoje dif. ficillimo colligir os dados precisos, sendo queos poucos concon- los deixam grandes Incanas nesta parte da historia de

documento eeelesiastico mais antigo que encontrei é a ko visão do Padre Bernardo Sanches, passada na Villa de me Faz José de Barros Alareão, Bispo do Rio de Janeiro [ mo din 5 de Julho do 1683. Esta provisão publicada no «Exho- doricos pavece conter uma anomalia, visto quo diz: emen- que lha pasass o prezl” pella qual o provemos ao dito Bernardo Sanches na seruentia de condjutor da igreja do Bom Jezus de Igoape » Ora náquelln epoca n unica Igreja Cr existia em Iguape era n Matriz, dedicada a Nossa Senhora Novos, 0 comtudo o Bispo, estando em Iguape, declarou ' na dita provisão « condjutor da Igreja do Bom Jesus Pouco pademos saber relativamente nos nomes das vigarios ou padres que assistiam mosta feeguezia antigamente; porém, documentos transcriptos verificamos que em 1685 o Pa- Francisco Pereira da Silva cra Vigario desta Paroe mm, pela escriptara da venda de tortas que Maria Chaveira passou em 1696, verificamos que neste anno Antonio de Mendonça em Vigario do Lguapo. Em 1691 o padre Frei Antonio de Assumpção tinha sido “nomeado capellão das minas de onro desta distrito. Por uma licença passada om 1703 pala Camara, ficamos sabondo “que o padro Vieira o Souza assistia nesta Villa. Recorrendo no documento N, 22 do « Esboço historico» ve- “xifleamos que em 1707 o padte Antonio Riceiadelli residia nes- “ta villa.

380

Em 1716 o padre Antonio Carvalho comprou um sitio no logar chamado « Acarahy>, como consta pela escriptura no nrchi= vo do tubellião.

No dia 27 de Grs 1724 foram riso ra serem registradas, tres provisões pelo padre Frei Jolo do São Domingos. (doe. Ns, 167 « 168).

Pela leitura destes documentos ver-se-ha que 4 primeira provisho pasanda por ordem do Rei Dom João no dia 4 de Ou tubro 1709, concedeu previlegio aos sindicos e cirurgiões dos conventos no Brazil pertencentes a ordem de São Francisco, fi- cando elles, como diz na dita provisão:

« Izentos e esCuzos de pagar nenhumas fintas reais pedídas, seruiços, nem emprestimos que estejão ou forem Lançadas no di- to Estedo, nem Sejão obrigados a Companhar presos, nem dinhei ros nem o serem tutores, nem Curadores de nenhumas pesoas Seluo Se as tais Itorias forem ledimas, nem possão Ser Constrans gidos a Soruirem oficios, mem Cargos de Conselhos Contra sua tontade, nem acjão postos par hosteiros de Conto Se athe agora o não fordo; e da mesmas maneira hey por bem e me pras q. mão paguem Jagados nem euteuos de pão e Vinho nem outras Couzas de que Se Costuma pagar, nem pouzem Com elles em Suas Cazas de morada adega nom Caualaria, nem lhe tomem Seu pio, Vinho, Roupa, lenha, Galinhas, e Suas Bestas de Sella mem de albarda nem outra algua couza do Seu contra Sua Vons tade nem vão a Seruir a nenhumas Guerras por Mar mem por Terra nem outras nenhumas partes que nejão pera donde possão Ser chamados, mens sejão acontiados em Cuauallos e Armas nem em bestas, Gelinhas em em outras nenhumas quantias posto que tenhão fazenda para atirem, nem aparessão em aLardos, que de tudo o que dito hes e em especial ou hey por vewell e exzentos e Liures Como São os Sindicos e Harbeiros de Sam Francisco da obseruancia q. está na Ilha da Madeira.

A segunda provisão passada por ordem do mesmo Dom João no dia 3 de Dezembro de 1716 estabuleceu um imposto sobre as Camaras das Villas existentes pri ave sustentação dos religi que uinão nos Santos Lugares de nossa redempedo em Tora

A terceira, passada na Bahia no dia 12 de Fevereiro de 1722 por Vasco TS Cezar de Menezes, concedeo nos sin- dicos da Casa Santa de Jerusalem os mesmos privilégios e as exempções que sua Magestade havia concedido aos da ordem de São Francisco.

No anno de 1731 o padre Manoel Alves Vianna Eos posse da Lereja Mutrix como se ve polo docmmento N. 156.

2”

Por um testamento feito em 1759 ficamos sabendo que o Manoel Alves Cameiro, filho de José Alves Carneiro, as-

iatros dos Capítulos das V5 rp de

O mesmo Vigario da Vara. Amaro Antunes da Conceição, Condjutor, Tosé Alvares Carneiro, Condjuetor, Joho Baptista Ferreira, Vigario. » 1843; João Alvares Carnciro, Viga > 1847; Antonio Cameiro da Silva Braga, Condjntor; sen- Cc o ultimo registro m livro, feito no dia 29 de Outubro 1847 é assignado pelo Vigario José Alvares Cars No primeiro assento no livro dos Capítulos das as pelo visitador, Padre Antonio José de Abreu no dia 10 À gosto de 1768, documente N. 169, ver-se-ha qne diz; « deter- “mário, q. 0 R$ Parocho ao menos ha vez Cala mez faça os Esperença e Curid.t explicitos em voz alta, in. o vae repetendo es mesmas pala- Cuthoticos obrigados a fazer estes actos Theologos (ainda q. varião no tempo )

e oso - Reconmendo ao R.do Parocho q, pro- | extirpar este ebuso dos Limites de Sua Parocho, e Constan- Se fuzem, Condemnará ao dono da Caza reis q. applica p'a Cada hum dos assistentes em Centas e quarenta reis q applica ps a Fabrica desta Igreja disso lhes advertirá q. incorrem no Excomunhão imponto em hiia das pastoraes do Eseme Br bo Def +. Antonio de Guadalupe.» ue fica bem patente que a Caridade, como o de Abreu entendia a palavra, consistia em probibir

Io

888

a unica qualidade do dança em uso pelos pobres habitantes desta freguezia, impondo uma multa aos contraventores, da quantia de tres amil reis, preço porque naquella época foram avaliados diversos sitios da oa braças de terras, como provam in- ventarios existentes em cartorio,

Nesto mesmo livro de registros acha-se a cópia da carta de qi concedida ao Altar do Senhor Bom Jesas, e, como ha

ivorsas a uinteaa a respeito dessa concessão, vae copinda no do- cumento N 170,

Pelo documento N. 171, copindo de uns pedaços de um li- vro velho pertencente no archivo ecelesinstico, ver-se-ba o ri- gor relativo à desobriga do povo para com a Egreja. Esto ri- gor, era uma arma terrivel rigido contra um povo sem educa- ção e da qual os padres. sinão todos, muitos delles, tiravam o maior proveito.

A publicação dos nomes dos rebeldes, com especinlidnde os que viviam amancebados, verifica-se por diversos assentos, como. tambem as penas impostas a estes que, para livrarem-se do rigor contra elles uzado, querinm se cusar.

N'um despacho dado em 1823 pelo Vigatio Jodo Chrisosto- mo de Oliveira Salgado Bueno, ú petição de Antonio Cesario da Silva o Maria Luiza, pobres que tinham estado amancebudos e queriam casar-se, encontramos o seguinte:

«Em tres dias festivos irão a Igreja Matriz e estando o povo junto antes da Missa Conventual q varrerdo desde 0 teria ateas grades; nesses mesmos dias assistirão a Mesma Missa de nos cancellos com vellas de meia libra acesas cuja rema- mentes se dará a Fubrica; vezarão tres Rosarios d Pessãa de Ma» ria Sanetissima; farão hum jejum commum em sufragio pelas Almas; serão examinados da utrina Christan; se confessa- vão o Commungarão hha vez e messe mesmo dia rezarão hha Es tação ao Sanctissimo Sacramento; E com certidão jurada do Revdo Parocho de terem tudo cumprido, voltarão pira Se lhes deferir a vista da necessidade da Disps, Iguape 30 do To de 1823= Bueno »

Nos informações dadas aos Bispos, os Vigários de Iguape queixayam-so da pobreza desta freguezia, como podemos provar com diversos documentos, entre estes 0 N. 172, e, relativamente nos ornamentos da Igreja e ás Irmandades e: os acha-se m'uma informação remettida no dia 14 do Setembro de 1825, o seguinte;

« He muito pobre de alfaias e ornamentos. Os que tem; são o% seguintes

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PERTENCENTES A FABRICA

2 Calices de prata doirados por dentro.

2 Chaves do Sacrario, de prata.

1 Capsula ou Ambula com 3 casos pequenos,

1 de prata que serve com os Santos Óleos,

1 emicha de prata, que servo para «a administração do Da- ptismo.

1 Cruz de páu para us Procesoens.

1 Cazula, Dalmaticas, e Frontal de Damasco branco, guar- necidos de yallão de retroz muito velhos.

1 Cazula de damasco branco com gallio de retroz.

1 Cazula, Dalmaticas, frontel de damasco roxo, du mesma sorte muito velhos.

1 Cazula de damasco encarnado, muito velho do mesmo galão.

1 Cazula de damasco roxo, mesmo galão ainda nota.

2 Cazulas de damasco verde muito velhas do mesmo galão.

1 Cazula de belbute preto do mesmo galão.

2 Capas de uspergis de damasco branco, e incarnado com galão de retroz.

2 Veos de ombros, hum branco e outro incarnado muito velhos, do mesmo galão.

2 Frontaes de damasco verde, muito velhos do mesmo galiw,

1 Pallio de damasco branco, muito velho do mesmo galão,

1 Benqueta com Imagem de Christo crucificado, 6 catiçaes, 4 ramos, ou Tentorius de pão duirados.

VERTENCENTES AO 8. 8. SACRAMENTO

1 Custodia de prata.

2 Ambulas de prata, doiradas por dentro, que servem no Sa- crario,

1 Cruz de prata que serve nas Processuens.

1 dita pequena no (iuião.

1 Vara de prata.

1 Baquelino, ou Throneto de damasco branco, com galão e franja de oiro por dentry, e por fora de vellulo carmozim, com prezilhos e extremos de praia, que serve quando sahe o 5. 8. “Sacramento aos enfermos.

1 Umbeila de damasco encarnado forrada de seda branca, com gulão e franja dentro.

PERTENCENTE A PADROEIRA

1 Cruz de prata. que serve nus Processoens. 1 D pequena no Guião. 2 Catiçaes de prata pequenos, que estão junto ao Nico.

RA [o

TERTENCENTES AG SENHOR BOM JESUS

1 Pallio de Damasco encarnado, com galão de oiro, Sa 1 Cuzula, e Dulmaticas de seda é viro, guarnecidas de galão de oiro, muito velhas e rotas, 1 Veo de Ombros da mesma e da mesma sorte, 1 Capa de Asperges da mesma e da mesma sorte,

Prantaes de mesma e da mesma sorto, os quacs servem mos 3 Altares. 1 Caeula, sem Dalmaticas, de damasco encarnado, com galão de airo, nova, 1 Frontal do mesmo, que serve no seu Altar. Ho nesta Villa as Irmandades seguintes: a do Sanctissimo. Sacramento, a da Padroeira, a do efa e Jesus, a das Almas, a da Senhora do Rosario dos mulatos e pretos é à 8. Benedicto dos mesmos. A do Sanctissimo Sacramento, a Alnas e a da Senhora do Rosario, têm cm , pelo Ordinario, A da Padroeira mem tem compromisso, nem forma de Irmandade; contemplão Irmaons todos os brancos aqui cazados, os quaes devem pagar de aunuces 160 réis, mas que a maior parte não paga; por cujo motivo he tão plenlic Irmandade, que o seu rendimento não chega de oca ao Parocho hão Capella de Missas, te diz nos e do Mestre da Uapela. por locar Orgão na ocrasião da mena. A chamada Irmandade Binhoe. Soo dera da mente Irmandade. Elegem-se a Votos os Officians, dose da Meza, que são ox «eladores das alfaias, dinheiros e esmolas, e do mais que dia respeito. Todas «atas Irmandades são pobres, e têm o seu Patrimonio na piedade dos n Todo o seu renm dimento he proveniente dos annuass dos Trmaons, e do límitis dégsimo aluguel Casas, isto he, as que têm, o qual so. dispende nas les proprias e noornato dos seus Altares e Imagens. A do Senhor Bom Jezus tem quatro p

Cazas, e recebe annualmente algas esmoles >

= podemos verificar, pelos livros

leante havia durante muitos aunos aa e, em resposta a um officio do Abril de 1830, incluindo um outro do

rig com data do 18 do Março do mosmo anno, «João Chrisostomo de Oliveira Salgado Bueno escrovem

, peieemianio amjreção no trabalho da Firochia, pensanei Ade (com anfficiente congrua) por- ango hãa grande extensão, e não far, Ra mui principalmente para o centro, e que sobem a mais de cinco mil se achão es- nos dáfferentes Bairros, muitos deles a dois ou tres “de viagem, não incluindo neste mumaro ow moradores do “referido Juquid, Além destes Sacerdotes empregados são preci- o o ti ou trez para ax funeçoens do culto, e xolemnida- , eo de lganpe em 1880 era tanta, que havendo 5 (um dos quaes morava no seu engenho eo outro era rcos- À “= musica), 0 vigario ainda pediu mais dois ou tres, 6 não sÚmente isto, mas em outra informação, dada ao Bispo pelo

7 vigario, encontramos o seguinto:

« Esta Prequesia he de grande utilidade a lyreja e ao tudo: A Igreja, porque com o Pasto Espiritual e q doutrina,

Dio droçõe para a defesa da Pátria em que muiica -vênea sido empregados, apresentando ha Agricultura, apesar muitos obstaculos, adiantada, e concorrendo finalmente “a riqueza da Nação, com a ovitltada Somma de Dezimos, ostos e varias contribuiçoens. »

á as contra corsarios e negreiros « forne- cimento de mantimentos ás praças do Rio de Janeiro o Santos.

“Consta de tradição, , por diversas ve: os moradores Villas de Iguape e a baaãa foram roubados pelos piratas m esta costa; porém, não encontrei documentos que aiinilhênto noticia, inda que existam muitos referentes as

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E pn ÇA QUE iido ca e da Tcapara,

No dia 5 de Setembro do 1710, Manoel Gomes Governador da Villa de Santos, escreveu à Camara do seguintos

« Ontem q. se Contavão 4 do corrente Ressibi ha Ca Gov” do Rio de Janeyro em que me dizia aparessia m'aqu Barra Sinco navius he hua ma Balandra q. quizerão emi entrar no Rio de Joneyro e q. as fortelleZes lho da Sidade de Sam SeBastião tive carta do Sargte em me dis q. 08 Set navius faZião forsa de vela o Sub faço VM este aviZa pe q. puchs Logo peltas Orde ; trito Pe boca a praga em parte donde pode bom sono nessesario em

J7O Servo de Van Aos ofiiais da Camera de Igoappe—. Gomes Barboza», + A noticia da vinda em direcção ao Sul, destes navios, cau— sou um panico entre os moradores desta parte do litoral, como. se collige pelos livros da Camara, a qual se limitou a pedir munições, sem tratar da defesa das barras,

"Tomando posse os novos vereadores, no dia 1,º de Janeiro de 1511, escreveram no Governador da villa de Santos a seguinte cartas

« Senhor Mestre de Campo E Governador A Camara o

presiste este onno de mil e Soto sentos e onZe o mas q da suada: Damos « Vossa Sinhoria he por bem E a nos proprios mollo damos de seu gouerno de Pesa Sinhoria. Estivemos ja mos so emposo de por diante ReConhecando Na sua Pessoa todo o favor nos favoreCer. Consta nos q. o nossos antesesores pedirão a Vssa Sinhoria: Munisois e aprestes qualquer emva- Zão de Juimigos que possa suseder: porem forão tão limitados no pedir que mos E nessesario emjormar 'a essa sinhoria Em Como a Ve da Cananoga esta asituada na barra deste Rio em qu esta fundada a Ve de Igoappe, E se aquella Se acha Com Sim- Coenta Moradores pobres, estamos obrigados a SoCorrela todas as. veZes que for nessisaria, pois q. desta Ve dista Sobmte des

E 08 moradores de hua e outra Porão este mesmo na mesma distancia So Dre dita, Suposto o Referido Deve vssa Se aten der q. « barra deste Rio eapre pe Resseberal qr Ja, E

aesta Ve Sem empedim” Algum tanta plo Capassidade da Rio Como.

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por felta de defensão. E assim pode essa emformar ao go- vernitor destas Cupitenias pe q mande forte ficar « esta Barra de Cananega Com quatro ou Seis pessas de Artelharia E Munisoins Nessesarian e aprestes: q. Com dous Artelheros E quarnição (e guardas) digo dos mesmas moradores desta e «aqllia Va fiCava Segura a dit Barra. E os moradores deste Rio, em sosego é todos teremos mo q. agradeser a Vesa So Em ql Vasa So emforma o q propomos E Comveniente pedimos a Vasa S q magia embar- queCão q. vier pa a da Barra nos SoCora Com hum Barril de potesra E hum Cunhete de Ballas E hua Duzia de Mosquetes Com o marrão Nessesario ; o q. enuiarimos Ressibo; pe- dindo a Camera da de Cananega o mesmo SoCorro Como Sopomos poderemos então pormo nus em defeZa E esta seria em- tão a ReZiio por onde os Snrex generais quiZerdo exZemtar esta Va da opresio das móos emformados de toda a verdade E emte- «lemos q. este Va ha a Realidale por q. Rio onde Se fabricão Navios de Alto bordo tão bem pode então Eture os do Inimi- gos o Sargento Mor desta Cap pode emformar a Vasa meu dam de toda a verdade q” Como tem Conhesimto de toda este Costa Barras « pragas tambem o tem da empossibilidade don sus abitadores nito se offerese de preZente mais fiCarmos a hordem de Visa Sema CuZa Pessoa de Vesa Se guarde Deos mto annos Com as felticidades q. DeZeja Vossa Fgoappe aje o pro de «Junto do mil e Sete sentos e onZe annos— Servidor da Vese SeBastido teixre— Fran Roiz Pontes— Gregorio da Silva Vianna =Pantalio Perre— felipe Pio Nunes ». Não se póde saber, pelo archivo da Camara de Tguape se o Governo mandou ns munições pedidas n& carta supra, No mez de Setembro do mesmo anno o Governador de Santos diu a remessa de mantimentos com a maior urgencia, no Rio Je Janeiro, que nessa occasito estava cercado pelos Prancezes, como se pela carta seguinte: «Senhores Meos. Vais este portadora leuar a Ymes estas cartas q es à Remetão Logo a Cananeya peq. as passem Logo a va por quando emportão oo Seruisso de Nua Mag! po que se Comcorrão Com mantmto pro Rio de Janre deZaseis Naucos FranceZas Lançarão perto de Coatro mil homes em terras e tem aitiado a Cidade por mar e por terra eserico à Cananeya é a per- magua p* q. mandem o Remetão aqui ox mentimotg. por La es- tiverem nas EmBerCasoins q. Le estão aqui lhe darem as hor- dens E Signal p" entrarem no Bio, q. o governador do Rio tem mto gente parem poucos mentimi e qa Sua Breuidate de Ymes em pasarem estas Cartas esta o bom ou mao soseso do Rio

E p" seruir a Vimos pronto, Deus gi a Ymes Santos Setembro de PP A Gomes Barbosa.

Por ordem da Camara foram reunidos todos os disponiveis com o fim de serom remettidos em soceorro do povo do Rio do Janeiro; porêm, nho podemos saber à quantidade, nem quaes eram os generos remettidos. “a

Neste mesmo amo foi decretada uma lei prohibindo o com mercio do Brazil a entreter relações com os extrangeiros, ad-. mittindo transaeções mercantis si os múvios fossom encorporados. com as frotas portuguezas. (dec. 178)

Durante 08 sete anos sexuintes o desta parte da costa, vivia sempra em sobresalto, por causa dos navios que appareciam do vos em quando na Barea de Cananda, chegando ao ponto de os olficines qa Milicianos se retirarem para os seus sitios. Este abandono deu orizem a que o Sargento Mór Joho Martina Claro oscrovessa em 1718 á Camara desta Villa a enrta soguinto:

pesar rd Ação gr ras o . pe Siderando q. p* aCudira qualquer das villes desta a estão q meu Cargo Como Sargento mor desta Capitania por

rt patente de Sua Mogestade que deus guarde me pareseu asituarmo nesta de Igoape poder aCudir a de Cananea ou a de ComSeipQão onde mais neCesario for e for Chamado p* os em tempo de Inimigos e Como co pres! esta q de Canemea Com a Barra empedida de piratas e tanto em Risco de Ser invadida e não menos esta uendo q' o Cep da taria da ordinança Se Retirou manoel Rois Bueno por Seus uenienças ou por Cumprir Suas Romarias em tempo tão neCe- sario pedi Requeri e protestei a Vmes por hia Carta e da parte de Sua Magosteda que deon guarde em Seu Real Seruisso q den= tro em Seis dias me elegenem Captem de Infantaria da ordenança: e Seu ofisial pr o SoCoros que se ofereser pedirem a qualquer uillas de minha Jurisidisoo e Como E vie he o dia ultimo em So a prest é dito Sr o man-

ue espero de Vmttusr me prouído de Captem Sremiaito Requeiro e protesto a Vmes da parte dem Logo Cumprir Como espero e tenho emtendido do Zello de 6 is uasollos que deor a Vime muitos annos uílla de Igoape em uinte de Março de mil e Sete Sentos e deZoito— mtº Seruidor de Yme João Martins Claro a. No fim do nnno de 1726 houve pedidos reiterados do Go- verno para a remessa de farinha desta villa á do Santos, e, no dia 3 de Fevereiro do anno seguinte, foi aa em sts=

=H5=—

a seu respeito nos Porém, pelos referidos livros verificamos que na nano jr bi a patria aa E rras de

n vendo consideravel correspondencia tro- entro a Camara Municipal e as uuthoridades de Santos é

Com data de 1.º de Novembro de 1839 a Carama Manici

de Iguape remotteu ao Presidente da Provincia o seguinte

hoje, não oficial, ria os eorsarios estão na Ilha do “Abrigo onde tal detidos percudão fazer-se forte a ponto de apoio, e que 7 Embarcações Formig

pratico da mesma barra. a villa de Iguape, húa das que per- dofezo alque, que a unica pessa de

--846

campanha que tinha, essa mesma fosse mandada a j que na fts Capara existe hãa não tenha armamento polvora o balla, e que consta a esta mara que existem oitenta armas e não muito boas, destas mesmas se repartirem com a villa de Cananda, « essim De hum el aa poder rebater as forças ini) que naturalmente trarão artilharia, O ted he eminento, se promplo sucearros e portento esta Camara a bem do seo uicipio e pera tranquilidade publica recorre a Vo Bu" e providencias não quanto aprestes e munições de guerra, é corça maritima para expulsa-los da mesma Ilha do A fla da sua parte fará tudo que estever c seo alcance, é a ufficiar os Authoridades competentes ; e tâobem conhecendo não se pode soecorrer equelle ponto em canoa, passa a p ) denciar à estrada desta Villa a barra de Capara para dar tran f sito livro q força armada quando necessario seja hir, ) para as participações oficiaes e promptos soceorros, e que V, Er approvard esto deliberação providencicado a nisação das despezas que se fizerem, e nome de V. Ex” tem encarregado esto trabalho «o Inspetor das Estradas. Deos de a V. Ext. Paço da Camara Municipal da Villa de Eça em sessão extraordinaria de 1.º de Novembro de 1889 al Ermo Sur. Manoel Machado Nunes. Presidente desta a Joaquim Pio Pupo—Frand. Manoel Junqueira-—José Bonifa- cio de Andrada Antonio José Gonçalves —João Baptista de Sitra Carneiro João antonio Peniche.» z No dia 21 de Novembro deste anno, Josê Antonio Pimenta. Bueno, Juiz Direito da Comarea, escreveu de Santos no Tenente Coronel José Jncintho de Toledo a seguinte carta: q

«mo Sur. Tenho o prazer de communicar a VS q appros vando o Governo Imperial àx medidos que propus ao desta Provincia, mandou a este porto o Brigue de Guerra Real Pedro e authorisou o armar-se em guerra kum outro Drigue do. Commercio pe q sahino deste porto na commissão de levar 240 praças de Je Linha a Paranagua e igualmet para perseguerem os Corsarios,

O Bemo Preste de Prov" q pr proteger esta Villa veio a es ta cidade, tendo me ouvido deliberou o segte :Nestes 8 wu 4 dias Sahirão deste porto ox 2 Brigues armados levando a seu bordo a tropa que vao desembereer em Parcnogua, na hida daqui elles se dirigirão direitamtea Nha do Abrigo « ver se encontrão os Corsarios e Capturão, dahi seguirão a Paranagua, desembarcar “tropa, e voltarão d'ali dando comboio as emi es mercan=. tis ate à Hha do Abrigo, onde fundiarão, então entrará a barra

87

Ê

do er uma Lanza q levará po sigual huma bandeira trans eu em huma vora na proa, é hira desembarcar o deixar as ordens da VS 2 pessas de Campanha 40 armas de Infantaria 12 arro- bas de polera e mais artigos q entto communicar-lhe-hei. Mira Mtohem mess oceaam o Major Ramalho de Artilharia po servão sob as ordens de VS hum modello de carretio e provavolmie 2 carpinteiros p* fazer montar a artilharia tanto de Cananea co- mo de Capara reqularm'e, fazer vellas de composição e espoletas, devendo VS eproceitar oecazido pe por no melhor possivel os fortes desses 2 partos. Depois de desembarcados asse trem sem guira o Brique de Guorra Real Pedro dando comboio as Embar cações do mmercio desde a Ilha do Abrigo ate a altura da Nx grande donde ellas seguirão para seus destinos e voltara o dito Brigue pro Cruzeiro da Costa vindo primeira entrar neste porto PP receber es convenientes instrueções. He de mister q VS pro- pidencie sobre o recebimento dos ditos artigus em Canquea e q “faça avizar av Embarcações do Commercio de Iguape p* q este Jão premptas, afim de q logo de Cananea venha ao avizo, ellas

e vão para Ilha do Abrigo aproveitar-so do comboio do Brigue Real Pedro. Outro Brigue armado Li da Tha do Abri- go no regresso de Paranagua vira direitamte a este parto onde se tratara de armar-se à Lanrão de q falleia VS p" estar prompta a soecorrer esse porto em reforço do Cruzeiro, He com sumna acptisfacção q communico esto à VS q o fará pres” a Camara Municipal dessa Villa a quem por falta “de tempo não possa afliciar.

Cumpre q VS a diti Camara é mais euthoridades dossas Fillas levam seus votos de gratidão a presença do Exmo Preste ela Prova q tanto se tem empenhedo pela segurança desses Mu- uieípios confiados a sua authorilte vigilancio e protecção. Queira FS faser seguir. Paranagua o incluso oficio q leva os Nig- naeé da entrada dos Brigues nat porto. Guarde o VS. Santos 18 de Novembro de 1899. Nim Sur Tens Cort Juze «Jucintho de Toledo Jose Antonio Pimenta Bueno, »

Pareco que ns providencias tomadas pelo Governo socegou o povo do Iguape, em vista da seguinte indicação, extrahida da acta da Sessão extraordinaria da Camara do dia 24 de No- wembro do mesmo anno :

«Não posso deixar em silencio as energicas « acertadas pro- videncias que nosso Ermo Presidente da Provincia Manoel Ma- chado Nunes tem dada afim de obstar qualquer tentativa que os

jog de Peretinim fiação em quererem entrar nesta Villa ee de Cananéa, não ponpando este digno Exmo Presidtt todos os meios de providenciar a bem da segurança destes dous Munici-

do “lema distinguido cont (o eninor di das ordens do Ex:

Manoel Machado Nunes, bem como o Digno e incansavel Juis de Direito Jose An Eai Bueno, Magistrado digno de todo o merecimento. e a “a tem; mos conhecemos, e do mesmo tempo lover a Eertuidada ira que se tem prestadoo Tenente Coronel Commandante Jose Jacinto de Toledo, « esta Camara.

circão esta costa, Iguape 24 de Novembro e mil oito centos e. trinta e nove.— doce Bonifucio de Andrada. Entrando toda a materia em discussão e sendo umeníme a e «e todos os Sem 20 ofliciasso ao Exmo Presidente da Provincia, «o Juiz de Dre, é Tenente Coronel Command agradecendo-lhes e bem acertadas providencias por elles dadas n bem deste Município e de Cinta

Paroce que esta fosso n nltima vez que o povo foi inquietado pelos corsarios, não constando einen então pre noticia alguma a respeito,

vor geral aqui esta Jocalidade serviu durante muitos a raia de escravos africar E

População, impostos, receita o despeza

a população deste municipio antigamente, é “impossivol apresentar-se uma estatistica satisfactorin.

Não obstante minhas acuradas investigações, ainda não en-

contrei sinho ligeiras noticius que provam a pouca importancia

nossos ante) dos À esta materia,

4 documento N, 158, cópia de um termo Invrado no livro

Tombo da Camara em 81 de Dezembro de 1807, vê-se que;

«Declarow que dentro nesta Villa e seo Destricko hubitão

nco mil Seis Sentos Oitenta e duas Almos entre a Freguesia

Xiririca e esta de Iguape que tudo he do mesmo Destrito e

Numero de Pessoas DE corrida todus os habitantes

n Sexo masculino Como do Sexo feminino aSim pardos

pardas Túbertos e Captiwos e Negros é Negras Libertos e Cam

desdo a primeira idade the a maior, e que disto não pode

mte fazer huma mdividual declaração do Numero das

gas com especificação das Suas idades e qualidades porque de-

do de reportar-se ao mappa geral que todos 08 annos Se

“compoin neste Destrito te aínda sinão esta feito e legalizado para

tirar huma Instrucção Certa que Se possa escrever neste

uns pedaços de um livro de desobri tencente no ecelesiastico, pode-se colligir os prai, mr :

Na villa de Iguape, existiam Em 1814, 822 fogos e 9258 pessous. 15, 882 » > 3876 >

350

Na Villa de Cananta : Em 1815, existinm 1506 pessons. 816, » 1496

y » 1817, > 296 fogos o 1471 pessons. > 18186 > 287» » 1415 » 1821, » 197% pessons,

1822, > 513 Fogos e 1388 pessons.

cemoas de Confensãa a saber, 2791 Brancos e libertos entre muiores o menores incluindo ja neste numero 1246 homens e 1545 mulheres; 1188 Escravos entre maiores e menores, incluindo-se neste numero 692 ho- mens e 491 mulheres, 08 quaes todo fezem a Somma de BATA, q satisfazem «os preceitos. Torem, q população toda entre to- dos os sexos, idades, estados e condiçoes manta a BôTi pessois como se melhor dos Mappas incluzos». 4 N'uma outra informação com data de 13 do Janeiro de 1897, acha-se o seguinte: « Comprehende esta Ereguezia pelo Rol de Desobriga do an=. no passado de 1826, 961 Fogos e 407] Pessoas».

Reparando no numero das pessoas consignadas annual- mente nas listas de desobrigas, ver-se-ha que estão separadas. as fregmegias, como tsnbem que estes numeros são sómente daquelas pessoas que tinham à instrmeção suficiente para co- nhocerem as obrigações estabolocidas pelos preceitos da Igreja,

Podemos salientar mais este facto, pelo seguinte trecho co- pindo do Rol de Desobriga da Villa de Iguape:

«Certifico ser este o Rol de Desobriga desta Freguezia da, Villa de Iguape, neste anmo de [8170 qual se compoem de VHS Fogos, comprehendondo 356% Pessoas de Desobriga, entre vs quaes se comprehendem os brancos e libertos em numero de 2,042 e 05 Escravos em numero de 920, selo maiores 200 q" vãs lançados ne primeira linha com este Signal=0.C—e ox desta linha com este Signal=C=são os Neophitos ou bu que Se confessarão somente por não estarem instruídos ma trina Christa, os mais são de confessão e comunhão; sendo menores 312 que vão lançados na segunda linha com este Si- gual=0=", -

Vê-se por este trecho que os menores incluidos neste Rol de Desobriga não attingiam a 10 */, do numero total sons, e», por isso não podemos tomar os numeros citados como.

351

sendo a totalidade dos habitantes de Iguape, sinão a que foi fornecida pelo Vigário om 1824 de 5,575 pessous,

À respeito da divisão deste municipio em distritos de Paz, no neto lavrado da sessão do dia 19 de Fevereiro de 1833 en- contramos o seguinte:

«A Cominissão Permanente a quem fui encarregada a di- visito dos Districtos deste Município em consequencia do Ofi- eia do Ermo Presidente da Província de primeiro de Dezembro do aumo passado o qual acompanhou por copia o Capitulo pri- metro do Codigo do Processo Criminal e chamando o todos os esclarecimentos tanto do Juiz de Pos deste Villa como de Freguesia de Xéririca, pensou com madureza e consultou sobre este objecto a fim de hir a par com a Lei e commodidade dos

e por isso lhe pareceu acertado dividir em cinco Distri- clas o qual abraça o circulo deste Municipio, cuja divisão par- Ho pela maneira seguinte:

Pertoncorá a este Destricto à Vólla, Hocio da mesma, Porto da Ribeira, Mar pequeno e Villa nova da terra firme, Rio de Sabaume, The do Mar e Ville nova, Encendo, Vila velha e Copara, Prainha, Barra da Ribeiro, Proia de Jurea e Prelaido, Una do Prelado, Ribeira abaixa e Piulú, Rio de Pirau- peva, Ribeira acima desde a barra d'alagoa da Porto da Ri- beira o antigo registo, que findard no Sitio de Antonio Ma- noel, compreendendo os rios de Mununa, Pariqueras e Jacu-

ja, em cuja divizão achdo-se coxas habitadas, Setecentos e trênto cínco,

Pertencerá à este Distrito o Rio de Una desde o tio de Anna dos Passos, n'embocadura deste rio seo confim, leçando ox Rios Rio Pequeno, Saptanduba, Ttimirim, Ttingusu, * Rio das Pedras, em cujo Districto comprehendo casas habita- das, Setenta é cinco=75,

Pertencerá à esto Districto o Juqued, o qual princi piará sua divizão logo acima do Sítio de Antonio Manoel no antigo registo comprehendendo a Barro de Bon Vivo, e asim

irá Ribeira acima o Barra do Juqueã sujeitando o mes- mo Rio de Juquei, Quilombo, Juqueiguasá, São Lourenço, Ita-

e os mais hairros destes rios em cujos limites existem ca- zes habitadas oitenta e huma=81.

de Pertencerá d este Districto que principiará sua divizão da barra do Juquei Ribeira acima compreendendo os bairros da Jurumirim, Iepamirim, larangeiras, Soto Farras, Ribeirão

h , Rapoza, Bananal do Saco, Primeira Hha, Tha Raza, Caiucanga, Abobral, Bananal pequeno, Cupuava, e Ilha

qual desde ga do as Ee princi) no Sítio de

dícto acima da Hha cr da e asim seguirá Ribeira acima

sando a Prequesia e seo bairva, e a ão de Nic Vi suia, Taquaratim, Meninos, Bananal Ribeirão de Ta- query, Cutia, Serrinha, Jaguary, pri Fozendas,

Ribeirão de Pedro Cubas, Ribeirão do Batatal, Cafezal, Caroni. ra das Cordas, Andre Lopes, França, Vopurindido,

e Piloins, em cujo districto achão-se casas habitadas trinta é seis=150.

Tendo por tanto em todos estes & dístrictos com) neste ato o numero de mil cento e trinta o quatro casas habitados, A Commnissão depois de apresentar o quadro da prmenis Gio: qua gola ain! abrem Gr affarece o Mappa junto pelo qual mostra ter mil e cento e trin- fr e quatro cazas habitadas e mil quatro centos e setenta o dois fogos, e a vista do numero de cazas e habitantes julga-se ha cosas suficientes para mais districtos elem dos divididos; porem, a Commissão querendo dar hum paço acertado, chamou o si fm dos os dedos que julgou precizos, e enfregondo-se as mais serias

ns não encontrou mais limites onde pulesse colocar algum outro distrieto, alem dos divididos; pois não he estranho que em muitos bairros, huns sucessivos aos outros, não se encontra Eres sas suficientes para os empregos que a lei requer, e por tendo de recahir as nomeaçõens de Justiça de Pas em pie pessoas habitantes Vequelles lugares, em vez de abençoarem as novas instituçoins terião de amaldizerem, pois que a ignorancia faria romper nesses exceasos, e muito mais os recorrentes, que não itens quis os guiasse em suas dependencias, terião de sujeitar-se q boa ou justiço, inda mesmo tendo o recurso da lei, e por ixso a Commissão achou mais ceertado chamar «ao pré meiro distrício maior numero de casas, não so como mais zinho, e por isso os habitantes com mais facilidade recorem-

se as Authoridades quando dellas depemlem, como porque encontram todos os recurso que aspirão, o que não aconteceria

de E tiairo pobres

| ]

districtos fot dévi- quantos buirros, quan- le cada districto e a som-

Sendo posto em discussão o parecer e o Mappa foi unani-

memente » e deliberou a Camara se exty em copias

“do parecer » do Mappa para ser remettido com oficio ao Exmo.

P ta da Provincia,»

- Relativamente à receita o despeza durante a administração Conselhos, anteriormente à promulgação da lei dos Munici- em 1828, ocha-se no archivo da Camara alguns livros, pe-

» ainda quo estejam cm mau catado o em parte carco- consegui organizar uma lista compreendendo os annos

1696 a 1828 inclusivé. (d) 175

ue a exportação de Congonha ou Herva Mate prin- em 1724, sendo neste anno o primeiro lançamento no li-

354

vro da receita deste genero que durante 10 annos tornou-se fonte principal da receita do Conselho,

Pelos termos da vareança verificamos que em 1734 foram. chamado concorrentes para o serviço da cobrança dos impostos correspondentes aos annos de 1735, 1796 e 1797, não havendo quem offsrecosso mais que 3728000 para o tormo dos tres annos, por cujo proço foi contactado.

Em sã, na concorroncia aberta para o serviço durmnte os tres annos seguintes, a Camara não alcançou melhor oferta do que 3: ) No fim de 1741 o contrmetanto abandonou o serviço por enusa dos prejuizos o om 1744 a Camara contractou o serv) por espaço de um anno pelo preço de 858500, cujo preço foi elevado no nnno seguinte á quantia de 1208000.

Dahi, durante alguns aunos o procurador da Camara era quem recêbin os impostos, como provain os assontos no livro da receita,

Nos assentos do anno de 1752, em logar de parcellns de- elarando os nomes das pessoas que pagavam os impostos, en- contramos estos da forma seguinte:

Por dee: Recebeu do contratador Alferes De Carnº Braga v prim* coortel dos Sucídios de coutró mezes como consta do Livro da Vereansias, com

Se Say trinta o sete mil o dusentos e vinte AA PE DT ME CA PE aTas20

Por dr que Recebeu do emtratador De Car Braga de dois coarteis dor Susídios de oyto mozes setenta à coctro mil coatro centos e co- renta e sinco Reis com que Se Say + vv TRAD.»

Desta dnta em diante a cobrança dos impostos de gensros importados e nxportados er contractado, cujo systems contintom até 1776, anno em que o Procurador do Conselho tornou outra vez n cobral-os como anteriormente.

Encontrei uma nota nos assentos do ano de 1794 que diz

o seguinte : « Impostos,

Chxaça do rio pataca e mega Caxaça de canna eruzado Vinho Cruzado Vinagre pataca

a medida. »

livros dos termos da Vorcança da epoca comprehen-

entre 1784 e 1776, verificamos que houve muitas reclama-

to dn exorbitancia do imposto sobre aguardente,

bem, durante o tempo em que os impostos eram cobrados

contrnctantes o povo continundamento reclamava sobro a tiça com que os ditos contractantes faziam este serviço,

No livro da Receiia e Despeza do anno de 1835 ha o se-

« Observações as presentes contas.

“Formão os fundos do rendimento desta Camara da Vila de os artigos seguintes debaixo da denominaçãode Subsidios:

Por cada huma Pipa de aquardente de Cana.

“Por cada hum Sacco de algodro qr feito qr vazios. Por cada hum dito do que leve 3 alqueires.

cada hum Sexto de fumo independ! ou Saciedte, culta huma arroba de fumo de 8. Sebastião em Rollo, cada hum alqueire de Congonha ou Erva mate.

Estes Subsiclion tem sido administrados por conta da Ca- ra é cobrados pela Procurador, Estarão em vigor por uzo é me desde a creação desta Villa, e provimentos dos antigos eres como se dos Livros dos Cumeras transuetas, e nte estão approvados pelo Conselho Geral, como se iro artigo das Posturas. Faz tambem fundos do ren do o imposto de Afiriçuins de pesos e medidas tanto de como de molhedos que remonta de mesma data. Finalmente

7"

358

«es multas impostas por Leis e Posturas quando são

cresce o mesmo rendimento. Villa de rir 13 de presiso: 1835 Jocquim Manoel Junqueira é Canto Luiz Alvares da Silva Joaquim de Souza Castro Bernardo Antonio Neves José Bonifacio de Andrade—Manvel Duarte de Cratro—Rafael Dias dos Reisa,

A respeito dos Dizimos pagos ao Governo, encontrei notas. referentes nos annos de 1815, 1823, 1826 e 1827, que são os lançamentos das enzas que existiam naqueles annos na Villa de Iguape e frequezia de Xiririca. Nestes lançamentos das cazas constam o nome do proprietario, run é numero, valor locativo, dizima e com annotações dos que foram pagos. Por elles orga- nisei a seguinte tabella.

VILLA DE IGUAPE

Em 1815 existiam 270 casas, importando o dizimo em » 1823 s 264 » » > » » 1748611 99

» 1826 23 » , vo» Bi » 187 + OU , 17BS9IS FRECUBZIA DE XIRIRICA Em 1815 exitiam 66 casas. importando o dizimo em 10792 » 1826 “> > » > UgW5 Gi 280 4 a bra , Do a 4d

Percorrendo a lista da receita o despeza documento N. 197 notar-se-á que no anno de 1701 não honvo receita alguma. e no livro competente existe o seguinto tormo!

« dos Vinte e nove dias do mes de dezembro de mil e sete sentos e hum annos nesta Vílla de nossa senhora das Neves de Igoape nos Cazas do Comselho della prezentes os ofisiais Juiz e Vereadoros e procurador do CoÁvelho foi mandado a mim es- crivão fisece este termo de deClarasão em Como neste prezente uno ndo ou Verum susídios nenhú mem Rendimento Algum nesta Camera q. se pudesso lanSar neste linro Como Consta no tiuro do adecVer estar esta Cozu do Codiselho douendo cs despa- sas do anno de q. fis este termo eu Rois Pontes 0 eserivmyo

No auno de 1714 a receita atingiu sómente 28200 e em 1712 foi do 48160, A primeira vez que passou do cem mil réis foi no anno de 1736 o de 1814 para é que augmentom sensivelmente,

Examinando as despezas feitas, verifica-se que durante muitos annos, uma das verbas mniores do conselho era a cam anda pelas festas. Com por exemplo, em 1699 (doc N, 177) o

857

peuas era 228840, ainda quo o procurador declara 320, o desta quantia, em cera, enfoitas para à Igreja e gastarho og0DO. 1 mente em 1702, (doe N. 138 a

, das quues, a quantia de 28640

leitura dos livros antigos da receita e despesa pode- formar uma idea da vida economica dos Conselhos e o rigor ido pelos Corregedores a respeito de qualquer des] por É que não estivesse legalmente autorisada. “As despezas feitas com levar officios a Sho Paulo, a, ou outro ps ao do insignificantes que pareco impossivel poder-se ter conseguido uma que, por tal preço, so encarregusse desse serviço. E' verdade que naquell epoca o povo era escravo das autoridades que o obrigavam a 4 e podia considorar-se feliz em receber o seu sustento, “que durante muitos annos não passou ulém de BO réis por dia; r ado me esusou admiração o encontrar o assento, que transcrevo, no livro da despeza do anno de 1755: « Por din” que despendeo por horden dos ditos af o Joam para Suslento no leva do Edital do Ministro es minas de, a none Sentus e Sesenta réis s despesas correspondentes aos amnos de 1750 a 1828 * encontramos algumas vezes nssentos relativos nos mantimentos necidos pola Camara para os trabalhadores oecupados em concertos do caminho entro Conceição e Iguape, de cujas des- pesas, n maior quantia gasta num unno foi de 168000 no nuno le 1777 e consta do seguinte: «Por Dinheiro que despendeu para pagamento do Susten- dos trabalhadores, que por Ordem do Hlustrissimo e Excellen= O RRDE Genero) desta Capitariia dirigido ao Sorgento mor cisco José Monteiro da Villa de Pernague Se mandou Col o caminho do morro da Jurega, cujo gasto Se a Hequênto, para duas arobas e meia e trese livras de Tou- alqueires e quarta de feijam, hum alqueire de Sal, “Boy, oito alqueires A gi dez ponellas, síneo cestos de feijam e Sal, para a dita Jureya, e medida é de azeite para alumiar huns presos, que ludo aSima faz de dezaseis mil e Seis centos réis com que Se Cuy cuja a fizemos em comprimento da carta do nosso correg ada no a fo 182, este nssonto' yorifica-so que o preço do mantimentos epoca era buratissimo, como igualmente o de cal para » que não passou além de 40 réis por alqueire, como

458 gira diversos assentos, entre outros o seguinte do anno de

« Por Dinheiro que despendeu por mandado para pagar dous mil, trezentos e trinta e cinco alqueires e meyo de Cal que Sa gastarão na obra da fonta nova, que todos emporiaram « quantia de noventa, e tres mil, quatro centos e vinte réis

Durante muito tempo a Camara pagava no Corregedor da Comarca à quantia annual de vinte mil réis; porém, não averiguar a titulo de que fosse esto imposto. Ko termo lavrado em sessão da Camara do dia 15 de Julho de 1688, documento N. 179, ba referencia e este imposto, como tambem em diversos assentos no livro das despezas e em um outro termo lavrado no din 3h de Dezembro de 1700. (doe N. 180)

Neste mesmo anno o Governador de Sho Paulo ofliciou Camara avisando-a de ter sido nomendo um Ouvidor geral para esta Capitania e intimando-a a mandar um representante a 3. Paulo para tratar dos ordenados Ens davia de ser pagos ao

(e

dito Ouvidor geral, Nesto oficio (doe N. 181) vyer-se-ha trata de estabelecer um ordenado, pago em comum por tos as Camaras, e, podemos julgar que da mesma forma tinha sido anteriormento estabelecido o imposto citado dos vinte mil réis annunes para o Corregedor,

Os empregados de então trabalhavam quazi de graça, po- dita. genhRE ae qui Binin ia imultoa anca o] = Ata A de ordenado somente 38000 por nano, cujo ordenado combina com o direito estabelecido em 1692 como consta do documento N. 182. Porem, relativamente no ordenado do escrivão, que neste documento declara ser de 64000 por anno, encontramos nos assentos do mmno de 1702 (doe mn o seguinte; «Mais «a EsCrivão da Camera a Conta do Seu Salario dois mil réisço e, em I705 0 seguinte: «Assim mais Se deu o ordenado do ese Crinão da Camera que este feze SobesCrino Antonio Bois Ma- deira de hum Anno sinco mil réis

Para o sustento dos “prezos pobres a Camara estava anto- torisada a despender até GO veis por dia, cuja quantia foi au- gatatida, por pedido da Camara feito em sessho do dia 9 de

utubro de 1833, ú 100 reis.

A respeito da receita e despeza do anno de 1828 ate costa data, não foi possivel organisar-se uma lista completa, por falta de alguns dos livros respectivos:

Diversas notas historicas e costumes antigos

Em epoca anterior ao anno de 1712, qualquer melhora- mento de que necessitava esta villa, sómente poderia ser feito

859

torização dos Corregedores e Ouvidores da com:

de intermedinrios em todos 3 negocios Leoa entro os e o Governo: porem, no anno de 1719, começou

n directa por ge desta villa perante o Go-

o do São Paulo, por ordem como podemos verificar

a carta seguinte:

aM + 4 piedade E fraternal amor com q' Sua que Deus g.ºº tratão os pouos desta ComarCk e proCura

18 aumentos e

A lades q RepreZentão ao mesmo a q todos se posam tratar e expor ao mesmo tempo fasso

e VM auiZo po q" Logo chegão huca pessoa nobre deste pom ua a mais auturizado e disCrita q! winhão bem emformado de “tudo 0 q" for nessesario p* este efeito e Cual se ade achor sta Sídalo em 20 de Janeiro em Cujo dia se au de propor « negosios p* o q Vmt* lhe Jasão proCuraCão

senado de q' tudo o q por ele for requerido asustado a fuuor desse Republica se terão por firme e q Vme nesta materia se ajam com 0 maior eruisso Deos « de ua Megie q" Deos ge bem a Com Deos gi a Vm mt aunos=Sam Paulo 14 de 1712 annos— Servo de Vme Sebastiom Galmão

Camara para ir a São P E falta do livro respectivo dos termos da Vereança, como tam-

n mesma razão, relativa à carta seguintos Mate q” Deus gi foi seruido mandar me Gouernar “esta Capitania de Sam Paulio que Deuídio do gouerno das Mi-

notícia para saibam a onde rrecorer as portes o e para este efeito mandaram Vime rregistar esta mas Líuros da Camara desta Villa e depois q' arseeheram “hum de Vm a esta Cidade fallar me para que tenho ne- o Comonicar-lhe do seruiço Sua Magestade Deos gta Sam Paulo sinco de Sentembro de mil e sete sentos e e ha.— Rodrigues Cezar de Menezes Senhores oficiais da da Villa do Jgoapper “Por muitos documentos existentes podemos verificar que nte o povo tinha certos costumes, que para nós hoje

75

860

pr muito extravagantes. Para provar isto vejamos o st=. nte: h e «Termo de nerean ' ep tardia Mayo do dito anno de mil sete sentos e trinta annos nesta Villa de Iguape em a casa é pessos do Conselho della se ajuntarto or oficiais da Camera, Juiz ordinario Vereadores e procurador do conselho e por ella fui requerido que mandasem pasar quartel para que nenhãa pesva de qualquer calidade que seja não fação ranchos mem la var na Barra da Carahy, nem na Barra do Conapoly, nem do Rio de Piráque da Tlha, nem matam peixe com calhos nas di- tas paragens, sim poderão matar peixe com redes nas ditas paragens mas não lauarão o peixe aly e o Ieuardo a lavar fora 1 da paragen por não empedirem a entrar o peixe nos ditos rios para que se posão aproveitar todos os pobres; e outro sim man dasem pasar mandados para nas ditas paragens hauerdo homens nos ditos mandados para que empesão o lauarsse pei= ce nas ditas paragens com perna de que todo aquelle que se achar lavando peixe nas ditas paragens ou matando peixe com facho perder todo o peixe que delle se achar poçoido ser preso e da cadea pagar seis mil reis de condennação e os vis que asim O consentirem emcorrerão ma mesma penna as quaes pen= nas serdo ametade para quem acusar e a outra ametade para o conselho, o que visto pellos ditos oficiais da Camera, asim O mandarão faser por ser prol o bem comum de que m fazer este termo que asinarão E eu Christvdo Fernandes Es- erivão da Cam* que à escrivy.— Costa Veras Azevedo Gra- ci Santosm. Termos semelhantes a este, ha muitos nos livros da Ca- mara, provando que durante aunos o povo itava que vando os peixes mortos nas barras dos rios, concorria para impedir a entrada dos vivos nos ditos rios. Esta creança es tava arraigada no espirito de homens entro os mais intelli- tes da localidade o que oceupavam cargos publicos como ja ou provado. no seria isto uma superstição transmittida de geração desde os primitivos habitantes--Índigenas ? ] Outra crença que, algumas vezes as autoridades procuravam eradicar da mente do povo era a denominada feitiçaria, cuja crença infelizmente indo tem “Seda adeptos n4 População deste muniei Por maia de uma vez foi tratado em sessão da Ca- mara este assumpto o postas em execução medidas energicas contra os intitulados curandeiros de feitiço, o que os obrigou durante algum tempo a se conservarem oceultos, para mais tarde

JO

inte indicação apresentada em sessão Er ke Julho do 1833:

RUE) Gs ei ma dous individuos, falto de conheci-

) Res psp di mais ERRO a uiemo porque obimaha cana do não Senhor tem emje- Micitado os mizeraveis eredulos e de huma maneira tal adquerido ir 7 entre elles, a ponta de estabelecer sua residencia no Dis- de Paz de Una onde tem feito epoca depois de ter-se ex tabelecido na Encsada, ou Capara, e na barra da Ribeira, mais “temando-se da authoridade Policial deste Districto, asentou que no Rio de Una fazia sua fellecidade, como de facto ali se acha, continuando na múis excandaloza, quanto infimo e ver; Deste escravo, Senhor Previdente, eu tinho hum vasto por conhecer a mais de quinse anno ; nunca ouvi, é nem nunca me contou, que fosse mais do que hum cavador de “terra, e por consequencia hum individuo sem arte, sem luzes, emttm ípio algum, sem que ao menos conheça a virtuds simples hi erva, nem mesmo pratica para aplicação dellas na leve doença caxeira, mais acentou que a vadiação mai “odos os vícios lhe era mais grato, e que porisso devia descu= hnia outra vida apropriada ao seo bel prasel ; erpalhou por- Z era curador de feitiços, cuja vos ectondou-se polos des-

que tudo acreditão, teve de ir fuzer sua residencia na da Ribeira, e ali foi ande acolhe hha grande porção de de quem se fes acreditar como curador, derramando a

=

3682

discordia entre familias a quem elle indegitava como factores « taes males, pondo as assim em hum totel abandano e : embre secos vizinhos sem outro socorro mais que as lagrimas. Outros muitos males Senhor President que longa seria de estro

Juz uso pera as suas curas, e sendo emfim acossado authoridades desta Villa, passou ao districto de Una onde tem praticado as maiores barbaridades sem que o Juiz de Paz dam quello Districto desperte para reprimir; portanto indico que esta camara tome todas «us medidas que julgar convenientes para obstar hum mal de tão funebre consequencia. Paço da Camaro Muni= cipal onze de Julho de mil oitocentos « trinta e trez—Luis Al- vares da Silva, Sendo posta em discussão foi appromada e deli= berou «a Camara que se Oficiasse do Juis de Pos do Rio de Una, e mesmo no desta Vílla, e aa de Juquiá para que haja de inda- garem « constendo lhes que em seos Districtos existem pessoas com tac Oficios, digo pessoas que forem libortos, a a intitula- rem exrador de Peitico os processe nu furma da Lei, e os que forem capticos principalmente sobre o que versa « indicação, a Juiz de Paz respectivo “faça vir a sua prezença debaixo de Vara ao Senhor, e ahi o conitranja a axinar termo de jamais consentir o dito escravo sahir da sua caza, para fora, e nem nella mesma fazer applicação de remedio algum obrigando a desdizer-se que E não he Curador de Fuitiços

O antigo costume de punir cortos crimes, expondo os eri= minosos no Pelourinho e castigando-os publicamente, conservou= se aqui até pouco tempo passado. Ta muitas pessons que me afirmam terem visto ao do antigo chafariz, existente no Largo da Misericordia, esto symbolo dos tempos barbaros, com entes bumanos seguros a ello durante dias o noites, sofrendo assim as muiores torturas. A ultima noticia que encontrei em documento é do nuno de 1833 e prova que até aquella data o logar do castigo era no da casa da Camara, no pateo da Igreja, sendo

Jo neste auno no logar indicado por pessoas existentes. documento comprobntorio é a acta da Sessão da Camara do dis 15 de Janeiro de 1833, onde consta 0 seguinte:

«Forão interrompidos os trabalhos da Camara pelos gritos dolorosos de hum infeliz preto, sobre quem pesava o castigos Nesta ocenzião o Senhor Presidente propos de remover a onde devem ser castigados os Cupticos, para o fim de evitar o escandelo; visto que esta execução se pratica no meio da Villa,

o mais publico deila, habitado de familias muito de corpo dor nc pd a

api de gente, e «o sofre q Moral Publica. Deliberon a mimidade de votos que Se removesse o lugar do Captivos para o mencionado lugar, alto da masmo se passa a urdenar ao Procurador desta collocar ali hum poste quadrado, em que lhe por duis Argoloins de ferro, Oficiando-se ao Juiz de Pas la mesma oceasm, participandi-lhe esta deliberação», Outro costumo, que folzmente desappareceu totalmente do nús, era a conservação de uma forca levantada nesta Villa, qual temos noticia por diversas vezes, nté o amno de 1828 que este costume teve origem no nuno de 1718 em termo seguinte; vinto hi dias do mez de Junho do ano do nasi- moso Senhor «Jezu Cristo da era de mil e sete sentos e mesta villa de nosa Sra das neves de Igoape estando nella o

or Raphasl Pires Pardinho onidor geral o corregedor ade de Sam paulo « aua comarca pello dito Sr foi man- lo Leuantar forea Como ensínia de Justisa em que asistirão a fa exzeCusão o Juís ordinario e dos orfons o Caps Dionísio “fe! Lobo Com os mais ofisiais de Camora todos abaixo asigua- dos e se leuantou na paragem publica e mais conueniento pera exemplo dos mal feitures emCaregando ao proC'urador da Ce- nera é cor mais que ao diante vierem e susederem no dito Car o Cuidado de a edificar todas as veses que nesosario Fr a ta dos da dita Camera e Requerem deucsa se a Causa achar cortado «Bulida» uu fora de seu tuger, fazendo pren- “mo malfeitore Culpado na euxovia pe desta vila donde sara nado o ugreçor do tal delito nas penas que o ouidor geral gedor da Comarec quizer por aus sentença é lho parecer pie dara o dito proCurador Conta do tl Crime o e «Sim aCordarão em Camera mandarão fazer este o por mim tabelião do publico e Judimial e notas, De de Teia" que ao prezente e por ausencia do esCriudo da a 0 fiz esCreuy= Dionísio Frenso Lobo==Rofael Marques= o de Veras= Ante frzo x Creio que o costume de conservar uma foren levantada “villa foi abandonado em 1828, visto como nho consta cou- ma a respeito nos livros da Camara desde esta epoca á

do anno de 1838, quando forum sentenciados à pena do morto dois escravos, constando do termo da sessão da Camara do dia 20 de Abril deste nuno o seguinte;

«Fui lido hum oficio de Bernardo Antonio Neves, Juiz Mus nicipal interino, datado de hoje, participando, que na forma da Portaria do Governo da Provincia tinha de fazor excoutar a Sentença do Jury deste Termo que condenou « pena de morte 08 Reus Domingos e Monvel pelo crime de homisídio perpetra- do nos pessoas de seus senhores Bento Jose de Figueiredo, « sua mulher e filhos, o para cujo fim se fazia necessario que a Camara providencie mandar erigir hum patíbulo no lugar que julgar conveniente, assim tavbem nomear hum sacerdote que asis- ta cos Reos o lugar do Suplicio, bem como nomear hãa pese soa que sirva de Carrasco. Entrando o objecto em discussão re= aolveo a Camara, quanto ao primeiro artigo, que fosso mareado o Pateo da mova Cadea para ali ser erigido o patibulo, euj obra o Fiscal deverá mandar fazer, concorrendo Procurador com a necessaria despesa: quanto ao Segundo que se Ofhicie co Reverendo Vigario para providenciar sobre o Sacerdote que deve asistir uquelle acto: quanto uy terceiro artigo sobre a nomeação de uma pessoa pare servir de Carrasco, que ficasse adiado, para no dia de amanha se decidir.»

Relativamento nos crimos praticados nesta villa, oncontra- se nos livros de notas uma grande quantidade de escripturas, abrangendo um espaço de tempo superior a 50 annos, as quase provam o costume que havia dos prejudicados perdonrem nos criminosos por escriptura publica. Destas ditas escripturas copiei as seguintes:

« Escritura de perdão q. da Teabel Barboza a Frans Bicudo Saibam quantos este po Tnstrumto de perdão virem que no anno do naCimt de nosso Senhor Jesus Christo de amil e note Sentos e des Em os Vinte de Abril do dito anno nesta Villa de Nossa Senhora das Neves de Igoappe Em esta dita Villa mas pot aadas de Izabel Barboza Viuua donde Eu Tabalião ao diante nomeado e avignedo fui a sou chamado e sendo por ella me fui dito perante as testemunhas ao diante nomeados e asignados q. por quanto auera quer quatro annos pouco mois ou menos q. mesta Ve Se matou o seu marido Pedro Vieira de Souza que Deos aia em gloria da qual morte denunçiara q. Frant* Biendo era Cul; ma dita morte e que pela morte e paíxão de Nosso Jezus Christo e porq. queira perdoar a clma do déto defunto seo marido Pedro Vicirs e a sua quando la for que por esta presente esCritura em a melhor forma e uia que podia perdoara Como Com efeito perdoou ao dito Frans Bicudo a morte do dita

imento de Aguiar », e sOritura de perdão que da Caterina Maciel a Breu grs” Je Ps Nunes e France da Cunha e nos mais culpados na morte “deseo Marido. Saibam q! Este Instrumt de EsUritura de virem que no anno do nacim! de Nosso Senhor «Jexus do de mil e selesentos e dezoito Em ox os tre dias do mes -Nouembro do dito enno em esta Villa do nossa Sra das Neues Igoappe Capia de nossa Senhora da Comsepção esta da Bra em as pousadas de mim Tem ao deante nomeado apareseu Caterina Maciel Víuna que jicou de Joto do Cunha

de farias e sua molher Eva em dinersas denunçiaçoins e que pella morte e paixão

mosso Sr Jesu Christo e porque queria perdoace a alma do dito lefunto seo marido e della qt desta uúda partir e asim e pf sem que por este prezente esCriptura e na melhor forma de dirt foda perdoaua Como Com esse Logo perdoou desta dia sempre ao dilo Capptem Bertolomeu frz de farias e a

a Front da Cunha e 0 L$º Pro Nunes a morte do dito

à e à todos os mais Culpados na dita morte por saber estão ignoCentes e toda e qualquer Culpa que por ra-

a podia ser dado o q. da quarella e denhiçiação 6 aClneação q. contra elles se fiz se apartam Coma defeito a Sua Magé que Deus guarde tudo o direito e

366

demumpçiação que contra elles e seus bens tinha de tudo se taua deste dia p* todo sempre que se obrigaua Como defe obrigon por sua pessoa e Bens a não hir nem uir

esta ext

deira tm o eseruy—Crus do

Caterina Maciel Mant tetoro Me Sardinha,

« Termo de perdem q. da Sebastiana Furtada a j

de luas pancados—dos tres dias dias do mes de Nouembro de

mil e Sete Sentos e Corenta e tres annos nesta de Tg My

apareCem Prozento Sebastiana Furtada em presenCa do Juiz ore in Monoel Frz Sardinha ahy pela queixosa Sebaxtiana Purtada

foi requerido e mt vir em Juizo a EsColastica e foi tirada da

Cade e ahy em prezença do Juiz a perdam Sebastiana Enrtada

a esColastica pe nenhum tempo poder io fia panCadas

em Juizo nom fora dello e firmeza de tudo foi mto vip eu ese Crivito efeito de der o perdam e por ella foi dado de que de tudo pe Constar mm q dito Juiz fazer este termo q. o Juiz eSignou e a de parte + en Franco Xabier Podrozo esCrivão o enCruy— Met fre Sardinha Cruz e Signal de Sebaste + tade

Relativamente às moédas em cirenlação no fim do seculo dezeseto, nchei n'um livro do Registros da Camara Municipal o seguinte traslado de uma ordem dada pelo Rei Dom Pedro em 1691:

e Trestado da ordem do gonerwe g! q. for paçada em nome de Sua Mogtt Cuio tor he o seguinte— Antonio glz da Cama Coitinho do conSelho cel Rey mer! comendado das comendas de São Miguel de bobadella, de minsa São Salumdor da matdrio al motacel mor do Reino gonernador geral do Brasil eteo pr qe Sum Magestada Se Seruro passar elvara Sob do Cuto theor ha o Segte— á Dom Pe graças de Deos Rey de portugal algarue da que de tem mar em africa Srde guine e da comquista de nauegação Comerçio thiopia erahia persia e da India. etes pr qt auends ctim | mandado considerando 0x graues emconenientes q. Resultaudo as Beins e comquistas de ndo ser igual em todas as partes à moeda: | e acendendo com toda a circompenção q. devo ao bem unibersal de meus naxalos fuj seruido Iesolner quo asenta da mintein qu mesta cúlado card sob 0 aleuantamento da moeda pe di nullo o de nembum efeito emtendendose o ualor della a Respo do

«tinha no Reino e não da maioria com q. coria neste estado Rem Tegolidade e ser presiso q. so as moedas miudas e Corro p preço serto e esim p se obitar a bem das compras e

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E CE dd DO Aa aq compras múudas q. pe cabedal hey por q. as uinteins im meste estado a quatro as de quatro a sínco sinco a seix o as que ainda ha do seis uinteins a oito o ax q. entigamt foram tostoins e q. tinha marca de sento e a reis a dois tostois e para as moedas da futura nona neste estado ter mais preço q. aquelas q. correm no E porque isperiencia mostrou que as modas da fabrica tostais é duzentos e sincoenta reis q. se manda- correr q tres e a seis lostuis ndo tendo obitio de serta era ultozo uisinelmto Se auiam tido algo terteio mandoi declarar p iditais q. tanto q. e moeda de sinco tontois tem em oiro e fio de seis oitanos q. da mesma sorte chegaçem «o peso de sei eligo que chegacem ao pezo de trez oitauas e combem q. “e pratique tambem neste estado q. se ebitem uzar com e verdadeiras alquas moedas deste genero tendose se a dar é correndo a moeda por sem uisto « ser causador de perigos e os de terseiros de q. Jeusultara contentarse o Comerção com “amais mertosa em beneficio cumun de todos meus usalos ayim de sa moedas tenham o mesmo ualor nas eis Dea q. no Reino ode a de dose nínteins exclusine p* aima de descembe e asim ate em deante nesta cidade e em todas as Cuppitanias e do pelo que pezão oiro e flo em mosa moeda aos que não a moeda corrente que nelle aera logo em resultado e não ser Justo que fique aluredio dos ourives faço o que devo “ter o oiro e prata que cabirem não se auendo os pezos que come pares estes metnis a preço que combem tem do valor intrinsiquo “da sua lei o oiro que me lavrar era de vinto quilates e meio que a vitava a mil e quatro sentos Reis a onça a onze duzentos Reis o marco de iotenta q nove mil e seissentos e ax moedas do fibrica nova correm e quatro mil eotioseutos «8 meas moedas a dois mil à quatrogentos Reis e as quartas e dusentos Reis e e preta lebrada tera delei den dinheiros

« prata sem exceiçam de alguma de qualquer fabrica que ficam sendo terteadas proibidas e comprendidas nas dispuzi- e penas das leis que sob esta materia ne tem publicado « que

te xe não entendera nas moedas meas moedas « quartos de das fabricas antigas pataquos mecs pataquos Reoles dobrado que se ha mendado correr a peso na forma desta Le es della emeorreram. nas penas estabolecidas nay leia o he ultimamente por ser « dita ley fundada na utilidade em beneficio de meus Reinos e vacalos pare aliviar do

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cm ellas lhe pode Resultar e não pode terem todos o. ta efeito continuamente com que fui servido mandalla esp eir sem estas leys por bem delas as que todas as dividas contra

se depois della se contraisem e no lierasem sem eram dos devedores para que csim se chitem as percaçois demandas que se podem se ouver sob a respeitaçom da mesma ley se asim se não declarar mando ao Doutor Manoel de Sa fidalgo de minha cosa chanceler da Relaçam dos estado frço publicar e faça goardar pontualmtesta lej cuia: observancia comem sora a ter efeito do dia em que foi publicada Sem embargos da ordenação em contrario L n.º 20 8 10 e pq. sua notoriedade se Registara nos livros do estado e deée della a q, vem feita mesta do Salvador Bahia de lodos os Santos em os tres de Junho emno de mil e seis sentos e noventa e hum Bernardo usira Ram dasco fiz escrever = Ant.* Luiz gls da comera coitinho - e por que tem publicado na chancelaria p.* mais largam, ge terem tendido no Povo a forma da mesma ley mandei patar o presente edital Sob meu sinal somente o qui se Registara nos livros da Ceeretaria do estado com ella inserta e se fichara no lugar da praça ilesta Cidade e «a Copia delta firmada pelo Cecretario do estado no Ingar mais publico da parça dele Menoel Rogeiro q fiz nesta Cidade de Salvador Bahia de todas os Santos em os des dias do mez de Junho anno mil é seissentos e noventa e = Bernardo veira Rabasco 0 fez escrater=Ant& Lutz gle da camera Coitinho-os edital q' vosa Sinhoria teve p, on reias: mor ooo ey de fa AM ou pe moerla-— Registada a folhas sincoeuta para nosa Sinhoria ver —— Registada « folha sincoenta ete* o qual treslado de ordem atraz e asim contenda eu Miguel fr" Bicudo esçrivdo da Camara o tresladei do proprio original ao" me Reporto em os quatro dias do mes de Agosto de mil e seis sentos e noventa e dois ennos— fica Registada no lwro do Regista da Camara a folhas sincoenta quatro athe sincoonta e sinco por mim escrivão da Camara Miguel fr" Bicudo».

Em 1699, estava sendo recolhida a moeda velha e substi- tuida Vo nova, como podemos verificar pelos traslados seguintes ;

«Treslados de hua ordem do Senhor Arthur de eme mezes governador ql euio lheur he o seguintes

Hu carta eserivi a Uns ha tempos em que lhes emformava mandasse 0 seu din à casa da moeda e esta cidada pa se comer terem moeda nova provincial como Sua Mage q! Dous gi mana dou veio q" athe aqui não tem surtido menhh efeito este Avizo q «q sinto muito pello prejuizo q" ao depuis ham de ter todos eseg

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oleas serão Custigados Em assim me parecer Justiça e fiquem emtendidos q o do q não for a Casa da moeda não ficará tendo nenhu Valor em nenhum tempo e Como de prá está pe hér dre de são Peullo é desta Ve o Rio de Janeiro podem Vis mandor se lhes parecer nesta oCasião tudo qto les for possivel porq vera Com brevidade porq deixeis ordenado q

dlro pronto pe q chegando esto ve troque e o treslado desta minha Carta mendará Vms todas es Villas da Sua Cappitania pe q da mesma sorte fução a diligencia Como a Vas lhe ordeno e sera Com toda a brevidade q possais aleançara embarceçais E Ler? q evo sobredito==g Deos gi a Vms muitos annos Santos desoito de outubro de mil seis sentos e noventa e nove anuos=Artur de sa e menezes=para 08 Juizes e mais affteiaes da Cameca da de nossa senhora das Neves de Iguape.»

«Treslado de outra ordem do Sr governador Artur de ga o Menezes euio thior he o seguinte:

Artur De sa e Menezes do conselho de Sua Magt governa dor Cappr geral do Rio de Janeiro e São Visente e São Peulo E des mais capitanias do Sul com Jurisdição amplicima Co- mendador das Comendas de São Pedro de Tolgozinho da ordem de Christo e Ssante Maria, Por ser «a moeda hua dus base q. Sustenta 08 monarquios e q. asim fazem formidaueis com a fal. ta della o q. as akuine e como o cuidado e fim de Sua Maqée he angmt dos seus Vassalos por ente cousa mandon « casa da moeda do estado do Brasil tanto a custo de Sua Real fanda pºebitar a calídade do dr q. estava entrodusíndo neste es- tado e por me ter chogado a nolísia q. nesta mudansa da moeda alguas pessoas a reculhia asim pera mandaram desfazer em pra- ta lobrada Sem atenderem o Crime em q. Emcorrem não pre- nendo o dano q. fazem a Sua Patria ordeno e mando q ne- nhua pessoa do qualquer calidade estado ou condisão q. sejãy possão desfazer ou mandar desfazer moeda corrente ou uelha com Cominação de q. quem o contrario fizer ficarão emeurso nas penas q. dispom «lei q. são des annos degredado pe o dto fica comfiscado metade de sua fazenda hua parto o consa- dor e a outra parte pera a fazenda Real c deste procedêmts hoi- de mandar tirar denassa no tempo q. me parecer mais ComVe- miente pe q. sejão Castigados 08 Culpados com toda « seusriada- de e pera q. choque à notisia de todos estes se lanço a tom de Caixas Registando-sse nos liuros de SeOretaria e honde mais tocar e se fichard na parte Custumada dado nesta Villa de Santos Aos dezenove dias do mez de outubro de mil e seis sentos e no- uenta » noue-o Selretario Joseph Rabello Perdigão o escreuy-— Artur de sa e Menezes»,

dd

31

Percorrendo os livros da Camara e comparando o compor- “tamento das auctoridades destes ultimos cem anos com o dus do tempo anterior, é impossivel não sentir-se uma impressão des- lavol. Parece que os antigos se compenetrayam melhor dos deveres de seus cnrgos, e, si bem que bastante nutocratas, não «deixavam de cumprir com us obrigações que contrabian pelo logar que oceupavam. Si por doença ou outra qualquer razão não otima comparecer às sessõ0s, ofliciavam explicando os motivos sua ausencia. Si tal não fizessem, nho so livravam de serem multados, como está provado pelo termo de vereança do dia 15 de Agosto de 1734, quando o vereador Manoel Francisco Sar- dinha foi multado na pena estabelecida do «hum tostdis por faltar à sessão daquelle dia, Súmente de 1785 para é que as ametoridades tornaram-se, como algumas vezes se observa, bas- tanto rolaxadas, como provam os netos das sessões, rogistros da correspondencia, termos lavrados pelos Ouvidores gernes, ete. ano de 1787, em virtude de alguns dos vercadores ausentaram-se da villa, o Ouvidor geral na sun visita durante o mez de Agosto, deixou cseripto no livro das vereanças o ter- mo nte

Visto em Correm de 1787 Os Juizes e mais Oficiaes da Camara, q. ucabdu, devem servir de Almotaces no Seguinte enmo, de cujo Cargo não se pole elles exêmir, e menos podem ser dis- pengados senão plo Corregedor da Com com conhocimto do eauza, por serem Almotaces foitos emediatos pela Leis e no por eleição dos mesmos Oficinas da Camara, Não deve Oficial ul= quam desemparar o Seu lugar, e sair po fóra do termo de Villa sem legitima tico do seu Superior, pena ide se lhe dar em Culpa: "Daobem não deve faltar us Vercanços mem leg? empedimento sob pena de ser multado ma fre da Leio Fiquem pois de tudo ad- ertidos pr lhes não desculpar « iguoroncia—Rendons.

Houve outra vez censura da parte do Uuvidor no nuno de 1804, em virtude de os vereadores não fuzerem as sessões nos dins marcados, como se pelo seguinte:

«Vit em Corrm de JSOL, Devem os Autos de Conferencia da Samara Ser Celabrados nos dias decretados pela Ley que são mos quartos e sabados de cada Semane, Nos mn Aumto pum blicos e particulares em que Se flor nos Offcices da Camera, que tem Servido, deve nzar-se pt com eltes da espreção do—ho- mens que tem Servido os Cargos da Governança desta Va por ser o nome que e Ley lhes dá; é abolido absolutam! pe deles se uzar a palavra Republicanos —a que he Bem impropria do Estado Monarchico, que temos a fortuna de sermos governado por elle, por Ser o mais perfeito é o quo maes Se aparrelha «o

sT2

Divino. Tudo o referido Se observe Com a pena de Culpa, cos eg” do Camara e Estem obrando o contrario, Procede os afi- ciaes da Camera Sem demora em marcar o encanar a agoa da

se

Por diversas vezes houve indicações apresentadas, com o fim de tratar da conservação dos livros e documentos centes á municipalidade; porém, nenhuma destas chegou no fim desejado pelo seu untor, À penultima destas indienções que en- contrei foi feita em sessão do din 19 de Abril de 1847, cons- tando da forma seguinte :

«Sur Vereador Camargo fez a seguinte indicação: Snrs, Não he por nos desconhecido o estado em que se achão os Livros desta Camara, pois que tendo passado pelas mãos de varias Em- pregados, a Cargo de quem tem estado os papeis e documentos da mesma, forçoso he dizer que descuidarão-se em conservalos em boa guarda, para delles tirar-mos o que conviesse d nossa hig= toria, e para poderemos pugnar pelos direitos de propriedade desta Camara; acontece que varios destes Livros e documentos desaparecerão enja falta nos agora lastimamos, e os que existem. achdo=se em tis mau estado que brecemente se tornarão sem ser ventia. Indico portanto para we mandar encadernar todos aquel= les Livros, mendando-se egualmente fazer hum Armario para o árchivo da Camara, aplicando-se a quantia de 0000 para o dito fim. Puço da Camara Muuicipal de Iguape 19 de Abril de 1847. Camargo Jose. Foi a Comissão de contas.

Nesta Commissão de contas ficou, nada constando mais a xvespeito do nrchivo nté a sessão do dia 13 de Janeiro do 1862, quando José Joaquim Egas apresentou n seguinto indicação:

«Indico que esta Camara nomeie de seus mombros uma Com- missão para com w Secretario passar a examinar é balancear o archico della, tomando ox devidos apontamentos com ção de todos os livros, papeis, leis, bens e todos 08 trastes que a mesma pertence, afim de que tudo fique descripto e dsbaixo da responsabilidade de quem competir. Sala das Sessões da Camara 13 de Janeiro de 1862 Egas— Sendo epprovada a Camara no- meiou cus Senhores Egas e Vaz kerreira para membros da Com- missão indicada»,

= 373

“Nas investigações que fiz com cuidado a respeito, nada en- contrei que so referisse a qualquer solução dada por esta com Até o anno de 1828, no fim de cndn anno os procuradores da Camara lançavam nos livros competentes uma lista dos obje-

pertencentes a mesma, e na neta da sessão do dia 4 de Ja- meiro do 1845, consta os livros que foram entregues pelo ex- eserivão da Camara, Manoel Joaquim Martius a Antonio Martins de Castro, que nesse dia entrou em serviço como escrivão, Consta dessa liata 08 seguintes:

« & livros de Vereança

n declarações do extrangeiros Provimento

Posturas

Registros de cartas de datas

Contas o de de Outubro de 1828 ia

a Posse dos empregados Fiança Edi Aferições mas Crianças expostas Memorias , Arrematações A planta da nova Cadea e dirersos papeis,»

Dos livros constantes da lista acima falta-nos hoja diversos, «8, entra ellos, um dos actos de vereança ou das sessões da Ca- “amaro, sendo quo os que existem actualmente no archivo abran-

t gem 0s annos seguintes ;

Livro que servio de 1675 à 1692

, » 1729» 1749 1749 1759 1776 » 1789 1788 » 1800

des miss Bbos vtd d

mummwwrS= Fam nm

1 1 al 1 1 1 1 1 1

vevuses vuvvsur unusuvu

1891 » 1894

= STA

1 > > » » 1836 > 1838 1 » > . » 1838 > 1834 1 > > » » 1839 » 1842 10 do » 18422 1845

Fica assim provado que dos livros entregues em 1845 falta nos nm dos 14 citados; porem, por esta lista verificamos que faltam os dos annos seguintes,

Os anteriores ao anno de 1675; De 1692 ú 1729 ou de 27 annos; De 1759 á 17 ou de 17 annos; Do 188t ú 1836 ou do 2 anos;

Este ultimo livro, parece-me devia ter sido entregue em 1845, visto tur sido eseripto pelo proprio Manoel Joaquim Mar- tins que serviu de escrivão de Camara do 1828 ató n data om que entrou Antonio Martins do Castro; portanto, devemos jul- gar que os que faltam do tempo anterior uo de 1776 nho existiam. mo arehivo da Camara em 1845.

Em 1728, em data de 29 de Janeiro, o Governador de Sho Paulo Rodrigues Cezar de Menezes, mandou um officio pedindo notícias dos Archivos e Cartorios desta villa, para serem man= dadas à Academin Real Portugueza; porem. nada pudemos saber sobra o que deveriam conter taes noticias e nem si foram re- mettidas ou não.

Em data de 15 de Março de 1845 o Presidento da Provin= eia mandou à Camara de Izuape a seguinte carta ;

« Determinando Sua Magestulo o Imperador por Avizos expedidos pela Secretaria dos Negocios do Imperio, em data de 9 de Março e HU de Decembro de IS44 que sendo necessario providenciar para que os Documentos que podem interessar a nossa Historia. e que se acham desseminados pelas diversas Re-

ii day Provincias não desappareçam ou completamente se inutitizem por falta de cuidado, que se faz êndispensavel para a sua conservação, esta Presidencia remetta d mesma Secretaria de Estado todas aqueltos de que tractam às $$ 3, 6 e 8 do Artigo 6 do Regulamento 2 do 2 de Jeneiro de 1898, e que exis= tem no Archivo des Providencias pertencentes ao Govérmo, e procure com destelo obter tambem aqueles que existirem nos de quaesquer Corporeções, e cinda mesmo em mãos de particulares, ontendendo-se pare isso com ds respecticos possuidores, que sem duvida não os deixarão de prestar, sendo pela mesma Presiden= cia convenientemente selicitutas, e fim de serem taes documentos

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recolhidos no Archivo Publico do Imperio, O Presidente da Pro réncio recommenda d Camara Municipal da Ville de Iguape, para que prescrutando o Archivo de sua Repartição, c fusendo selecção dos documentos que julgar podem interessar u nossa Historia, 08 transmita a esta Prezidencia, esperando que igual» mente solicitará de mãos de particulares aquelles de que tiver núticia existem em taes mãos; afim de terem o destino ordenado nos citados Avizos, Palacio do Governo de São Paulo, 15 de Março de 18º Manuel de Fonseca Lima e Silca.»

Em 9 de Maio de 1856 o Governo pediu copia autentica das inseripções nas Igrejas, ete; porém, paroco que a unica so- lução que tevo esto pedido, como os anteriores, foi a nomeação de uma commissão para tratar do assumpto, visto como não consta coisa algnma posteriormente n este respeito nos livros da Camara.

Não podemos negar que ha muitas lacunas na escripturação das Camaras passadas; mas no mesmo tempo, não devemos julgar

ue assumptos de tanta importancia tivessem solução sem que

a fizessem constar nas netas das sessões em que forem resol- vidos. E! verdade que existem nos livros de Registros copias de Officios romettidos pela Camara e de cujos Oficios não so faz menção no livro das actas das sessões; como igualmento nestas ba referencia de Offcios que não forem registrados. Em vista disso não podemos afirmar que não fossem remettidos no Govor- no alguns documentos ou livros; porém. si assim fizeram, sem constar a remessa de qualquer forma, as autoridades de então são merecedoras da maior censura,

Seria um neto louyavel quo as autoridades competentes man- dassem examinar todos livros e papeis existentes nos archivos

pessou habilitada, para escolher aquelles documentos qu contem materia de valor historico, e, depois mandassem imprimir estos, para assim conserval-os para o uso dos vindouros. Ha diversos documentos entre aquelles dos qunes mo utilisci neste estudo, que, não sendo 4rátndo devidamente, em pouco tempo fi- enrão em estado de não poderem ser mais aproveitados, e ereio que ainda existem muitos no Caxtorio que são de grando valor, porém, depende de tempo para examinal-os com a necessaria attenção e cuidado,

Concluindo ngora esta pequena obra, não deixarei de pro- curar no futuro reunir quaesquer documentos que possam derra- mar Ju sobre o passado deste municipio, que, pela sun posição e riqueza natural, está destinado a oceupnr posição saliente na historia futura do Brazil,

Esso Gintmeame Youx,

Às abelhas socices do Brasil 6 suas denominações topis

rom

H. VON IHERING

As abelhas socines indigenas do Brasil pertecem à familia das Meliponidas, que se distingue das Apidas pela falta de ferrão sines secreção da cera, que se nos segmentos dorses do abdomem nas Meliponidas, nos segmentos vontraes nas Apidas, das quaos o representante mais conhecido é a Apis mellefica La a abelha da Europa, importada tambem no Brasil ba muito tem

Si a vida da Apis é muito bem conhecida, bem pouco 55! se até agóra da biologia das Meliponidas.

A preencher esta lacana é destinado um estudo meu come- quado ha 22 annos no Rio Grande do Sul e concluido no amo passado.

No correr dosse estudo sempre liguei grande nttenção nos nomes indigeuas das abelhas e à explicação otymologica d'estas denominações.

Foisme de grande utilidade n'este sentido um manuscripto que me ofiercceu o ilustre Sr, Lafayotte de Toledo, nosso con socio, que nelle reúniu, do modo maia completo que lho foi pos- sível, os dados referentes ás nossas abelhas, às vespas e nos seus nomes, Jnlguei por algum tempo que me seria possivel ajuntar no manuseripto os nomes scientificos das especies discutidas, mas não o consegni o, acredito que scrá conveniente publicar o ma- nuscripto—tal qual é—, visto que muito tempo passará nté que seja possivel reunir por todo o Brasil dados semelhantes nos que agora temos para o Estado de S. Paulo.

toquei deste modo a maior dificuldade que se oppõe ao progresso do estudos desta ordém: a inseifisioncia de neqsoa is nhecimentos aetunes da fauna do Brasil no sentido roologico tão bem como no biologivo,

Outra grande dificuldade consiste na orthograpbia incorta dos nomes tupis.

A mesma abelha é denominada em diversas localidados— mandari, mandorim, mondori e munduri—o n abelha tujuva, so apresenta tambem sob as denominações de—teubc e teúva. Estas variações dão lugar 1 grande numero de etymologins. Recorri meste sentido no nuxilio de diversos especinlistas dos mais com- | elo como o Dr. Julio Platemann em Leipzig e nos nossos

eonsocios Dr. Theodoro Sampaio e (sl. Jorge Maia. Peço & todos estes distinctos collegas acceitarem a expressão do meu sincero reconhecimento. Não obstante estes valiosos auxílios, por muito tompo não fiz progresso n'esto estudos,e a ultima vez que o Dr, Theodoro Sampaio commigo conversou sobre o assumpto, achou-me desanimado é disposto a não proseguir na tarefa. Si afinal venci a maior parte das difienidades, o devo a duas exel= lentes obras, ao Diccioxanio Axoxmo DE PraTamexs, edição de 1891, e ao Vocanucario px Bartista CanTANO DE ALMEIDA Nocuxina (Annaes da Bibliotheca Nacional, Rio de Juneiro 1879).

Acompanho perfeitamente as palavras elogiosas pelas quars o Sar, Platamann ao a minha attenção no exellente diceronario

Nogueira.

a explicação dos nomes geographicos provenientes do Tupi tem encontrado grandes dificuldades provenientes do organismo da Ee tupi; para a fds dos nomes dos animaes estas difi-

lades augmentam de um modo assustador, o passo que as deno- minações geographicas na maior parte são indiferentes, podendo Tepetir-se em outras localidades, os nomes soologicos estão intimamente ligados com os caracteres organicos e biologicos dos Animncs a que se referem.

A stymologin por conseguinte muitas vezes exige conhecimentos exaetos da vida dos respectivos animues e estos conhecimentos em muitos casos nem temos, nem pela litteratura os podemos obter,

O indigeno do Brasil era admiravel na observação da natu- rezo e muitos factos lhe eram familiares que & sciencia ainda

são desconhecidos. A prova desta afirmação fornecerá n seguinte exposição, cujo fim é ilustrar no lho da lingua topy os conhecimentos que o indigena teve da biologia do nossas abe- Thas sociues.

No interesso da seguinte disenssão preciso dar em primeiro ulgumas informações sobre a biologia das Meliponidas,

Temos n distinguir os dois genoros Metiroxa e Trigosa. O primeiro pc encerra em geral as especies maiores, cujas azas em comprimento nho excedem o abdomen; «ão de bellas córes, todas mansas e produzem excellente mel. As especies de Tri- GOxA, no contrário, tem as azas mais compridas que o corpo e são na maior parte do tamanho de uma mosca, sendo algumas

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especies do tamanho dos menores mosquitos. No seu modo de viver ns especies do TriGosA divergem muito entre si, sendo parte dellas mansns, no passo quo outras, denominadas fores cubellos, são bravas, atacando o homem, entrando nos cabellos, na vista, ete. e mordendo. Uma especio, a 'TrIGOSA CAGA-POGO (2) larga um liquido enustico que na pello queima como fogo.

Pareco que a natureza commetteu um erro deixando ficar rudimentar o ferrão, vendo-se mais tarde obrigada a munir a abelha de novos meios de defesa.

Os ninhos destas abelhas, cortiços, são cm geral colocados om localidades bom abrigadas, especislmente em arvoros deass mas ha abelhas tambem que constróem o seu ninho no chão o outras que os fazem livres em arvores ou arbustos, semelhante- mente aos enpins das Tormitidas.

Considerando como typo o ninho feito om páu deco, podemos dar a seguinte descripção. Uma chapa borizontal construida de barro nas Mitavoxas, de eêra e breu ras Tricoxas, separa tanto em cima como em baixo o ninho do resto dn cavidade da arvore, Esta chapa divisoria é denominada pelos enipiras batumen,

A entrada do ninho representa em geral um buraco pequeno, no aneio de uma chapa de etra ou de argila.

Em varias especies de Trigona a entrada prolonga-se num tubo de côra que de noite é fechado na extremidado. [sto so com a jatuhy e outras especies mansus, no passo que os tubos largos dos force-enhellos se conservam sempro abertos.

O centro do ninho ocenpa a eria, acondicionada em favas horixontnes e que por fóra são circumdados por delicadas mem- branas de cêra, que formam o envóluero.

O resto du cavidade é ocenpado pelos potes de cêra, que contêm em parte mel o em parte a samóra.

Esta ultima palavra bem conhecida entre os caipiras e que não devo ser confundida com salmoura, referem-se ao pollen que as abelhas buscam nas flóres e que úsua progenitura serve de mutri= mento, As cellulas, das quaes se compoem o favo, ficam providas de pollen misturado com um pouco de mel o, depois que a rainha nellas depositou o seu oyo, são fechadas por uma chapa do eéra.

Em cada cortiço ha uma abelha mestra ou rainha que é uma femea fecundnda,no passo que a grando massa das outras abelhas, as obreiras, são femeas abortivas e nho fecundadas

A rainha madura tem o abdomen muito entumecido, de modo que não póde mais vôar, ficando presa no cortiço do qual é a mãe.

Os machos npparecem em certa épocha do anno, especial. mento no verdo ; não trabalham, ão recolhem mel ou pollen, vivendo unicamento para satisfazer os seus instinctos sexuace

s9

n por conseguinto um elemento inutil depois da Era colas meio de enxames, sho, po) em fins do verão. Observei o facto nos

de observação, notando que os machos,

ra do ninho, são mortos.

factos curiosos que se notun na biologia das Me- merece menção especial n occorrencin de abelhas bri-

tam outros cortiços, matando as abelhas « to-

uu tupi não designe com nomes especiaes e caracteristicos ibolias asanltadoras. contrario, a lingua tupi so refere a outro facto interes- a symbiose de algumas especies de abelhas com co- Tormitidas, conhecidas sob os nomes de cupins. Não é bem claro o fim desta symbiose, parecendo-me, entro- que as Termitidas se associam ás abelhas por serem estas corajosas, o ussumpto que aqui seja mencionado é a oecorren— mel venenoso em cartas especies de abelhas, como tam- e vespas. ra podermos tratar dos nomes tapis das abelhas, é neces- ibrarmo-nos que muitas Ventre ellos se assemelham ds tendo muitas vezes sido confundidas com estas, polos na- viajantes, factos do qual provem a grando confusão q na literatura. O mesmo, entretanto, não so di “indigenas que, com facilidade e certeza, disting socines, sempre desprovidas de ferrão, das vespas, Es- 18 são designadas na lingua tupy por «eichuo (5), ou + de modo que as denominações, em cuja composição estas palavras, podem ficar fóra de nosso exame, por so vespas. “denominação tupi da abelha é, segundo Platamann, Dice. o pas 826, gre-mage, significando gra mel— o manha vigiar, espiar ou vigia (5). a esperteza da vigia do ninho era a propricda- as abelhas, que mais impressionou os nossos indigenas, para os povos europeus a sua diligencia é proverbial, de modélo inimitavel. Neste sentido a palavra ma manda, tem quasi a significação de abelha, entrando na o do muitas denominações. menciona Martius, uma abelha denominada muanda- in ou abelha grande. Outra especie, caracteristica entrada prolongada em fórma de tubo, à Trigona ihe-

ano io qua Mom dee o nomo me, segun ntoya, se refere fin tra, PS ineo tas as outras abelhas dn col: E" preciso notar, entretanto, que tub fica sempro abelha individual, no passo que a collectividade dellas é d da por ira ou eira, do mesmo modo como o mel que o comprehen-

der as d postas, Como o tamanho maior

que quer dizer abelhcsinha on abelha peq cante como von Martius diz (Ethnographie, pagina 671), pela

de não ter esta especie ferrão.

Muitas vezes, estas especies pequenas são denominadas sim- plesmente mirim on emerim o que quer dizer pequeno, e como entre ellas ha diversas variedades, acontece o

dellas ser denomii 1 fest contramos ainda em S. Paulo a denominação guira mirim, «p 9 pequenos, sondo talvez n palavra guira applienda em vez de ira. Aos cnrmeteres individunes dns abelhas pertencem particu mente suas côres que, entretanto, em geral não são muito variadas, o que torna bastante dificil n distineção das numerosas espocia Ha entre as côres, duas que são particularmente indicadas por. denominações especines, que são à preta e a amarelia. De côr uniforme preta é a Tubuna, “sujo nome tambem aj ta sob a fórma de tibuna, Esta variabilidade na proni

é mais notavel ainda er a tujuba—tub

amarolla— que tambem é denominada tíuha, teúba o teúra.

BEI

Acredito que o nome da jatahy ou jati entre tambem nesta cathegoria, significando abeltia branca, sendo a composição da “pa- lavra emanho-ti vigia brancas. O nome—jatahy—ou jatihy é o de uma conhecida arvore s composto de jati e hy oque é o mesmo que-—iba-—arvore. Dizem que esta arvore servo de pro- ferencia para moradia desta especie, o que ao menos no Estado de 8. Paulo nho parece confirmado. Para bem estudar u etymolo- gia deste nome, é necessario conhecer à sua forma primitiva, que, segundo Maurice Girard, no Estado de Bahia, é conservada na denominação de nha-ti, corrompida ao meu ver de manha-ti. Em favor desta minha etymologia fala ainda a cirenmstancia de que esta nbolha, Trigona jaty Sm. no norte do Brasil inclusive n Bahia é conhecida tambem pelo nome popular de «Moça-brancas.

A abelha tem o abdomen estreito e alongado, é do côr clara amarella, poucas vezes encontrada nas abelhas, é justificando por E a denominação—ti ou branco.

vozes é dificil interpretar a significação dos nomes com-

A Trigona tubiba, por exemplo, conhecida em 8. Paulo é Rio Grande do Sul como «tapissuás é denominada no Rio de Ja- neiro, tubi ou tubíba, sendo este ultimo nome talvez, composto de tubé o aíba ruim ou mão, 0 que corresponderia com o caracter bravo desta abelha. Parece-me provavel que tapissud é cor euptela de tubi=çã ou tubi grande.

Uma das especies mais bravas, n Trigona amalthea Oliv. tem O nome sanharó, que quer dizer bravo, sendo, entretanto, a palavra corrompida de nharon; o Diccionnrio anonymo de Plate- mano indica A pena da como significando ira, À abelha mais bravia que existo a Trigonaccagufogo goralmento conhecida sob esta denominação como sob as de barra fogo, botafogo, tem ma lingua tupi a mesma denominação de abelha de fogo: ta- taira ou eitátá.

Tratando-se do cortiço observo que a palavra datumen não se encontra vos varios diecionarios ; escreveu-me porém o Dr. “Th. Sampaio que a palavra é do portuguez clulo, significando o facho ou parede tomada a barro ou com qualquer cousa se- melbante.

Ao contrario, a palavra—samdre—que significa o pollen

nos potes do cortiço, é apenas corrompida de teborá ou heborá, cuja significação, segundo Nogueira, é que «ha de ter mels ou comida day abelhas, como diz Montoya.

Esta palavra conservou-se ainda va forma de—rorá—na de- mominação de algumas especies de 'Tmcosa, sem que pelo mo-

ongado. encontramos esta palavra na abelha mendaguai e a mesma se nos apresenta nome da abelha eiraquarti— a que so refere uma à Padre José de Anchieta, de 31 de Maio de (*) 1560. Como elle dizia ma mesma carta, o nome significa «mel de muitos e esta descripção sem duvida se refere à Zrigonc limao | qual tratarei ainda de um modo mais minucioso. Entre todas estas abelhas indigenas as que têm os m cortiços é maior abundancia de mel são a M Ep nigra e diversas especies do Zrigona denominadas Mombuca, Estas ultimas são denominadas tambem iruçú—, o q juor dizer mel grande é o mesmo nome na fórma de úruc lado no Rio do Janeiro e na Bahia à especie indicada de 3 lipome. E! assim que, passo a passo, a biologia scientifica de confirmar as observações depositadas pelos nossos abori nas suas denominações tapis. Quanto ús localidades em que se acham construídos os tiços, temos do tratar em primeiro logar dos que são feitos chão, cuja denominação tupiz ibu ou nbú entra na composi dos respeetivos nomes. FE á Assim guarubu, escripto às vezos quaripú ou quaraipo de quará, perfarar, varar, e ubú ou ibú, terra, E ordude os ninhos desta especie são feitos em páus dcos, mas ser na parte mais baixa do tronco, donde lhe vem a denom «pé de púu» usado pelos caipiras, prolongando-se o ninho mu tas vozes nus raizes mais grossas. A palavra biuira é comp de ubi-ira. Resta-mo ajuntar que a palavra Mombuca r dizer rando, representando pois denominação apropriada para um abelha que penetra no chão para alh estabolecer o seu Entre 05 ninhos construidos livres em arbustos ou merece em primeiro Ingar menção o de Trigona ruflerus, a nhecida irapoan, palavra que, ás vi se apresenta co em arapud. A etymologiu E a de ira-puan, ninho de redondo, A opinião de Nogueira de que o nome significa puê, abelha levantada, deve ser rejeitada por não se nc] conformidade com a biologia da abelha,

C) Pd, de Anchieta, Epistola quam plurimaram rerum natorallom, ele,

Ii draxim, a Trigona helleri, constróo o “de modo semelhante no da precedente e om geral entro plantas AS feed conseguinto de fórma o

m plica-se assim a etymologia de minho de a erespo ; a denominação tupi de—crespo o Nogueira, chai e, segundo Platamann no Dice.

—ou a em 8. Paulo outra especie d'estas abelhas que con- u ninho de fórma arredondada em arbustos, a Lrigono denominada—cupira. Difiere das outras pela en- feito de barro em fórma de bocen aberta, o que “nereditar que o nome de «bocen do barros mencionndo ESPERE Daft sgdte fd ei dois eram feitos em arbustos, um construido na uma caga e um achava-se num tronco óco, tendo obtido em bôns condições esto ultimo, não sei iva combinado com um termiteiro ou cupim, O nome cu- etymologia é cupim-ira, ninho de abelha ou mel da indicar a associação biologiea com um cupim q o tambem ao aspeeto exterior do ninho, que é com o de um cupim construido em arvore. Acerescen- se que a maior parte da massa do ninho consisto na textum labyrinthica completamente se asseme- é claro que estes ninhos por fóra não pódem

mencionei, algumas abelhas vivem em symbioso ping é não podemos duvidar que os indigenas tivessem “conhecimento deste facto singular A cspecio para à eu verifiquei esta symbiose 6 a Trigona fulviventres Guel nda aqui mel de enchorro, sendo de presumir que ono! a era o de eupira. “corto a symbiose por mim examinada existirá cm certo de outras especies. Deixando por esta razho de Indo a ety- i eupira, temos m prova da exactidão do que tenho dito o de que alem de cupira oceorre tambem a palavra cu da por exemplo por Pixo (loe, city pg. 56) Desta pa- é ivel outra etymologia que a de cupim-uara, se- , como qual se apresenta a abelha cnjo ninho é no meio do cupim. outra abelha que constrós um minho livre redondo a Trigona amalthea e cujo nome trivial não co

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nheço, desconfiando que seja sanharô nome aliás applicado tam- bem uma lha que nidifica em páus ôcos,

mel de varias especies de Triguna é venenoso, mas não consta ainda quaos sejam estas especies. Meu amigo Theodoro Bischof' em Mundo Novo, Rio Grando do Sul, contoume que, em companhia de varias outras pessóns, por ocensião de uma dermbada de matto, encontrou o cortiço de uma abelha de exjo mel não gostou, porque a samora era quasi liquida, misturando so de modo desagradavel com o mel. A unica pessõa que tomára uma porção regular desta mel ficou depois de minutos doente, com signaes evidentes de envenenamento, de modo, que tiveram de interromper o serviço afim de levar o doente á sua casa,

A roferida pessoa yomitou fortemento e teve ataque do convulsões, O sr. Bischoff e alguns de seus companheiros que muito pouco tinham tomado d'aquelle mel, mesmo assim, vomi- taram. Mais tarde encontrando outra vez a mesma abelha o Sr. Bischoff repetiu a experiencia, com o mesmo resultado.

Outra observação referonte ao mel de uma abelha do chão publica A. de Saint-Hiluire na eua viagem a Goyaz vol, IL

w. 50. Ainda uma outra observação analoga devemos ao Endro Josi de Anchieta que, na sua carta que citei anterior mente, afirma que, pouco tempo depois do tomars: certo mel, a possõa fica doente, sentindo fraqueza nas juntas, dores, vomitos e convulsões. O nome desta abelha indica elle ser referindo-so ús numerosas boceas de entrada do ninho, Esta des- cripção parece que se refere à Trigona limao San., da qual no Rio Grande do Sul me informaram ser o seu mel venenoso, Chamam-n'a alli iratim, o que signiflen nariz ou focinho (tim) de mel e que se refere no enorme tubo de entrada do minho. E” singular que von Martius, no seu livro «Sprachenkund Brasi- liensa pag. 52, afirma ser esta uma abelha cujo mel faz tetano,

Alem das indicadas, temos muitas outras provas na lingua tupi dos efieitos perníciosos do mel de certas abelhas, sem que pelo momento nos seja possivel tentar exactamento do asgum)

Assim, fala Pizo n'uma especie que denomina «cibé, isto é, aib-i, comida ruim.

Outra especie é denominada iremboi, palavra provavolmento corrompida de irá o mboaci, que quer dizer mel que faz dôr segundo Nogueira, no Fe que Baptista Caetano a etymo- logia de aremboú nbelha que faz tremer.

Temos de referir-nos afinal à abelha denominada foiti- coira ou «vamos embora» Trigona recurva Smith, Não é facil a explicação da phrase, mas à superstição dos trabalhadores do masto julga logo entregue á morte a pesso que tal phrase pro=

munciar depois de ter bebido desse mel, O que pnrece ser certo é que oste mel tem um efeito embringador, impedindo as pessõas, que o tomaram, de achar a saida matto.

E” preciso mencionar nesta oecasiho que tambem o mel de “varias especios de vespas socines tem propriedades toxicas, As-

Azara o relata da vespa tatú Tutua morio Fabr. e o viajanto francez A. de Saint-Hilairo experimentou, na sun proprio. pessõa. do eus companheiços, o efeito do mel do vespa och —(Caba lecheguana Latr.) Omel produziu lhes uma exaltação nervosa extesordinaria e afinal vomitos, Um «os companheiros do viajante, que provavelmente havia tomado mel em maior quantidade que os outros, pozse a correr sem destino pelos gompos e a gritar como se fora mm lonco.

Lafayette de Toledo diz que na Serra do Barriga, em Ceará, uma abelha denominada—abrou, «cujo mel prodaz embria- caracter assaz curioso; o embriagado berra como bode»,

Parece-me provavel que o respectivo mel procnde de uma vespa, visto que, em geral, os effeitos toxicos do mel venenoso das nbelbas são paralisantes e os do mel das vespas excitantes. Não consta que estes envenenamentos tivessem resultados fatnes,

Si até agora n sciencia quusi nho tem conhecimento destes factos, bem conhecidos dos nossos aborigenes, e nho podemos nem no menos indicar as especies de abelhas cujo mel é vene- noso, muito menos ainda sabe-se de um outro grupo de abelhas cujo mel parece produzir cexemas ou sarnas. O nome da abe- Iha—curuo—talvez corrompido de curi e ei parece indicar do mesmo modo como o da abelha curara uma especio cujo mel produz uma eczema,

Segundo Nogueira eurub significa sarna e curuboi— sarna ou lepra, A palaves curupira, significando diabo, no mon ver, não é nada sinão—curupi—ara—, dono da lepra, À abelha curúpireira, que Pizo tem entre as denominações das abelhas de Pernambuco, não pode ser traduzida de outro modo que «mel de dinbo».

voltar ainda à etymologia da palavra curupira, obser-

vo que J. Barbosa Rodriguos. na sua admiravel obra «Poran-

Amazonenses (Arm, Bibl. Nac. do Rio de Janeiro, Vol.

XIV 1890 pagina 21) diz que a palavra pode significar n le.

tem à roça ou que jas no matto, Diz ninda Barbo-

sa Rodrigues, si derivarmos de curu—sarna, Jepra c pyr pelle,

Será O sarnento, o que vai de encontro á tradição, pois que o earupira nunca se apresenta nffectado de molestins de pele.

RO sos, fernando sta observação, mibéo árblm pode- mos conservar a etymologia de curú apresentando o dinbo não

E

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como sarnento, mãs como o dono da lepra, o curupi—ara, quê à gente manda a lepra,

Os nomes tupis nos apresentam ainda muitos problemas, Assim encontramos entre ns denominações de abelhas as de wriu- tueira indicando xelações entro uma abelha c a venenosa cobra urutú, e a guaiguiquira composta de—ira mel=e quaiquica ese pecie de raposa do genero Didelphys.

Temos de mencionar tambem a especie denominada—ta-

disira—o que significa mel de anta, nome sob o qual uma abe- lia é conhecida no Oeste do Estado de 8, Paulo,

Desconfio que a especie comprehendido sob este nome seja a Melipona titonia Grib, uma das especies maiores que exis= tem, referindo-se provavelmente o nome ús dimensões extraordi- narias da abolha e de seu favo.

Dou em seguida a lista das Meliponidas até agora por mim observadas no Estado de S. Pnulo, e observo que, continuando nestes cstudos, espero que em poucos annos possa oferecer da- dos completos em relação ás Meliponidas do Brasil meridional,

E' por esta razão que nesta oceasião limito-me is abelhas do Estado de S. Paulo, que sho as seguintes especies:

MELIPONA droryana Friesa (Jatahy mosm ade uito) anthidioides Lep, (Mandassaio) pi Friese (Abelha mosquito) bicolor Lep. avipennis Priese. fnscinta Late, fuscipennis Frieso, marginata Lop.(Mandurim, Gua-|fulviventels Guer, var, nigra «rupú do mudo) Fritse (Mel de cachorro), nigra Lep. (Guarupii). helleri Pritse (Traxim). rufivontris Lop. (Zujuba.) bynlinata Lep. fitania Grib, (joty Sim. (Jatahy amarello), vicin Lep. pa Friso CMmiequary, imao Sin. (Lindo ou Iracim). TRIGONA molesta Pai (Tujuvinha) amalthea Oliy (Nanharó). mosquito Sum. (Lujuvinha mirim). bilincata Say. muelleri Pritso. bipunctata Lep. (Tubuna) quadripunciata Lep. (Guira-uçã eapitata Sm. var. virgilii Friese| ou Iraçú mineira). (Mombuca), ruficras Latr. (Irapoan). elavipes Fabr. (Ford). schrotikyi Friúse (Mirim pre- cagafogo Múller (Caga-fogo). | guiça). cupira Sm. (Irazim). snbterranoa Friésa (Truçã). dorsalis Sm. (Tujá-mirim). ltubiba Sm, (Tapissud).

5

“Dou em seguidn da litoratur: is importante * referente Thisgia a Meliênidia do Brasil. o pipa

oe E elques observations sur la Melipone scutellniro, me: in 8.º Bordeaux 1872 (Infelizmente não me é aeces-

Maurice, Notes sur les Mocurs des Melipones ct de

Trigones du Brésil, Ann, Soc. Entomol, France. Paris

1874, Sério Y, tome IV, pp. 567—578.

Thering, Dr. H. von. Der Stachel der Meliponen, Eatomo- Jogischa Nachrichten, Berlin 1886, XII n. 12, pp. 177— 188.

Muller, Dr. Fritz. Poeys Beobachtangen úuber die Naturge- sehichte der Honigbiene von Cuba, Melipona falvipes Gnér. Sm. Auszug u. mit Anmerkung. Zool, Garten Frankfurt a. M. 1875. XVI n. 8 pp. 291297.

Múller, Dr. HM. Stachellose brasilianischo Honigbienen zur Ein- eis in goologische Gaerten empfohlen. Ibidera n. 3 pp. 41—55,

Peckolt, Dr, Th, Ueber brasilinnische Bienen. Die Natur 42 Jabrg. 1898 pp. 579581; 43 Jhg. 1804 pp. 87—91, 223— 225 n 253 294,

Perez, I. On the Production of males and females in Melipona and Trigona. Ann. and Magaz. of Nat. Hist. 6 Series, Vol. XVI. London 1895 pp. 125127 (Aux Comptes Rendues t. CXX, 1895 pp. 278— 975.

Piso et Maregraf, Historia Naturalis Brasiliao Austelodami 1648,

Bpinola, Maximilien Observations sur les Apisires Meliponides. Anmales de Seiences Naturelles, Paris 1840 II XII pp.

116— 140,

Concluindo, tenho de referir-me novamente a um ponto aqui mencionado, que é o do profundo conhecimento que da bio- login das abelhas socines tiveram os indigenas, especialmente os

po tupi-guarani.

certo os indigenas não tiveram conhecimento de muitos problemas que interessam o estudo seientifico, mas em tudo que se refere no no Indo pratico-economico, mas tambem à pos- sibilidade de distinguir as diversas especies pelos seus costu ninhos etc, apresentam-se-nos os indios como obseryadores bela é intelligentes, e 05 nomes que deram ús diversas especies de abelhas quasi sempre são bem característicos,

ie nesto sentido verificamos com relação ás er tambem pelo estudo de outros gru)

Pais. Ao men Re pu ais. Ao men vêr, 05 nomes tupis.

podem e não devem deixar de apro-.

E" neste ponto que os tapis excedem à muior parte dos | nat Be A fes. como o indios da, America do Norte são notaveis

sua habilidade nas suas em erra é caça, parece E ao MRS ae

tros

os não civilisados não existe outro que esceda nos os deste solo, os indios tupis,

“RELAÇÃO de alguns documentos existentes no Archivo da Camara Muni- | cipal de 8. Panlo, os quaes servem de subsidio para a llistoria do

Estado de S. Pando, Fxtrabido do mesmo por—Erancisco Ignacio Xavier do Assis Moura.

nda

Massos do papeis avolsos i 1638

5 Officio da Camara de Santos à Cumara de 8. Paulo, pedindo providencias e auxílio por estarem ameaçados de ser atacados pelos Gantios dos Patus e precisarem de força

dofonder a villa. Maio, 9 de 1698.

1640

7| Portaria do Governador a alcaido-mór do Santos, par- ticipando à Camara de S, Paulo que áquelle porto chegou uma lancha precedente da Capitania do Espirito Santo, que vinha fugida dos Hollandezes, dando parte que no porto da mésms capitania está uma forte esquadra Hollanda e que n'um assalto que lhe dera matara a dois o apresionara a outros tantos, é diz que essa ed segue para tomar esta capitania e para se refaserom de mantimentos e viveres estão escassos naquella, e ordena que se façam listas e que siga para aquello porto, em sua defesa, dois capitães com 50 praças cada um e mais cem indios para defenderem a fortuleza, levando viveres para abastecimento da villa. Santos, 18 de Novembro de 1640.

1640

10] Oficio da Camara de S. Vicente, em que apa Filho lido na matriz da Villa de Santos pelos Piá s da pa de Jesus, uma representação a Sua Suntidado

a Sua Magestado Real em que pedia a liberdade dos in-

dios dotidos e havidos a mais de 30 annos, e pedindo à

AE

N. a coliceção

13

14

17

390 Massos de papols avulsos

Camara que se passasse copia dessa representação e lhva enviasse e, quando não a tivesse, pedisse à de Parnabyba ou Mogy-merim. (Mogy das Cruzes hoje) para se lhe en- viar traslado e que convide as Camaras da capitania a pedirem que não seja attendida essn requisição por ser con= traria nos interesses dos sens republicanos assignado -—Gaspar de Carvalho—Franeisco ,..... (2) Antonio Ma- deira Salvadores. Francisco Ribeiro Tinoco, Antonio Vieira de Mornes.

20 de Maio de 1640.

Oficio do Administrador e Quvyidor das Minas Anto- nio Mariz oferecendo perdão aos que seguirem para o ser- tho em companhia do Padre Pedro Gonçalves Ribeiro na descoberta de minas de ouro ou esmeralda e enviando um edital para se fazor bando.

14 de Maio de 1641,

1641

Ofkcio do Ouvidor Francisco Pinto Raposo mandando prohibir a entrada para o sertão de pessoas de São Paulo e Purnabyba, sob pena de sequestro de todos os seus bens e tomadas dos gentios de seu poder.

Santos, 8 de Outubro,

O juiz Francisco do Camargo manda sutoar numa carta dirigida por André Mendes Ribeiro a João de Godoy em que se queixa da injustiça feita a elle o no seu sogro, 8 em que dizin nada mais temer por sor destimido.

1,º de Outubro.

Oficio da Camara de Santos, pedindo gente e tropa do infantaria—não declarando para que fim—assiguado por —Manoel de Vasconcellos—Manoel Gonzalves Ribeiro Mi- guel Coelho é Munosl Guedes.

(Sem data.)

1642

Carta de Salvador Corrêa de a Benevides, em que diz que a bom do serviço do Sua Magestado precisa do fuzer diligencias para a descoberta de minas de ouro, es meralda e prata e que no mar de Guaratiba lhes foram mostrados alguns os de ouro,

(Datado de 2 de Março, sem indicar procedencia.)

|

18

ds SE (um

Mossos de papeis Avultos 1649

Certidão passada pelo escrivão do Almoxarifado da Fazenda da Villa de Santos, Gaspar Gomes, em que de- clara que a Bulla sobre os indios—Brazis—fôra publi nas tres egrejas daquella villa pelos padres du Companhia de Jesus (veja-se n. 10).

1644

Embargos feitos pelos officiaes da Camara e povo desta villa para que o provedor Pero Cubas não tire a devassa gue dizem querer tirar paro, conhecer do uma provisto do

jovernador-geral, Gaspar de Souza, para ser informado das noticias de como se faziam as conquistas dos indios no sertão,

(Não traz data.)

1645

Carta de despedida de Salvador Corrta de a Be- nevides, na qual recomenda a doscoberta de novas minas de ouro o à cunhagem do mesmo na casa da moeda; é la- mentando a discordia que existe entre a Camara e o povo desta villa.

Rio de Janeiro, 24 de Junho.

Carta de Salvador Corrta do e Benevides, parti- cipando estar nomeado para o conselho ultramarino e Go- vernador geral das minas é nomeando Thesoureiro da casa da moeda o Padre Fernando de Faria e escrivão Francisco Barbosa de Aguiar.

Rio de Janeiro, em 9 de Abril,

Carta dos officines da Camara de Sant'Anna das Cra- zos (Mogy das Crazos) assignada pelos officines Antonio de Faria Albenas, Gaspar Gonçalves, Manoel Abreu, Francis- cisco Gomes, pedindo pessoas para irem no sertão (2).

(Datada de 22 de Janeiro.)

Carta do Governador do Rio de Janeiro, Antonto Ma- ria Loureiro, acusando a participação quo lho fez a Ca-

s

32

B

as

87

Massos de papele avulsos

mara sobre o ofarosimanto feito pelo Padro Joho de Ca das Bello cura do Maruery—(Baruery) do indio Domingo

Lya Santos, 2 de Novembro.

Carta do Sargento-mór Froncisco Garcez do 4 Camara pedindo uma duzia de índios à requisição do vernador geral, Duarte Corrân Vasques Annnes.

Santos, 13 do Julho,

pauta do mesmo pedindo uma duria de indios terem o mento Cubatão é ta Enio, 18 da alho,

Autos requeridos por Francisco Jorge peranto Paulo do Amaral juiz ordinario requerendo sequestro em um en- genho de ferro na villa de Parnahyba pertencente a Bal thazar Fernandes:

(Sem data.)

1046

Carta do Sargento-mór da Villa de Santos, partici- pando que virá a esta villa para seguir em desco novas minas de ouro, prata e esmeralda.

Santos, em 29 de Janeiro,

Q Padra Domingos Gomes Alberndz, vigario da Villa de S, Paulo, qua fôra espulso pelo povo, por «or ida- rio da libe: dos indios, pregada pelos PP. da

de Jesus, envia ú Camara um nttestado sobre a i

listas e sua fidelidade a Elreir e pele ser ido á sua parochia,

Carta de Fr. Simão do Salvador, Guardião do Con-

vento do Carmo, pedindo ú Camara que receba como vi-

gario ao Padro Domingos Gomes Albernas. (Santos, 2 de Abril.)

Oficio da Camara da villa do Santos remettondo co- . pia do concerto feito no Rio de Janeiro com os Padros companhia de Jesus para voltarem para a capitanin (não. se encontrou a copia).

Em 20 de Maio de 1645,

Massoe do papeis avulsos

irmado por João Dias Mendos respondendo á que lhe fez a Camara de 8. Paulo em relação á suns Pre em vista da sentença dada res, (Esto ea ções É terrânos dados à Camara Cola em nome de Martins À! so se encontra a fis, 113 do livro anno de 1636).

psrochia. Santos, 28 de Março.

Carta de Frei po da Victoria, D. Abade de S, Bento, recommendando do n protecção para os monges do

desta Vi Rio do Janeiro, 21 do Abril.

Offcio do Sargento-mór Francisco da Fonseca Faleno, dando à Camara os poderes de seu cargo até que possa vir a esta Villa,

Santos, 21 de Janeiro.

Offcio do Governador Duarte Corrêa Vasques Annacs, partecipando ter encarrogado ao Alteros Antonio Corrêa de reunir gente desobrigada, afim de seguirem para o presídio do Rio de Janeiro, por se ter recomeçado n guerra em Pernambuco.

Rio de Janeiro, 9 de Janeiro.

Attestado passado por Bertholomen ni de Fa ria, Thezonreiro dos aulas do ouro, sobre o bom proce- dimento que têm tido os veroadores e oflcinos da Camara no serviço de 85. Mages

28 de Março.

Carta de André Fernandes, fundador da villa de Par- mabyba, convidando a Camara de 8, Paulo para accordarem nas suas devisas a bem dos povos.

Parnabyba, 24 de Março.

52

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59

84

Massos do papols avulsos 1647

Oficio do governador geral Antonio Telles da Silva, dirigido da Bahia a 11 de Março do mesmo anno, parti— cipando à Camara que ha um mez Segismundo está sobre aquela praça com trinta navios de vella, tomando posto uu villa de itapariea, com intento de continuar com o cerco por muito tempo, « nessas condições vem pedir a esta Ca- mara remetta à maior quantidade de generos é que puder, para sustentar o sitio e relaxar o inimigo hollandez,

Oficio do Capitão-Mór Francisco Telles Falcão, pe- dindo á Camara que remetta com urgencia o maior numero de individuos possiveis, para reforçar nquella praça que terá ser Atana polo ioticigo Nallandis,

Santos, 22 de Julho.

1648

Oficio da Camara do Rio de Janeiro, pedindo soccorro de generos e força para rengirem contra a armada hollan- dezo no enso de tentar esta forçar aquella praça.

22 de Junho.

1050

Carta do Conde do Obidos, escripto da Bahia, lem- brando o amor, zclo « lealdado dos povos da capitania de S. Paulo, no tempo do domínio de Castela para com os Reis de Portugal, e que, estando opprimida a Bahia, será

reciso em bom dos dominios o do serviço particular de El-Rei, quo vão soccorrer aquella praça, visto que os Wens moradores nada podem fazer para expulsarem o inimigo dollandez que n infesta.

Bahia, 20 de Março.

1651

Offeio de Diogo da Costa Carvalho, envindo da Bahia à Capitania de 5, Paulo pelo Conde de Obidos, que traz o perdão do alguns homiziadas, e pie não inovará mada em relação uos PP. da Companhia de Jesus; que com justa causa tem obrado a Camara; e mandando a sentença de dessggravo alcançada pelos Religiosos de S, Francisco,

Santos, 3 do Julho.

E Massos de papeis avultos 61) Recibo passado por Gaspar Gonçalves Vaz Caminha,

mestre da barca Nossa Senhora do Rosario, acompanhado de uma relação de generos que foi remertido pelos morn- dores de S. Paulo para a Capitania da Babia.

Santos, 43 de Novembro.

62 | Carta do Dr. Joto Velho de Azevedo, participando estar nomendo administrador geral das repartições do sul. E Rio de Janeiro, 26 de Abril,

e Officio do Vigario geral do Bio de Janeiro, pedindo & Camara que termino a lucta que traz com o Vigario da q Parochia e seu condjutor. |) Rio, 20 de Março. 1658 E 66 -— Oficio do governador geral Salvador Corrêa do Benevides, mandando fazer nesta villa, por ordem de Sun Masgentade, os mantimentos precisos para a tropa e armada que se acham na Bahia em defeza daquella praça, contra 08 hollundezes. |] Rio de Janeiro, 26 de Julho,

1662

es Oficio do governador da Bahia Francisco Barreto, orde- nando á Camara que faça finta sobre os moradores de S, Paulo e Jundiahy do 80 réis por pessoa e por cada anno para sup- prir os poucos cubedues em que se acham os moradores de sua Eis e por ser um serviço particular feito a Sua Magestade, Jabin, 4 do Novembro.

o Oficio da Camara de 8. Vicente, por ordem do Ca- pitão-mór Gypriano Tavares; avisa à Camara que convide os procuradores das Camaras de Santa Anna do Parnahyba, de ess Senhora da Candelaria de Outu-nsu (Itú) da Villa Formosa do Nessa Sonhora do Desterro de Jundiahy e de Santa Anna das Cruzes de Mogy (Mogy dus Cruzes) para se reunirem no din 8 de Setembro, afim de deliberarem o o meio de lançar o donativo Real de quatro mil eruza- dos gor anno. no eapaço do dezescis annos para o sorviço de Sua Real Mugestade,

S. Vicente, & do corrente (2)

Po

Na eslicoção

75

ii

78

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a

595

Manos de papeis nvulaos

Precatoria da Camara da Villa de Parnahyba, declaran— & e appellado para o Rio de Janeiro, de ordem do Ouvidor Pedi Meyise Portugal, sobrei o Inral de, da com Sa e, e pedindo "serifáão do termo de medição do 22 de Fevereiro, E)

Carta do Governador geml dn Bahin Alexandre de Souza, pedindo nova remessa de generos e gente para

aquella capitania. Bahia, 14 de Outubro.

1671

Quitação gassada pela Comara da Babia a Dstovam Ribeiro Bayão Parente de mil cruzados do donativo Real q os officines da Camara remetteram no Thesoureiro Bar- olomeu Monteiro. Bahia, 4 de Maio. 1674

Oficio de Affonso Furtado de Castro Mendonça da Bahia de 9 de Novembro ordenando que faça recolher às aldeias os indios e indias delas retirados.

1676

Carta do sobre limites de sum Cum itunia e demanda com a Condessa de Viemeiros, sobre lemaronções, 6 do Março.

1678

Carta do D. Rodrigo Castello Branco partici go que seguia para Paranaguá e que não virão 8 Pa suber que vasallos tem 5. M que não se faz pre a vínda, 20 de Novembro.

1678

= Oficio da Camara de Purnayba sobre a certidão pe dida por esta Camara de ser criminoso Manoel da Fonseca

= 897 Massos de papols avulsos 4

Osorio ea foi tomar de Ouvidor daquela Villa, de 18 de Dezembro. o Ee )

Quarta do D. Rodrigo Castello Branco fazendo ver a

de a potente de Capitão a um Ir

mão de Mathias Cardozo de Almeida (não ro o PrENe4

| se; as Minas de Sabará hussu (1). intos, dm 8a Desembro,

Carta de D. Rodrigo Cnstello Branco felicitando os Officises da Camara por sun eleição. Santos, 5 de Janeiro.

Carta de D. Manoel Lopo, que vem em servissos de

S. Alteza Real, participando que por esta nos ul- timós dias do mea do Betambio, Do Bantor à 98 da Agosto.

1680

Oficio de D. Rodrigo Castello Branco pedindo indios para minerar a terra do Jnraguá, Sem data,

Termo de ofício dn Camara sobr soccorro pedido pelo Governador Geral para Manoel Lopo que se acha nas mi- nas. Sem data.

Portaria da Camara ordenando a Antonio Domingues e outros pra RED a A ORA DA ER E vendo sorá suas fazendas responsaveis. Do 6 do Novombro.

1681

Portaria do Ouvidor João da Rocha Pitta ordenando à Camara que faça recolher ás suns aldeas os indios que vivem em casas particulares. Rio, 18 de Junho.

Portaria da Camara mandando ao Oficial do Justiça

que siga para os sertões de Minas afim de aprehender va-

fita indios em poder de Manoel de Campos e outros. 30 de aneiro,

Begnndo a Nobilloreho de Pedro Taquir-aues patento foi pasado» Joko Pi. Torta “dao genro” de Fernão Pata quem primeiro nolis “ldsão de Babark no Betado, do Minas.

398

Massos de papeis avulsos

Portaria do Juiz Ordinario Mans! Penso do y sobre indios que devem ser recolhidos ás nideas, Sem

90 | | Termo de juram: nto ia e ira inata Dessa ao do ea) e se não havia a o los

vem 1683

91] Cmta de D, José (1) E je Rio de Janeiro cendo & Camara seus servi Pontifice a Breve à indios, Rio, 18 de Janeii

92 | == Mandado expedido pelo Provedor Francisco Lambe: peida ser sequestrado os bens deixados pelo Adminii

le Sabhrá-nssú D, Rodrigo lo Branco, |

27 de Maio,

1), Pato Dispo é D. dosá do Barros Marecem, 1 + Blspo o Rio do Janeiro que to- ovo do Pu toco ai cd Sundo de TSER PiDO do o Relnava no Eolla Ponvlio &.8, Papa lanocencio X1.

As bandeiras paulistas DE 1601 A 1604, POR ORVILLE A, DERBY

Numa nota impressa no volume IV da revista deste Insti- tuto, intitulada O roteio de uma das primeiras bandeiras pau- lústa, combinei as informações constantes do roteiro do hollindez Guilherme Glimmer, conservado na obra de Pizo e Maregraff, com tiradas por Pedro Taques de Almeida e Azevedo Marques dos archivos de 8, Paulo, para tentar restaurar a historia de uma das primeiras bandeiras que de 8. Paulo partiram para o sertão que hoje constitue o Estado de Minas Gerses, Nesta ten- tativa, adoptei a bypothese, que então pareceu a mais plausivel, que todas as tros notas acima mencionadas se referiam a um acontecimento,

Ultimamente, o nosso ilustre consocio, dr. Washington Luiz Pereira do Sousa, teve a bôa fortuna de descobrir o inal do documento citado por Pedro Taques é dois inventários de ban- deirantes fallecidos no sertão, que esclarecem perfeitamente a historia e demonstram que as bandeiras eram em numero de duas, Devo à extrema gentileza do dr. Washington Luiz a communi- cação destes importantes documentos, bem como de outros en- contrados no archivo da camara de 8. Paulo, que vêm repro- duzidos VE extenso em annexos e que me proporcionam ocensino emendar e ampliar a referida nota.

O primeiro documento, bastante deteriorado e sómente em parte decifravel, não é, como diz Pedro Taques, a instracção dada a uma bandeira que in partir para o sertão, mas um re- gimento dado para outro fim, que apenas traz, incidentemente, uma referencia a uma bandeira commandada por André de Leão, euja volta estava sendo esperada u 19 de Julho de 1601. Andei,

rtanto, em erro emendando para o anno de 1601 a data de 1602 dada por Azevedo Marques como a da partida da bandeira

de Nicolau Barreto, com a qual identifiquei a que foi acompa- nhada pelo hollandez Glimmer. Esta referencia, combinada com

Á à

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400

os inventarios de handoirantos da comitiva de Nicolau Barreto, fallecidos no sertão, estabelece positivamente o fucto que houve duas bandeiras nos annos suecessivos de 1601 e 1602, sendo que o roteiro de Glimmer so refere ú oira e não á segunda.

A historia quo se deduz dos documentos agora descobertos é a seguinte: ,

A 19 de Julho de 1601 o governador d. Francisco de Souza estava á espera da volta de uma bandeira por elle mandada al- guns mozes antes sob o commando de André do Loko. Esta, confórme o roteiro de Glimmer, gastou nove mezes na viagem e penetrou até perto do rio Sho Francisco, no espigão entre os rios Paraopeba e rio das Velhas, provavelmente na visinhança da actual cidade de Pitanguy. Depois da volta desta bandeira, organisou:se uma outra, commandada por Nicolau Barreto.

Um dos bandeirantes, Braz Gonçalves, o moço, fazendo os seus preparativos de viagem, contrahiu varias dividas das quaos os titulos conservados trazem datas entro 22 de Julho e 8 do Setembro de 1602, A 17 de Fevereiro de: 1603, ostando a ban- deira nas margens do rio Guaibibi, Braz Gonçalves passou outra obrigação de divida, e, adoecendo depois, fez testamento a 29 de Julho, que foi apresentado por seu pre ao capitão Nicolau Barreto, em 31 de Julho de 1603 e registado em São Paulo em 9 de Setembro de 1604, Os bens do fallecido bandeirante foram vendidos em leilão no mesmo dia da apresentação do testamento e mezos depois, em 14 de Março de 1604, em logar incerto, foi feita a partilha dos indios escravisados, tocando ao espolio de Braz Gonçalves tres homens, tres mulheres e tres crianças.

Um outro bandeirante, Manoel de Chaves, tendo levado uma. fechada dos indios, fez testamento em 22 do Março de 1603 o tulloceu em 2 de Abril nas margens do rio Pavacatú, onde se fez inventario e leilão dos seus bens A 14 de Agosto o seu testamenteiro fez uma declarmeão n'um logar designado como «sertão termo 6 limites que povoam os gentios Temininos», que é a mesma designação dada no logar do fullecimonto de Braz Gonçalves uns quinze dins antes.

Dahi se conclua que a bandeira de Nicolâu Barreto partiu do São Paulo logo depois do 8 de Sotembro de 1602, e que cinco mezes depois tinha penetrado até as margens do rio Guai- bihi, que, com pouco risco de errar, se pode identificar com o Gunicuhy ou rio das Velhas. (*)

Coronelil, de 108%, a um rio que pela sum posição a ds Ven some do dba? que dent md À tarto de Bras Gonçalves do que à fórma mudorna do Qualcuby,

401

| Cerca de um mes depois houve um encontro com os indios “em que Manoel de Chaves ficou tão gravemente ferido que fez testamento a 22 de Março, vindo a fallecer nas margens do rio Paracatá, onde a bandeira se achava om £ de Abril, dia em que se fez o inventario do falecido bandeirante, Quatro mezes a bandeira se achava no territorio oceupado pelos indios ininos, cuja posição não pódo ser determinada mas que se ivelmento colloear no sertão no oéste do rio São Fran- cisco e provavelmente no norte do rio Parncatú. A 14 de Março de 1604, foi feita partilha dos indios eseravisados em logar in- certo, mas provavelmente em im ponto do caminho, de volta a villa de Sho Paulo, onde n bandeira chegou antes de 8 Setembro do mesmo auno. A duração da visgem era por= tanto ceres de dois annos. Conformo as referencias registrados na Camara de S. Paulo & bandeira consistia de corea do 300 pessoas brancas «e mais po e essravos do guerras e pelo testamento de Manoel de es snbe-se que este tinha por sua conta tres destes depen- ] dentes dos quaes um era mulher. Nos dois inventarios o na | mota de Azovodo Marques vêm mencionados 55 nomos que se tomar como sendo exclusivamente de soldados cujo mume- zo, n julgar pelo caso de Manoel de Chaves, era provavelmente inferior à terça parte da totalidade da bandeira que provavel- mente orçava em mais de mil almas. Us nomes conservados são os de Aleixo Lemos, Antonio À Luiz Grau, Antonio Bicudo, Antonio Pedroso, Antonio Pinto, Antonio de Andrade, Antonio Roiz Velho (Arnã), Andrá de ! Escudoiro, Ascenso Ribeiro, Braz Gonçalves, o velho, Braz Gonçalves, o moço, Balthazar Gonçalves, Balthazar de Godoy, Bento Fernandes, Domingos Barbosa, Domingos Dias, Domi Fernandes, Domingos Gonçalves, Domingos Pereda, Du Machado, Estevam Ribeiro, Francisco de Alvarenga, Franeis- | «co Nunes Cubas, Francisco Iibeiro, Francisco de Siqueira, Ge- raldo Corrta, Henrique da Cunha, João Bernal, João Dias, João Gago, Jnho Morzelho, Jorge Jono, Jorge Rodrigues, José Gas r Sanches, Lourenço da Costa, Lourenço Nunes, Luiz Ennes, moel Affonso, Manoel de Chaves, Manoel Mendes Alemão, Manoel Paes, Manoel Preto, Manoel Roiz, Manoel de Soveral (eserivno), Matheus Gomes, Matheus Neto, Nicolau Barreto (cn- itho) Nicolau Machado, Pasconl Leite, Paulo Guimarhes, Pedro Rs Pero Martins, Pero Nunes, Rafacl de Proença, Salvador Pires, Simho Leitão, Simão Borges Cerqueira e Sebastião Pires, Na partilha dos indios escravisados cabia a Braz Gonçal- ves nove eneças» e à Manoel de Chaves o mesmo numero de

”o.

409

adultos necompanhados por quatro creanças, Tomando em dez (entre adultos é ereanças) o quinhão de cada soldado da ban- deira seria preciso 540 cativos para satisfazer os cujos nomes vem mencionados acima, Porém, como é provavel que houve carea de 300 pessoas que tinbam direitos egunes na perita; o mumero total de entivos devia ter sido de cerca de 3000, Estes pela maior parto parecem ter sido da tribu Temininos.

Em quanto a bandeira andava pelo sertão levantaram-se em S. Paulo queixas do despovonmento da villa devido à faga dos escravos. Em 24 de Novembro de 1602 a camara tomou conhecimento destas queixas o dirigiu um requerimento ao ca- pitiomor, Diogo Lopes de Castro, em que vem uma referencia ú bandeira de Nicolau Barreto como tendo sido mandada pelo capitão-mor anterior, Roque Barreto, irmão do Nicolau. Por esta referencia consta que dez ou doze homens que deviam ter seguido com u bandeira mudaram de rumo e foram pelo Anhembi (Tietã) abaixo.

Conforme as investigações do dr, Washington Luiz, a fami- lin Barreto daquela epocha consistia dos tres irmãos Roque, Nicoláu e Francisco, filhos de Alvaro Barreto. Roque Barreto que tinha sido capitro-mór na oceasino da partida, ou pelo mes nos da organização da bandeira, não o era a 24 de Novembro de 1602, mas tornava a ocenpar o logar antes de Março de 1608. O mesmo investigador encontrou o inventário, com a data de Agosto do 1664, do um Nicoliu Barreto cuja viuva, Juliana de de Oliveira, declarava que ello tinha feito testamento, mas que este so achava no Rio do Janeiro. Não 6 imposivel que forse o proprio du bandeira de 1602, parecendo porém mais provavel que fosse nlgum descendente ou parente.

Em 22 de Março de 1608, a camara pediu explicações de Roque Barreto, que tinha voltado a oceupar o curgo de capitão- mór, sobre notícias de uma nova entrada projectada no sertão, protestando que a enpitania mão tinha gente para ísto e mos- trando receios dos Indios Guarimimis da visinhança, Nesto docu- mento vem a interessanto informação de que a bandeira de Nicolim Barreto consistia em perto de tresentas pessoas u mais gentio e es cravos de guerra. Nesta occasiho Roque Barreto respondia mandaria gente para «alimpur ladrociras» o quo mandaria cha- mar o seo irmão Nicoliu.

Mais tarde, em 19 de Julho de 1603, a camara protestava ao novo governador, Diogo Botelho, sobre diversos nssumptos e entro esses o da noticia que corria que o governo in exigir para si 4 terça parto dos escravos quo seriam trazidos pela bandeira, cantão músente. - Por am oficio de 13 da Janeiro de 1608 dirEta

405

“do no donatario da capitanin o traneeripto por Azeredo Marquesa, -s8 que esta exigencia foi depois reduzida a um quinto, que ainda assim foi motivo de muito descontentamento. Que n fosso à facilmente comprehensivel visto que a bandeiranta “Gonçaves contrabiu dividas, parn preparativos de viagem, ja de 97 eruzados (988800) e, a julgar pelo leilão hão de Manoel de Chaves, o valor dos eseravos que to- cavam a cada bandeirante regulava, proximamente, no dobro dos- “quantia apenas. “No referido officio do 1608, n camara declara que as cinco villas então existentes com a Cananén podiam pôr em campo de 300 portuguazes com imais de 1.500 «sernyos «gente usada “no trabalho do sertão, quo com bom esndilho passam ao Perú terra, e isto não é fabulas. Como porém a camara menciona logo em seguida a bandeira de Nicolau Barreto como a mais “motavel façanha nesta sentido até então eflectuada, é quasi corto y antes de 1608 não tinha bavido nos sertões ao norte de E. Paulo sinho as bandeiras do André de Leão e de Nicolnu Barreto. Evidentemente u enmura de 8. Paulo julgava que esta mltima bandeira tinha penctrado até proximo nos limites do em s não so pode qualificar de muito inexacta esta spprecia- os Tito que os Hepanhóes daquele tempo, «como os seus lentes de hoje, pretenderam abranger com este nome grande parte da Dacia do Amazonas.

4 de Junho de 1904

Onrvicte A. Denny.

Rromusro no Carsrão Diono Gru Laço que LHE DEU O Br Govoou Dou Francisco ve Souza

Primeiramente. ( . ssa id da a “o capitão desta villa e heus

ce e ++ + doscoborta é por descobrir desta que vos obedecerão conforme a dita provisão que minhn do dito enrgo. . . , daveis e não consentireis alguma possa por ora ir as minas ja descobertas. . . (eee de de Ivo Affonso Sardinha o velho e ' Bardinha o moço aos quies deixo ordem do que neste par- poderão fazer que vos mostrarão por sor os di é p.'* que bem entendem que. +. cr cas cre www + « disto corro em principio, À cousa de » consentir irem outras neubias pescas assim as minas des-

404 |

cobertas como as por descobrir, é entre outras porque. .

- - + cada dia estou esperando com com a favor do Deus | por mineiros é ordem que Sua Magistado ba de mandar a benefício destas minas e bem q aos q forão descobertas se não bula até a vinda dos ditos mineiros e mais officines e os achem Tabietos é cvajha tai 1 : q

- o conte fizer disto o q delles não espero, a me mandareis emprazado , css PRE ZE 2

5 a «fazer a - “a ordenareis capitão RS . .. voe o + farão rensoba da gonto

Pa de listava

da e defensão da terra 6 ser-vos-n mandando

detida alguns monquetes e arcabusos petreiros —— 2 « - com que não haja descuido antes muito enidado como de vos. . - confio e seguirseda

neste particular a ordem da dito lei das ordenações como Sua Magistado de novo mande se faça,

Sendo easo com o favor de Deus e da virgem N. S. de Monsorente venha recado do serem achadas as minas do prata que Andre do Lito com mais companbis foi buscar logo orde- nureis de me avisos, DOME; “é a do jo a do . 2240) conforme digo, . ç o troueerem o que . «vc + a + + traslado delle em, . - ao O espião Roque Barreto é o provedor Pedro Cabos vos dem . . PR . embarcação no porto da villa de. . or conta da fazenda de Sua Magistado e todo o mais aviamento necesunrio Eng lhes pedirdos e Eira RR de so mandar este aviso. , . é Su nd não fordes causo, . . -. - uão 0 consentireis a ninguem que va as ditas minas de prata, . . . O favor de Deus = e 4. + pelo perigo que correra os q astim forem dos inimogos q la no caminho,

q poder succeder.

ád

405

ue Andre de Lião ou pessoa q om seu lugar

ami vos pe al ave o ind pa ls na q

e a + MeCESSArIO pOr,

«+ q la nchar logo procurar de succorrer « com

à ponto data caput e e + tambem = ajuda ; | dito epitão: Roque Barreto

Tal * + somente « DAM TE A ar ad

“o - conho E 4d o é, Rd:

indo qo cs - do mais que meceder 2 20. ERES socorro como. . sv ua a faVOE 4 0 a * «descobrindo os ditos Affonso Sardinha, .

consa 'do novo q sea. . . importancia e querendo

se me avisar ordanareis que va o dito aviso pela maneira atraz * +, O dito q no mais que se oferecer vos om- commendo o cuiddo vigilaneia que de vos espero e bem assim de todos os moradores a villa qual com o favor divino hn de ser cidade antes de muito tompo e hão de ter grandes ais e mercês que lhes hei de a com Sua Magistade porque a pra a pd parte donde mediante o favor de Deus minas, este regimento mando se registo no

livro da aa desta villa para que todos, Dado em São Paulo n 19 do Julho de 1601 ânnos.—O gor

Dom Francisco de Souza.

(Ancmivo Da Camara MusicrraL DE 8. PavLo, Liv. 55, Tit. 1600, fls. 36).

1604

Ixvestarto que o Jutz nos OpuÃos BersanDO DE e AO a <= c rhzen DA Fazenda que ricou nm Braz (uz O MOÇO DEPUNTO.

Anno dos nascto de Nosso Snr, Jesus Christo de mil e sei= sentos e quatro annos aos nove dias do mez de Setembro da dita era no termo da villa do 8, do do S. V.” do que é capitão e governador o Sr. Lopo do Souza por el-rei noseo senhor, etc. no termo desta villa aonde chamam Gerabatibe nas casas e fazenda de Braz Glz. o moço defunto nonde o dito juiz

406

foi a fnzor inventario do dito defunto e logo deu juramento dos santos envangelhos a viuva Catarina do Burgos mulher que ficou do dito Braz Glz. defonto. . 2 0 0% pelodito jura ento. . sw . . da toda, E por falleco” do seu marido o promoteu fazor O assignou por. +. «wu Juiz Senastião Limp

EE SA fee ol va CORCRIVÃO: BCE

Bo ve Quanros Sesasrião Laws.

( Seguemese :

Termo em que são escolhidos avaliadores Francisco de Gama, e João da Costa,

Deseripção das peças do defunto e mais bens,

Termos de curados à lido à Juan Santanna.

Termo de venda da negra Appollonia a Bartholomeu Bueno por 27.097 14).

(Acostado ao inventario feito em 8. Paulo está 0:)

« Auto de inventario que mandou fazer o Capitão-mór deste arenial Niculau Barreto neste sertão por morte e fallecimento de Braz Glz. o moço dos bens que ss lhe acharam que logo man don vendor =.

Anno de nasem,* de nosso Senhor Jesus KPto da era de mil e seis centos e tres annos aos trinta e um dias do mez de Julho do dito anno neste sertão de limites q" povodo hos gentios Te- miminos perante o capitão-mor deste arraial do descrbrimento de minas de ouro e prata c mais metaes Niculao Barreto pare- ceu Braz Gly. o velho m.º” na villa de S. Paulo ando eu escri- lda o a a io o PE rr ondo » dito capitão estava o logo pelo dito Braz Gla lho foi apresentado o testamento q' adiante vai aqui ncostado requerendo lo o mandasse sun meree comprir como se nela continha q! hora de seu filho defunto Braz Glz o aesim mais mandasso vender em Jeilão os bens q" avião ficuado do dito seu filho defunto a quem por elos mais de e pogar em S Paulo om ia dachegada

festa jornada a dois mezes primeiros seguintes para os erdeiros do dito defunto postos em pnz. + e em salyo na dita villa. E logo pelo dito capitão Niculao Barreto foi dado jur.* dos san= tos evangelhos em bu livro deles no Braz Glz. q" decrasso e dese PEDE RE = aqui tudo o que nvin ficundo

dito seu filho defunto nssim o prometteu aséraiogo apresentou as cousas seguintes. . «+ termos das, . 4 « e ondas parese. + + « «0 dito capitão mandou por em

47

almoeda e om publico leilão a quem por eles mais dese pagar conforme as decrarassoes dos ditos termos. E mandou o dito espitão se cumprisse o test”, . do dito defunto e mandou fa- ser este auto de inventario como dito he o assinou aqui com o dito Braz Glz. quo recebeu o dito juramento 6 sob cargo dele o fazia curador conforme dito testamento rezava e que procu= rasse todo o bem dos orphãos o que assinou como ntras fiqua dito do que assim requeresse, E eu Manoel de Soveral escrivão desto arraial sobredito que ho eserivi.

Braz Giz, O caprrão NycuLao Barnero.

TESTAMENTO

Em nome de Deus amem. Saibão quantos esta cedula de testamento veram em como no anno da nascimento de nosso Snt, Jesus XPO de mil e seisentos o tres anos aos vinte e noye dias do mez Junho do dito anno neste sertão domde me acho eu Braz Glz o moço me acho enfermo de doensa q. o Snr. Deus me den o estando cm mou verdadeiro juizo o entendemento ro- gei a Fr. Nunes Cubas que fizesse escriyesse este testamento

. deseargo dn mínha consiensin por não saber quando Nosso

1. será setvido mo loyar para si no qual enconmendo minha alma pois me creou e +. . mioporsou prosioso sangue é peso ao ++ é 05 bemaventurados apostulos 8. Padro e

Paulo enjo din hoje he sejam meus avogados e intersessores e alcanção perdão de meus pecados amem.

Decraro q. sou £º legitimo de Braz Glz o do Margarida

Fra. sun mulher que Deus baja,

ecraro que sou casado C.º de Burgos f.º de André de Burgos e de sua mulher. . . . . ambos. - temosos filhos asgintes à sabor Bartholomeu, Isabel o Andro e Margarida cs quones são erdeiros do minha fazenda.

Mando que me digão hua missa cantado e hu oficio de =. por minha alma e ce duma desmola o ..... Mando que se mo diga ao anjo do minha gonrda duas miscas o

bua no santo de meu nome, . . . o bemaventurado São Braz Nossa Senhora do Rosario tres missas e noss Sur. do Carmo duas o hua missa . . . detodosos suntos . . . seus

respostos por minha alma.

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Mando que pagas minhas dividas e legados so de desmola. e page o que tenho prometido pelos . . .... que se achar q. prometi.

deeraro que sendo ensado uvi dous filhos de bua escrava minha. hu por nome Domingos « outro Baltezur nos quones por não serem erdeiros. . . . . os ontro deixo o remanescente + de minha terra e os recommendo a meu pai Braz Cla dos quones será curador e dos outros tambem e os mandars eriar o doutri- nar porquanto os forão e tome os ditos meninos Domingos é Bultozar em minha terra, docraro 6 deixo. + «cu ww ww sa

entregue . +. que +

si leg

mando que se não venda o marido da negra de quem uvi os dous £.ºs, que se chama Paulo nem sua mulher Apolonia porque avendo terra eu os forro. . cc ce + + + NOS ditos meus fºs e nho buvendo . +. que podem servir na creação nos ditos meus fºs. mando melhor meu pai ordenar q. cada bum tinha +. 22. crer, 0 £º julio £.º da dita Apolonia fazse mn. delle e dos mais cativos o q. for rezão e justiça. decraro que tenho de meu serviço ns peças segintas Jerony- mo é Polipa sua mulher . +. ceu fiiho Aloixo e mais hua moça por nome Juliana e Ant”, e destes são forros é dar se-a a mens erdeiros o q. lhes conber e encommendo quo os tratam bora a asi mando de. . . . . quinhão e prrtilha do que me couber deste descobrimento encommendo no capitão aja respoito a meu serviço o à meu pai fará por segurança do q me couber q. for rezão e justiça.

decraro que n meu irmao Domingos Glz devo em minha consiensia pouco mais on menos cinco ou seis cruzados será o que ele dizer sempre cinco ou seis se lhe page e é isto de nos- sas contas, decraro q" o q! se achar por meus asinado 1 se de- vo sa page, deeraro sou pago e satisfeito do meu pao da legi- tima que me conbo erdar do minha mae q' Deus tem noi, , p* «della p” me ter pago e asi estou pago da legitima e dos te de minha mulher dos, . cce aqsho,

- de meu cunhado, me n de dar gitação das nos- contur do q' page a, . + + * por conta do inventa-

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, duas calderinhas que tondo de nosso serviço e hu relicairo do prata ele trouxe por meu, . , . «+. de trazer fazer o gusto nesta entrada". . .dorio goinbibi onde. , .

o omté e ler; . . +. povoado encommendo a meu irmaos a favoresão e leve pois cu o fazia por amor de Deus. se pondo em arrematação e que se achar meu q' meu tezar decrarará, e por isto ser minha derradeira e ul tima vontade Requeiro ás justiças de sua magestade de em to- do cumprir e mandar cumprir esto como se nelle cótem o qual ami asinei como o dito Fr Nunes Cubas e Jorge João e Jorgo iz e Ant” Pinto o Manoel Faes e Joho Berna] e Joho Morze- lho como tndo dito, * , * . ntraz escripto Fro Nunes Cubas, Braz Glz, Antonio Pinto. Jorge Joho. Jorge Roiz. João Jorge Roiz. Jobo Morzelho. João Bernal! Manoel Paes. arou mais ele dito Braz Gla. testador que fazendo in= zame com sun consiensia achava não ser seu filho o menino por nome Domingos atraz nomeado o quosl dizia em Deus é om sua consiencia não ser seu filho o Bria por revogado tocan- te nelle e o deixava por cativo como era e quanto ao outro por mome Baltazar ase decrava ser seu filho e o tomava na sua terra para que fosse filho e so cumprisso o desso o atraz tocanto a elle em seu testamento . . + . para cumprimento deste testamento e deeração q”... fazia momeava por testamenteiro sua mulher C.º de Burgos e o sem pae Braz Gon- qalçes juntamento para o effsito de se cumprir o que dito he e ns testamanhas que se acharam presentes foram Antonio do Andrade e Antonio Pinto e Jorge João o Jorge Roiz e Mathias Gomes e Baltazar Gonçulves todos . . . que asinaram co- igo Francisco Nunes Cubas que deeraro estar o testador em seu entendimento perfeito que Nosso Senhor lhe deu e mo. o e detormmar . , «esta decração es , aos treze dias do mez de Julho de mil e soi- sentos e tros annos, Fre Nunes Cubas . . . Asino por mi e pelo tostador por... 2 + - «ser lhe tremer a mão por doen- sa 6 fez é nsina sómente

Free Nunes Cubas Jorge João. Baltazar Gla. Antonio dandrade Matias Gomes , , , Antonio Pinto.

40

E logo neste dia, mez e anno atras. . cs neste avcal pelo capitão mor d'ello Nyculao Barreto foi man- dado vender em leilão as cousas seguintes a pagar em d'º villa de S. Paulo & paz « em salvo para os erdeiros do de- funto Braz Glz. da chegada deste sertão a dous mezes posto- riores seguintes, E al de Soveral escrivão deste areal que ho escrivi.

O Capitão Nyculan Barreto.

Um gibau de . . . mas sem mangas . . . are matada a Luis Eannes m.” cm 5, Paulo, findor Antonio Pe- droso. 5.700.

Duns pratos de estanho pequenos forum arrematadas a Bal- tazar de Godoy 600 rs. fiador Simão Borges.

“Pres cunhas de corto qualsadas em 10 cruzados a Dos, Gla, irmão do defunto,

Hua eisco com seu fuzil a Duarte Machado em 640 19. fia- der Geraldo Corros,

Um vestido de panno pardo . «à Mathias Gomes em 7.000, fiador Baltazar Gla. ambos m.'* em S. Paulo,

Uma sexoulas de algodão novas a Balthasar Glz o volho 1.º" em S. Paulo em 8.

Um chápeo pardo usado a Antonio Pedroso em hum cruzado fiador Pascoal Leite ambos mo."* em 8. Paulo,

huas meias de ln encarnadas o um sapatos de carnera a Pascoal Leite em 3,000,

Hum fouco de serviço a Paulos Gurm, em 800 1 findor Geraldo Correa.

Huma rede de dormir usada a Jose Gaspar Sanches findor João Bernal 1.000.

Hum manteo de olarida a João Morzelho em 1 pataca fiador Sebastião Peres.

Hum espada a Balthasar Glz. o moço, irmão do defanto 5.200 fiador Manoel Affonso.

am de couro do anta à Rafacl de Proença findor Sebastião Peres,

Aos 16 dezeseis dias do mez do Março de mil e seis cento e quatro confesso o curador do inventario Braz Glz o vel estar satisfeito é baver recebido & cruzados de Balthazar Glz o moço q here a dever de suas seroulas ete,

411

das pesas que foram dadas no defunto em questão.

Aos quatorze dins do mez de Março de anno de mil e seis centos e quatro foram dados em quinhno do defunto Braz Gl tres negros e tres negras e duas crianças e mais hu ra- pas mag s que estario.......4.,. COM 08 mais que neste sertão se repartirão dos negros torniminos enc es ++. A8 quones recebeu o curador deste inventario Braz Glz o velho para levar a povoado aos erdeiros . Pro ma ave ww» + mandado do capitão e a requerimento do dito enva- dor por não aver quem as comprasse sendo postas em leilho no terreiro desto nmial e não se nchar outro remedio para em arrequadasão de que eu escrivão fez este termo de

(Seguem depuis os mais termos do inventário em São Paulo),

[merdas credores apresentam conhecimentos de dividas em

rios de papel a parte que copiamos). o Digo 2 Pao Bananas à Gr morador na villa do 5. Paulo «2d é verdade que eu devo a Braz Mendes treze cruzados em dinheiro de contado os quaes lho pagarei em vindo desta entrada que faz Nicolau Barreto capitão os quaes lho daroi da Cs a um mez lhe darei a elle ou a quem esto mostrar e

ro que lhe darei uma rapariga ou um rapaz concertando os ambos e não concertando lhe darei os treze cruzados em d.” Por ser verdado lhe dei esto por mim assignudo e ro- garem e Antonio Pinto q este fizesse e assignasso como testa- munha=-Feito hoje 8 dias do mez de Sotembro de 1602 a An- tonio Pinto Braz Glz.

E declaro este conhecimento foi da um pouco de sal que me vendou,

« Digo eu Braz Glz mt mu villa de 8. Paulo q é vordade

ue devo a Manoel . . m. na dita villa 21 eruzados em contado os quaes sao de fazenda qua me vendeu nesto sor- tão em . om pannos dargodão os quaes 2L cru

sados lhe pagarei da chegada a minha casa a 8, Paulo a dous mezes o qual pagamento farei a elle ona quem me este mostrar é sendo cnusa que Nosso Senhor faça de mim alguma cousa neste sertão mando que se lho paguo de minha fazenda que aqui se achar epor . . . sepassar na verdado roguci Ant? Pinto qne este fizesso e nssignasse como testemunha. Feito hoje 22 de Junho de 1603. . : Braz Glz, Antonio Pinto, »

= Digo eu Braz Gls o moco morador na villa do 8, Paulo q 6 verdado q eu devo a João + . . . + + oito erizados em d.” de contado de um pouco de fazendaque me vendeu digo doze patncas as quaes lhe pagarei em vinda desta entrada em q"

412 '

vou com Nicolau Barreto e por ser verdade roguei a Sobnstião Mendes 9 este fizesso e assi, com testamunha, Hoje 22 de Agosto de 1602 Sebastião Mendes. Braz Glz, » « Digo eu Braz Glz o moço q 6 verdade que cu devo a cw + do Lara 30 crus m d.º de contado os quass lhe pagarei em vinda desta entrada que faz Nicolau Burretoao sertão, os quaes 35 cruzados são de vm vestido que me vendem e de fazenda e panno de algodão e pratos, e mão indo agora lhe pagarei doje dia de S. Lourenço a um anno 6 por ser ver-

le roguei a Antoi into que este fizesse e assiguusse como pets - - Hoje 10 de Agosto de 1602 Blax Glz. Anto- nio Pinto. »

« Digo eu Braz Glz o moço é verdade que devo a Domin- gos Barbosa tres cruzados de. . .. . 0. e me vendeu os qunes tres cruzados me obriga lhe pagar a elle ou a quem me este mostrar em. . «2 20MO. + + o = neste arraial . «+ « « «me pediro por verdade roguei a Frato, Nunes Cubas que este fizesse e o assignasse hoje nesta rio de Gonibihi aos 17 de Fevereiro da 1603 Fr Nunes Cubas. Braz Gle. , . «raro que será no rio dannembo «,

« Digo ou Braz Glz o moço que 6 verdade que eu devo a Manoel Paes dous cruzadosdumas . . . . Djas quo me vem os quaes dous cruzados darei em dinheiro de contado trazer me 50 Sonhor desta viagem e lhos darei a ella ou a quem, me mostrar por ser verdade roguei a Joho Francisco que este fizesse e ussignusse como testamunha feito hoje 24 de Agosto de 1602. Jono Francisco. Braz Gly.

« Digo ou Braz Glz o moço que é verdade que ou devo a Numo Vaz Pinto quinze cruzados de muitas cousas que comprei os quaes quinze cruzados lhe pagarei em dinheiro tanto que Nosso Sr. me trouxer do sertão desta entrada que vas Ni colau Barreto por capitão e não indo elle pagarei da foi deste a um anno e por que é verdado roguei a quocste fizesso e assignasse como testamunha, Hoje 26 de Julho de 1602 anmos.

Braz Glz.

Braz Gy.

AUTO DE INVENTÁRIO QUE MANDOU FAZER O CAPITÃO-MOR NICULÃO Bannsvo pon raLLSCIMENTO DE MANOBL DE CHAVES SOLDADO DESTE ARRAIAL.

Anno de nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil seiscentos e tres annos neste sertão e rio de Parncatú, nos

413

moz de Abril do dito anno no rancho de Domingos Dias Manoel de Chaves defunto onde eu escrivão fui e o capitão estava por elle foi dado juramento a Domingos Dias va mão dos santos evangelhos que deelnrasse todas as cou- ficaram de seu irmão defuncto Manoel do Chaves é o tou fazer e ussignaram aqj Eu Manoel de Soveral es-

o deste arraial que o escrevi.

O capitão Nyculão Barreto. Domingos Dias.

“Tiuso pe Juramento DADO A Pexo Nuxes w a ALuixo Lexk PARA SERVIRKM DI AVALIADORES DA FAZENDA DO DEPUNCTO Mason pm Caves.

E logo no dito a e anno atraz escripto pelo dito ca pião Nyculão Barreto foi dado juramento dos santos evangelhos a cruz a Pero Nunes e a Aleixo Leme para que elles ava- Jiassem as consas que foram do defuncto Manoel de Chaves e o

aqui com o dito capitão, E eu Manoel de Soveral

0 escrevi, O enpitão Nyculho Barreto. , Aleixo Leme —Po. Nunes.

vao» 8000 valindos em, 2.000 corra 8.000 RA 1.640

o ess 85600

+ 1000

sem bainha... poucos de anzões e alfinotes. .

444

Declarou o dito Domingos Dias que havia mais tres Antonio, e Rodrigo e Leonor e disse que não havia mais zenda de scu irmão defuncto e o assignaram aqui-— Eu Manoel Soveral escrivão eserivi, O capitão Nyenlio Barreto; Aleixo Leme. —P,” Nunes.

TESTAMENTO JESUS

Em nome de Deus amem. Saibam quantos esta cedula de testamento virem que no anno do nascimento do Nosso Senhor «Jesus Christo de mil seiscentos é tres annos estando eu Manoel de Chaves doente de uma frechada que me deram os tapias com. todo meu juizo perfeito os 22 dias do mez de Março da dita era detorminci fazer esta cedula de tosta!o p.* nella declarar ns cousas seguintes.

« primeiramente encomendo minho alma a Nosso Senhor Jesus Christo que a remio por seu precioso sangue queira haver mi- sevicordia de minha alma < rogo a virgem nossa senhora que queira interceder avogada de seu bento filho, amem.

« mando que me digão um officio de novs lieções e Jhes par gara com... aqui tiver.

emundo que me digão cinco missas rezadas a honra do nosso. senhor Jesus Uristo. á

emando mais outra rezada a honra do bemaventurado 8, Fra? supe da a outra cantada a Na. Sa, da mizericordia.

«ontra missa a Na. Sa, da Concoição rezada.

cerco ros Na, Su. da Piedade regada.

« declaro que sou ensado. ..... « Dias da qual tenho um filho oquile.......... fazenda.

«declaro mais que em casa de . flha a qual deixo o remanecente . legados compridos.

voe + ++ tonho uma + + terta depois dos

e deslaro ....sess meu conhado . cc cre us de 8, Sebastião tres patacas, « declaro que o que devo as confrarias que. . casos

« declaro que devo a meu conhado Matheus Leme . .

« declaro que a pessoa que jurar que en lhe deyo se lho

« declaro que do... ...+» confraria de Na. Sa, da Concoição deste cru 4 patocs

«declaro que de, . ... o. conferia de bemaven. S. Antonio duas patacas.

46

«declaro que Gonçalo Mndeira me deve nho sei quanto por juramento sera erido o se lhe descontará em assiguado meu que dever tomara

«declaro que Antonio Roiz Arai, . . + . «curador do “orfão meu entendo e quo se achar que me deve sa arreendara E assim mais se arrecadara o que, + 4. cem + de meu sogro Anto, , Lc rs rs

« declaro que tenho um moço serviço forro por nome. = - outro por nome Aleixo casado com uma escrava,

mome Paulo e nssim mais uma india. . (0.

com duns filhas c ontra por nome Leanor « declaro que me vendeu uma negra por, « ou por vinte cruandos o por ser . .

mus dallo tenho , . ri car rs va ww é re» meu (cinco linhas roídas) pao cinco patacas

- «declaro mais que meu pac me deve cinco mil réis de um vestido de que tenho assignado

« declaro que os serviços forros que tenho declarado são ser- viços de obrigação de minha casa eassim por noma Vietoria. E assim houye esta ceduls por acabada por esta ser minha der- madeira vontade e rogo as justiças de sum image scanedar e man- dam comprir por. +... - quantos soacham. . que rogue, . 2.1 Pascoal Leite qua esto f- esse e o assignasse comigo e com as testamunhas abaixo as- “signadas hoje 30 de Março 1603.

Manoel de Chavas Pascoal Loito Aleixo Leme Bento Fernandes . . .. . Leme Antonio Luiz Grau Mateus Neto Antonio Bicudo. .

Aos quatro dias do mez de abril de mil e seiscentos e tres

annos neste sertão e rio de Paracutá onde se achava aposeatado

o capitão-mor Nyenlão Barreto em seu arraial foi mandado ven-

der a fazenda do defuncto Manoel de Chaves que neste inven-

tario está lançada a qual mandou vender em leilão publico a

quem por ella mais desse e form trazido... . pregão

por um indio forro. +... . «por nome Jorge e por não

aaa e e o + + <ASSigNAS, NÃO AssignOI DAS. +...

haver porteiro neste rr: E cu Manool de Soveral escrivão O escrevi.

O cupitão Nvcurao Banniro.

418

Foi arrematado as armas de algodão. +... quil dusentos reis Manoel Mendes Allemho, a pagar em di- nhbeiro na villa de S, Paulo em paz o a salvo para os orphãos. do nossa chegada a dous mezes primeiros seguintes do nossa chegada, e o fiador e principal pagador digoa. + +. «O capitão 8 o assignaram aqui. Eu Manoel de Soveral que o crivi. Manoel Mendes Allemão. . . Domingos Dias O Capitão Nyculão Barreto.

(Seguem os diversos termos de arrematação que todos leram as mesmas formalidades, os quaes por amor à brevidade se ommitem aqui dando apencs os nomes dos arremalantes e de

seus fiadores.)

Jono Bernal fiador Francisco Ribeiro Duarto Machado Geraldo Correa Andre de Escudeiro Pascoal Loite Manoel Affonso Mathias Gomes Francisco de Siqueira Domingos Tins Pero Martins Fran. de Siqueira Domingos Fernandes Capitão

Mathias Gomes Manoel Affonso Andre de Escudeiro Lourenço Nunes Geraldo Correa Aleixo Leme Lourenço da Costa Mathins Gomes Braz Gonçalves Manoel Roiz Niculão Machado Antonio Pedroso Francisco Nunes Cubas Capitão

Duarto Machado Gorsldo Correa Antonio Pedro Domingos Dias

Termo que requeren Aleixo Leme, Aos 4 dias de Abril de 1603 appareceu Aleixo Leme mora- dor na villa de S, Paulo perante o capitão Nicolau Barreto e por elle foi dito que elle como procurador de seu sogro Domin- £os Dias pae do defuncto Manoel de Chaves requeria a sum mercê que não mandasse vender em leilão a espada que mosto inventario. . , +, que bayin estado em podor do dito defuncto, por quanto era do dito seu sogro Domingos Dias ue havia emprestado no filho defuncto para trazer nesta jorna- In e que a houvesse por depositada na mão do curador e testa- menteiro Domingos Dias irmão do defuncto para que a entre- ease a seu pai cuja era e que elle se obrigara a tirar a sua mercê em paz em salvo de que por elle contra elle dito capitão

'TARIO ESTÃO DECLARADAS

14 do Agosto de 1603 neste sertão tormos e límitos m os gentios temininos nesta tranqueira onde era . E - de capitão isso Barreto am Cai am rainl min escrivão apparecen Domingos curador e is do seu irmão Munoel de Chaves dofuneto e outro dor Pires morador em 5, Paulo se obrigou Machado cinco mil reis conforme o dito Dunrte s em a dever neste inventario em dans di

uma dellas está as cinco folhas deste inventario volta diz serem de duns camizas de nlgodão que lhs foram arre- em 4.000 e outra esta as nove folhus na volta e acaba em que diz que serem lhe arrematadas duns corpos de e umas mangas em 1,000 que fazem somma de 54 o o dito Salvador Pires se obrigou por si e seus bens e de raiz havidos e por haver a pasar a sobredita quan- outras tantas que do dito Duarte Msebado tinha rece- como o dito curador « tostamenteiro Domingos Dias hou- desobrizado ao dito Duarte Machado e seu fiador e as u com Salvador Pires os ditos 5.000 e se nssignaran nqni

os. TZ eu Manoel de Soveral eserevão que o escrevi.

SaLvapor Pass. Domingos Dias. Ja se paga esta addição.

DESOBRIOAÇÃO DB PIANÇA QuE Simão Lnrrão PEs AO irão DB QUE HE A DEVER MAxoBL MENDES AS FOLHAS CINCO

- E depois disto aos 24 de Dezembro de 1603 mento : pareceu Simão Leitho morador na villa de 8. quo elle se obrigava pela sua pessoa e fa- Rbrxfadar o prinaipal pagador do Manoel Maridos AS o de 8.200 que o sobredito é n dever neste inventario a

418

fis. 5 de umas armas de algodão acolchoadas que lhe foram ar xematadas no dito preço desobrigando o capitão que o abonava E pelo dito Domingos Dias curador deste inventario foi dito

ne elle acceitava n dita fiança de Simão Leitão e havida

'esobrigado ao dito capitão da abonação que bavia no dito noel Mendes e o assignarão aqui, Eu Manoel de Soveral es erevão que 0 escrevi,

Domiscos Dias Sixão Lerrão MasoeL MexDrs ÁALLENÃO

Digo eu Domingos Dias curador o testamenteiro do meu irmão defuncto, e curador neste inventario que eu recebi e sou prgo de 5.000 que Salvador Peres os quaes me pagou por Duar- te Machado . 2. cms ae + quantia dou por quite o livro o lho doi per Migoal de auno de GOL.

(No mesmo dia identica quitação a Nicolau Machado).

gi Guido GRE Soveral escrevão mesmo hoje dez de março do

Foram vendidas a requerimento do curador Domingos Dias as poças que se deram em quinhão do defancto Manoel do Cha- ves que são as seguintes que pelos termos das vendas se verão

adianto . quinhão da viuva a requerimento do proprio curador por não haver quem so entregasso da sua parto fer o capitão . +. . procurador a lido della seu irmão

João Dias e a requerimento de ambos foram vendidas.

Um rapaz foi vendido e arrematado a João Bernal em. +. mil reis que nelle mais lançou que todos n pagar em dinheiro na villa de S. Paulo da chegada do capitão-mor Nicolau Barreto a um nuno em paz a salvo pam os herdeiros com declaração que o aceitaram no foro em que fossem dados e deu por fiador é principal pasador Diogo Peneda seu cunha- do, E o assignaram aqui e o dito curador e capitão o ou Ma- noel de Soveral escrevão que o escrevi. João Dias, + « « Domingos Dias, . . . Jomo Bemal, . . . Dingo Peneda,

(Seguem termos em identicas formalidades dos quees damos apenas o que se arrematou e os nomes do arrematante e fiador)

Um casal com duas eriunças arrematado por 228000 por Ma- theus Gomes, . . . findor Henrique da Cunha.

Uma rapariga por 48000 a Estevam Ribeiro, fiador Antonio Pedroso,

Dois casses com duas crisnças por 63 ernzados a Domingos Gonçalves, fiador Manoal Affonso.

H9

Tm negro por 84000 a João Gago. Um rapaz que se deu em pagan, de outro que morreu

quese. . . - de dez ou doze anos pouco mais ou menos 2.24. «em poder de Domingos Dias curador para que o leva n povoado dos herdeiros por suas contas o riscos. E se honve a entrega como dito e lonvado nosso senhor a sulva- mento . «2. + + O dito rapaz e assignaram aqui com o dito capitão eu Manoel de Soveral que o escrevi.

João Dias. Domincos Dias,

(amemivo DA CAMARA DE 8, PAULO, LIVRO N.º 9, (VERBANÇAS)

Aos 24 de Novembro de 1602 nesta villa na casa da Ca- mara della estando abi os oficines della Jusepe de Camargo e Francisco da Gama vercadores e Francisco Velho Juiz o Juan de Santanna procurador do conselho para fazerem camara Nella

uereu o procurador do conselho nos ditos officines q" esta terra se despovoava de peças e que todas fugiram para o sertão de que este povo e capitão recobora muita perda e não era eia ripole Daio é de mia Mapdo dos oviansão (a Lara a q) não as jão buscar por não haver licença que lhe requeria da parte de sua Mngiº om nome deste povo e fizesse n snher ao capitão que puzesse nisso cobro e q outrosi erdo idos dez ens ou mais rio abúixo em busca do algumas peças e q! lhe poderia succeder mataram-lhos q" suas mercês rennam alguma nte que fosso buscal-os ou gente q" fosso buscar as peças que igiam e não se fazendo assi protestava de toda a perda q q terra viesse à ver por suas mercês.

Pelos ditos oficines foi respondido q” lhe tomassem seu protesto e q' ellos dariam conta disso ao cupitão q” como supe- zior puzesse cobro em tudo para o q/ loxgodo um requerimento

ara mandaram ao dito capitão-mor Diogo Lopes do Custro para Rir ronndaram é mandarames que erualpão do requerimento se trasladasse aqui para em todo o tempo consta: lhes parecia bom o q' o procurador dizia e o assignaram, 'raneisco da Gama. —Jusepe de Camargo. —Francisco Velho, Juan de Santanna.

porquanto

THASLADO DO REQUERIMENTO

Requerimento o protestação q" os officines da Camara desta xilla de 8. Paulo do Campo fazem ao Sr. capitho-mor desta éspltmmin Diogo Tapes do Castro pedindo a raquarendo em come hoje 24 dias do mes de Novembro de 1602 annos foi requerido

420

pelo procurador d'esta villa Juan de Santanna que fizessemos camara porquanto tinha q" requerer nella cousas nocossarias ao bem commum do serviço de Deus e de Sua Magistade e prol da terra, O q" visto por nos fomos logo as casas de conselho a sã= ber Juscpo de Comargo c Francisco da Gama vereadores, Fran- cisco Velho Juiz, e o dito procurador pelo qual foi requerido da parte de S, Mute q' esta villa se ia despovosndo por causa fugiram cada dia 08 eseravos e que... sem gentio é 0.... di

vonda porquanto eram fugidos mais de cem escravos é atraz: dolls não idem, gontóu.o Asi fugiam todos por veram q! os não iam buscar nem tinh; itos ofli-

esta diligenein resultará grande proveito para a eap'á q" saben- do os escravos q! anda gente fora buscando os fugidos não fu- girão tanto e portanto requeria o dito procurador da parte sobradita puzessemos deligencia e cobro no q) elle requeria e dado q” não logo emeampava a nos ditos olicinos toda a terra eo bem e prol d'ella com... todo serviço de Deus e de 8, Magde q! de la pode vir e protestamos deles darem conta de todos os damnos e males fugidas de escravos, mortes dos ditos homens q" deste dia por diante suecedorom darem disso conta não provendo neste caso conformo elle lhes requeria e q" visto por nos seu requerimento ser justo e termos carta noticia do que requer ser verdade mandamos que sen requerimento se escreveara no livro das verenções e q' sobre o caso tomuriamos necordo O g logo acordamos ao dito Sr. capitão lhe requer da parte de

eus e de 8. Mãe que veja que importa sobre este cisão pro- ver com muita brevidade pois e causa de menos mal sobre o qual nos desemcarrogamos nossas consiencias com o capitho-mor a quem pertence estando na terra remediar os males della pois a nos parece ser justo o pelo procurador requerido e assim re- mottomos este protesto e requerimento ao dito capitão-mor as— sim e da maneim q" a nos nos foi requerido e protestado pro- testando mais não seremos em nada culpado em nenhum tempo pois que com a brevidade possivel o regueremos e protestamos

o remediar o mandamos que o translado

fez com o nosso requeri=

AREA Pira

justiça é brevidade pois tanto importa e custo 4

ão da

Aos 22 de Março de 1603 fizeram camara os oficiass delta “ahi requoreus o procurador do conselho q" so taxnsse o q] ba- via de lovar o afilador- . . . para afilar os pezos e medi- “e assim requereu u dito procurador a elles oMci- os dizendo, . . . . - dias passados se publicou e aprogoou “mandado do capitão e ouvidor do toda esta capit do 8, Vi- q mandava q' ninguem fosse ao sertão sob grandes penas 6 ora se diz. . . que elle todavia manda penta o qm lhe bem uanto é cuntra n lei de 8. Mico tom manda- “irmão Nicoliu Barreto com perto de tresentos homens é gentio e escravos de guerra o ha pia gente na terra os gunramiímis a porta e não sabemos o que farão e fugir o gentio escravos que ficarem sem haver quem ahi la e alem de tudo isso so espera o quo irão ao beneficio minas e não haver indios nem gente e um successo de ou por terra por onde não esta a caplt em dis so fuzer entrada polo que requereu a elles ditos ofi- o requeria no dito capitão não mande mais gente... eu o fazer... protestava sobro elle ditos officises cabir todo o emal q) viesse nu enpl e q lho avia pao qa gente fora da terra e os ditos oficiues mandaram tomar seu re- nto do qual se daria vista no dito capitão o so lhs no-

o qa esta villa viose, Eu Belchior da Costa escre- rancisco da Gama—Diogo Moreira-—Fran Viegas.— Juan Santanna.

os 23 do Março do dito anno nesta casa do consolho os della no diante assignados pediram ao dito capitão je Barreto ses... ques aqui e sendo presente lhe o vereudor Francisco Viegas 0 q. o procurador do con- io CAOS “Gs 6 proetrades tibia: cequerido- s lho. o damno que a terra tinha por mandar a esta entrada

a29

olho, . | pd f. . o requerimento do que por resposta Ei elle nho mandava dar guerra no gentio do sertão salvo impar Indroeiras que fazem muito mal e damno a dita ca pitamia por lhe parecer seu sorviço o de 8, Md”. o bem da terra e juntamente mandar saber da gente q. é ida no sertão nondo está e se ha mister alguma po. . . Tho pre- venir e elle dito capitão ser avisado e juntamente mandar cha- mar sou irmão Nicolau Barreto para se recolher com toda & gente para esta capitania pois o não pode fazer com . « e hu de mandar a gente necessaria pra. . . cc no enminho e por isto so ussignou aqui, Eu Belchior da Costa eserivi. Joan de Santanna. Franc.º Viegas, Roque Barreto, Juan da Costa. Fre-* Dias. Diogo Moreira,

“Aos 10 de Julho de 1605 na casa da camara estando ahi os officines della u saber Francisco Viegas é Josepe de Camargo vereadores e Custodio de Aguiar juiz e Juan de Santanna proc” do conselho pura fazerem camara acordaram a requerimento do procurador q 1 escrevesse uma carta no Sr, mov” geral Diogo

Jotelho sobre certas cousas de algumas informações a qual é a seguinte:

Traslado da carta q" so escreveu, Illustrissimo Senhor, Temos visto algumas provisões em q V. Me tom provido nesta cap' ouvidores é capithes a ontror oficios os quaes. obedecemos por serem os primeiros e não cobrar. . . . V. Me nome de remissos 6 por esta causa... temos por esta avisa, E a V. Mes do foral e doução q" nesta capia temos do S. Mãe em q! por elle faz mercê no Sr. Lopo de Souza de que provein os officines de capitão e ouvidor e dos mais oficios ordinarios q! necessarios forem por onde verá V. Me q" no dito senhor por- tenco o provimento de tnes cargos o entendemos que so V, Mºº tem pnido é por não ter esta informação pelo que pedimos a V.

os haja por bem q” o dito foral se guardee, , . mos não de ocensião q o Sr. Lopo de Souza de nos se queixe. Tambem somos informados q" V, Me tem mandado a esta cap'* uma pro- visão em q” por ella manda q" se tome a terça parto de gentio que troxeram os moradores q" destn terra são idos no sertão com ordem e mandado do capitão della ou requerimento das camaras por muita necessidade q' a terra tinha de gentio o com parecer rovisão do governador passado Dom Francisco de Bouza o q" tudo nos parece q" V. Me passaria por não ter esta informação pelo qual cansa lho fizemos por esta dar a V, Me e pedir q"

|,

sas q

rra é muito pobre e a gente q" for ao sertão muito sua inuito i os obrigou a cometer o vãs penas. práviiio e ie 6a mais gasto do que se espera trazer de pro-

ta dia ças prod: EA ra

o re provincia do Rio da taria muito mal a esta capitania o V, Meº não levará juo muitos deixaram suas mulheres o outros dei-

lhos e a cnp's ficará sem moradores e as minas do espera com esta gente laveram beneficio augmento de 8. Me ficarão sem elle, sem peca qua CE, por esta causa se perderão e de tudo e fizemos por

a V. Me e por mercê pedir uso de sua clemencia para povo havendo respeito a muita probreza delle e mandar provisão não haja efeito deixando V, Me o cuidado serviço a esta camara qual se aecommodará e, +, que o serviço de V. Me sa não esqueça 8 os popa ue. +. + V. Me q” nas guerras .

q E nofdios e 05 sustento não lho dão senão . a . entendemos q" deram a V, Me sinistras informações confiando em q" V. Mes em tudo nos furá mercê nos a escrever esta esperando q' V. Me em tudo nos pro- sua clemencia e nos mando cumprir nosso foral e nos mundarmos no sertão q" pura q' os homens q"

A Questão do Acre

A nota-circular do sr. barão do Rio Branco ds legações brasileiras vs Europa, veiu esclurecer bastante a debatida e, até aqui, confusa questão de limites do Brazil com a Bolivia, na região sul do Amazonas.

Em frente della, o territorio do Acre, ainda hoje, em con tenvio a declurações oflicines levianas, nho pode ser considerado nem brazileiro nem boliviano embora delle cogitassem os tracta- dos de 1750, de 1777 e de 1867, e, alli se efectuassem varias demarcações e operações geodosicas, desde que estas não foram ultimadas e confirmadas pelas duas nações Jimitrophes. E! ter- ritorio contestado ou litigioso, simplesmente.

Essa declaração formal, significada ás chancellarias euro veiu de uma vez cortar as terziversações lamentaveis de ambas as nações interesadas na questão, e implica, por outro lado, o reconhecimento nobre de factos enjas consequencias nrge sanarso,

Sobre um terreno litigioso, 6 claro que o uti possidetis, quer o do anno de 1810, quer o actual, não podinm o não podem exercer-so juridicamente, eo que é mais, sobre tal terreno, não póde qualquer du nações contestantes impór onus renes ou pes sones, que importem, ou não, em alisuações disfarçadas, quer a particulares quer a potencia extrangeira, som accórdo expresso com a outra nação interessada.

Sto principios estes comesinhos de direito universal que não carecom de demonstração.

Mas si assim é, n posso dos acreanos, que não tiver 0 ca meter de émmemorial, não lhes direito, é meramente precaria; por outro Indo, ns concessdes feitas pela Bolivia, quer no gent- ral Pando e nos seus amigos, quer no «Bolivian Syndiente», são actos nulos de pleno direito, pois importam em alienação de direitos sobre immovel litigioso, sem clausula expressa, resal- vando o lítigio conhecido.

O tratado de 1867, como em geral todos os tractados da Ji- mitos internacionaes, podia dirimir definitivamente tal Litigio, ultimada que fosse, e confirmada a demarcação in situ, por se truciur de zona mal conhecida e inhabitada em parte.

Os termos obscuros e pouco technicos mesmo de que se serve o alludido tratado, quando especifica as linhas diyisorias

= E

ras, prestam-se, a duvidas legitimas, in estende dialogar aa

o Brazil tem-se apoindo na letra do tratado, afas- de ua: * e, porsus vez, sustentando a applicação

varios publicistas hispam tio Ee anno do 1810, oriundo de actos às antigas destas, em suas

Pies ivel feira o Persirá qualqu visto o Brasil não ter

canas o lado, as republicas do Perú, do Dr tuo do feia my e a propria Bolivin, em suas contestações de fron teem reconhecido, como titulo de dominio, uti E polida ul dando como revogados os antigos tratados ontro a é Portugal, e apenas sustentando a necessidade do posse, isto é, RO a posse civil e no

dos acreanos, mas incorre, por sua vez, incoberencia cessho de direitos possessorios no syndicato arrendatario, penca a a illiquidez contessada de seu proprio titulo! wngileira tem sustentado, como principio car- ao ado limites com as republicas sul-americanas o

do principio do uti possidetis, quando havia

tiva; e a da conveniencia mutua ou a do ultimo

mos outros cogos.

Assim 0 declararam, com pequena variante, os ministros— Paranhos, em 1857, B. Aguiar de Andrade, em 1875, 0 ipe, em 1882, (3)

wo nes TED, Vol 1, paga.

426

? claro que taes principios não se podem applicar ao censo, pelas razões expostas,

Por tudo isso, vê-se n inexistencia de um criterio interpre- tativo seguro para supprir a deficiencia dos termos do tratado de 1867, e, portanto, n necessidade de verificação technica da di- recção e extremos das linhas divisorias, mells apontados, como meio de solução defimtiva do litígio.

Em quo pése aos defensores, quer da latitude verificada lo tenente Cunha Gomes, quer da latitude do parallelo 10º 20", nenhuma dessas interpretações póde ser aeceita, sem mais exame, a não ser por uma transacção.

Diz o tratado ;—Deste rio (Madeira) para oeste, seguirá a fronteira por uma parallela tirada da sun margem esquerda, na. latitudo sul de 10º 20', a contar do Javary.

Si o Javary tiver suas nascentes no norte daquella linha leste-veste, seguirá n fronteira desde a mesma latitude por uma recta a buscar a origem principal do Javary.

Sustenta o illnstrado sr. José Feliciano, com outro, que a linha apontada é uma recta que, partindo da latitude 10º 20, terminar na latitude 48” onde tem sua origem prin— cipal o Javary, segundo o tenente Cunha Gomes, (1)

O não menos ilustrados dr. Paula Freitas, porém, em ses- são da Sociedade de Gecgraphia do Rio de Janeiro, assim inter- preta o tratado :

« Substituindo os termos—uma paralela, por um parallelo— linha leste oeste por parallelo—e desde a mesma latitude, por— desde v mesmo paralelo, ficará o tratado assim redigido:

«Deste rio para oeste seguirá a fronteira por um parall tirado da sun margem esquerda, na latitude sul de 10º 20, à encontar o Javary. Si o Javary tiver as suas nascentes ao norte daquelle paralelo, seguirá a fronteira desde o mesmo pas rallelo, por uma recta a buscar n origem principal do Javary,

« Portanto (necrescontou elle) à fronteira seguirá, a partir do Madeira, pelo paraltelo de 10º 20', até o Javary, si encon tral-o, ou, no caso contrerio, até um ponto do paralelo de on= de se tirará uma recta a buscar a origem principal do Javary

Apoiwse ndo nos antigos trnctados, que sempre cogita- zam de parallelo, e, não, de linha obliqua, mas, em mappus bras ailoiros e extrangeiros, e até em um mappa oficial da Bolivia, de 1859, ete,

Ao dr, P, Freitas acompanham, nessa opinião, o Clab de Eugenhoria e:aº Sociedade do" Geopiaphia (da “Rio! leo

(1) Lutodo, de 29 do Janeiro de 1802,

que a questão está por decidir.

entretanto, Tere Eis eia ce em

primeira opinião, isto é, a que adopta, co- le demarcação, uma recta partindo da conftuencia do cit pes res piano % la assim não ficar

o burão de Tefé assignalou-a no parallelo 70 tenento Cunha Gomes fixona no parallelo

15! e es do tratado de 1851 e o notavel geographo argen- » Paz Boldan. (2) FE dae mente o demonstrou o provecto scientista dr, de Azevedo, illustre chefo da commissão de limi- livia, em 1805, não ba razão seientifica para ad- como origem principal do Javary, q nascente do Ja- com exclusão das dos demais affinentes daquele, como o Paysandú, ete.; ora, n demarcação do tenento Cu- mes teve por base exclusiva a nascente do Jaquirana, afluente do Javary, por elle explorado, embora. reconhe- se 1 existencia de outros, e para tal nascente é que elle fi- a Jntitude de 117 47. Tendo o Javary varios afiluentes, tes pouco conhecidas, é claro que poderia clle uma dellas, dopois de explorar toda a bacia do Java- seus afluentes, para então determinar à origem princi-

le, nos termos do tratado. (3) ya notar que 4 incerteza da situação dessa nascento do Javary, apar outra, do ponta terminal da linha di- ia, foi reconhecida pelo proprio ministro da Bolivia, dr. Su- + Vagas, quando assigou o protoeolo de 1809, o qual em

RAE pi

«A commissão mixta, constituida pelas duas partes nomeadas,

com a Bolinio, pag, 10. do dr, P. Proitas na fociadado do (leographta = Jornal do Com-

el pago 10 cit.

498

verificará a verdadeira posição da nascente ou da principal nas cente do rio Javarya, etc. (1)

Nao foi, pois, neceita, como definitiva, por nenhuma das partes, a demarcação Cunha Gomes.

Pouco importa que o posterior protocollo de instrucções, do 1 de Agosto de 1900, fiel ao progranma de versatilidade pueril do ministro de então, viesse confundir os termos do o facto do necórdo consummow-se, à incerteza do ponte a verificar, ainda hoje —ficou reconhecida.

O illustro sr. barão do Rio Branco, com o peso da sua pro- funda competencia pessoal e com o prestígio do elevado cargo que ocupa, declara em n nota a que nos referimos que custen- tará, á vista do proceder da Bolivia, «a yordadeira intelligencia daquelle trutado e, como fronteira, confluencia do Beni para oéste, linha do paralieto de 10º 20" até encontrar o territario peruanos.

Essa rospeitavel opinião, afastando-se das domais é cortando, pela sua simplicidade e precisão, todos os expedientes de chicana + de contemporisações, veiu provar, de modo evidente, o que allegamos, isto à, a insubsistencia das interpretações RARE devendo ter o illustro ministro razões e fundamentos sólidos para articular tal opinião, que, em tempo opportuno, justificará, elle, sem duvida, plenamente.

A Bolivia, infeliz nação a um tempo vietimada pela contin= gencia de sua eituação geographica de um quasi eicrauamento, e pela anarchia politica, que a devora, ha muito que incorra na animadversão dos seus visinhos, pelos abusos e inepeia dos governos que tem tido.

Basta citar, para demonstral.o, os conflictos com a Republica Argentina, por causa do territorio de Tarija, em 1826; com 0 Chile em 1878, por causa da Companhia de Salitre de Antofa- gnsta, e com o Brazil, agora, por causa do Acre, todos oriundos de pessima orientação do gabinete de La Paz, na politica do exterior.

Quanto a Tarija o governo boliviano, sob o pa de qua Republica Argentina não se apressára a reconhecer a in-

lopondencia da Bolívia, incadiu e apossou-se militarmente da- quella parte do território argentino

Eis como qualifica o acto um collaborador da Nueva Revista de Buenos Ayres:

«El proceder del gobierno bolivinno, baseando en los ardiles del procedimiento forense los medios derecuperar una possesaion ajm

U)— Jornal do Commercio de 20 de Agosto de 1000,

4829

ba con bastante habilidad la euestion, “y traia el Mansion do Jos li á

1AS RAZAS INDIGENAS DEL ALTO N, LLORAN LUEGO, Y TRATAN DE NO CUMPLIR JA- BSAS POBRES RAZAS INDIGENAS NO CONOCEN LA

a)

é E mesma Bolivia que certa dire de Buenos tod innocente victima das imposições o vio- se ella ainda de que em 1860, o presidente holi- Melgnrejo, enfurecido contra a guerra do Paraguny e a ce allinnça, poz ú disposição de Lopes 12.000 homens, sem honvesse qualquer atrito entre a Bolivia e as nações al-

1 E] que nessa prapaiaáda altruista de ultima hora favor a, nessa campanha de prevenções contra o Brazil, en— dóso de mal disfarçado despeito pela solução da ques- issões.. O nome Rio Branco não está em odor de

nto, deve-se reconhecer que a imprensa, digna da bre missão, e a opinião geral sensata alli, acompanha o na indignação contra o acto do arrendamento do Acre, e faz justiça.

“questão da Companhia de Salitre de Antofigasta, vo- que é veso antigo da Bolivia o expediente de alienar 6 ces de terrenos e de direitos importantes a compa- geiras, 6, mais, que tal expediente é, ha muito, no Rio da Prata como antipatriotico é nocivo à Bo- * Disse o illustre dr. M. Paz Soldan, em 1884; «La bis- “de las repnblicas bispano-americanas nos enseia cuin pe- es que los gobiernos celebren contratos ó hagan conces- ai 6 onerosas à ciudadanos é companias de na-

5 tes, conflietos internaciónales los ultrajes y ln violencia exa- enudales del fisco, en beneficio de esos contratistas son do conocidos y no los mencionamos ahora por abreviar

450

nuestro trabujo. Para evitar tantos males los gobiernos jamás debieran contratar con compaíúias ó cindadanos estrangeros: Bozivia, Como ornas RRPUBLICAS, INOURRIO EN ESTE ERROR. (Sic)

El general Melgarejo, malbadado presidente de Bolívia, concedió contra la ley y gratuitamente, em 5 de febrero de 1868, a Milbourne Clarkey Comp. (de la qual era socia la in= grata y desleal ensa do (inillermo Gibbes y Comp.) immensa extension de territorio en el desierto do Atacama, de 15 leguas, do sur al norte y 25, de esto n oeste, a partir del paralelo 24 desde é] mm; a Rorido de consaioN obra privilegios..a (1)

Criando a Bolívia um imposto sobre o salitre exportado pela companhia, o Chile intervein a favor desta, ameaçando até aquella nação com a annullação do tratado de limites respeeti- vos, à, afinal, declarando-lhe guerra, (1)

Nada mais precisamos r parm tornar patento a respon- subilidade dos governos bolivianos, peln situnção deprimente em. que se acha aquele prix. A verdade porém, é que o Brazil nes mbuma culpa tem disso, e pensamos que a imprensa que defen- de n Bolivia, no Rio da Prata, agsredindo o Brazil, melhores fundamentos para o seu libelo acharia, transpondo os Andes 6 recordando factos não de todos esquecidos...

Comquanto não mereça hojo a Bolívia do Brazil 08 con- coitos generosos de que usou para com ella, em 1866 o grande brazileiro Tavares Bastos, no seu importante livro—O Valle do Amazonas (9), é justo que se lhe conceda á contrieção a indul= yencia plenaria, cabivel a toda a nação fraca e mal governada,

A confraternização das nações sul-americanns, diante do po- rigo commum temendo que as ameaças, em futuro não muito remoto, como à demonstram os suecessos de Venezuela, impõe se como objectivo de esforços solidarios para a propria conservação.

Si é verdadeiro o boato da vietorin da ravolução em La Pag, com a deposição do general Pando, abre-se hoje o ensejo, talves, de uma transacção definitiva e digna com a Bolivia, e estamos certo que o barão do Rio Branco à tentará ainda.

Parece-nos, porém, que, para base della, dificilmente se poderá conseguir o reconhecimento dn fronteira na latitude 10", 20º, nté à fronteira do Perú, mesmo por compra ou permuta de territorios.

(1 eSuava Revistas, alt. vol. 13, pag. 116 4 190. (2 Pag, 45 a seguintes,

E Pos

de um porto livre no Pacífico, embora de pequ lliada a de uma indemuização em dinheiro, tal; nte para obtermos a faso sobre o territorio dentro da fronteira apontada pela nota circular o de nttrictos futuro no Amnzonas. porém obter-se esse porto do Chile ou do Peri? N po eriioa conseguil-o do Chile, porque, não sendo te, não lhe poderiamos conceder compensação e por outro lado, 4 indemnização pocuniaria nos seria em excesso, no caso, pois o Chile não veria com bons Bolivia no Pacífico. to no Perú, não se isso; a rectificação de nossa com elle impõe-se hoje, em razão mesmo da questão a estrada de Ferro de Puno, junto ao lago do Titieaca, na fronteira dos dois paizes, e por ella so communi- is com algum dos portos da costusul do Peri, que cedido, emquanto não construisse vin-ferrea sum, de La ie A abertura do canal do Panamá aproximar dosta nt

anto à liquidação do contracto do + Bolivian Syndicate » face dos termos deste, poder-se-ia suggerir uma solução, indo ou ratificando o mesmo contracto, conforme conviesse. patriotismo, competencia technica e cl: politica do eminente homen de Estado que hojo feliamento a chancelaria do Brazil, estão confindos estes altos interesses + estamos certos de que elle, sem offusear-se com o cha» mongolico de alguns e nem ensrvar-=se com o altruísmo de outros, saberá fazer justiça no Brazil e ao extran- mantendo-se superior, sempre, quer à impopularidade mo- aqui, quer ás amenças quixoteseas, fóra,

1—-2—908.

432 - a [7 19

EM ADDITAMENTO.

O tempo o dirá. ) Entretanto, é eurioro consignar-ss aqui a attitude n digna da imprensa platina, por mic dos seus orgãos mais wosos, diante do procedimento da Bolivia.

« El Tiempo», em seu n.º de 10 de Janeiro do anno p do, dizia o seguinte ;

« El Congresso Nacional do Bolivia, daspues de discusiones, cedo alreforido sindicato (Aramayo la explo todo el territorio del Acre y además le admi militar del mismo, obtem em pago um tanto por e los derechos aduanales cobrados en el proprio territario que se cobraran al amparo de un exjército boliviano so Bolivia, . +.»

La linea divisoria entre Bolivia y el Brazil, que aux so. COMPLETAMBNTI APROHADA POR AMMAS PARTES, empieza confluen los rios Beni y Momoré ete :

El hito del nadera está ncoptado por las comisiones de mitos de ambos pi pero EL miro (isto É o Eae Javary, cormimeorme ve Bonivia, Braziu x Ponv', xo ACEPTADO POR NINGUNA DIE LAR TRES NACIONES, À PESAR D ESTUDIOS HECHOS ULTIMAMENTE POR COMISIONADOS BO] BRABILHSOS, Y CONTINUA SIBNDO UN PROBLEMA Y EL O LA DISCORDIA ENTRE BoLivia Y pl DrasiLss 1.

4 ou argumentos * não, sobre o terreno, » Os nossos limites com o Perú, Columbin, Ve- na Inglesa apresenta até hoje igual incerteza,

aiáo do Rio Branco caterá, sem duvida, a gloria definitivamente a nossa Patria. ri dão como assentado, a recurso no ER 1 yô, 4 oceupacção mi visoria 0 pelo Brasil. io assim porém, não poderá ser dispeusada a vistoria no adinstar do que por na questão chileno-argentino.

João Coxtno Goxes Ribrixo,

A batalha de lItuzaingó |

(20 DE FEVEREIRO DE 1827)

MEMORIA APRESENTADA AO INSTITUTO HISTORICO E GEO pe 8. ravLo, rox J. O. Gomes Rissino

Ao fundar-se o Instituto Historico do Brazil, no Rio do Ja. noiro, om 1889, disse, em discurso inaugural, o illustro primoi secretario perpetuo do mesmo Instituto, conego Januario da nha Barbosa as seguintes palavras, para a

dessa bonemerita associação,

“A historia, escreve Cicero, é a testemunha dos luz da verdade, a escola da vida, Por esta judiciosa doutri Dem fucilmenie se conhece quão profieun deve ser a nossa cinção, encarregada, como em outras nações, de eternizar p historia os factos memoraveis da patria, salvando-os da vor: dos tempos, e desembaraçando-os das es a nuvens que 1 poucas vezes lhes ngelomeram n pnreinlidade, o espirito do, tido e até mesmo a ignorancin,,. O nosso silencio, vaproh vel de corto em materia que tanto afleeta a honra da tem dado oceasido a que os historiadores uns do outros so piem, propagando-se por isso muitas inexuetidões que deveri ser immediatamente corrigidas, » ti

O Instituto Historico do S, Paulo, modelado em sua nização pelo do Rio, mantem e não póde deixar de manter o mestno escopo em sua missão civilizadora. 's fnetos e ns individualidades que a successão dos b eujeiton no dominio da historia devem ser aqui estudados e gados, com a imparcialidade serena e conscienciosa

CI) Me, do Lost. Fist vol, À pag, 1.

435

tos da prevenção partidarin, os do fanatismo o jotico, esses perniciosos obices da sciencia so= MH. Spencer, não podem ter neolhimento franco

+ ontro lado, as idêas anarchicas, os progenmmas subvor- absolutistas são egualmente causas pertastadores da cal- is com a missão do

por isso, incompativel o comprehendemos. E' tão condemnavel, chaucinismo jucobino francez, quanto o imperialismo pan- ico ou pan-americano, à theoria do facto consumado, “dontrina do quietismo internacional plicando esses principios à materia que nos oceupa, me- mais logicamento ehogaromos às conclusões que visamos, » interesse do methodo na exposição, dividiremos a presente em tres partes, a saber: Antecedentes da campanha da a Batalha de Itusaingó e o Marquez de Barbacena, “chefo do exercito,

1 ANTECEDENTES DA CAMPANHA

“Jono VI, ao aportar no Brazil em 1808, fugindo ds tro- ezas invasoras, trazia o espirito civado das fumestas idéas istas e de absorpção, e, conflando, como confiava, na in—

1 protecção do governo inglez, sempre ambicioso de commercial e industrial, tratou, em pouco, de estender jo brazileiro, nté à margem esquerda do Rio da Prata.

oração do Druguay ao Brazil, em 1891, após longas é luetas, foi um neto violento « iniquo de conquista,

wado com um plano de pacificação e do adhesão ao voto de

oriental, ficticiamente representado por uma corporação in- e O testemunho insuspeito de brazileiros ilustres, entre outros, o brigadeiro Machado de Oliveira e o con- Pereira da Silva, demonstram que & falsa a allegação a incorporação se déra por espontanen solicitação do povo

uny, mas sim, que ella se fez ú força das armas (1). da Rocha qualifiea n Provincia Cisplatina como «triste

jo dn ambição da corôn portuguezas. (2)

e 0 Inst cit 0) 2%, pago, 407 0 seguintes 2, da Bliva, Segundo perindo do restção, Pag, 11, €, 18,

to PESA

ravam que a Cisplatina devia formar, não uma 2 sim um Estado federado, reconhecendo assim a i imeorporação, como o faz vér judiciosamente o

Fe foda '

A historica da solicitação do Cabido de Monte: foi reduzida ás suas verdadeiras proporções pr dr. Quesada auctoridade competente em materia do historia matica sul-americana (2).

Não devemos, porem, extranhar u ambição demarcada “onto VI de uugmentar o tão vasto e deserto territorio sileiro então, pois é sabido que elle alimentou e tentou es tar o plano de faser sua esposa d. Carlota Joaquina, infani Hespanha, Regente dos Estados do Prata, com intento se de incorporal-os mais tarde sua coróa, e foi disso d do o intervenção intercsseira do ministro ingles Lord S

E" visto, pois, que a oceu) do territorio urugu era uma usurpação iniqua dos direitos daquelle povo, que ln rivalidade tradicional que mantinha com o povo u

jâmais so submettorin ao jugo do governo brasileiro. Ora, compunha de Cisplatina teve por fim supplantar a revolta en dos orientaes contra esses attentados, e, portanto, não ser mais antipathica nem mais injusta essa campanha Jib

Kepetindo a phrase celebre de Talleyrand, diremos mais do que um crime pena campanha, fui um erro, p ha muito está reconhecido pelos nossos estadistas mais versados na questão do Rio da Prata, que ha m vantagem na permanencia de um Estado neutro, entre Brazil a Argentina, ad instar do que oceorria na Ei | entre q que a Prussin, pela interposição da Belgica (4) z

Pedro 1º, no iniciar a guerra, tinha contra si nho voto pápulas ca pino sa muitos politicos Fotáveia da épo «como até a propria força de acontecimentos. opposi grossava as suas fileiras, diante dos enprichos e anda ão monareha ; os efíeitos do attentado da dissolução da Cons! ainda so fazin sentir; as penas crueis o arbitrarias con! patriotas independentes abalavam fortemente o espirito publico ;

paia. 107 0 204. GV. hum, Cit. vol. 6 pag. 288,

secreta do! netos do me, ali s nais Qd governo; que; álida,

por fazer no exercito e na armada, des- indispensavies elementos de successo ; o er conde de Lages, ministro da guerra, a

indefierente.

Ê iperador o Sul, e pouco depois, dalli, cha= pelo fneto do falldeimento da desditosa imbertri quem talvez, mais ainda, movido pelas pi a eno- daquela novo Luiz XF, deixou o commando em

do exarcito, ao uez de Barbacena. reclamou desde logo, com energia, do conde de Lages, 5 e materises indispensaveis para a continuação da cam

im, tudo lhe foi negado com subterfugios e protela- lefinidas, como se póde ver nos ofícios reproduzidos na

jo dasnelio marquez, por A. A. de Aguiar. (Pag. 281 6

o Instimavel abandono em que se debatia o exercito, a indisciplina das praças e as animosidades a entre os comandantes dos corpos é officines, como o Barreto, o barão do Serro Large, o coronel Bento Ma- Ribeiro, e mesmo, segundo se diz, entra o merechal Brown roprio general em chefe! N condições, deu-se o encontro dos dois exereitos no do Rosario, junto no arroio Ltuzaingó, a 20 de Feveroiro.

Tr BATALHA DE ITUZAINGÓ

o enfrentar inesperadamente com o inimigo, cuja verda-

ignorava, o marques de Barbacona, com o exercito de muitos elementos de resistencia, com o trem de e munições, ainda atra:

ntes, mandou dar o sigual de ataque. o suas palavras textuaes, na parte oficial da batalha ;

ds o aditamento á presente memoria. o x deste artigo,

no Rio da Prata, documentado, como é, com subsidios ar; e brasileiros, assim se exprime sobre o efectivo dos d citos: ( Traduzimos ).

<O sr. Paschoal (A. D.), em seus Apuntes sobre la de lu Republica del Uruguay, tomo 1, pags. 296 e 320, é

enta provas mais positivi respeito. Dellas se d o seguinte: 1.º, que no dia da batalha, o exercito tinha 10,557 as de revista, das quaes 8. de cayall 600 de nrtilheria e 1.578 de infanteria; o brazileiro tinha. presas de revista, das quaes 6.058 de cavallarin e 2.189 d

teria e artilberia. (Quantas praças porém, entraram em ato? Pretende-se que do exercito argentino entraram que « priori se a exagzeração); do brazileiro 6,527, se descontar a divisão de Bento Manoel, q! seção (1). Em todo 0 casa, ncerescenta (Quesada, verifica-s as cifras de ambos os exercitos que «presenta Alvear, exposição, foram propositalmente exaggerades e que um. dor não pode «aceeitar aqueles totaes effectintas ( coleulados duvida para fazer resaltar na polemica a heroicidade da b sem e) fee provas quo as confirmem ou que disvirtuem as de revista publicadas. »

Deante dessas nobres palavens, não é lícito exigir-so imparcialidade de wn adyersario, que se arroga a qualid end il d dem do general

incendio proposital do campo, T ordem e; gunyo aval aril habitual Ra vou dilicnl CE das forças brazileiras, pois, como diz o barão de xias, em seu interrogatorio, «tal fogo foi favoravel ao poraue, além de pólo defeso pela frente, achando-se elle

vento do incendio, o fumo que este lançava encobriao ; tas do exercito, e como que mascarava suas evoluções.

(1) 0% magpas Mdediznos publicados por Titára confirmam o efectivo asa para» Denalniro apenas 6,008 penças, dodunida nqmoiia Aivio,

“4 animosidade Inmentavel entra o brigadáiro Dar- o do Serro é ella anttestada por Machado

“marchas forçadas, lança sobre o sncri bardo da Serro Largo, o Ney brasileiro, a apotheoso do E! de presumirse que os cavalos de sum pequena dhaustos de fadiga e npovorados deunte da numerosa cu inimiga, debandaçem o centro do exercito, e ahi, o oecorrida, cuiu o barão, victima das balas dos pro- soldados brazileiros! parte a parte, a Incta foi tremenda, e a intrepidez dos é nttestada pelos proprios escriptores argentinos. de 15 horas de combate incessanto, semi-mortos do rodeindos de chammas os soldados de ambos os exerci- o incendio circulava o campo, umbos os goneraos hefa deram à ordem de retirada, sendo que o marquez de aeena antecipou-so, nisso, à Alvenr, por ter verificado a completa das bagagens e dus munições, aubtrahi ço da acção, por um destacamento inimigo, notter, fóra do campo, as carretas que as conduziam, com força de defesa. (1) Caso extranho e Jamentavel! O qui que apresontava o campo de batalha, nessa hora re igno da penoa genial de um Dante, é assim descri- um argentino, testemunha ocular do facto, citado pelo

a “<Vãamos cair a cada instante os soldados, com na roupas cendindas, inteiramente queimados, com 05 ulhos fóra das or- a pelle separada das cnmes, com esgares horrorosos; e pouco, expirayam consumidos pelo fogo e soltando gritos

Em meio daquella scena do inferno (acrescenta Quesada),

e, 00 longe, saltando sobre as chammas e os cadave :, 08 restos silenciosos do exercito triumphador (2), em cujas não so ouvia um grito e em cujos rostos so pintavam a eo despeito. Para completar o lugubre quadro, uma le- de homens e mulheres sem entranhas, desnudavam os cu- para roubarem as prendas do valor, e ativavam-se nos Es despojarem-nos mais depressa, porque o fogo cha-

referido por varias historiadores. =. da Mollo ídes Nacionaes, 20 6, Titára obr.elt, vi

dr. Quesada traz-nos à idéa a magistral descri de Eylau, por Thioes; de facto, essas duas tem muitos pontos de analogia que uuctorizam o paralelo: si

licot e magnis.

Na fatálhe de Eylau, em 8 de Fevereiro de 1807, portanto, antes da de Itazaingó), entre Napoleão L e o russo Benningsem, à nove, cm massas compactas, Fustigi frente do oxercito francez, impedindo suns evoluções é rando lhe o inimigo: em Itnzaingó, as chammas e o fumo do! condio do campo, coberto de macega resequida pelo sol ar da estação, produziam os mesmos elfeitos violentos sobre o eito brazileiro.

Em Eylau, na hora do combate, o bravo general Ney,

centauro invencível, conserynva-se a grande distancia do can

do ncção, com a sua brilhante divisão de cavalaria; em aningó, o mesmo acontecia com o coronel Bento Manoel Ri!

o intrepido centauro rio-grandense, à frente da flor da ci

ria brazileira.

o aqui a analogia tem uma triste solução de

em Eylau, Ney, a grande Sistanaia, tendo n do exercito frances com os russos, despenhouse vertiginosa curreira até alcançar Eylu, e irrompendo alli,

l a violencia do raio, impediu que Napoleão fosse aniquilado superioridade numerica dos russos, auxiliados pela furia extra) da natureza; em Ituzaingó, Bento Manoel Ribeiro, com os 1.200 bravos, apenas q meia legua de distancia do campo de a ouvindo o estampido do canhoneio, traiu a bandeira, violou ordens recebidas e deixou de voar em soecorro de seus cam das, que elle bem sabia serem inferiores, em numero, em cas laria o em artilheria, no inimigo !

(1) Comvem notar tambom estas palavras =re'rando-se om ordem. |: PE Quessds. La batalio de », Dag, HIS.

improvisada

onnes

JM, (4 T

, a batalha indocisa, contestando a victoria, quer quer de outro exercito,

imento argentino, basta Jêr-se com aximo

imo os escriptores sérios do Rio da Prata, que

m do assampto, especialmente a monographia do dr,

que citamos, para vêrse quo todos ellos roconhecem,

que «Ituzaingó não representa uma vicioria decisivua,

todos que ambos os exercitos aeee abando- lorontes,

Rar ia do Marquez de Barbaceni Alrear, chefe do exerci

Oitadas" praphia Lo Morques, olt-

) —82— 0

la, quando estava encaminhado o tractado de de Brandzen fez retirar do campo os restos de seu

Attentas ás cireumstancins relatadas do ria haver na batalha, nem vencedores, nem ido vernos brazileiro o argentino assim o entendoram, bos puniram os seus senernes em chefe: Alvenr foi

ado « destei , e Barbncena foi incontinenti de e substituido e, se obteve depois, importantes co Europa, foi 1sso devido à sua privança com o imperador e | perícia. notavel como diplomata.

Est hoje averiguado, n não deixar duvida, que as bandeiras que os argentinos exhibiam val do B Aires, como trophéua de suerra, foram retiradas do trem | gogons no ataque referido, como aliás o reconhece o

r. FE. Quesada, e nho tomadas em combate. Nao são, pois, trophéus de guerra, ou titulos de glori gitima, 6, si 0 fossem, estamos certos de que o ge e ocensião da visita amistosa que lhe [ez o ex-presidente publica, restituivia tnos trophéus, como penhor da appro ção fraternal das duas nações sul-americanas, ad instar do fes a Bolivia com bandeiras argentinas, a

Aliás, desde antes de 1889, como o verificou o sr, ceno Vicira (1), nho se acham tues bandeiras na cath tando, actualmente, no Museu torico de Buenos-Aires, «4 o deelara o dr. E. Quesada, (2)

HI

. O MARQUEZ BE BARBACENA COMO OHBFE DO EXERCITO

E incontestavel que n effervescencia da politica da prejudicou em muito a reputação do marquez do Bar! mo chefo do exorcito,

Mas por outro lado, é innegavel que elle, embora qualidades de militar brioso e organizador, nho tinha tencia technica para commandar o exercito do sul, na o no logar em quo cllo operava, é nem dispunha do do chefe, entre os oficiaes superiores, nocessario para do! | rivalidades e emulações existentes, entre aquelles officiaes,

tão communs então nas campanhas do sul. Referindo-se tanto a Alvenr como a Barbacona, diz selheiro Pereira

y Atraves do Io da Prola, ps, na (8) EU Muse Historico Nacional 807, pag, 29,

experientes e estratégicos, não

escola regular, e nem haviam dado provas de saber

e A a

o TA recusar a nenhum delles extrema valeatia de

movimento de juneção da forças por elle operado, em-

de elogio, não resgata os seus erros grayos, consis-

afastamento, por sua ordem, da divisão de Bento Ma-

quasi abandono em que deixou o trem de bagagens é

3 no açodamento com que ordenou o ataque, sem co-

o venl viieetivo do inimigo e ns vantagens de suas po-

; a ordem de collocação, na vanguarda, da pequena força

Serro Largo, pessimamente montada; e mais que

insistencia em comandar o exercito, não obstante a

que soffrera do ministro da guerra, negando-lhe

e sua fm pateia reconhecida para conciliar os officiaes desavindos.

ta no inquerito aludido, do Instituto Historico,

o então bario do Caxias o seguinte, que, a nosso vêr,

tiza um juizo cabal sobre o chefo do nosso exercito, em

«O movimento estratégico do inimigo, podendo ser previsto, o foi pelo gensral, o qual nom attendeu à ciroumstância da um exercito invasor e superior não podia fugir à persegui- “de outro inferior, nem abandonar os pontos que occnpára, n ter conseguido o fim que visava. O campo foi escolhido e,

Alvcar exercitou as tropas por 2 ou 3 dias (2) E' fóra de duvida, por cutro lado que o terreno occupado antemão, pelo inimigo, dava-lhe posição vantajosa e quasi a mesmo, no exito da batalha. Basta, para convencer-nos Alyenr, como o reco-

i poten! (então, barão do mesmo titulo), em 1854, Po to promovido pelo Instituto Historico, do

- Esse depoimento traz a data de 1854, muito pastorior, por o, à maioridade, e é prestado por um militar competentissimo “alheio ds Inctas politicas de então.

184,

Jistoríco, do Elo vol, 24 pag, 407 intes. Vide mals, V. do 8. a Pp RE nda So AO a do

qua

oiras

A verdadeira victoria, porém, só, obteve-a naquelles c

o povo nriental, pois Truzaingó foi o berço ensanguentado da su

nacionalidade ! + Não honye alli victoria, nem para argentinos, nem

aileiros, e o historiador futuro, do essa b

poderá concluir com o celebre verso de Comeille, na tragedia.

Et le combat cessa faute de combattants, 8, Paulo, 10 de Fevereiro de 1903. João Cosmo Gomes Rissimo.

ADDITAMENTO

Rectificamos agóra n asserção nossa, no original desta moria, lido no Instituto Tistorico, no qual declaravamos que nome de Antonio Angusto de Aguiar, anctor ostensivo da

wpbia do Marquez de Barbacena », escondia a auctoria eita do se: Visando “de Barbacena, Elio daquela, Mango Assim procedemos, em attenção ao bondoso esclarecimento do illnstrado consocio dr. Miranda Azevedo,

Nossa nsserção fôra baseada na notícia biographica daque

] visconde, constante do Diccionario Bibliographico Bra

finado dr. A. V. Sacramento Blake, qe positivamente,

a esse titular a auctoria da Biographin, o que não é exacto,

Estudando muis detidamente o nssumpto, verificamos trocho da Biographia em questão, que se oceupa da bai

Ituzaingó, uliús extenso, não fôra escripto por Aguiar, mas

do de, Eanapio Deivi, embóra ão 46. declare isso, no li imitando se o editor a imprimilo em typo diferente e com

no começo apenas, Ê

O sr. A, A, de Aguiar, cujo verdadeiro nome era—Anto | Augusto da Costa Aguiar, genro do conselheiro José Bonifk

de Andrada e Siva, falleceu nesta capital, a 11 de Maio de 18 como so das Ephemerides Nacionaes de Teixeira de |

ER le ser todo com- mão possuirmos a série completa dos artigos do dr.

le um plngio a Ne ou EE uma se é um eserptor ilustre ?

Tupórto, em deserviço pouco digno ao Fi iai Jo sobre sua auctoria, silencio esse que aqui com 0 os protesto, para que não se perpetue, no

moio litterario. J. C Gomes Rispino,

A origem dos Sambaquis . ron

H. VON IHERING

Um dos assumptos de mnior importancia, e interesse para o atada da anti; Historiã E EA Estado de 8. Paulo, é sem duvida a cultura primitiva pelos sambaquis da zona costeira. Esta cultura é preh precolumbiana, - Si neste sentido não existem duvidas, estas surgem los que ee diseute a origem destas ostreiras, Estudando a e não pequena litieratura, verifica-se que quasi todos os consideram os sambaguis umulações artificines de eujos animaes serviram do alimento nos indigenas. Em opposição a esta opinião geralmento divulgada, f o pm a reconhecer a origem natural dos mesmos, em ublicando, entretanto, em 1898 0 respectivo artigo, nos andlungen der Berliner nntbropologischen Gescllschaft Vi g. 44460», à eujo conteúdo me referi na Revista do Peulista Vol. LV, pe. 565,

Julgo conveniente publicar, em segui tradueção artigo, que 0 st, Alexandre Tlummel teve a gentileza de

Assim procodendo, tive em vista a publicação de o tudos versando sobre o mesmo assumpto e confirmando in meu modo de ver; refiro-me a uma communicação preli do sr. Siemiradaki e a nm artigo que brevemente sorá p ma Revista do Museu Paulista, pelo sr. Benedicto Cnlixto além de ser excellento e talentoso pintor, no mósmo tom) dos melhores conhecedores do littoral do Estadoe de sua Don pois, om seguida, a traducção do referido arti; qual acerescentarei algumas notas complementares, refe pecialmente a alguns pontos em que me vi obrigado a ear 4 minha opinião,

M7

a supposta acção do homem rico ma origem dos Sambaq

tem eseripto muitissimo sobre os Sambaquis do Jitto- —sem quo tenha, todavia, havido algum estudo ver- emprehendido por pessoa competente, com ce perseverança. Encetar tal estudo, seri; fa de alguma corporação scientifica, represeni

tas, e não na archeologia, como tambem como con- geologo e do zoologo, pois que, dos exploradores leigos tantes, não hn que esperar mais do que tem sido ditoe do. Justamente o predominante interesso anthropalogico, do Sambaquis, foi tambem a causa do insacegsso, “proveiu, como natural base e ponto de partida para taca a preconcebida opinão de serem estes montes de

os seculnves vestos de refeições de gerações humanas. ha muito que eu sou de parecer diferente, sobretndo que, no anno de 1894, tivera occasiho de examinar, na do estado do Paranã, um Sambaqui particularmente instru- . À relação, que então escrevi para a sociedade, anthro- ca de Berlim, ficou por emquanto na gaveta; si a envio jo, antes de guardar o classico praso de nove annos, é Ipor- não tenho, devido aos meus actuacs affuzeros zoologicos,

esperança do poder levar avanto o estudo.

ainda neem, venho apresentar o meu modo do yêr pen- ue o grande sambaqui da babia de Paranguá é uma ção natural de conchas, é com a reserva de quem reco: estado isolado; por outro Indo, ereio

nte nas contribuições para a solução do pronlema, estede o, bom conhecedor dos molluscos brazileiros e de sum tomar a palavra, em todo caso não ha de ser prejucial o esclarecimento do mesmo. mbem se cumpriu a minha predieção «que ncubum é enpaz de vêr tal perfil, sem chegar á convicção de trata de uma estrctificação natural», pois que o sr 1 von Siemiradaki, nos Annaes da Imperial Academia. las Seiencias de Vicuna, do auno de 1898, promete uma rela- no sobre os seus exames dos sambaguis do Paranaguá, que de-

Exaue no Saxnaqui Dm Boovaço, Pauasacuá

A exposição que segue, referese a um sambagui da co do Paraná, que visitei em 20 de Outubro de e dista, em linha recta, 5 e 6 km. di ia; todavia se de Paranaguá, depois de 4 hu le trajecto em te pela bahia, parte pelo rio Boguaçá acima. À chuva rencial; mas como não podia perder o vapor no qual d barcar para o meu regresso, não obstante segui; o b grande, remudo por dous homens por não so poder, vento contrario, oceupar vela. A bahin de Paranaguá e os ri nella se lançam são quasi em toda sua extensho m mangues, predominando o chamado «mangue manso: pecie que mais se presta para o cortume. Por toda gem pequenos ilhotes, coróados de mangue, ou e nnos tão complicados, que um bom pratico 6 capaz do achar 6 caminho n seguir.

lingun qual vivêra alguos annos naquelle pittoresco litoral. A distancia, da margem do rio Boguaçú até a baso dosna

que egualmente dirigia a montagem dos fornos de cal, em funcionamento, cujo director era o sr. Henrique a quem fiquei penhorado pola sua amavel bospi mui. obsequios que promptamente me prestou, No sitio deste sumbaqui, que propriamente se nar «o grande», porque um tanto mais abaixo se ncha «do Teodolico», menor, mas ainda assim de bôns dimensô tem apenas uma pequena porcentagem de sal. Mein! rio-ncima 4 agua é perfeitamente potavel, e neste ponto o mangue. À diflerença em nivel do rio, entre fluxo e regula mis. 1,50, podendo chegar a 2 metros. agua 9 uma meia legua acima do sambaqui é

ainda se percebe um dia inteiro de viagem

É. É

60 ,=—

maior, a Ostrea braziliana Lam. cujas cascas agigantadas vêm. de profundidade, não do mar como das embocaduras dos rios; tanto que se póde dizer que as citadas especies per tencem à agua salôbra das babias que recebem rios « h como a de Paranaguá, onde todas são commuus, De mistura com ellas encontram-se tambem algumas outras especies da bahia (Purpara haemastoma L., Neritina virginea Lam, Melampus olivula Morse etc.) e mesmo algumas que pertencem ao Oceano ou om todo caso hoje não se encontram mais na babia. Além destes molluscos, achei tambem numerosas vertebras, costelas e outros ossos de peixes. Otolithos de peixe não encontrei, mas apparecem ds vezes, segundo me afirmaram os trabalhadores.

A distribuição das conchas que formam aquela massa com- Ea não deixa de obedecer a certa regra, Altornam-se cama- las que consistem de ostras, com outras em que predomina q berbigão. No logar por mim examinado obtive o seguinte perfil, do cima para baixo :

Berbigão . . mis. 2,8 Ostras + > 08 Berbigão . + > 07 Ostras «+ 06 Berbigão 2 àl

As camadas de ostras consistem quasi que exclusivamento das duns especies mencionadas, ao passo que nas de berbigão tambem se encontram Ameijoas e as outras especies acima citar das. Tambem vêm intersemendas algumas especies de Bulimus e mais cnracões terrestres, faltando todavia Helix similaris (Fo russac), apesar de ser hoje o mais vulgar entre 05 seus congo- neres. Este caracol pertence a um subgenero muito desenvol: vido na Europa e na Asia, mas sem parentes na America; das Indias Orientaes, sun patria, veio por contrabando ao Brazil, acompanhando a bananeira, é foiso com o tempo vulgarizando prodigiosamente, Razão porque me interessou bastante a nsser ção do sr. Manerer, de nunca bavelo encontrado no referido procosso de peneiragem ; pois Helix similares tem neste sentido a mesma importancia archeologica que qualquer achado de moedas, louça, ossos bovinos ete.

Interessante pareceu-me tambem a existencia de alguns in díviduos de Azara prisca Mart, especie que conhecia dos sam» de Santa Catharina, mas que não se em Rio Gran- de, E" esta uma especie extincta, mas que fica proxima da Aza- en labinta Maton, que vive no mar atá a nltura de Iguape.

= e

Para terminar a enumeração dos objectos achados, passo aos estos humanos e artefactos do homem,

ii do snr. Maneror um certo numero de nemas de podra,

Um dos machados é grande, tendo 23 em. de comprido; é

lavrado toscamente, tendo apenas o gume afiado em leve curva ;

ouro, porém, que mede 10 em. é de forma elegante e bem

ido; as outras amostsaa, do machados, entre elles um quebra-

variam entro estes dous extremos. O material é em geral

à diabaso, vulgarmento denominada, "pedra de ferro” duma côr

anzulado-negra, com uma camada ferruginea de côr nmarellada,

na

e.

dos machados euma peça triangular, acharam-se tara»

bem pedras em estado bruto, quartzo e outros silicatos e mais algumas, neensando o carneter pedregulhoso.

São pedras esphericas com duas faces nplninadas e paralellas

poderiam ter servido para moer tintas ou certos comestivois,

mo variedade aparece ainda um machado, achatado, de osso om duma massa leve e que adhero à lingun.

No meio das conchas achou o snr, Manorer um esqueleto

| bumano, em posição meio sentado meio deitado, um braço atraz das costas, outro sobio o peito, craneo quebrado e vyasio, e toda inerustado em conchas.

Passemos agora À discussão dos fnetos observados.

Como dissemos, muito se escreveu sobre a origem dos sambaquis e sempre sobre a hypothese de se tratar de amonto= amentos devidos aos indigenas habitantes da costa.

Tambem Carlos Rath, um dos mais experimentados explo- radores dos sambaquis adimitte esta origem para os sambaquis pequenos, do 2 4 3 metros de altura e 30 a 40 de circuito, Elle aponta quo como os indigenas do interior elevaram sobre os tu- mulos pequenos cômoros de padras e ontros materines, assim era razoavel que nas prainase servissem de conchas para o mesmo fim,

“Ao mesmo tsmpo Rath contesta tal origem para os grandes sumbaquis, os quaes considera obra da natureza. Tem este sido

o men modo de pensar, sobretudo para os sambaquis, esrpontos do Azara prisca, desdo que fiquei conhecendo aquel- les visinhanças da Lagõa-Mirim, contendo camadas desta es-

tanto antigas como mais modernas, misturadas com ostras e dentes de tubarão; assumpto de que tenho tratado em publi- cações anteriores,

no primeiro olhar que lancei sobre o bem delineado cór- te do sambaqui paranaense pareceu-me Ter no mesmo o elo-

x to protesto da Crenção dizendo: Esta obra é minha! o que ido que um geologo possa interpretar o perfil de outra ma-

452

meira. As camadas superpostas, em espessura diferente, accusam uma formação dentro da agua. A mesma estractificação pronun- cia-se egualmento bom dentro das massas de berbigão

Aceresce ainda outra circumstancia notavel. Si fosse todo o monte apenas um ajuntamento de conchas amontoadas por in- digenns, então os restos dos molluscos consumidos serinm lançu= dos em promiscuidade ; mas tal não succede. Ora, como expli a então uma camada da 70 a 80 em., formada exclusivamente

le ostras ?

Si ealenlarmos a formação do immenso sambaqui em LOCO annos (o que é arbitrario mas, com certeza, antes aquem do que além da realidade), a formação da camada de ostras teria d>man- dado 30 a 40 annos.

Ainda que se quizesse reduzir à épocha, o caso seria sempre, que os aborizines tendo por geração passado o berbigão, de ro- paste tivessem mudado para passadio exclusivo de ostras por

lecennios, para em seguida tornarem a adoptar alternativamente

o regimen de berbigão, de ostras, de berbigho outra vez, e nesim adeante—o que parece absurdo. Não menos absurdo é 8 suppo- sição que os restos da cosinha haviam de ser carregados morro= acima, para serem despejados no cume. Tal pedantismo não se harmoniza com os costumes dos nossos indigonas, segundo geral conhecimento que dellos temos, Afinal, póde-se perguntar o que vinha fazer na formação do sambaqui aquelle infinito numero de individuos pequenos que por certo não podiam fornecer alimento, mais o grande numero de conchas e caramujos que se encontram intactos,

A unica objecção contra esta minha theoria deriva da pre- sença de ossos é artefactos humanos. Mas tses objectos podem ter sido perdido por algum pesendor ou ontro, asim como os esqueletos podiam scr de algum indigena afogado. A maioria

tedras que observei combina com aquellas que vi nas rê- des dos pescadores e que, segundo me afirmaram, acham-se em grande quantidade sobre algumas das ilhas; não se esqueendo que poderiam ser arrastadas pela correnteza por effvito da tem- paia ou trazidas pela mu As pesadas conchas, dovoluta

raziliana, apparecem nas praias rio-grandenses negrretadas de

grande distancia e consideravel profundidade; o mesmo aueceda em Pernambuco com os Cassis o Strombus, muito mais possan- tes ainda. As mesmas forças porque não haviam do transportar pedras dum certo volume e peso para depositar de envolta com quintnes de conchas e curamujos?

Aqui convém tambem notar que carvão vegetal não foi encontrado neste sambaqui, Faltam egualmento os taes fra-

“ad

455 =

mtos de panelas. sia formação do sumbaqui datasse "um tempo em que os indigenas ainda não sabiam fabricar va- sos de barro. Contra a thocria dos «restos do cosinhas pode- mos ainda argumentar com a completa ausencia de ossos do mamiferos, excepção feita de algumas lascas de ossos de baleia, de que umas poucas achei. Nao ba nem houve um povo tão

usivamente ichtyophago e concheophago quo ignorasse o uso de armas e de ciladas para caçar antas, porcos do matto, endos ete. que até hoje abundam nos frondosos matagaes ds toda a regino maritima.

Rosta-nos lançar um olhar sobre o netual estado da vida animal na bahia de Paranaguá para indagar si os factos con- firmam a nossa theorin. Eis aqui a enumeração das especies eomestiveis:

Bacucú (Modiola braziliensis Chemmitz—fundo arenoso,

Eurarú (Mytilus perna L)—sobre pedras.

Ostras (Ostrea braziliana Lam.)—no lodo

Ostra do mangue (O. rhizophora Guild. )—raizes do mangue,

Berbigão (Crgotogramms braziliana Gm, )—aroia,

Ameijoa (Lucina braziliensis Lam, )—ijaem,

As especies mais vulgares são o Berbigão e a Ostra dos Man- gues. As cascas do primeiro podem ser vistas em muitos lo- fere, como por exemplo no Furado, em tal quantidade que

am como uma calçada; na bocca do Furado existe um lo- gar raso e arenoso ua praia, todo entulhado desta especis algumas Ameijons, mas sem ostras: de que sa póde dei

1.º que póde haver njuntamentos de Berbigão com algu- mas Ameijons, mas com exclusão de ostras, tal e qual como nas camadas dos Sembaguis.

2.º que t4es conchas de Barbigões mortos nem sempre «e

ham so acaso sobre uma extenea praia, porém que a força motriz da agua, conforme as condições de vento, terreno, cor- renteza etc. tende para agglomeralhas em certos logares es- pecines .

O mesmo phenomeno notei tambem nas margens da Lagón- Mirim relativamente s conchas de Azara labiata, onde em ter- 1a firme a certo distancia da lugôu existem camadas compostas da dita especie com ostras 6 outros bivalves, dentes de tubarão ete., o que tudo ficou depositado no tempo em que a agua d'a- quella Jagõs ainda era salgada. Outro exemplo nesignalei nos proximidades de Montevidéa, onde existe tal camada perto da

a qual póde ser acompanhada por kilometros, ainda que com solução de continuidade, por ficar de espaço em espaço en- coberta, Esta camada consiste essencinlmonto de cascas de My-

454 4ilus, e é circumdada de areia. As conchas di m-se com rapidez, e ae o torna-se estranha a bos conser- vação dos innumeros individuos que compõem esta camada.

"Tudo emfim comprova que sob certas condições se podem formar grandes e mesmo enormes ajuntamentos de conchas, e assim nfiguram-se-me os grandes sambaquis como formações ma ritimas que, segundo n modificação do meio circumdante, ora se constituem de berbigão, ora de ostras, pelo menos na sua es- sencia, Não havendo tal modificação, formavam-se montes de uma ou outra especie, como tambem se encontram ma bahia de Paran:

As pedras c os artefactos humanos vieram arrojados pelas aguas ou perdidos de qualquer embarcação; e os esqueletos são de individuos afogados

A par com estes grandes sambaquis naturges ha ontros me- noros, com numorosos ossos quebrados, de divorãos animaos, ca- cos de panella, pedaços de carvão vegetal ete, ; para estes ul: timos é preciso então ndmittir outra explicação, se vê.

Em geral não se póde imaginar a natureza da babin radi- calmente alterada desde o tempo do nosso sambaqui até bojo. O contingente principal de conchas consta de especies que até hoje abundam; sómente achavam-se, si bem que em numero pouco consideravel, diversas que habitam na agua fortemen- te salgada do Ocsuno; o que indica que a babia então cobria uma superficie maior, inclusivo o territorio onde, de agua, resta hoje o curso inferior do mediocre rio, e que neste Jogar mesmo à agua marinha era de tal profundidade que dentro la se podiam, om condições favoraveis do fundo, formar samba- quis que pouco a pouco emergiam, em proporção com o retro- cesso dus aguas « o nugmento de nivel da costa em geral. Es- te levantamento dn costa nssignalei primeiro no Rio Grande do Bul, tendo:o verificado mais tarde em S. Paulo. pelo achado de ossos de baleia pela terra a dentro, Dirigindo pois, no estudo dos sanbaquis, a nossa vista para épochas idas, cumpre-nos ao mesmo tempo levar em conta as mais recentes modificações geo. logicas do nosso littoral

Para funlizar, confesso que a theoria que acabo de expôr não está livre de contestação. Fica muito pluusivel procurar uma explicação que seja applicavel à totalidade dos sambaquis, sobretudo por causa da presença dos artefactos humanos. objccção neceitarin de bom grado, mesmo para o sumbaqui por mim examinado, si nelle apparecessem ossos de animaes, care vôos, encos de louça ete. Por sua vez, quem se propuzer a ndvogar a origem humana de todos os sambaquis, deve, atten-

E

455

dendo a nosa exposição, reconhecer que muitos e fortes ar gumentos militum contra uma solução, em absoluto, do difheil problema.

Para conseguir este, fim não servo continuar pelo methodo rotineiro que nada adeanta. Antes da formar juizo definitivo, te- mos ainda de examinar e classificar as especies goologicas re- presentadas nos sambaquis, estudar a sua biologia e as condições zoologicas da costa, o modo e a distribuição dos moluscos e as

a efectunram, e determinar a cnda um destes facto- mes a sun influencia precisa. Razão por que para, a continuação estudos, organizei um programma que algum dia nos poderá facultar Jançar luz nesta questão tão discutida, e jentre- tanto até hoje victima de deplornvel desorientação; sendo quasi lo vêr como justamente se ligava na literatura uma aocundaria importancia nos pontos principaos que pudessem olu- «cidar a questão, a saber: biologia, babitat e estractificação das conchas componentes.

O que aqui temos em mita poderá tambem ter applicação para os sambaquis de ontras costas, os Kjockkenmoeddings mais formações analogas. Resta emfim constatar si não é, pelo menos uma parto dos montes de conchas nttribuidos à obra pes mana, de origem natural,

O ponto essencial em que tivo de modificar a minha opi- uiho anterior refere-se à presença dos ossos & urtefactos huma- nos que não mais considero como entrados nos sambaquis no pe- riodo de sua formação, mas sim como ahi sepultados,

Quem conhece essas baixadas humidas e muitas vezes en- charcadas, não duvidará que as colinas de sambaquis que por- ventura abi surgem proporcionaram por certo nos indigenas condições favoraveis, não «ó para o domicilio, como tambem para o entorro dos seus mortos.

O motivo para esta modificação é dado pelos resultados de meus estudos sobre n geologia da zona littoral do Brazil e das republicas platinas.

ro, om outra conferencia poder, expor no Instituto os resultados de minhas investigações sobre a antiga exteusho do mar no Bracil e digo apenas aqui que ao começo do periodo pleistoceno teve logar uma forte transgressão do mar em toda esta extonsn zona, A parto dos meus respectivos estudos, que se refere no Rio da Prata, foi publicada ha pouco om Buenos Ay- res em um artigo. Nelle evidencia-se que todas as conchas cone tidas nos depositos marinhos da formaçho pompenna são identicas

Ioring. E. von Historia do Ius Ostras Argontlnas: analos del Museo Nacional do Buenon Agros, Iii, Tomo VII, pags. 109 m 145.

458

a especies ainda hoje viventes é consegnintem: Rebio os restos humanos da mesma formação pompeana, consi tor ciarios por Florentino Ameghino, na realidade sho tarejarios, Desapphrece deste modo a unica proya com que se protendia deco so a existencia do homem tertiario na America meri- ional, E' nesta dpocha pleitocena que não grande parto dos Pampas fóra invadida pelo mar e as lagõas Mirim e dos Patos eram ocenpadas pelo Atlantico, dando acecsso franco ds baleias até o Porto Alegre e o Rio Jacuhy, mas em que tambem as baixadas do littoral de S. Paulo eram cobertas pelo Oceano.

E' justamente nesta épocha pleistocena que se dem a foi submarina dos sambaquis, seguindo-se mais tarde 0 loyantamento

ja zona costeira, para cuja continuação, mesmo ainda no periodo historico temos muitas provas.

A idén da construeção artificial é falsa, não sob o ponto de vista geologico, mas tambem sob o zootechnico. E! engano suppor-se que para a construcção artificial do um sambagui basta njuntar e amontoar conchas. Estas, expostas no ar livre e às continuas mudanças de temperatum e humidade decompõem- so Tapidamentos

ln poucas regiões do globo em que os molluscos entram em tão larga esenla para a alimentação du população costeira, como no Braxil me ima e mesmo assim não se nota a forma- ção de sambaquis recentes. Todas estas conchas desapparecem em curto lapso, como desapparecem tambem os milhões de con- chas que o Oceano continuamente lança às pi geologia tambem nos ensina que são condições muito especiaes as em que se conservam as conchas depositadas no lodo e n8

Dos sambaquis ou antes pseudo-sambaguis que effectiva- mente representam os restos das refeições dos indigenas exami= nei alguns no Rio Grande do Sul. Estes apresentam-se sob as- pecto todo diverso; são depositos de terra esenra na qual além de numerosas conchas são encontrados ossames de peixes e mam- miferos, de mistura com cacos de panellas e outros arte mais, não faltando pedaços de carvão vegetal.

Doixo do aqui entrar em dotalhes deste assumpto, roferin- do-me ao meu artigo sobre a ilha de S, Sebastião (1), no qual largamente tratei dos moluscos comestíveis do litoral do Estado de S. Paulo,

Desejo chamar apenas a attenção a um facto singular, o de que não encontrei nos sambaquis de Paraná o 8, Paulo conchas.

E)

(0) Iberiug, E. vuo.—A Ha de 8, Sebastião, Bevisia do Musuu Paulinia, vol. MT AB, page. 176 o a

= 457

do sermambi (Mesodesma mactroidos Desh.), observação confir- mada tambem pelo sr. Bonedicto Calixto o que é tanto mais singular, porquanto desde o Rio Grande do Sul até 5, Paulo é a mai urada é apreciada para a alimentação. De confor- midado com este feto, esta especia é nbundantemonte represen- tada nos psendo sambnquis do Rio Grande do Sul. Parece que esta especie, como certas outras comuns na Patagonia, inmigra- ram para o Bruzil, ao fim da formação pleistocena, o que aliás seria de conformidades com minhas observa sobra conchas pleistocenas do Rio da Prata, onde a uma fauna antiga, rica em especies brazileiras seguiu-se outra em que predominam os pos patagonicos.

arece, quanto a estas modificações faunisticas que entramos actualmente om outra phase, visto como na região de Porohybo a 8. Vicente os sambaquis, durante os ultimos L5 annos, torna- ram-se mais escassos, tendendo mesmo a desupparecer.

Uma confirmação interessante de men modo de vêr éa dada

lo artigo mencionado do sr, Benedicto Calixto. Entre outros interessantos, como se póde esperalos de quem foi criado nesta zona dos sambaquis, menciono especialmente o da ocenrreneia accidental de ossmmes de raposas, tatús e ontros animaes, no interior dos sambaquis, acontecendo mesmo que estes animaes ahi levam a bala com que Foram feridos. Segundo u observações do sr. B. Calixto, estes factos so explicam pela. cj eumstancin de terem sido antigamente cobertos estes sambaguis por mattas, abrindo as raizes apodrecidas das arvores camnes, pelos dad estes animães e outros como reptis penetram no interior sambaqui em procura de abrigo. E' essa explicação tumbem pela qual se entende a ocenrrencia ocensional de cnracões ter- restres no interior do sambaqui,

Obsorvo ainda que, na litteratura do seculo XVI, debaldo procurei informações sobre os sumbnquis ou ostreiras, como então erum denominados. em 17,.6 que Froi Gaspar Madre do Deus mventou a historia da construção artificial dos sambaquis pelos indigenas, na sua obra,

“Terminando estas considerações, entendo que os sambaquis, no em vez de perdar quanto no interessso, pelo contrario nelle emaltocem, desde que não têm uma importancin arcbeologiea mas tambem geologica. Representam neste sentido documentos de alto valor, cuja destruição systematica constitue um acto de vandalismo, contra o qual é tempo de protestar energicumente, Reclomo nesse sentido o apoio do Instituto afim de que propo- ha ao patriotico governo do Estado as medidas necessarias para sus conservação.

"4

Os Sambaquis

Prro pr. ALnuero Lóronas

No dia 22 de Outubro de 1898, a Sociedade Anthropologica de Berlim tinha uma de suns acostumadas sessões. Nesta ses são foi lido um trabalho enviado pelo socio correspondente da sociedade, Dr, V. Ibering, diroctor do Museu Paulista,

Esto trabalho intitalo : «Sobre a pretendida origem hu- mana dos Sambaquis» e foi publicado no boletim da Sociedade referida, paginus 454 e seguintes.

Não constando haver ainda traducção em portugues deste importante trabalho, seria de injustiça deixalo despercebido, tanto mais que se ocenpa de um assumpto de tamanho inte- resse para o Brazil, estabelecendo hypotheses que merecem q maxima attenção por partirem de um dos ruros cepocialistas que no Brazil oceuparam com catudos conchyliologicos. (TI

Na introducção começa 0 autor por eriticar os estudos até agora feitos sobre os sambaquis e lamenta que ainda não hou ve archeologos, geulogos ou zoologos especialistas que os encetas ram e que tudo tem sido feito por meros dilectantes, o que trou- xe em consequencia os mdos resultados observados, visto todas terom dirigido as suas investigações com ideias preconcobidas de que os eambaquis deviam ser rostos de cozinha.

Está, porém de opinião diferente, principalmente depois de ter visto um grande sambaqui em Paraná, o qual é uma ag- glomeração natural de cascas, sendo que ndo pode haver duvi da que à opinião delle, autor, tem direito a um valor especial morna ba 18 annos que occupase com os concbylios marinhos

o Brazil, como unico especialista aqui.

Continta, dizendo que a sua previsão renlizonse de que «nenhum geologo póde vor um tal perfil sem ganhar a convi- eção de haver uma estratificação natural dostus camadas», pois, o sr. Siemiradzki (Observações geologicas feitas numa viagem no Brazil do Sul, Boletim dn Academin de Vienna. Volume 1H, Parte 1, Janeiro 1898), é da mesma opiniho de que os sam-

459

são acenmulações naturaes de conchas do ps ternario antigo.

a o autor entra no exame do Sambaqui do Bogançú em

O sambaqui examinado pelo eminente director do muséo-. segundo sua propria descripção-—está ú cerca de 6 Kilomatros distante da beira da praia, na bahia de Paranaguá e, a uns 100 metros da margem do rio Bogunçú. Iavendo alli mais que um

inlmente com o grande que é constituido por uma parte principal de 100 metros de comprimento sobre cerca de 29 metros de altura o, uma parte secundaria, mais comprida e muito mais baixa. «Em um logar chsolutamente plano que se eleva sómente a 1-2 metros acima do nivel do vio, um tel murro é extremamente notavel». O conteúdo deste sambaqui é «alculado, segundo o autor, em corca de 750900 metros enbi- cas *) e é hoje utilizado para o fabrico do cal, ba mais de & mezes. Todos os objectos de valor alli encontrados como, con- chylios, ossos, pedras, brutas e trabalhadas, ete. foram guarda- dos para o nutor e, mais uma cirewnstancia favoreceu os estu- dos. Era que sendo o material peneitado antos de ir para os fornos, os conchylios pequenos acham-se separados para serem pato fora por não servirem para o fabrico de ce], sendo muito luros.

Depois de descrever o sambaqui que no logar tem uma al tura de' 8 metros, uma lista dos conchvlios encontrados que demonstra haver ostras do mar fundo « bem salgado, ostras do mangue o conchas do mar de dentro, pouco salgado, conchas & caramujos de agua doce e até caramujos terrestres, como o Bu- linus. Tudo isto de mistura com vertebras e espinhos de pei- xes, machados de pedra, até polidos, de dinbas e, pedras nho tenbalhadas, pedaços de quartzo « outros silicntos e seixos rola- dos com dous lados parallelos e achatados que deviam ter ser- vido para moer tintas ou alimentos, segundo o autor, e mais um raro machado em osso, No meio das conchas tinha-se des- coberto um esqueleto,

Vem agora a discussão das observações feitas, Abi fala do sr. Carlos Rath como o unico experimentado observador de sumbaquis, cuja opinito é que os pequenos sambaquis podem ser tumulos indigenas mas os grandos têm uma origem natural esa- etamente como o autor ha muito tempo admitte e publicou.

Um olhar sobre o perfil do sambaqui observado fale Tou so autor a linguagem da creução «isto é minha obra» e em

*) Tendo TE000A matros cabicos é apenas 25 metros do altura nom comprimento de 300 MMenros, é novesencio que enha ICO metros do Irtgnra para à taxação ter esacig.

jodo qua-

480

seguida «duvida que um geologo traduziria esto perfil d'ou- tro modo. As camadas superpostas, de espessura alternada de-. monstram uma sedimentação pela agua» é argumenta:

o monte todo fossa sómente uma secumulação de con- chas feita pelos selvagens, os restos dos conchylios seriam de- sordenadamente misturados e totalmente baralhados, porém não é isso que se dá. Como deve-se então entonder que numa ca- mada de TG-80 centimetros sómente existem ostras? Admittin- do, taxado arbitrariamente, porêm de certo não demasiado, em 1000 amnos o tempo necessario para a formação deste gigantes co sambaqui, seria mister um periodo de 80 a 40 annos para Formar a camada das outras. Admittindo mesmo menores inter- vallos, fica sempre o facto de que os habitantes primitivos, de- pois de terem-se alimentado ulgum tempo de berbigões, de re- pente queriam ostras durante annos e, depois voltaram outra vez nos berbigões, durante outros decennios e assim sempre, Não é absurda tal supposição. Não será absurdo tambem adimit- tir que todos os restos de cozinha foram cuidadosamento Jeva- dos no alto do monte. Tul pedantismo não se conduna com o que se conhece dos selvagens do Brazil do Sul».

Falla o autor depois das conchas nho abertas e que gran- des caramujos são ainda intactos o que não admitte si tudo fos- se pra comer-se.

Acha que n unica objecção contra a opinião delle é npenas a presença do ossos bumanos e artefactos, Mas explica que es- tes podem ter sido perdidos por pescadores nas pescarias e. os esqueletos podem ser de selvagens que se afogaram. As pedras podem ter sido ahi levadas pelas correntes de agua por ocessião de tempestades e pelas marés,

Diz que favorece a sua opinião o facto de não se tor en contrado carvão de madeira naquelle sambaqui, nem cacos de ceramica ou ossos de animaes terrestres.

Pnssn depois em revista ns condições nctunes para a vida animal na Eahia do Paranaguá, d'onde tira as seguintes conclus sões que transcrevemos ipsia verbis:

que aecumulações nnturses de berbigões existem com ameijoas (o autor escreve ameixas,

que estas cascas de berbigões mortos não sho distri- buidos irregularmente sobre a praia numa grande extensão, mas que a força das aguns em consequencia de “condições ospeei

le vento, terreno, correntes, ete. as varreram ajuntando-as em quantidades consideravyeis em logares certos.

Diz depois que observou na Lagon-mirim a respeito de cas cas de Avara labiata, onde tambem ha tnes camadas em terra

461

e certa distancia da praia; são ahi misturadas com ostras, con- lios, dontos de enção ete. em grandes massas, o que prova serem do tempo em que esta agua ainda era salgada. O mesmo

iu tambem em Montividéo, onde as formações são quasi exclu- sivamente de Mytilus.

Demonstra isso tudo no autor que, dadas certas condições podo hayer considoraveis necumulações de conchylios, pelo que

le se figura que os grandes sambaquis são formações mariti- mas que pela mudança no terreno sho ora berbigões, ora espe- cinlmente de ostras. Não havendo taes mudanças; formaram-se montes sómente de ostras ou sómente de berbigões como na bahia de Paranaguá, As inclusões de pedras e de artefactos são prtcinlmento roludas pela agua, E pise erdidas pelas em- ações. Os esqueletos sho necessariamente de afogados.

Admitte, porém em seguida que ao destes montes de conchas formados pela natureza, ha outros, pequenos com ves- fgios de foguciras e quantidade de ossos quebrados de animaes, cacos da ceramica, carvão de madeira ete. para estes precisa outra explicação.

Pondera depois que, em goral, não se deve imaginar a con- figuração da babia no tempo da formação do referido sambaqui como differente da de hoje. A massa principal dos concbylos compõe-se dus mesmas especies que ninda hoje alli existem, po- rém junto com elles hn outros que apparecem no occano de agua bem salgada. Onde agora é rio, ers então uma babia aber- ta e muito mais funda e, neste fundo, por baixo da agua for- maram-se os sambaquis que se elevaram ao passo que o littoral se elevava, elevação esta quo elle observou em Rio Grando do Bul e que em 5. Paulo fica provada pela presença de 08505 de

eia, de forma que, volvendo as vistas para o passado ao en- cearar os sambaquis, é mister tomar em consideração estes ulti- mos phenomenos geologicos no litoral, inalmente confessa o autor que a sua argumentação não está totalmente livre de objeeção e que por enusa du presença de artefactos, procura-se geralmente ums explicação applicavel a todos os sambaquis. Querin elle dar a essa objceção um valor maior si no sambaqui descripto houvesse ossos de animaes, car- vão do madeira, cacos ete, Collocandose no terreno oposto, admittindo que todos os sambaquis são artificines, surgem uma porção de duvidas para as quaes não ha explicação possivel.

Conclue que não é possivel continuar nesta maneira de in- vestigar superficialmente os sumbaquis, o que não adianta um passo e diz que neste trabalho truçou um programa, ou 1 investigação zoologica dn fauna dos cambaquis, à biologia dessa

ar

rp

fauna, as condições geologicas da costa, o modo do estratifica- são e as forças que contribuiram para ella e repete «ser ridi- culo o modo pelo qual isso até agora tem sido tratado».

Fecha depois com o seguinte: «Está para averiguar si no menos uma parte dos sambaquis attribuidos ao homem, não seja

de origem naturala,

aa

Até ahi o ilustrado director do Museu Paulista. Agora chega a nossa voz de expor algumas timidas reflexões sobre O notavel trabalho que tivemos a honra de resumir,

Em primeiro logar devemos confessar que divorgimos e bastante da opinião do autor quando elle, na introdueção do seu trabalho, lastima que até hoje sómente leigos o diletiantes se occuparam com estas interessuntos formações, porquanto co- nhecomos os admiraveis trabalhos de homens como os Sis, Dr, Hartt, Dr. Orvillo A. Derby, Dr, J. B. Lacerda, Dr. Miranda Azevedo, Dr. Wiener, Barho de Capanema, Ladislno Netto, Bar- hosa Rodrigues « outros, que todos, infolizmente estão em oppo- sição dinmetral á opinião do ilustrado autor. E por mais inve- rosimil E parece temos de ndmittir que o autor não conhece estes trabalhos para avançar o que elle avançox no delle.

Quanto À afirmação de que a opinião delle, autor, «tem direito a um valor especial, como unico especialista», em con- chyologia no Brazil, receiamos muito que talvez nem todos se convençam deste modo de ver porque, sendo os Srs. Drs. Hartt, Derby é Barão do Capanema sciontistas do tão grando nomonda como é o Sr, Director do Museu o, os Srs. Dr. Lacerda, Dr. Miranda Azevedo, Dr. Wiener e Burbosa Rodrigues anthropolo= gistas e ethnographos ea notaveis, talvez nho fique bem aeceita a preferencia decretada para a especialidade do autor.

Por nossa vez temos tambem de lustimar que o autor não foi feliz quanto á sun previsão de que: «nenhum q ver mm tal perfil etes porquanto tanto o Dr. Hartt como o Dr, Derby e Capanema de modo nenhum querem reconhecor a tal estratificação natural das camadas, Rosta, porém o citado pro- fessor Siemiradski que, na pag 11 da obra referida pelo ma- tor diz:

Estes sambuquis, que geralmente são tidos por uma sa pecie de Kjkkenmóddings pelos scientistas americanos, são na sua maior parte talvez nada mais que uma estreita zona littoral de areins brancas e amarellas nas quaes se encon tram aqui e acolá, buncos de ras o nceumulações de con chms, A formação toda é intoiramente natural e suas rola- ções com o homem resumemso ao que algumas tribas de

468

dores abi moravam e em parte deixavam verdadeiros iolekenmiddings. Mas dabi até a opinião de que todos os bancos de conchas, na região litoral do Brazil do Sul, ses um formações artificines, é ainda muito longe, 'ós, infoliamente, duhi daprohondemos, pola doscripção que Jnz o professor Siemiradski, que elle nenhum sambaqui verda- deiro examinou, porque isto as «estreita zona littoml de areias brancas e amarelas com conchas nqui é acolá», não nos parece muito idei no sumbaqui do autor nem aos paulistas, dos uses, aliás, temos visto e examinado detidamente apenas uns tos. Nem podemos tão pouco enxergar a tal negação abso- luta da existencia de sambaquis artificiaes, questão de falta de acioncia por nossa parte,

Examinando agora o que o precinro autor diz do sombaqui

elle examinado, durante ums chuva torrencial é pelo tempo

uma mein hora, e que, sendo um monte de 25 metros de altura situado num terreno absolutamente plano, de uma eleya- ção apenas de 1-2 metros acima do nivel do rio, é nos ainda absolutamente impossivel comprebender como se deu a sun for- mação por baixo d'agua é 4 sua posterior elevação até a posi= ção actual, Pensavamos sempre que a acção da agua antes fosse dispersiva que accumulativa o que 95 ondas no seu vai-vem ti- vessem a tendencia de—como dia o citado Dr. Siemiradski— epalhar em Tinbns peralllas ds praias todos, objesios que ellas arromessam em torra, em voz do empilhal-os como môdas num prado. 'Tão pouco podemos achar à solução do enigma da conservação das camadas ou estratificações, tendo o sambaqui tido n sun origem por bnixo d'ngun onde a sun nccumulação, em forma de monte devia, forçosamente ter sido o efisito de uma rotação das aguas, como em uma especio de malstróm, In- felizmente, porém o autor não fornece explicação alguma talvez,

e admitte bondosamente que todos os leitores possuam a sabedoria delle, Tambem não entendemos quando, depois de ter O mutor dito que; «não se deve imaginar a configuração da ba- Ria no tempo da formação du referido sambaquê como diferente da de hojes, elle, logo em seguida continúa: «onde agore é rio, era então uma bahia aberta e muito mais funda etes Framen- mente isso não é fncil de entender,

Igualmente dificil é explicação de fucto de acharem-se jun- tos, naquele sumbnqui, conchylios de ngun bem salgada, de agua salobra e de agua doce, até terrestres, sem que estejam em ca- madas distinctas e difierentes, nem ordem relativa, correspon— dentes ás mudanças suppostas daquela bahia que, entrotanto, não tinha mudado,

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Cortamente é possivel, que a biologia o a physiologia destes conehylios, mais tarde vonham a esclarocor osta união intima do seres, habitantes de meios tão heterogeneos, assim como o inte= ressan te e apparente paradoxo do conjunto de objectos de den= sidade tão diversa como são conchas, pedras e osssos apegar sujeitos a tantos movimentos simultancos « combinados, como 4 acção das ondas, vento, correntes etc. e, por tanto tempo, como devia ter levado esta formação. R

Ainda uma outra duvida, Numa grande porção do samba-

uis paulistas, dos quaes citaremos como typos especiass o da ilha do Onsqneiro em 8, Vicente, a Cusqueira grande em Cu batão. o de Gunraii e o de Santo Amaro, vimos elles colocados no cimo de rochas onde as camadas são empilhadas nté a altu- ra de 4 metros ou mais, revestindo estas enmadas n rocha in- teira, sem, comtudo, chegar até a sua basco, como devia ter sido interessante esta ucção da agua de, com todo o cuidado, conser- var esta difficil posição sem dispersar ns conchas durante todo o tempo da formação debaixo de agua e da subsequente oleva- ção. À mais critica época, de certo, devia ter sido quando q cimo da rocha, lentamente, despontava à flor da agua, Nenhu- ma onda ahi podia então tocar sob pena de dispersar tudo, com- posto como er, de conchas soltas e nenhum movimento de ngua, por leve que fosse, devia torse produzido porque ainda. hoje tudo se conserva perfeitamente estratificado, Principalmente interessante mas igualmente dificil de explicar pela nova theo- via, está a Casqueira grande de Cubatão que se acha no cimo de uma rocha do 30 metros de altura, obsedo da mangas por todos os lados e da qual subiram durante uma exploração de mais de 2 amnos, acima de 100000 metros cubicos de ostras e de conchas e, talvez centenas de esqueletos, restando ainda pro- vavelmente outro tanto. (Quanta gente afogada no cimo do monte e que maelstróm aquatico e aereo! Na ilha do Casqueiro de 8, Vicente o mesmo facto se reproduz e foi alli que o sr. Carlos Rath, numa vez, mostrou 40 Imperador 7 esqueletos, dos quaes um ainda hoje deys nchar-se no Msuco do Rio de Janeiro, (1)

E' nos igualmente mysterioso o facto de que não no Brazil, como em tantas ontras partes do mundo c, em logares onde ns condições são igunlmente favornveis, nho haja sem sambaquis. Sorá que ns forças da natureza no tempo precolom- biano tiveram preferencia pelos poucos logares onde os taes sum Dbaquis existem, ou serão as condições de hoje naqueles sítios

1 Demo casquelro foram extrabidos em uma visita que All fer o sr, D' Fedro IL um emqueleto e varios craneos, que eito caviou ao sabio dr, R Virdhow- Dara entudal-os

dr, 3. Auvndo, dm ANT. am mesureão que all (os, obtave tambem mim Cranao muito para feito a semelhante no do homom da Lagoa Sania de Lund, (4% da Reducção)

a

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ensão. tod explicação da existencia de camadas de bumus com us conchas ou das ostras ; como temos ve- mais que cem sambaquis, Nunca ouvimos fallar em “de humus debaixo de agua salgada mas, pela hyporhese é admittir isso como possivel visto que os samba-

ter origem marinha. E como prova irrefutavel

estão os ossos de baleia encontrados nos sam-

Paulo, conforme o outor da nova hypothese. E" ossos de baleia tôm sido encontrados em muitos mas, exclusivamente vertebras, sempre muito gastas

te iguses as que ainda boje se encontram muitas nas dos pescadores, onde servem de assento. E nós, que na orancia, acreditavamos que fossem boas provas da ori- sambag' nciencia! A erenção falou» esta

os dn nossa dificuldade de comprehender factos to

os outros, estamos entretanto, em parte, consolados

“vermos que o proprio autor, exortando a não conti-

mesta maneira superficial de investigar, que lho pa-

o ridicula, no terminar o seu trabalho diz que: ainda

pa averiguar si ao menos uma parte dos sambaquis attri-

ao homem, não veja de origem natural Ora, isto para

vale a uma formidavel duvida de si mesmo e constitue tempo uma confissão ele

=5€ nÃo ter avança:

fosse o acaso que

te ficado eternamente

ido pelos interessados. O trabalho que, o Dr. v. Ihering, ituto não 6, pois, um trabalho original, porque foi 1898 e, infelizmente no trabalho que leu aqui, malevolas insinuações a respeito dos zcientistas do

1s comunicadas a uma das primeiras nssocinções do o quero classificar esto procedimento pelo que ter-

Doação da Capella da Graça, feita por José Ade e sua mulher Catharina Monteiro, em 1580

(COPIA AUTIHENTICA OPFERECIDA PELO DR, MANOEL GUIMA

Suibão quantos esta publica escriptura virom cm auno do nascim.* de Nosso Sir, Jesu Christo da era d annos nos 24 dias do mez de Abril da ditta era nesta Porto de Santos, costa do Bruzil e Cnpitanin de 8. Vice) E Capm. e Gov, por ElRei Nosso Sir, o Sir. Lopo d

nesta ditta Villa de Santos om as Cazas do Sir. Jozó A morador nossa ditta Villa de Santos onde eu pubrico fai, bi em minha prezança à das testemanhas todo no di

o, hi apareceo o Jozê Adorno e a Snra. sua n Catharina Monteiro, e por elles ambos juntam.“ marido o foi ditto q. elles estavam concertados com o mai revere! dre Fr. Vinmna Vigario e Commissurio nestas prrtes Brazil por poderes abastantes que diz trazer do seo Ge

rdem de N. Sura. do Carmo da maneira Seguinte. Que, dittos marido e mulher tinhho e possuiho hua hermida d Sn da Grau qual esti no termo desta Villa perto della elles possuião, ofizerão n sun custa, haverião 26, ou 27 aqual elles ora doavão e traspassavão no ditto Pr, Pedro V em nome do ditto seo geral, e Ordem p* nolla fazerem é marem hum Convento E Religiozos da dita Ordem, comi mesmo lhe davão todolos ornamentos q. tinhão, convem 2 Frontnes de seda, hua usnda e outra nova, esta vesti Calix do Prata, e outras couzas miudas de toalhas, sobre e outras couzas, q. se nehão na Caixa que está nu dítta h e assim mais lhe davno e donvão huma eseriptura porque

iro do Campo obrigado a dar de venda a ditta

mida, mil reis cada anmo conforme a ditta escriptura, a q. so porta; oe assim hum assizondo de Luiz Gomes, morador no Cs o, de hua emcomenda de hum Caixão de Açucar, qu foi

'ernambuco, como consta ditto assignado, q. logo perante Tabalião e testemunhas entregou ao ditto Reverendo P* cas dicerão mais elles murido, e mulher, q." davão, e doavão a Cnzn, e hermida 6 Cabeças de vacas « gado vacum com a tiplicação q" do hoje por diante multipliearom, « assim n

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legoa de terra, q” tinhão elles doadores no Campo conforme a escriptura q. disse della tore por prezente o ditto Reverendo P: Fr. Pedro Vianna, disse todo aceitava n nomenção, edoação declarada nesta es “e com condição q. elle logo com a mais brevidads que até dentro de hum anno aprezentará sua pessoa, ou outro o ou Religiozos por ella na dirta hermida p.* teram ear ditta hormida, p.* baneficiarem os ofícios divinos nolla ao seu estatato da sua ordem, e dabi por dianto serão ou Padres q. ahi estiverem a dizer pella alma dondores cada anno quatro missas rezadas pelas festas principaes da Snru. convem asnber, Nascimento, ificação, e Annunciação, o Assumpção, epelo seo dia de Cuza o hua Missa cantada com suas vesperas, o assim pelos mes- Padres como polos doadores à assim declararão elles dondo- 9: tinha a capolla da ditta hermida p. eco Jezigo, onde io poderião enterrar ninguem sem avontade delles dittos doa- Padres da dita Ordem e os que ello ditto Juaó sons herdeiros, eque não. poderião os dittos tta hormida, qui fuzar maior

brio, ejnducial em esta Villa do Porto da Santos q esta aqui fiz, e escrevi; o declaro o d.” Rdº P, Fe, P

a Vigia e Comissario da ditta Ordem de Nossa Sn

Carmo destas partes do Brazil, disso q” ello aceitava esta

em seo nome, e da Religino da ditta Ordem conforme

leres q, tinha e em nome da ditta Ordem, disse que se

sava à comprir as condiçoens nesta escriptura declaradas,

470

foi, porém, tanto Doi io Lina 1584, ou el or TnaURicos nho possuiam tal documento sobre em era tão interessado, oo esta circumstancia, para mostrar que hoy te do governo brazileiro um certo descuido nesta questho de TAM tarde, quando esteve em discussão essa mesma de limites, eu, por um motivo qualquer, lembrei-me de saber so 4 secretaria das Relações Extorisres possuia eso mento, e, sabendo que o não possuia, mandei tirar, meus auxiliares da Commissão Geographica e 7 Paulo uma cópia deste mappa, que ofereci no director Secretaria, que o recebou com especial agrado, Depois, m “vir um exemplar da obra impressa é o oflereci no mesmo | cionario, pelo que me ficon muito grato. Assim, o facto é que, ntá bem poucos annos, a nossa taria das Relações Extoriores não estava munida de certos cumentos, facilmente aecessiveis, sobre este assumpto, E este mappa é uma prova de que 05 inglezos po documentos muito euperiores aos das nuctoridades brasi Com estes preliminares, passarei a expôr a questão. Augmentei a parte do mappa que nos interessa e lembrei de apresentar ao Instituto, por estar Pretas ollo é mais minucioso é máis exacto « que, portanto, ol melhor a questão do que os outros mappas. Aceredito que em o Brasil existe o meu exemplar, os que forneci no sr. Bueno e no director da Secretaria dus Relações Exteriores,

Este mappa represonta um trocho do Rio Branco o t | rios adjncentes incontestavelmente brasileiros, com o forte de | | Joaquim, na barra do Dio Taeuti. E O Kio Tacuni desce das altas montanhas que formam visa entre o Brasil, a Guyana Franceza, a Guyana Ho e uma parte da Guyana Íngleza. A rendo do sul para o norte, e fazendo um cotovelo mr de entrar no Rio Branco, o Rio Taeutá recebo o das altas montanhas, na fronteira da Venezuela ; d Tacutiú recebo o Cotingo, que entra uns 30 ou 40 À acima da sua barra no Rio Branco, Estes tres rios, Tacutú, Mabú e Cotingo são afluentes do Branco, pertencem à bacia hydrographica do Amazonas. Outro rio que interessa o litígio é o Rupunani, ahi sentado com um curso proximamente peraleio no Tacntô, depois, de fazer um cotovelo para quib principal da Guyana Ingleza.

e

= 40

Porta to, a pretenção inglesa da linbn fronteira levantada

urgh, quer traçar a fronteira com o Brasil por essa

montanhas, dabi pelo rio Tacutú até à conflueu-

o Cotingo, e por este ncima, até à fronteira com n Ve-

ma serra da Rorani o pico mnis eloyado da parte

nal da America do Sul, fóra da região andina.

preteução brasiloirs era de traçar a divisa do modo a

e para o Brasil toda a bacia do Amazonas. Partindo desta

a da esbocojra do Tacutú, seguindo o divisor das

is do Tacatú e RPA: por esta linha pontuada—e, depois,

do n bacia do Mabú, vai encontrar a linha da pretenção mas enbeceiras do Cotingo.

da antigamente, no primeiro quartel deste seculo, o Brasil

pretendia um territorio, mais ou menos extenso, situado

ia do Essequibo, portanto, fóra das aguas do Amazonas,

desde muitos annos, tinha abandonado essa pretenção, tanto

ppa oficial das fronteiras, levantado pelo barão de

Ribeiro, considerado o melhor conhecedor deste assumpto, ue por muitos annos foi consultor techmico da secretaria do

nesse mappa impresso oficialmente em 1873, n divisa ntada vem por esta linha que ahi está pontuada, pelo or das aguas do Tacuti e Rupunani.

Mimumente, supponho que por motivos estrategicos no litigio,

ção do Brazil era pelo proprio rio Rupunani e não pelo

divisor das aguas. Menciono oste fneto, para explicar uma certa di-

4 que se nota entre os algarismos relativos à úrca di

“Assim, tomos na zona contestada quatro rios a cons ngo, Mali, Tacutá e Rupunani,

" forme as pretenções inglezas, todo o Mabú deve perten-

à Gu Ped dividida entre o Brasil oa Guyana a bacia

e Cotingo.

Conforme a pretenção brasileira, devia pertencer ao Brasil todo valle do Tneutú, todo o valle do Mabiú e todo o do Cotingo. - Estão, assim, definidas ns pretenções de cada um.

Foi proposta pelo governo inglez, em 1898, uma conciliação,

do, conforme esta linha, ser a divisa pelo rio Cotingo, em

ou manos a metade do seu enrso, seguindo, depois, por um tributario, até às suas cabeceiras o passando por um

o ribeirão até o Tacuti perto da barra do Malu, e dahi

ndo por terra pelos riboirões e corregos até 0 rio Rupunani, 6

alle subindo até a sun cabeceira, deixando, portanto, no Brn

de inferior da bacia do Cotingo, toda a bacia do Tacutú, da bacia do Rupunani e ficando para a Inglaterra a de da bacia Mubú.

ati

pretenções sobre as bacias hydvogenphicas do Essog vero ingle, muito espontaneamente, para acabar limites, não nchou inconveniencia em oferecer no Braz pus desse rio. Assim, O aa n importancin alguma so iai que, hoje em din, nos de tamanha importancia, E possivel que Tord E vesse enganado, e não soubesse 0 que oflerecia, mas sumir que elle conhecesso o assumpto, Achonso im] da parte da Inglaterra, o rejeitar uma feita, traçando uma divisa por o divisor das nguas, cutú e o Rupunani. Sem conhecer os detalhes da região, parecia que a proposta do Brazil devin ser e que por capricho foi rejeitada pelo govemo inglez. A divisa proposta pelo Brazil consiste em 2 ao Norte e outra ao Sul. A parte N. “é realmente rania bem definida, que podia dar uma divisa ideal; parte S esta lingua de terra entro o Tacutá e Rupui vegião pela maior parte é ebata, e as elevações que tem destacadas e não constituem necidontes continuos. Póde parur-se este espigão aos conhecidos naturlmente pela o parte do auditorio, nas vizinhanças de Casa Branca, neste | tado, isto é uma planicio com alguns morros destacados, e os de Lages e S. Simão, mas, em geral, planície quasi em vel, é cheia de banhados e sem feição enracte e nida, tanto que, em uma turma mixta de engenheiros que tr lhassem nessa região, haveria divergencia constante de opiniões para determinar o verdadeiro divisor das aguas, Ê Estudando-se o mappa e dados do relatorio que o Ir nha, vêr-se-i que essa e ser uma região que durante o tu das aguas não oflereco divisor de aguas, porque as aguas dividem, e durante o tempo da secca não ha agua que div Portanto, a objecção do governo inglez, pura traçar a por ahi, não me parece ser de todo sem fundamento; que não foi inspirada pelo desejo de ganbur | territorio, é p pela contra-proposta, que indicava essa linha Huvial entr mais no seu territorio. o Portanto, parásas, que o mappa demonstra muito el mente quo as duas vantagens, das aguas navegaveis e da trada na bacia do Amazonas, são vantagens que os nossos versurios absolutamente não apreciam, ou a que, pelo nho dão grande vyalor;e que a sua objeeção ú linha por ahi não era uma simples questão de capricho, ou d ganhar terreno. Foi rejeitada essa proposta, que, sobre esse ponto de

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a ao Brazil, do que o laudo “que agora temos

“o territorio, tambem foi esta proposta mais favo- uma diferença de mil kilometros quadrados, pouco menos. Esto territorio, naturalmente, não é de um valor javel. Foz bastante figura sobre o papel; mas, se um criador por apparecese e quizesso comprar uma fazen- eriar, compraria esses mil kilometros quadrados, por certo, n enas do contos, quando muito.

“modo que se tem exaggerado o valor das vantagens Inglaterra e perdidas pelo Brazil. A divisão do terri- quasi a Numa gue destas, ha tres modos vor: pelo diroito, em absoluto; pela posse, quando o

é um pouco duvidoso; cu, então, pela conciliação. o arbitro que os titulos de direitos apresentados pelas tos cram tão vagos que não pesavam para fundamentar

“Eu não tenho examinado esta questão de direito, mas pre- o que essa opinino do arbitro era bem fandamentada e com- cessa questão com a de um terreno baldio entre dois fazen- de que cada um, o seu lado, procura aproprinr-se, sem itos, esticando cada um os seus titulos o amais quo ira abranger 0 maior terreno possivel.

essa supposição, de que o arbitro tem razão em não dar valor marlato nos titulos dos direitos, ello podia tomar como “de seu laudo, como tomou idente Cleveland, na ques- das Missões, resolver o litígio busendo principalmento na r e. No terreno da posse, parece que o Indo in- er mais forte. E' verdade que essa rigiho antigamente visitada por exploradores portuguezes, caçadores e expedições mas sem estabelecer nenhum domínio permancute, brazileiros

mas, ultimamento, e desde que o Brazil é independonto,

o conhecimento de trabalho algum de exploração que

tos de posse, de direito que possa ser comparado a documento ingles.

Pçs

O advogado brazileiro teve de defender a

no fucto de durante meio seculo, mais ou

tinha mantido um destacamento militar naquele

de 8, Joaquim, na barra do rio Tacutá,

tante da margem do territorio contestado,

monte tinha policindo toda n região, offerecendo isso

lo de posse. ks Acredito que, em geral, os destacamontos militares

num sertão remoto, como esse, não se cunçam muito

lho de policiamento. La “Tendo-so do dar a esse policiamento um caracter

mento de o o Brazil estava fraco, de modo que, |

arbitro insubsistentes os titulos do Brazil e reso

so a liquidar a questão no terreno de posse, parece-me

Brazil estaya muito arriscado a não receber um p

territorio contestado. A terceira alternativa, e que, parece, nesta ci

era mais justa, e que foi "escolhida como conciliação, p

f uma linha de divisa natural e fo, traçada pela propria

e

rexa sem dar logar a discrepancia terpretação, e nós

mos, neste recente Titigio com a Bolivia, a inconvenies uma linha sujeita a duns interpretações

Como disse, o arbitro escolhendo a linha mediana, de

divisa perfeitamente natural, que não está sa

tação; pode ser traçada no terreno, e, por felicidade, di

terreno litigioso em duas partes tão proximamente egunes, que

n diflererça é do 141 kilometros, apenas. E pura satisfazer o nosso nmor proprio essa vant cabe ao Brazil.

Sem um estudo e sem conhecimentos especines (0 que, é quasi impossivel para a maioria) o descontentamento é natural para quem espera a victoria completa de um recebo apenas una parte,

No men entender, porém, em vista do relaxamento, descuido, ou falta de preparo de documentos e de attenção ra com esse territorio, a que agora o Brazil tanta tancia, o Jaudo dando-nos metade do objecto disputado, devi considerado como um triumpho e não como derrota.

(Muito bem, muito bem. Palmas. O orador é muito fe

11; Tendo em consideração o O. Dorhy, revolven Srtentação, complata os asetar

swzap6rg sao 2cogatal svp saqruttig e-t=—| za/8w7 bre.19406 opad opsodesd » —ee 2 DL od opoulojsoa +

pRoTo ojpunbas agruras

13

> O Laudo de Roma

“(uusrosra ao enorussor OnviLtim Deuny) I

so mesmo tempo que, no nosso babitnal artigo eiras, sustentavamos que o laudo do augusto arbitro, n questão de limites entre o Brazil e a Guyana Tn- sconhecen o nosso inconcusso direito no territorio que elle disputavamos, o ilustre sor Orville numa conferencia feita em lo, n que so deu idade, que «esse laudo deve s:r considerado como e não como uma derrotas, ú vista do «relaxamento do ou falta de preparo de documentos e da sttenção caso io, a que agora o Brazil tanta impor- a. O Instituto Historico e Geographico de 8. Paulo, de- de ouvir 4 conferencia do professor Derby, conformon-se “ossa conclusão; « como assim lhe parecesse que, de facto, il esteve «muito arriscado a não receber um palmo do contestado», considerou uma vietoria o que o nosso o obteve e neste sentido o felicitou. certos de que Joaquim Nabuco não ngradeceria esse nto, se pudesse prover que elle assenta no desconheci- o ou no abandono de todo o seu monumental trabulho de do nosso direito; e ninda que esta questão e interessa pratico, ttimo-nos a liberdade de oppor às a contradicta dos factos o dos docu-

para que a opiniho se não desvaire no julgamento o, proferido contra o facto e contra o direito da que Iheiros do augusto arbitro tiveram conhecimento muito

ito do que o professor Derby demonstron possuir. anta de Charles Brown, de se serviu o ilustre 0 Geological Map of British Gugana, datado do 1886 ou 1887 era desconhecido na nossa secretaria negocios extrangoiros, como intorma o sr. Derby; mas po- » assegurar que os negociadores brazileiros que tentaram

sua essa obra o portanto o citado mappa, que é o assento tudo do professor Derly, o qual não pensa que elle er desenhecido, como eré que 6o melhor mappa existente da

pos 207, está citado um trecho da 3.” Memoria do ranco, de 17 de Janeiro de 1899 em que este so refere louvor is explorações feitas pelo geologo Brown. Na co da Curte du Territoire Contestá, EE Henri Tropé (N. 9 no. amnexo à 1.º Memoria do Sr, Nabuco) declarou o auctor q tro outros documentos. tevo em vista o mappa de O, isso hasta para provar que si houve por parte do governo. zileiro «certo descuido nesta questão de limites», como Sr, Derby, não foi por corto no desconhecimento da Brown que esse descuido se revelou: ella era familiar ii ros. Sevvindosa da grande carta de Chalmers, Sawkins e corrigida annos depois, o Sr. Henry Tropé, engenheiro g ho e auxilinr do Br. Nabuco, achou para o territorio su EE SESCIA superficie de 33.200 Kilometros sendo 28,050 nn bnein do Amazonas e 5,150 na do O Sr, Orville Derby, na sua argumentação, começou tacar do territorio em Jlitigio, reclamado pelo Brazil, o | situado na bacia do Essequibo, entro o Tacuti o o e o Pupunani, q leste, isto é, o trecho ao oriente do. or das aguas, por entender que a protonção brazileira. teiva do Rupunani «era mais ou menos phosphorica, en linha do Rapunani foi defendida e veclumada com tuzho Sr. Nabuco nas suas tres Memorias aa sendocá dio cupação efectiva dos portuguezes à depois dos i da pretenção inventada sa Seh; ns em 1889 e invasão ingleza de que resultou a neutralização de parto

491

tigio depois de 1841. E é claro que

gos e goorraphos inglezes o os FER

es colonaes inglezas, daran-

pelos dous governos, não podiam dar

Inglaterra sobre o territorio ou fornecer ú parte

o njusto om detrimento da outra que sempro o res

Sr. Joaquim Nabuco, na sua 1.º Memoria (Direito do 5a 7), explicou que o governo brazileiro pedia tro 08 terriforios a que tinhamos rigorosamente direito à de havemos feito grandes concessões á (Inglaterra, O actual arbitramento, diz o nosso eminente advogado, ma forma dessa convenção (o tratado de Londres, de 6 de mbro de 1901) sobro o territorio limitado a oéste pelo Ta- e pelo Cotingo, e a léste pelo Rupunani é pelo divisor das entro a bacia do Amazonas e au do Essequibo. Esso tra- representa, como se verá pela enrta annexa, a desistência, u il, de uma consideravel nrea a léste do Rupu-

do (corea do 45.000 kilometros quadrados)—a arca entro a h- Jo tratado e a linha d'Anvillo-sobre a qual elle sempro ter melhores titulos do que os da Gra-Bretanha nos orios que ella agora onienda n gusta deste rio e do Mahú.

plica-so, porém, que o Brazil tenha feito tão grande conces- o quanto á area livigiosa: quando a Tuglaterra nenhuma quiz Fel-o porque eta proposito sem, na solução final, reclamar nto o que Portugal sompro disse pertencerlho o não tudo o qus os hollundezes diziam ser portuzuca.a Referindo-se à linha d'Anville (linha noroéste-sudéste, da Auencia do Anuay, no Rupanani, À serra da Tumucumaque), er Nabuco ; « A demonstração do titulo do Brengil à linha nville foi feita de modo completo na Memoria do Barão do Branco, de 1.º de Novembro de 1897, E termina assim o “Nabneo a eua explicação (pag. 7):

O Brazil entra, portanto, no pleito não tendo a .pera perder, sem o seu antigo territorio ficar diminuído; transacção que podia fuzer a fer ao acceitar a linha do traetado. Ox sens titulos duviduzos de antemão os sacri- O que elle sujeita e julgamento é territorio tido e havido coma portugues, desdo u XVIII seculo, A Inglaterra, o contrario, apresenta-se perante o arbitro sem vada ter uba= da san protenção maxima, quando, aliás, elln não expõe demanda sinão a posse que trata de adquirir, e nho uma posse que pudesse pordor; isto é, empenha no litígio, atio toda ll jóre doe United tuitiga colônia Rolando

482

do Essequibo, portanto, alheio, os dívoitos da ca sendo soleira cada Holiandas> ds O tor no m aequisi rivativa tarro, pola conmqisi do 1808, lhe não dava mais disollo o que tinha a Hollanda. Sueccedeu a esta e, portanto, a colonia com os limites que tinha, Os limites que a a sua colonia, ao Sul eram a Serra de Paracaima e a

4 d'Anville, o famoso rapho 'Z, euja ai E sideravel no seculo e e a traçou em 1718. (O y do Brasil, Memoria de J, Nabuco, pags, 316 e segs,

logo d: Inglaterra supprimiu a linha d'An a estabelecer ns fronteiras de sua colonia no Annay

as suns explorações no territorio que n Inglaterra começou utar-nos depois de 1840, O posto mais avançado quo os b

Lindases tiverem 4% 6 do) Avinda, no Eesequibo, posto qui

dou por vezes de logar e nmnen oceupon posição mais merídio

do que a de Curicurú Point, em 5.º 28,38", de latitude horeal, 2

Kilomotros distante do Annay e 864 do yaradouro do Pira

(Vol, II dos Annexos 4 2.º Memoria do sr. Nabuco, goi 2

e 206) So o forte de S. Joaquim, a 145 Kilometros do A

ea 14 do yaradou do Pirara (Memoria do sr. Rio Branc

pag. 95) nos não dava direito ús frontoiras do Annay e do Ru.

punani, como insinus o professor Orville Derby, muito

podia o posto de Arinda servir de fundamento d ep

gleza sobre os territorios a deste dessas linhas fuvines.

não era porque Portugal possuiu desde 1775 o forto de.

Jaoquim que tinhamos direito à fronteira do Rupunani si

tambem porque, no contrario do que diz o professor Derby,

tes da neutralizasão do territorio, oceupavamos efectiva

ossas paragens, laso ficou sobejamonto demonstrado na disew

a fnsia do seguinte resumo (Memoria Rio Branco de 1897, 86x

«Ha mais ainda: 0 governo portuguez e, depois, o &

no bragileiro oecuparam A Ri planícies do P

e a margem esquerda do Rupunani, desde à sua nascento

[Ee

annos. +.

E as de examinar os raios de possivel influencia do

le S. Joaquim e de posto de Arinda (abandonado em 1790)

esta parte da Memoria Rio Branco (pg. a

«Portanto, mesmo afastando a questão do derelíctio provada

respeito a Arinda, mesmo pondo de lado os documentos

landez estabeleciam a fronteira no Annay e a lésto da

Ropui e fazendo ainda nbstracção da oecupação portu— bengileira da margem esquerda do alto Rupunani, é ey

que o raio influencia do antigo posto hollandez não

sor mais consideravel do que o do forte de 8. Jonquim e

dus posto abondonado de nenhum modo justifica as preten-

da a Britannica” ás planícies do Pirara ou a qualquer

tro territorio situndo fóra da bacia do Essequibo. E impos-

admitir que a ratio vicinitatis ou Right of contiguity possa

de ama parte da bacia do Amazonas um aecessorio ou de-

cia do Essequibo,»

Os titulos inglezes ostendem-se até onde se podiam esten-

os titulos hollandezes A Hollanda nunca pretendeu nada

oústo da linha d'Anville. «O que a bollanda adquiriu ou o o que a Hollanda pretendeu, disse o sr, Nnbuco, nós nd.

e seo ingles mus, em contraposição, reivnd

a Hollm não uiriu nem pretendeu nos territorios r portuguezes desde o XVIII seculo até n revelação de o qual, aliás, não era inglez nem hollandez (J. Na-

ico, vol. |, 4 pretenção ingleza, 2.º Memoria, pas. 34) ais sonsaltr de-28 da: Detamibro do LAGAL o noso antigo nselho d'Estado nasim sustentava este nosso direito: «A Gra nha tomou posse dos territorios cujos limites meridionnes tinham jámais sido fixados e cujo interior não fôra júmais lorado e possuído pela Hollanda. Esta potencia nunca exer- netos possessivos u léste do rio Rupuntni, a quem das ver-

= dps

que decorre o E não se póde fundar sobra o simples facto da não e tratado, Na ausencia delle ha o direito que resulta da

er. ESSO não apresentados pelas duas partes eram tão vagos que p Pára fundamentar o landos., À disonsião &egottan' etã Pam e o rapido resumo delle que acabamos de demonstra ciedado que o direite brasileiro ora inconcusso, Não has certamento jui imparcial que o desconhecesse, poa

Para o territorio contestado, excluindo as terras entre nha do divortium aquerum e a margem occidental do n terras que não devia exeluir-—nchou o 8r. Orvillo Derby u suporíicio de 26.609 Kilometros e disse que o arbitro nos fi receu, dando-nos um quinhão de 13.375 kilometros qu A lnelasra:apénii: AAA e dog OMS qua ai si nos 26.609 kilomotros quadrados da area ncbada pelo ill professor addiccionarmos 150 Kilometros que elle desp por nf sans rime, ni raison, que abi a nossa recl era «phosphoricas; teremos um total de 31.759 kilometros drados. Portanto, si ao Brazil conberam, como elle diz, 13.97] Kilometros quadrados, dou o arbitro à Inglaterra 18,384, isto mais 5009 EE ue ao Brazil. pe

O ecaleulo EE Sr. Henri 'Tropé, auxilinr da nossa Missão peciul em Roma, deve estar mais exucto, porque foi feito s a gronde carta de Chalmers, Sarokins e Brown, em esc menos, quatro vezos maior, do que o mappa de que se sei 8r. Derby. O sr, Tropé, como dissemos, avaliou a área mettida ao julgamento arbitral em 33.200 Kilometros quad; e achou que a divisão foi foita assim pelo arbitro: Territorio dado á Inglaterra:

Ma bacia do Esseguido , . 5150 ks quadro,

No bacia do Amazonas... JAM o -

não 19,300 Territorio deixado no Brazil: Na bacia do Amanonas . , . 13.700 ks, quadra, Na bacia do Emeguibo >

13.700

a

485

a favor da Inglaterra é, pois, de 5.800 Kilo- Mas nho foi sómente a aeee o o afetivamenta perdemos foram “ou 19. 800 Jão irados que o arbitro concedeu à Inglaterra, os nddicionados nos 45,900 de que desistimos para nto, representariam para a Inglaterra um ganho metros quaúrados.

nas— dizendo que sobre elles os nossos direitos eram icos» e declarar que haviamos ganho 177.000 kilome- rados e a França absolutamente nada. ixemo-nos da ilus A Inglaterra nunca deu im cia no territorio que nos deixou no Arbitro, entre o Cotingo “Mah. Em 1843, a primeira proposta de necórdo feita | “Aberdeen ao conselheiro Araujo Ribeiro, Visconde do Rio

nosso miniatro em missão especial, exeluia esse territorio,

Aberdeen começou pRsttdo es limites: Serra de à, de nascente do Cotíngo d da Mehi este rio co Tacutã de latitude ; depois este paralelo para leste. (Memo- Sr. Rio Branco, de 1897, pag, 40:*2.* Memorin do Sr. 1903, Annexos, vol. 1 pag. 210). Pouco depois, na mesma encia, desistia de tudo, menos da aldeia de Pirara e de um no districto que Jigasse essa aldein no territorio inglez, do Rupunani. Na sua proposta de 1891, lord Salisbury tambem nos doi- o territorio entre 0 Cotingo e o Mali, propondo as seguintes * Serra do Pocaruima, da nascente do Colingo à do Mah; h o Taecuth; e depois à linha do divortium aquarun até tra hollandesa. (Mem, Rio Branco, pag. 197; 2 Mem.

vi Aunexos, vol. II, PE 76-17). , “O que o Arbitro nos deixou foi, pois, muito menos, do que “deixava lord Aberdeen, em 1813, o mesmo que nos deixava Salisbury, em 1891, Foi tambem muito menos do que pro- em Dezembro de 1895 no nosso governo o ministro inglez

Mearico do aquarum,

scontando que naquelias regi campinas seria um máy.

Sendo assim, o que so devia fazer, era procurar a linha fluvial a leste e a oeste do divortium aquarum, ue fez o Brazil. Em 30 de Novembro de 1898, o Sr. | Coreia propoz para limites o Maln (primeiro rio a oeste visor das aguas na parte septentrional) e o Rupanani (p rio a leste, na parto meridional) e para fazer a ligação duns linhas Ruvises o Uorova ou Apikong, ro 8 0 Mora, tributario do segundo (2.º Mem. vol, II, pag. 202). A Inglaterra entraria assim, até o Mah bacia do Amazonas, e o Brazil até o Rupunani, na do q bo. Ainda assim, sabiamos perdendo porque o Rupunani, c vimos na primeira parte deste artigo, até 1839 era o nosso

conselheiros do arbitro não podessem allegar que 4 não con! ciam. Poderia adoptar a linha do divoreium aquarum, q que gore o direito historico o o nosso ul pussidetis anterior 1842 (data da neutralização do territorio), seria a fronteira a estabelecer, segundo os principios on regras que se encontram. nos mastres do direito internacional, particularmente os ingl e que o governo inglez tem invocado em outros litígios e mamente no que teve com Venezuela, Despresou tudo isso o arbitro, Declaron que «nho se p dicidir com segurança si o direito preponderante 6 o do ou o da Cira-Brotanha>; o, apeser disso, pendeu delas, dando à Inglaterra territorios na bacia do Amazo! dar ao Brazil um palmo de terra na do Esseguibo. E,

987

igio uma divisão muito mais vantajosa, do que a que jk ha- o]

| pes no ilastre professor Orvillo Derby, for do territorio em

lo da propria Inglaterm e que recusaramos porque mão nmos ndmitlir, sem perder, transacção alguma. Fomos ao arbitramento não tendo «n menor margem para perder é perdemos muis do que perderiamos si tivessemos aceeitado a proposta da parte adversa.

TI

O professor Orville Derby, n cujo merecimento rendemos todo o preito devido, não conhece à questão de que se oceupou. Neste artigo temos evidencindo, servindo-nos dos trabalhos dos eminentes cidadãos que se oceuparam dessa questão—o sr. bu= são do Rio branco até o tratado do arbitramento e o sr. J. Na- buco durante esse pleito—que a nossa causa era oxcellente. O ar Nabuco excedense no esforço; s defesa do nosso direito foi brilhante. Nenhuma das partes fracas que parece no sr, Derby existir do nosso Indo podia ser siquer objecto do duvida para os conselheiros do Arbitro em face dos documentos, provas, ar-

mentos e razões que o ar. Nabuco prodiganente necumulon. le demonstrou, em resumo, que o direito da Inglaterra não era, nom podia ser, sinho o direito da Hollanda, do que era successora, e que esse direito impunha como limite a serra do

rapua en linha POrville; que, para ir no arbitramento, o Brazil sncrificou «ssa úren (que indicamos no nosso TIL mano, calcado sobre a carta de H, Tropé, que está annexa à 1.º Mo- moria do se. J. Nabuco); que até 1839, o governo inglez e to- dos os geogtaphos inglezes teconheciam que o limite do Brazil era o Rupanani; que até ahi honve ocenpação efectiva dos por- tugnezes, continuado pelo Brazil. O sr. Derby illude-se quan— do nirma que o Brazil estava «muito arriscado a não receber um palmo do territorio contestados porque «elle não tem co- nhecimento de trabalho algam da exploração brnileira que pos- sa sor comparado nos documentos inglezess O sr, Nabuco enu- merou longamente as expedições portuguozas feitas nessa ro- gião, não com intuitos seientificos, mas como actos de dominio, para o policiamento da zona ou para investigação dos meios

lefondor ou preservar as frontoiras; ao passo que à oxploração feita em nome da Tnglsterra pelo allemão Sehonburgk tevo um caracter scientífico Dora Palmerston, pedindo ao nosso mi- nistro Galvão um passaporte parm Schonburgk, em 1837, decla- zava que «ello se acha agorm em vingem na Guyana Britanni- ca, em commissão da Royal Geographical Society, vai proceder a exame da serra que fárma a divisão das nguas dus bacias do

48e

“Amazonas e do Essegnibo, tendo provavelmenta para este fim necessidade de atravessar alguma vez a fronteira hragileira,,, Como o objecto de Mr, Sehonburgk é meramente faser descobor= tas geographicas no territorio inexploredo que fórma a fronteira dos dominios britannicos e brazileiros na America do Sul, lord Palmerston neredita que da parte do sr. Galvão não havará ob- jecção alguma a este pedidos (O Direito do Brazil, 1.º Mom. pag. 204).

«O nome do sr. Palmerston nesta Nota, diz o sr. Nabuco, protestava do antemão contra qralaner posse que Sehonburgk protendesso tomar a titulo de descobrimento em territorio bra- aileiro; em territorio inglez tal descobrimento poderia servir para enfraquecer o antigo titulo de posse que se quizesso alle-

r. O principio de direito condemnavn e inutilizava o zelo lo Schonburgk. Esse princípio 6 o que ostabelece Hollzendorft: «Quando uma expedição é organizada por um governo com o fim confessado de fizer explorações scientificas, esse motivo ex= clue a presumpção do animus sibi habendi e tres descobertas não são consideradas como dando origem a um titulos, (Nabu- co, 1.º Mem. pag. 294) Ory, a expedição Schonburgks, que não em siquer organizada pelo governo inglez, era por confissão dello meramente geogrophica; « si dessa que originou as pre- tenções inglezas não resultava titulo babil de posse para a In glaterr, menos ainda resultariam taes titulos 2 posteriores que o sr. Derby cuida que enfraquecerum o nosso o. Não. O professor Orvilla Derby absolutamente não tem xazho: a nossa enusa era excellonte, sua defesa foi completa o brilbantissima e no entanto perdemol-a, como succedo muitas vezos. Para render no eminente advogado do direito do Brazil a justiça que elle merece a para nttestar-lhe a gratidão m que fez jus não devemos cerrar 0s olhos à verdade e dospresar 4 lieção que desso facto dovomos colher.

Essa licção consiste em reconhecermos que o arbitramento não é uma panncén sempre eficaz, Póde a cansa ser magnifi- ea, o ndvogndo inegualavel e, como é o caso, ter-se uma sen= tença desfavoravel. Não condemnamos por isso em absoluto o arbitramento, de certo, mas reconheça-nos que devemos re- correr n elle quando for de todo impossivel chegarmos a um aecôrdo directo com a parte adversa. Trausigiramos então ten— do em vista o intoresso commum; mas não verómos possiveis interesses extranhos a nós desconhecendo o nosso direito é até os principios correntes do direito internacional A.

aces

“O Laudo da Guyana ito da conferencia do Dr. Orville Derby

1

scientifica do eminente geologo dr. Orvillo nt imheiro do mal lo Hurt, deu ú sum i proferido no Instituto desta Capital, relovo tão suliento que sus publicação forçado a atenção de todo brazileiro patriota. Contamo- mumero, e, com o objectivo apenas de provocar o «dos competentes, externamos aqui francamento a im- que nos causou tal conforenei n opposição a todas as opiniões o juizos, emittidos na e no Congressa Federal, clara ou velademente, sobre o nsummado, s. s. concluiu sua longa exposição nos seguintes cos termo! « No meu entender, porém, o laudo foi, por assim « dizer, em vista do relaxamento, do descuido ou falta « do preparo de documentos e de uttenção para com esse « territorio, a que agora o Brazil tanta importancia, «que esse laudo, nas actuaes circunstancias, dando-nos «metade do objecto disputado, deve ser considerado « COMO UM TRIUMPHO E NÃO COMO DERROTA, 3 Não necessitamos realçar a gravidade da arguição feita à chancollaria ; apenas diremos que o patriotismo e compe- ada do barão do Rio Branco, de J. Nabuco e V. sho, para nós, garantias suficientes da injustiça da

p à conclusho, em si mesma, porém, pedimos venia ao scientista para declarur que não nos convenceram absolu-

to 08 Argumentos e razões com que s' s. a fandamenton, E” sabido que, em questões de limitos intornacionnos ou o criterio do juiz ou arbitro devo inspirar-se simulta- nte, do elemento techuico (geographico au topographico no historico (factos e precedentes) e no jurídico (costume

direito).

O illustro conferento, em uma longa dl (mais f 0), pesa-nos dizelo, não satisfez a uenhum daquelles tos do criterio julgador. Demonstremol-o,

-— 490

. Rs É elemento RR pes “todas explanações desse caracter (em um ma) gica) ingles, levantado em 1872 ou 1873, pelos naturalistas e Sawkins comissionados 8. s. mesmo quem o diz), verno ingles para esse trabalho).

E? nisto que esse documento, pelo seu insanmavel origem, é archi-suspeito, e não mereciu, por certo, as hon apta atado duçadl 3

vém, notar que, antes uella exploração em 1857, o governo inglex fizóra occupar militarmente | vezo britanico!) o territorio limitrophe, comprehendido rios Rupunani e Essequibo, territorio conhecido Pirára, não obstante ter elle sido neutralizado pelas notas de. de Janeiro e do 29 do Agosto de 1842 (1) por constituir a iss contestada. E,

ie valor probante. pois, póde ter esse ma] o quando elle representa apenas o resultado de ii ve tarosa, em territorio incontestado e cubiçado então secretamer pelo governo dos exploradores ?

As conelnsões tiradas desse ma] sra a anetari da « Encyclopedia Britannica » (9.º Ed, 1875) que, em seu

'resil, diz que o limite nosso com a Guyana inglesa divisor das aguas do Tucuti e do Rapunani. (Pectual).

« This boundary follows... sonthward, between | rivera Tacutu and Rupunani, and again ward, nlong the Sorras of Acarahy au que, eto. »

E" possivel, entretanto, que o redactor do artigo, tam! apezar de isa tão

nos mappas hrazileiros » a, pois, podemos «e, lo mappa de Domício da Gnma, digno ranco (grande carta do Brazil em folhas distinctas), comple

pao mapa do Amapá, publicado pelo «Jornal da Commercio,o

incluindo a Guyana ingleza, é o mais recente segundo nos con (Vido mais o do Sebrador) Baseado no mappa inglez, que não sabemos até que p

está nccorde com os nossos, diz 4. A

limitada pelo extremo das pretenções inglezas a O. e pola ver-

a

(lt Cons d. M, Nascontos Azambuja, Lómites com as Guyanas, 1801, vol, Taj ve db, Wappone, Grograp. 18% page o 0. '

mesmo que assim seja, accoitando ua base), fornecido pelos dois bico por ella comissionados, respondemos que

tu 1, do mais ou menos kilometros de territorio, pois não uia ilha, como a Inglaterra, trata-se unicamente, o sabe 0 illustre conferente, da defeso do nosso domi- hydrographica do Amazonas, de que são

(Eabeiaçd o Rio Negro e o Pio Branco.

m to, é verdade que a zona contestada pelas duas é muito maior: para o Brazil começava à Lo, pela Serra e Rio Rapunani; prra a Ingluterm, começava a O. pelo

Cotingo e Tacuti. (1) tu a pois razão ss qualifica de mais om menos pretenção brazileira da fronteira pelo Rupunani, do ceia neutralizado, como vimos.

om o fito de contestar que o laudo disse a Inglaterra en-

franca na bacia do Amazonas equipara os rios Cotingo,

mu e Tacutú nos nossos Atibaia, Jaguary e Tietê, desde a cabos

“ntá o Salto do Itú, o, baseado no mapa, acerascenta en Tacu-

uma wccessão de cachoeiras e corredeiras... Mahú deve menos nessas condições de navegabilidado +.

pois conclie s. s. com sugestivo Aumour « Portanto,

0 vi de communieação, e especialmente como dando entrado

calra ingleza, está completamento fóra da contestação, são

tatiana imprestaveis como vias do comunicação, »

A tão categoricas afirmativas contrapomos, com a devida

, a deseripção que desses rios far o livro Wappúns, infe= de cuja adição condensada, devida a Capistrano de Abreu

Cabral, foi ilustre colaborador a mesmo de, Orville Derby

O Ti corre de 8. a N. até que, recebendo o gra

88 atoluma consideravelmenta, e segue no rumo de mara sudoúste, Recebe. . la margem direita, os rios

| Visuá, Cheninan e Surumi, cujo afluonte Cotingo naseo ima. Sun largura media, depois de receber o Mabú,

entre 350 e 400 metros. E! SAVEGAVEL NO TEMPO DAS

NTES POR LANCHAS A VAPORES ATÉ O LAGO AMACU, ONDE

41) Carta do Imp. do 186%, Wappome cit, pasa. 8, O q 20%,

492

masc 0 Prrsra, AFELUENTE DO MaHl. Na deado em quasi todo o seu curso».

Nota-se que tal descripção é basenda em notas da commis= são do limites com Venezuclla e no relntorio de A, Hang (Ma- nãus 1881), este muito posterior no mappa inglez. (1)

se vê, pois, que o Tacutú, pelo menos, não é tal—uma successão de cachoeiras e corredeiras e rio imprestavel absoluta- mente para « navegação, como o afirmou o conferente,

Demais, desde que o laudo deu à Inglaterra por Jimito, na- quelle ponto, o rio Mabú, até q sua confluencia com o Tocutiá o achando-se tal confinencia abaixo da nascente do Pirára, é claro

ue a parte navegavel do 'Tacutú, em communicação com os-rios ranco, Negro é Amazonas, coube Inglaterra, no laudo em questão, ficando, portanto, ella em muito melhores condições do que o Brazil, com possa antiga aliás no local pelo forte 5. Jonquim.

O illustre conferente, para quem a questão da nossa sobe- rania na bacia do Amazonas é uma questão puramente senti— mental, allega sinda que a proposta de lord Salisbury, cm 1898, erra Cotingo, o Mahú, até proximo da barra com o Tacutú, provou que «a Inglaterra não avaliava a vanta- gem da oe nda glogo RAM alguma».

Nãa havendo alli minas, como no Transvaal, consumidores de opio, como na China, e nem Rajohs a depennar, como no Indostão, é claro que o unico interesse da Inglaterra imperinlis- tua Greater Britain, om ostonder suas fronteiras para sudoeste, alli, é approximar-se aos poucos e felinamonto do Rio-Mar, sem despertar os zolos do monroista. «Uncle Sam». E o laudo fam eilita o manejo, embora de boa fá,

Até aqui o olemonto tochnico; passamos a estudar o histo- rico no artigo seguinte,

nto póde ser va-

II

Vimos no artigo anterior, que o ponto de vista lechnico, om proprinmente geographico, não foi suficientemente elucidado pelo illustre conferente, peceando pela basse o documento em que elle so firma—o mappa do 1872, dos guologos inglezos, sobrotudo quanto à navegabilidade do rio Tacatá.

No que respeita no elemento Aistorico, de importancia em tul em tnos questões, como se sabe, egualmente não satisfaz a a alludida conferencia ao espirito menos exigente.

Nem siquer allude ella de leve no facto carasteristico o si- gnificativo de neutralização do territorio entre o Rupunani o 0 Essequibo, em 1542, pelas notas trocadas entre as duas poten-

Ega a AR militar da zona neutralizada, i sobre o qual nenhuma das duas potencias podia exercer jurisdieção indo occupação voiu nttrair a cobiça ingloza o curso Branco, pois já, em 187%, o limite pretendido nho era ani ou 0 seu divisor de aguas com o Tacutú, mas Tueutá e o Surmmi. accentua-se essa pretenção. po Salisbary e Chamberlain (os homens do Transvaal ge 1) com intuilos concilintorios, (como o diz o ilus pro) para divisa o rio Cotingo, om mais ou mo- de de seu curso, seguindo dois ribeirões teibutarios, até perto da barra do Mahi (1), o dahi, por terra, ató o sua cabeceira, etisando as phases da evolução, diz o conselheiro N. mbuja em um livro citado, par. 6:

«Os territórios do Amapá e do Pirára foram neutrali- os e continuam a sar até hoje (1981), por necórdos cole. os em 1841 e 1842, cumpridos por parte do Brazil, e dos por parte da França e da enero: Estas

resistem em dar ds suax possessões a maior o possivel. eom 0 fim bem evidente DE SEREM RIBEI- S DO Rio Amazoxas, pelo rio Araguaya é Rio Branco, « « honra é dignididade do Brazil exigem um accórdo ami rel, ou a reivindicação dos territorios de que foi despojo- pela França e Inglaterra,»

“questão do Amapá está, como se sube, liquidada em bons para nós: quanto á da Guyana, obtivemos, segundo o um e. trivoa] em toda a linha, porém, considerar-se a variação sempre mais o mais para o O. o para o S., das pretenções do governo in- are evidenciar-se que ello proprio não confiava na base oito.

“Mote-se: sempro frisando-se a parte do Tacuti,

no Mah, ato é, à mavegubel,

nas, o!

O que hn, porém, de mais singular em tudo isso é que, 1859, epi portanto, da oceupação militar do territorio tralizado (1857), o Brazil colobron com Venezuela o som

do qual consta, em seu art 2.º, a seguinte ci

odas as aguas que Terra do Paracaima

ra o Rio Branco, ficando pertencendo ao Brasile. ão so allude alli, siquer, à Guyana ingloza,

Não nos consta que a Inglaterra protestasse ou rec coisa elguma contra esse tratado, como é de praxe em tues e

De nenhum desses fhetos se oceupou o conferente e, pois, o. elemento historico da questão não foi por elle eluciado. É Quanto no elemento jurídico, isto é, nos titulos de do e es contendoras, o dr, O. limitou-se logar que q situação, no local onda sa acha, do forte de 8. Joa- im, é velhas explorações dos tem) colonines não constil titulos de posse para o Brasil. Afirma, porém, em theso e sem fundamento, que em materia de posse os ingleses têm do cumentos muito superiores nos brazileiros !... o

Qunes são elles? O mappa de 1872, obra encomendada pelo governo ingles? A ocupação militar criminosa do terri- torio neutral Er com infracção flagrante à convenções bi res solennes? A exploração geologiea du zona em 1873?

E" visto que nenhum desses netos póde fundamentar um roito, em questões de limites, o alguns até sho contra] a is envolvem dolo, excepção que repelle a parte culpada. op

Contostar-sa que a situação do forte de S. Joaquim, barra do Tacutú com o rio Branco, dominando os famosos cam- e de criação do Pirára, de que fala Tavares Bastos em seu. livro Valle do Amazonas, seja um titulo de posse valioso, capas au menos de garantir o nosso direito sobre a parte do ho até a conflnencia do Mahi, & desconhecer os entacteristicos posse em direito internacional

No continente sul-americano, o criterio de uti-p la é, como so eabe, soberano na solução de questões de límitos, falta do tentados intornacionaos, à

Para que se possa ajuizar consciontomente o alcance posse assim alegada, e as condições locnes, reproduzimos a descripção de Tavares Bustos, insuspeito, como yalonte apo gista do franqueamento Huvial no extrangeiro:

entre o confluente rio Branco,.. e en A enchia

guamição dessa forte é pelo menos do meiado do seculo portanto, a posse é diuturna e publica. tindo, porém, para ser agradavel ao illustro conferen- a jurisdicção desse forto não alcance à parte sul do Ta- apra ax legitimas indueções que decorrem da neutraliza toric Limitrophe, até ao Rupunani, o Brazil ti- nosso vêr, no tratado de limites com Venezuela, um ti- o 6 valioso pura o seu direito. ciações, tratados « actos internacionaes são solen- do licas e, no demais disso, as chancellarius dus diver- otencias, em communicações constantes entre si polos sous os representantes, seguem de perto as convenções e que se contráem sem crrater secreto, chancellaria ingleza teve, e nem podia deixar de ter, nheci o elnusulas do tratado de 1859, interesenda co- era nello, por ser limitrophe seu paix com ambas as nações tractantos,

Nada reclamou ella, e decorreuso o periodo de qursi meio

com & pratica de actos possessorios, por parta do Bra- o policiamento da região, ete.

Como se púde, pois, hoje contestar a posse do Brazil?

possivel que u Inglaterra nllegasse perante o urbitro

in integrum, para assim isontar-se dos effeitos la-

is dn desidia dos homens do sen governo, que, durante

de cincoenta annos, ratificaram tacitamento o tratado de

isso curioso, embora mm tanto phosphorico...

summa, ainda desta vez, à Inglaterra levou a melhor,

496

A despeito dos bercaleos esforços da nossa chancellari coa dedicação e competencia. tradição gloriosa da” Patu” fe envia justiça estã hoje, o Leopardo britannico, com uma de es tetas, Mo rio Branco, e com a sanguinea pupilla fitando se tva é Amazonas.

Netos isso de eminamento future. para tentarmos adiar, see veaive por algum tempo 4 usurpação defnitiva do Rio Ma nda Ve abuedo os eemceisos de 4 Humboldt e do H. Spencer obee à desbibade da politica inglema, mo interior e nO cotaço É a

atrecuroa cume o lamiu aínda podia ser muito pei dia vivegro compreembe a co Bram. cangrstalemo nos! Elo deito atm. utico ameihur que u é Pyrrho, e entosmos, com à msruça usriraa 4 risca ds cuecas da [alia

+ Rai, Feturona, so fe ccames a

TC. Gowes Rmermo.

= 408 - parece-me mais razoavel e mais digno respeitar os adversario o do arbitro, neceitando, pelo menos provi

n hypothese mente suggerida pelo facto co logar de attribuir este facto a cireumstancias puramente tuitas.

Acceita a preliminar habilmente sta braziloiro de Tate da questão todos Ra E riores a 1842, a nossa posição era, pelo menos em ap verdadeiramente inoxpugnavel. Nada houve, porém, no que impedisse o adversario de impugunr, tão fortemente podia, esta preliminar, e ao arbitro de neceitar esta ii no caso de a julgar, como julgou, ponderavel. A rojoi arbitro desta preliminar naturalmente abriu a pes e e argumentos mais vantajosos para a Gran-Bretanl para o Brazil, e sem duvida os advogados inglezes aproveital-a.

fail imaginas, pelo menos em parte, quaes foram provas e argumentos. No terreno Ee e de presumir so tratou de reforçar os direitos adquiridos da Hollanda renes ou pretendidos da Venezuela, adquiridos em virtude sentença do Tribunal Anglo-Americano de Pariz de 1890; e no terreno de posse, de introduzir uguelles a que me » lembrar a possibilidade da exclusão completa do Brazil do ritorio contostado, roforencia esta 4 qual o articulista dem maior aleance do que se doduz dos termos empregados, Que o reforço a tirar das pretenções da Venezuela oram de se despresar, provam-no dois mappas de origem ceza, e, portanto, insuspeitos, que Ei E am a acho do Rio Resiça o cardio tas dna Die, E atlas n. 78) organizado por A. H. Brué « datado presenta a fronteira brazileirm de modo a incluir a met peror da bacia do Essequibo; o segundo, (n, 80), do ms tographo, mas revisto e corrigido em 1889, pelo som Oh Paquai recua a mesma fronteira para a margem ri da mesma bacia, mas em logar de attribur o territorio to Essequibo, assim destacado do Brazil, á Guyana Ing representa-o como pertencente à Venezuela, Ia ahi prova: dente de factos, ou uma corrente de opiniões, appareci os annos de 1834 e 1839, que levaram um geogmpho im a modificar o seu mappa, e não é arriscada a bypothese de esta modificação não era de inspiração inglesa, nem sugg por Echomburgh,

Como não tive a protenção de discutir o lado histori jurídico da questão, nem convencer quem quer que seja da ee

meu ponto do e ansteitaal (considero um tanto phoricas as pretenções de ambas as partes, mas, como parece po caso com u grande maioria, falo do simples impressões e “não com conhecimento pleno da causa), julgo ter dito o bastante bre esto topico do artigo do sr. A. Quanto aos mappas, não vejo 4 necessidade de modificar a afirmo em essencia, que antes do pleito os m completamente Nunca me passou pela idéa dovidar discussão, os encarregados da defesa interesses do Brasil se muniram com os melhores elemento: aecessiveis. Quanto à afirmação de ser o mappa, em que baseci “as minhas observações, o melhor e mais completo existento, vejoa plenamente confirmada peln transeripção no Jornal do 4 io, de 26 do corrente, do mappa compilado por Henri e pelo historico deste mappa dado pelo st. A. na Gazeta foticias, que provam que o melhor documento cartographico jo advogado do Brazil em o mappn de Chalmora Sawkins o Brown, gravado om 1875 e essencialmento identico no que apresentei, 9 mappa geologico de Brown, que leva a data de 1879 (o DE qo o moocpantia é dntado da d8T5) inolds “as comério “buições topogeaphicas com pe Brown e Sawkins entraram na Ebseação do mappa de 187%. Este ultimo póde sor superior ao 1879, em virtude da contribuição de Chalmers refe- a outras partes da colonia, mas não no territorio contes- Eae que foi explorado exelusivamente por Brown; mas não é “superior, por causa da sua maior escala, visto que 0 de 1873 tante grande para representar satisfactoriamente muito maior Ra datalhes do que os nutores possuiram para o encher, inda nho me acostumei a avalinr mappas o argumentos do “advogados pelo peso ou magnitude do papel em que estão im- os. Comtudo, convém constatar que o mappa archologico etico que acompanhou o artigo do sr. A. ma Gazeta de Edo: dia 20, ganhando em tamanho, ganhou tambem memente em outros caractoristicos na segunda edição astam- nos 4 pedidos do Jornal do Commercio do dia 24, Deno- o «nrchoologico» este imappa por me parecer busendo, na relativa no rio Branco, num prototypo anterior ús explora- em 1781, de Ricnrdo Franco e Alexandre Ferreira; e do rophetico» pelo facto de representar o Esscquibo como sorá talvez alguns seculos de occupação ingleza, sendo melhorado do, para permitir a livre entrada da esquadras ingle-

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ass de um modo que nho tem nenhum. io ma lnde, à não ser o Thumes, de londres pura baixo. 'ara o calculo das áreas eliminei a parte que julguei

sido incluida na reclamação final, por motivos que denomi estentagicos (para o litígio bem entendido), visto não ter. como contestavel nos mappas brasileiros, inclusivs qa oficias, Denominando «mais ou menos phosphorica», a reclamação desta parte, não completei o pensamento que era que, cm bom direito, todas ns pretenções, inglezas, bensileiras o venezuelanas, Y em maior ou menor griu, merecedoras desta denominação. Di provém n differença nos algarismos relativos no territorio contas tado e aos respectivos quinhões, algarismos que não liguei grande importancia, senão como uma especie de balsamo para n susce

lidade nacional ofendida pela apparente desegualdade na isteibaição, Tambem não ligo grande importancia ao modo gra os mappas, particulares e oficiaes (inclusive o celobro ma e d'Anville, a enjo merecimento prosto a mais respeitosa ho- menagem) representam a fronteira, que os seus anctores tinham forçosnmente de figurar, sem ter elementos cortos para fazolo, Exprimem simplesmente a opiniho individual destes anctores sobre o que elles julgam devia ser a divisão do territorio, ou em alguus, ensos um simples lapso na revisão, como no mappa n. 78 do Atlas de Domício da Gama, que figura a fronteira em questão conforme as pretenções inglezas, no passo que o n, 72 do mesmo Atlas a representa conforme a reclamação brasileira representada no arbitro. E” claro que este é outros casos, que podiam ser citados compromettem tão ponco os interossos brasileiros, como os de Arrewmisth, etc. comprometem os inglezes Parecemme um pouco (porém não muito) diferente o caso com 08 map mais on menos oficiaos de Ponte Ribeiro, Pimenta Bnono e outros, amas, si assim fôr do agrado do sm A. não hesito neste particular, em entregar a inão À palmatoria.

Espero que o sr. A me releve a fulta de não tocar, amor à brevidade, em outros pontos do seu interassantissimo eseripto, quo talvez n cello purecem de maior relovancia do os acima mencionados. Para assim procoder, tenho o seu iltus- tre exemplo em deixar de tocar na parte topographica da minha palestra, que me paraceu ser a unies qua lho dava importancia,

Varias tôm sido as tontativas em advinhar ou motivos (como si estes tivessem importancia) que me levaram a intromstterme nesta questão, sendo algumas bem hilariantes. declaroi algures. a o principal motivo era procurar esclarecer um tam ver

ladeiras condições topographicas, economicas « estratagicas do territorio contestado, Um outro, que nora declaro, era inculcar

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no use in crgying over 1 j r por causa de Tejto derramado.) No meu motivo para chorar, mas não tenho a impór esta opinião nos que sentem Espana

Commercio, na edição do 26 do Jw 7 os resultados do laudo, ao modo mai sr. À. nos varios mappas que acompanharam os sous artigos.

São Paulo, 29 de Junho do LIM,

Onvictr A, Densy,

Discurso pronunciado na sessão magna do 9.º arniversario da fundação do Instituto, em 4 de Novembro de 1903, polo orador oficial Dr, Theodoro Sampaio,

«Exm. sr. prosidento, meus senhores.

Ainda uma vez, meus senhores, por dever de meu cargo, ca- be-me dirigir-vos n palavra nesta solemnidade, consagrada À memo xia dos socios fnllecidos no deenrso deste anno.

Sade indulgente para commigo, eu volo peço, se no desom- pero dessa honrosa tarefa que o cargo me confere, cu não sou-

r corresponder aos vossos intuitos elevados e se aos ossos sen= timentos é ds vossas caras reminisconcias eu nho pudor dar a interpretação condigna, tho consoante ao vosso pezar e no vosgo julgamonto, quão sincera é verdadeira na apróciação da que sofremos.

Senhores, foi para nós um anno funebre, bem tributado pela morte, esse que passou.

Pordemos em tão breve tempo o dr. Prudente de Moraos, socio fundador e nosso presidente honorario ; perdemos os srs, dra. Manuel de Mores Barros, Jono Ribeiro de Moura Escobar, Luiz de Anhaia Mello e Jonquim Floriano de Godoy, socios fundado- res desta casa; perdemos os dra, Jorge Ritt o Manuel Duarte de Asevolo; dogidu honorário 1 ferdoraos dida o de Jovi Na ano de Almeida Morues, socio correspondente.

Nada menos de oito companheiros de jornada aqui estão re- presentando q posadissimo teibuto que nos impos a morto.

Possam ns minhas palavras, agóra, evocando a memoria del- les, trazer-vos no espirito cheio de pezar e de reconhecimento, a fama das victorias que tiveram, o influxo bencfico gre exerceram. entre o povo, a cooperação dellos na grandeza desta patria que todos estromecemos e fazer dos bons exemplos que nos legaram um labaro ratilante na vereda do futuro.

Sim, precisamos dos bons exemplos, maus senhores; precisa mos da lição dos mortos na vereda do bem; precisamos de es mulos para perseverar-nos na virtude e não descrermos do porri precisamos de alentos porque temos sede do justiça, estamos sentindo com o afastamento dn virtude a approximação temerosa do abysmo, porque vamos sentindo nesso mar revolto em que nos debatemos que não guia os timoneiros da barca a luz quasi apagada dos princípios.

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ienvei, acaso, no actual momento, quando a descrença

e o credito se abate, quando o de) ento progride e desanimo nos nstoberbu, insistir nn efhencia do exemplo que “a memoria de além tumulo nos desperta, insistir no contagio “da virtude dos homens ilustres quando todos o comprehendemos 2 O temos experimentado 2

Não insistirei,

Jámais na descrença e na miscria que não edificam.

Vós bem o sabeis que os povos, como os individuos, têm 08 seus desfullecimentos « os seus enthusiasmos; têm os seus dias de desillusões amargas e din rinmphos, dias do abjo- eção e dias de altivas e inexoraveis vindictas, Isto nos ensina a mar e n reflectir sem desanimo. in larga visão do futuro que tanto distinguia um dos nos- sos estadistas de outros tempos, nos vinha revelada pela boe- ca de um vidente o quadro negro das nossas hodiernas desyen- turas. Não ha, na nossa historia, exemplo mais eloquente da elurividencia de mm homem de Estado do que essa prophecia, feita em hora solenne, pelo ilustre barão de Cotegipe, no entrar no Senado, triumplante pelo impulso irresistivel da opiniho nacional, o projecto da abolição do elemento servil.

Ninguem júmais esquecerá essa sessão memoravel do Senado do Imperio, a 12 de Maio de 1888. Vou rocordar-vol-o para servir do prologo ao meu objecto,

O momento era solemnissim Vietoriosa na praça public: mara dos Deputados, a idéa abolicion então conquistar o “seu ultimo reducto no Senado. Não havia nelle, é certo, mai “que umas poucas sentinellas em de guerra, mas estas mais esforçadas que a cansa vencedora podia alli enfrentar.

Na eua attitude de resistencia no abolicionismo, o sr. de - Cotegipe, que aliás não era escravocrata, que não o era certa- mente, ergueu-se para receber o projecto emancipador que entrava “triumphante naquele recinto, não para dirigir remoques ou in- como outrora, na Roma pagan, se permittia aos que acom- nm o carro dos triumpbadores, mas sómento para protes- para pedir que, ao menos, o não obrigassem a acompanhar festim, quando entendia que nho devia acompanhar. Era tudo Nuánio exigia.

na imprensa, na Ca-

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« Não pretendo pôr o menor obsiaenlo & rapida da proposição do governo, dizia o grande estadista, no contrario, entretanto, ontondo que quanto mais depressa for ella votada, tanto melhor...»

E então, em lurga apostrophe aos senadores emmudecidos, diz-lhos que é por um dever de homem publico « dos que to- maram q responsabilidade do poder que vem tornar conhecido da nação o como e o porque do sem procedimento; recorda-lhes que as grandes manifestações de enthusiasmo em todos os tem- pos nunca foram permanentes ou muito duradouras e que os ho- mens praticos sabem, às lições da historia demonstram que muitas vezes o trinmphador de hoje é a victima de amanhan; recor- da-lhes as palavras amargas de Cromwell, ao desembarcar em. Bristol, victorioso da sua expedição da Irlanda, quando um povo immenso vinha em triumpho recobor o Protector da Inglaterra, provando-lhes com isso que nem sempre devemos confiar na opinião do momento, porque É o futuro, porque são as conse=

uencias dos netos praticados que hno de, na ria, traçar O erodito ou descredito dus que os praticaram, E, com palavras de um aecento prophetico, proseguiu o ilustre estadista

«Sou constrangido a dar as razões porque não invejo a glo- la que sará, no fiinro, uma gloria da humanidade,

«Passamos a considerar qual será n sorto da nossa lavonra,

«Ouço elogios, dythirambos sobre o reinado de Saturno que. vae surgir com o desupparecimento da escravidão.

«A verdade é que hn de haver uma perturbação enorme no paiz, durante muitos annos; o que não verei talvoz, mas aquellos a quem Deus conceder mais vida ou que forem mais

moços presencinrho,

« ne engano, lavrem em minha sepultura este 4j bios —O chamado no seculo barão de Cotegipe, João Maurício Vram- derley, era um visionario!

«Por ora, sr. presidente, tudo é festa, tudo é alegria, tudo são flores; emtim o prazer é unanime, universal por este grande neto da extincção da escravidão.

« Estão, porém, persuadidos ou convencidos, os nobros ses madores de que o negocio fica ahi!

« Estão convencidos ?

«Declaro que não; sou múis franco. Vy, exas. não querem responder, mas eu respondo talvez por todos : nho, não fica ahi,

<O nobre ministro da Justiça disse: « Sou amigo de todo

o progresso. = Pois bem; mas qual a direção do progresso ? «E' o questão.

k

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« Um acto destes reune em um pensamento commum, em Suvor das instituições, a todos os brazileiros?

« Não, senhores. Este acto crên muitos descontentes, As instituições perdem muito apoio com à irritação do uns e com- a indiferença de outros.

«Secens as flores, dissipadas as nuvens ou o fumo das giran- dolas, npagadas ns illuminaçõos, vereis surgir mais de uma ques- to grave.

« Não é, sr. presidente, uma prophecia que eu esteja fa- zendo; cu que us minhas palavras sejam de um vidente. Não faço mais do que julgar das intenções dos individuos pelos seuo actos o palavras,

E foram, com efleito, de um vidents ou de um propheta as palavras ilominadas do grande bomem de Estado,

Sim. A morte arrebatava-o em menos de um anno depois desso dia memovavel, a 13 do Fevereiro do 1889, A 15 de vembro do mesmo anno, tendo perdido muito apoio com a irri- lação de uns e com a indiferença de outros, n monarchia es- tava por terra e proclamada a republica do Brazil, pelo exercito e pela armada em nome da Nação !

Que grandes sucessos depois se seguiram todos o sabemos. A família imperial, deposta, saia a caminho do exílio, realizando ainda uma prophecia do Senador Dantas, que dizia na sessão do Senado ie 13 de Maio de 1888; « Mais valo cingir a corôa por algumas horas, comtanto que so tenha a immensa fortu- ma de collaborar com um povo inteiro para uma lei como esta, que vai tirar do enptiveiro a milhares de erenturas lumanas, do que possuir essa corôn por dilntados annos sub a condição de sustentar na patria n maldita instituição do captiveiro. »

Decerrava- dabi, à nação estupefacta um scensrio novo.

Mas, nesse scenario em que as paixões desenfreadas tumul- tuam, não raro atravessando uma onda de sanguo e de perfidias em que os claros da bonança são frouxos o passageiros ; corridos os bustidores, atraz dos quaes tão breve se sumiram os comparsas do movimento ;--Deodoro ponsando desmanchar a. propria obra com um contra-golpe que falbou: Floriano, astuto c suspicaz, esmagando uma reyolta com mho de ferro, mas que é forçado a ceder das suas mnbições e se recolhe. A figura que realmente culmina, o vulto que se impõe à consciencia nacional desentor-

ida é o desse homem de principios, é o de Prudente de Mort o austero presidente do Congresso Constituinte

Prudente de Moraes attingia então o apice da sua carreira pitas: Momento o mais terrivel à tambem o mais empolgante

toda sua vida é certo, esse em que, presidente oleito da

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Republica, vai a 15 de Novembro de 1894, assumir o recebendo-o sem as manifestações de simples cortezia dor, a quem succode, e sem sentir o calor da opinião, amiga, que, timida c receiosa, se retrae, Mas não vascilla o homem de principios, não se político sincero que marchava para o posto eminente como. marcha Ergo um posto de sacrifícios. Tinha então cincoenta e tres annos, pois nascera cm 4 de Outubro de 1841, sendo seus paes o sr. José Marcellimo e a exma. sra. d. Catharina Maria de Mornes. 4 Trazia com um passado honroso de serviços d cansa da. libordado, uma linha de rectidão e de anstoridade que lhe con, cilinva o respeito, a sympathia e a confiança de todos. Orpham nos tres annos, pela morte derastrosa de seu pae, o joven ytam, no, guiado por sum imhe, faz os seus estudos com real af tamento 6 forma-se em jurisprudencia em 1863 na Faculdade de | Direito de São Paulo. E Estabeleco-se como advogado em Piracicaba; adquiro ahi Jarga eliontela e estima: abi se casa em 1866 com a esmas sum d. Adelaide de Moraes Barros. Solicitado para ns lides da poli tica, Prudente de Moraes estren-so eleito pelo partido li a que se filiou, vercador e presidente da Camara Municipal de Pi- racicaba, prestando durante um quatrionnio assignalados serviços. Em 1867 era eleito deputado à Assembléa Provincial e ahi se torna um dos mais dedicados sustentaculos da udministração de Saldanha Marinho, fecunda em iniciativas de melhoramentos, A partir de 1870, depois do manifesto republicano do 3 de De sembro, Prudente de Moraes com o seu irmão Manuel de Moraes Barros filiava-se no partido nascente, puganndo pelo advento da republica. legislaturas provincincs de 1878 até IS89 representou sempro o partido republicano de São Paulo. Competindo com o conselheiro Gavião Peixoto, prestigioso chefe liberal da provi cia, obteve victoria em 2.º escrutínio na eleição para deputado ral do districto e so apresenta ua Camara com Campos Pale, como ou únicos representantes da idé democratie. Disto vida, porém, a Ca los Deputados em Setembro de 1885, voltou Prudento de Moraes 4 provincia natal, consagrando-se ardorosamente no desenvolvimento das forças do seu 15 Estas, porém, até a jornada militar de 15 de Novembro de 1889, nunca mais o puderam eleger ú Assembléu Geral, porque para i am sempre, no segundo.

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Prudente de Mores era antes de tudo um homem de prin-

ipios firmos, sincero, leal, austero.

A linha da musteridade, natural, sem afectação, era a foição

inante no seu carmeter. Desdo à mocidade, essa feição se accenti culma e firme,

Os collegas da mesma edade o reconheciam e cediam facil. mente ao nscendente do seu espirito, ascendente que sempre

rovyalescou mais tarde, tanto no seio do partido como nos conse- do governo,

Não ora um homem robusto. O sem physico emmagrecido, o seu rosto cayo o macilento um que a curva do nariz fortemento se aceentuava, o seu porte alto, a sua voz clara ainda que um tanto nazal, falando pausado e grave, com o gesto sobrio e à dicção correcta e conceituosa, o dr. Prudente de Moraes, na apparencia frio, mas calmo é seguro, afiavel na intimidade, communicativo « mesmo loquaz quando no seio dos amigos, par cimonioso e sobrio, dava a impressão de um Nestor cuja figura se venera o enjas palavras se aceeitam o se cumprem com a equivaloncia dos oraculos.

Elevado no poder, n sun estatura moral cresco não pelo simples exercicio da nuctoridado, mas pela sua fidelidade nos Princípios, pelo modo sincero porque cumprimento aos com= promissos do seu partido, pela lealdade como applien a lei, pelo seu escrupulo, pela «ua honestidade, pela coberencia comsigo mesmo e com o seu passado, o sobre tudo pela serena o dolo- rosa certeza que adquire, vendo na realidade das coisas o desmentido solemnemente ermel dos ideses que uma vez afingara.

Chamado ao governo do Estado, depois da junta trina, a 3 de Dezembro de 1889, o dr. Prudente de Moraes é um dos mais bollos exemplos do homem publico, administrando pela linha recta dos principios, «...foi fecundo, dizin um seu biographo, em exemplos Rinradátaos de amor e obediencia às leis, respeito no direito constituido, perfeita e regular manutenção da ordem é da segurança publica,

Neste posto eminente, possuido de verdadeiro patriotismo, todo o seu esforço empenhou-o pyra o bem do Estado 6 ama confmternização dos paulistas. «O meu governo em S. Paulo, escrevia elle então, fóva do poder, dopois do onze mezes de exercicio, foi jalgado por meus concidadhos; os actos da minha administração foram todos publicados; nenhum pratiquei que ti= vesse necessidade da fugir à luz da publicidade e à critica da opinião que, como é natural, dove ter encontrado nelles mais de

sn

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um erro do apreciação. Esforeci-me, com dedicação patriotica, por cumprir o meu arduo é dificilimo dever. F

Prouvera a Deus que todos os governos deste paiz seguissem tão precioso exemplo. Y

Presidento eleito da assembléa constituinte, deve-se, em

inde parte, á sua attitude correcta, serena é operosao ter-se levado a bom termo a discussão do estatuto nacional, promul-. gando-se a 24 de Fevereiro de 1891 a carta constitucional da | republica federativa do Brazil.

Quizeram os sous concidãos consagrar estes serviços a se nlliavam tão eminentes qualidades, elegendo-o para a a magistratura desto paiz, não o conseguiram, porém, outros, aliás bom diveramente inspirados, eram os compromissos politi- cos com o fuutor do movimento armado, o gencraliscimo. da Fonseca, Prudente de Moraes foi então eleito vice-presidente

o Senado.

Vem o golpe de Estado de 3 de Novembro, que o almirante Custodio Josá de Mello núllifca com srevolta da enganada dias depois. Floriauo Peixoto, vice-presideme da assume o governo, e com elle começam as prova sangrentas do novo regimen. Corramos, porém, um ven sobre o thentro de guerra civil. Ells não nos enobrece.

Empossado da suprema magistratura do paiz, a 15 de No- vembro de 1894, Prudente de Mornes assume, como dissémos um posto de sacrifícios.

«Não tosse u sua incomparavel serenidade de animo, diz um de seus bivgraphos, a força robusta de seu caracter, a das crenças democraticas é sinceridade com que se entregou ao sorviço do paiz, talves tudo houvesse nauttagado. ..>

Agitado o espirito publico, atormentado por continuas des ordens e resvalando para a descrença do regimen tão recen= | temente inaugurado: a revolução nas campinas do Rio Grande do Sul nexigir sacrifícios incomportaveis de sangue e de dinheiro; a exaltação jacobina alçando o colo no seio da capital; a nero gancia do militarismo triumphante e descrente da viabilidade do governo civil; o fantasma ietadaras militares apre, por doutrina philosopbica, valorisação da moeda ; a

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rados, no Moreira Cezar e mais de uma expedição do exercito nacio- nal; apezar das prsmetde patas da demagogia ria e “sanguinaria, nssassinando n Gentil do Castro, supposto causador dos desastres militares nos sertões bahianos ne da seiaão do seu rotando a

o lamo-

E E

des,

E, todavia, não foi um govemo feliz, Chamaram-n'o até o

presidente martyr, porque, na verdade, não foi sendo um longo martyrio para o homem de princípios que foi Prudente de Mo- mes, essa prosidencia de quatro annos, prenhe de revoltas, de lutas civis, de assassinatos, de audaciosas tentativas contra a lei & contra todos os principios.

| causa publica? Nho foram, por ventura, tentativas vans para luzir 0 seu partido aos ideses de outrora?

Morreria acaso amargurado, desiludido da propria obra, des-

evente dos homens e das coisas do seu paiz o grande patriota ?

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Nao sei dizer-vos ao certo, Mas, quaesquer que fossem os derrmdeiros sentimentos com que desta vida se partiu, o since- xo patriota, que elle foi, ficará para sempre lembrado dos seus concidadãos e figurar entre os nossos homens ilustres como um exemplo de honradez, de susteridude, de firmeza de principios e de respeito & lei.

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Desesete dias apenas desorridos do passamento de Pruden- to de Mornes, que com justiça se póde appellidar o leader da Republica, a 20 de Dezembro de 1902, no Rio de Janeiro, ex- pirava tambem o dr. Manoel de Moraes Barros, sou digno ir mão, nascido como elle em Ytú, mas a 1 de Maio de 1

Manoel de Moraes Barros era tambem um carmeter. Não evoluiu tão longo no ecenario politico como seu irmão mais moço, não experimentou como elle o peso immenso da respon- abilidade do governo supremo, mas como elle era um forte, um espirito recto, um animo viril, um homem nortendo ma linha recta do dever.

Desde jovem, quando orphão e pobre, carecia de empenhar esforços para proseguir nos seus estudos, tinha energia bas tante para fazer comprehender so padastro que estudaria mes mo « despeito de tndo. E fez os seus preparatorios no Collo- gio Delgado em Yuú, matriculou-se na mosea Faeuldado do Di- reito em 1853, bacharelando-se em 1857, depois de um enrso brilhante com approvações plenas do primeiro ao ultimo ano,

Foi entho advogar para Piracicaba, onde tambem foi pros motor publico da comarca até 1860 e depois juiz municipal nté 1864, nho sendo reconduzido neste ultimo cargo por o nho ba ver solicitado. Cnsou-se n 11 de Agosto de 1860 com n exma. sra. d. Mntia Ignez de Momes Barros

A sma vida publica é um dos mais bellos exemplos da seti- vidade operosa, de independencia do caracter, do dedicação de amor ao seu pais. r

Como magistrado, Manuel de Moraes Barros foi io irre- prohensivel pela correcção « independencia de seu proceder, Co- mo adyogado, deveu no son proprio esforço, no preparo intel lectual, no seu eserupulo e bonrandez, a grande clientelln que teve e o começo da consideravel fortuna que consenguiu conse tituir.

Como politico, militante a principio entre os liberaes a eu= da grei se filiou, foi de facto o organizador do partido republi- cano de Piracicaba depois do manifesto de 3 de Dezembro de 1870, adherindo logo com quinze dos seus amigos, 408 quaea,

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tardo, em 1875 so alliou o sou proprio irmão, o dr, Pru- de Moraes, presentou na convenção de Itú e em todos os congressos partido. Foi eleito deputado à assemblén provincial pelo districto em 1884 e neste posto so houvo com tanta ener- “e coragem civica numa campanha de moralidade que em contra jo criminoso do deputado Tito Cor- rei de Mello, político de Botueati, que esta teve de aban- 4 a sua cadeira na representação provincial, Eleito presidente “da camara municipal de Piracicaba em 1887, exercou esto cargo com tanta correcção que mereceu os applausos de seus proprios arios. Com o advento da Rej aidico for eleito deputado à constitainto, eleito ainda para as legislaturas seguintes, e por fim eleito senador da Republica, posto qe oceupou com honra até quo a morte tão infaustamente o colheu. el de Moraes Barros tinha a tempera, entre nós tão sara, de verdadeiro administrador, allisda uma vontade de ferro,

dava do seu bolso quantias não pequenas para a construeção de edifícios escolares.

No exercicio. aliás gratuito do cargo do inspector municipal do ensino era infatigavel. Em so tratando do inetrueção popu- Jur, era uma suggestão, o velo diseretear sobro a materia olo-

temente. Conhecia de perto os profossores o alumnos, por | fisculisava a miudo as escolas, examinando, inquerindo, os-

timulando a uns e outros s acompanhando com amcr e carinho o desenvolvimento das intelligencias juvenis.

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Não era um orador, mas discorrendo na tribuna em | singelas e desntnviadas, possuin comtudo n veia do têm, bre ueza le dizer, a uneção da a dencia e justeza dos concoitos, logica cerrada da ção. Por muitos era tido como indisciplinado em. polit fria decerto da santa indisciplina que não se com) e sacrificio da justiça e da honra por conveniencia de partido, impetuoso ds vezes, e até violento, no saque, mas o cia que os seus golpes feriam de mais ou collidiam com a conein, solomnementa o confessava, corrigindo e re] um forte. E; Vimo-lo, ha exactamente um anno, quando a esta casa compareceu a uma secção solemne como esta. Estava forte, pu recin sadio e robusto falando-nos aquela linguagem de sympath de tolerancia o de bom-hbumor que trans coracter. Como gostava de festas literarias, passando por não quiz perder aquella, pelos fados, tinha de ser a nlti elle nssistíria nesta casa. Pela vectidao de carnetor à pelo nortenmento dos princi Manuel de Muraes Barros era um com o seu irmão mas divergia delle bastante no temperamento. Emquando era reservado, austero, dado a estudos de gabinete, pouco , sivel popularidade, Mores Barros, no contrario, tinha a linha. eymnathica dos que gostam da convivencia popular, era col municativo, falador, verdadeiro homem de acção. Em policias podinse dizer que tinha sido o precursor do irmão e se co plemento indispensavel; e de fucto, nem que fosse por um dis. tino não lhe sobreviveu mais que dexesete dias. 3 A morte, porém, colhewo na estacada; no seu posto de honra, Combatia o jogo por princípio, Soube que o projecto. concodendo loterias entrara em discussão no Senado. Partiu som demora, npesar de doento pelo abalo que soffvora com a morto. da irmão, e foi fazer o seu dever. No dia da votação, viramos ciscumstantes, pelo desfigurado da physionomin, pela das pernas, pelo tropego do falar, que vn por sob aquells victima do dever a imagem amençadora da morte, quizeram afastal-o, Resistiu obstinadamente, = poderei retirar-mo, dizia-lhes, mandando a minha tidão de obito.s Não votou, todavia, Mas, no dia seguinte, os seus concidad tristes o pezarosos, lumontavam o passamento do horor do dei

513

Um mos antes, a 20 de Novembro de 1902, fnllocia em 8. Paulo, ondo residia, lovando vida retirada e modesta, o dr. Jon- o Floriano de Godoy, ex senador do imperio, e nosso socio indador. Filho do sargentoamór Joaquim Floriano de Godoy é de d. Ignacia Xavier Pinheiro, nasceu o nosso digno consócio em 5. Paulo, a 4 de Janciro de 1826, Faleceu, portanto, nos setenta « seis annos de edade, a mór parto dos quaes dedicados no serviço do paiz, o ilustre homem politico, cujos traços bio- graphicas aqui tento delinenr-vos. Joaquim Floriano de Godoy formou-se em medicina pola uldado do Rio de Janeiro em 1852 e veiu então residir e ear em Jacarehy, ende sa casou em primeiras nupcias com a exma, sra. d. Joaquina Domingues de Castro, fallecida sem descendencia. Em 18%9, cusou-so om segunda nupcias com a exma, sm, d. Francisca Nogueira de Godoy, fallecida em 1888, e de quem houve dois filhos.

Entrando para a política, filiou-se o dr. Godoy no partido conservador, pelo qual foi eleito varias vezos deputado provin- cial, depois depuis o geral para a legislatura de 1867 a 187 pelo segundo districto, em companhia do nosso ilustre presiden= te, 0 conselheiro Manuel Antonio Duarte de Azevedo,

Em 1873, entrando em lista triplice para senador, foi osco- lhido a 20 de Abril do mesmo anno, na vaza aberta pelo fallo- cimento do senador o dr. José Manoel da Fonseca, Prestou ser- viços relevantas por occasião da guerra do Paraguay, organizan- do e equipando um bom contigonto do yoluntarios. Foi com- mendador da Ordem de Christo e em 1872 presidiu a provincia de Minas Gernes.

O senador Godoy foi, em politica, um moderado, um con- servador de bôu tempera, accessivel ás idéas generosas e pro-

istas ; foi dos primeiros a cogitar da refórma do olomento evil, effectunndo-se em sum casa, no Rio de Janeiro, as primeiras renniões políticas para essa refórma no governo do marquez de 8. Vicente,

Tinha docidida. propensão pelos estudos historicos e ostatis- ticos, deixando varios trabalhos deste genero como: a Provincia de S. Paulo, obra historica, estatistica e noticiasa, com curta é mappas, oditudo em 1875, no Rio de Janeiro ; 0 Ligeiro esboço

viação ferrea de Minas Gernes de 1872; À Provincia do Rio pucahy, nova circumseripção administrativa por cuja creação pagunva, apresentando para isso no Senado um projecto do lei, pelo qual se destacavam territórios do sul do Minas o do norto de 8, Paulo para formar com elles à nova provincia cuja capital seria n cidade de Taubaté, Publicou om 1809 um estudo

BIA

relativo n ligação do yalle do Parahyba á via ferren de Publicou mais em 1882 um trabalho político, ou estudo sob o titulo Tentativas centralisadoras do governo liberal, 1887, 0 Elemento Servil, obra de valor para a historia da eipação dos eseravos no Brusil.

O senador Godoy foi sempre um estudioso, um homem. trabalho, wm politico do crenças firmes, sempre prompto e dey tado nos melhoramentos mnterines, sempre ei hado em im tigações conducentes uv progresso e prospe

Cheio de esperanças Bão Panlo, a 17 de Janeiro desto anno o dr. Moura Escobar, nosso socio fundador e bacharel formado em. 1892 pela nossa Faculdade de Direito. Filho do de. Francisco. Ribeiro de Escobsr e de d. Maria Francisca da Moura nasceu o nosso pranteado consocio em Taubaté a 28 de Julho de 1868, No inicio apenas da sua vida publica ua qual se de- paravam esperanças bem seguras de um prispero fun advo gado aetivo e trabalhador, o dr. Escobur dediconse tambem ás lides da imprensa diaria, gindo o jornal 4 M que se pu-. blicava nesta capital onde muito se bateu pelo novo systema de. viação urbana por electricidade ; foi durante o ultimo triennio o 2.º De de paz do Sul da Sé; presidente da Associação U, Internaciona)

rotectora dos Animnos a que dedicou incançavel actividade,

Grande amador de musica, tinha estudo profundo desse ramo de Dellas artes, esforçandoso com o dr. Crrlos de Cam outro cultor distincto, para aggremiar os bons elementos musicaes aqui. existontos. Foi sempre critico musical do varios jornnos & A mamente do Chrreio Paulistano, De coração bemfazejo, costu-. mavi patrocinar cxusus perante os tribunnes completamente alheio aos interaresses pecuniarias,

Faleceu aos 35 annos, foi uma parda renl o bem sentida para a sociedade paulista,

* eta + Não menos sentida foi a morte do dr, Jorge Ritt, em terra. do son berço, n 30 de Abril deste amno, Nosso socio dr ex-consul francez nesta cidade o consul geral do Rio de Janio, o dr. Ritt, arrebatado em plena, aa dotado de um talento prompto e vivaz, de genio aflavel e communientivo, espirito recto. e propenso à moderação, era um amigo do Brazil, um si admirador do nosso esforço e dos nossos recursos, am ani sensivel ás mosas rmpatbins para com a França, cuja se nos educa e cujas glorias nos comnove até ao enthusi

&i5

E Perg li, descendente de uma familia ilustre, filho de Olivier Ritt, governador geral do principado de Monaco, ence- “tou & sun carreira na diplomacia como secretario da lagação em 1887; esteve como addido em Tanger o anno seguinto, romovi-

como secretario para a legação de Veneguela, onde tam- bem ponhou ns funeções de encarregado de negocios; teve no Haiti em 1891 no mesmo caracter transforindo-se depois

o Perú em 1899, quando resolveu abraçar n carreira con- sular. Inicioua como consul francez em Costa Rica em 1884, e um anno depois estava removido para 8. Paulo, de onde por fim foi transferido para o logar de consul geral no Rio de Janeiro, posto em que fallecou,

Muito necessivel e jovial, o dr. Jorge Ritt era todo genti: Teza nas suas relações particulares como nas oficines, grangenn- do por isso larga estima entro os brazileiros. Sun morte foi de

uma perda bom sensivel para o Brazil e para a França.

.*s

Nho pára aqui, meus senhores, à mora desventnra no pe- sado tributo que a morte este anno nos impoz.

A 9 de Abril de 1893 expirava no Rio de Janeiro o dr, Manoel Duarte Moreira de Azevedo, tambem nosso socia hona- rario 6 digno irmão e amigo intimo do nosso illnstro presidento.

Fallecia aos setenta e um annos de edade, tendo nascido a % de Julho de 1882, no logar denominado Ltapacorá, do muúni eipio de Itaborahy, no Fio da Janeiro. Era filho legitimo do dr. Mancol Daarte Moreira, qua foi medico notabilissmo, litternto e poeta, homom vorsadissimo om quasi todas as artes liberaos. Por sua mãe, d. Muria Dulce Cherubina de Azevedo, descendin o nosso fullecido consocia do uma das anais nobres e extensas familias do Kio de Janeiro, o dos Duque-Estradas e Alvares de Azevedo, à que se alliaram os viscondes de Itaborahy e do Uru- | guay. Era neto do capitio-mór Domingos Alvares de Azevedo, | abastado fazendeiro em Ttaborahy « bisneto do sargento-mór Alo-

xandre Alyaras Dumte de Azavedo, fidalgo do fóro grande da

casa real portaguera. Depois de um curso brilhante e aproveitadissimo no colle- | gio de Podro Segundo, Moreira da Azevedo tomou, em 1852, 0 gráu de bacharel em letras, matriculando-so em seguida na Fa- culdade do Medicina do Rio de Janeiro, na qual recebeu, om 1858, com approvações distinctas, o gráu de doutor em medicina,

Não quiz, entretanto, usar da profissão medica; dedicou-se do preferancia ds ocenpações litterarias, sobretudo, depois que foi nomeado professor de historia no Collogio de Pedro Segun-

516

do, cargo que exerceu com muita proficiencia e no qual se apo- sentou no prazo legal. “4

Como professor era presadissimo dos sous discipulos, nos quacs sabia inspirar o gosto pelo estudo do nosso e

E naquele tempo em que o notavel collegio era Leceionado por vnltos como Joaquim Manoel de Macedo, Pedro José de Abreu, conego Fernandes Pinheiro, barão de Tautpbeus, padre dr. Antonio Maria Corrêa do e Benevides, depois une do Marianna, conego Bernardino de Souza, Lucindo dos Passos, Antonio José de Souza, Halbout-e Di Simoni, o professor Mo- reira de Azevedo sabia sobresair pela sua illustração, estima a operosidade.

Publicou muitas obras de merecimento, quasi todas relativas à bistorin e geogemphia do Brnvil, de que nho vos citarei senho

rincipnes* Compendio de Historia do Brazil; Historia Patria; O Brazil de E831 a 1840 ou à periodo da abdicação de D. Pedro À à maioridade de D. Pedro II; Apontamentos Historicos, cullee- cão de trabalhos lidos perante o Instituto Historico à Googra- bico do Brazil; Curiosidades Historicas, lendas, contos e nar- rativas sobre homens e coisas do Brazil; Pequeno Panorama, em cinco volumes, deseripção, fandação e historia dos principaes. edifícios da cidade do Rio de Janeiro; Biographias, dos sudo sissimos dr, Francisco de Menezes Dias da Cruz e Paula Brito; Romances do tempo colonial, Foi dos socios mais operosos e as- siduos do Instituto Tistorico e Geographico do Brazil, Era col» Inborndor prestimoso da nossa Rerixta.

Morreu ehristanmente, entregando sua alma a Deus depois de receber os sacramentos.

Para us letras patrias, a sun morte foi, como vêdes, uma perda irreparavel.

| | || |

|

* as

Não acaba ainda aqui mens senhora, a enumeração fanebro que me cabe fazer, chorando a nossa perda.

Temos ainda o dr. Joaquim Mariano de Almeida Mornes, nosso socio correspondente, aqui fallecido a 8 de Muio do corrente anno, ans setenta e tres annos de idade,

Filho de Joaquim Mariano de Almeida e d. Maria Corrida de Moraes, esta filha de Francisco Corrên de Moraes, que foi enpitho-môr dn villa Porto Feliz de 1797 a 1 e membro do Governo Provisorio, eleito om 1822, 0 dr. Almeida Moraes nas- ceu naquela villa om 1830 (2) e vou estudar para S. Paulo em cuja Paculdude de Direito se bacharelou em 1857. Aro por algum tempo na villa de Pirapora de Curnçã, hoje cidade de Tieté e ahi casou com dona Carolina Dias de Aguiar, da

= BL, =

familia do Conselheiro Manoel Dias de Toledo ; deixou n ndyo- cacia so fazer lavendor. Militando no partido Tiberal, foi eleito vereador da cidade de Tieté, doputado provincial nos hiemmios de 1860 n 1862 e a 1864, tornando-se notavel pela sus

e tolerancia politica pelo que grangenva n estima dos

Folia ndvyersarios. Com o advento da republica, abandonou a ti

ica e entrou para a magistratura, sendo então nomeado juiz

direito de Tietê, cargo que mui correctamento desempenhou

por alguns annos e no qual se aposenton, ha pouco tempo, por velho e adoentado.

Era um espirito curioso, investigador. Ainda não ba muito recebiamos delle notas interessantes sobre logares é cousas du sun comaren e inquirindo sobre interpretação dos nomes indigenns de varias localidades do interior. Profundamento honesto e recto er forte olemento de ordem e de barmonia entre os membros da sociedade tietêense, onde gosava de elevadissimo conceito,

sºe

De não menos elevado conceito e de estima por seu caracter + honradez gosava mn sociedade paulista o dr. Tniz de Anhaia Mello, socio fundador desta casa, ha dias apenas fallecido nesta cidade, a 9 de Outubro passndo.

Conhecemos Anhaia Mello dos bancos da Academia; elle mais velho e mais avançado em estudos, ao deixar n Escola Central, hoje Polytechnica, e nos ao começarmos apeias o nosso eurso. Deixou entro nós, seus condiscipulos de então, a univer- sal reputação de um estudante modelo, pela applicação, intelli- gencia, caracter e largo preparo acientifico que tndos lhe reco- nhociamos, De boa estatura, de physionomia sympathiea, moreno e palido, com um ar do cireumspecção sem ser reservado om de- masia, bom companheiro e bom amigo, Anhaia Mello captava as sympathias de todos, e a todos dava a impressão de um nobilis- simo enracter.

Formou-se em engenharia no Rio de Janeiro do 1875, nos 81 annos de odade. Voltando a 8. Paulo, donde pouco dopois partiu para o extrangeiro em viagem de iustrueção, preferiu, ao regressar, seguir n carreira industrial e então fundou um dos mais importantes estabelecimentos fabris desta cidade, a fabrica de tecidos de seu nome, que lhe permitiu fazer consi- deravel fortuna.

Casou-se em 1886. Em 1893, creandoso a Escola Polyto- ebnica de 8, Paulo, foi nomeado lento effectivo e seu vice-di- rector, cargos quo exerceu com a maior elevação, mas que a

518

molestia de que veio a fallecor o obrigou a doixar defi mento,

Recolheu-se então apprehensivo, mui raramente cendo, si bem que a Sata não mostrasse progredir, que era um bom, que era uma alma verdadeiramente bôm, ro- cebinmol-o como se recebem os que para nós são o objecto de uma emizade antiga, com eflusão da alma e satisfacção siicera,

Depois nusentouse por muito tempo. Não tivemos mais noticia delle. Ha poncos dins, porém, encontramo-nos frente d frente ao dobrarmos uma rua... Vinha ello acompanhado por um famulo... porque de facto ora uma muina ameaçando tombar a cada instante!

Que descalabro naqnelle corpo em que a enformidado ca- vava tão fundo! Que miseria é esta, pobre humanidade!

Saudamo-nos quasi sem dizer palavra. Mudos, quedos, ti- nhamo-nos com paRaio num simples olhar, reciproco e silen- cioso e... nos npartamos, com n voz embarguda, commovidos, Nos seus olhos, que a morte tão breve ia velar para sempre, vimos marejar uma lagrima e. choramos tambem

Sim, foi tambem com uma Ingrima que nos apartamos des- so amigo, o oitavo dos nossos companheiros que se foram desta vida, pagando o pesado tributo que nus impoz a morte,

Possam ns minhas palavras, neste instante, meus senhores, interpretar com verdade os vossos legitimos pezaros e com jus teza o vosso julgamento. Si o não conseguimos, si não dei. xumos tão assignalada a vosen magua quão grande foi aqui a nossa perda, perda verdadeiramente nacional, valha no menos a sinceridade do nosso empenho, valhanos a comprehensão pa- triotien do nosso papel, com a qual onso nos céus pedir que dos vultos desapparceidos, cujos feitos pallidamente não se perca jamais entre nós a memoria dos bons exemplos, os exemplos bons de virtude e de franqueza moral, 0s exemplos

ue adificam, que alentam, que retemperam a alma nesse mar o dosventuras o de ilusões amargas; para que, a despeito do tudo, se feche esse cyclo de perturbações que o estadista ante- viu na sun intuição prophetica; para que não feneça nos nos sos peitos, com a perda dos nossos homens, a confiança nas sue- cessões compensadoras, a esperança, tão breve quanto ser pos- so, da hora do resurgimento, na prosperidade e na grandeza, por que essa patria tanto anceia.

Turopono Sampaio.

ooo

Dr. Prudente J. de Moraes Barros

RELATORIO

nos TRABALHOS E OCCORRENCIAS Do Instituto Historico e Geographico de $, Paulo No anno de 190:

Apresentado pela Directoria NA SESSÃO DE 25 DE JANEIRO DE 1904

Srs, Membros do Instituto Historico e Grygraphico de 8. Paulo

A Directorin do Instituto, em obediencia no preceito do & 5.º do art. 16 dos estatutos, vem hoje apresentar-yos o relntorio das occorrencias do anno social do 1903,

ADMINISTRAÇÃO

A Directoria, por vós eleita em sessão de 25 de Outubro de 1900, nenhuma modificação sofreu. Na eleição de 25 de “Outubro de 1903, foram reeleitos todos os seus membros, de- vendo ser elles hoje empossados dos seus cargos.

COMMISSÕES

Na sessão de hoje devem, de accórdo com os estatatos, ser as Comissões Permanentes, que devem servir duran- to O trionnio, SESSÕES E TRABALHOS Realizaram-se, durante o anno, 21 sessões, sendo à ordina- rins, À extraordinaria e 1 magna. E! a soguinto a relação dos trabalhos lidos;

E ES

-— 520

A 5 de Fevereiro-—Srs. Araujo Macedo e Juão Moraes-— Considerações sobre o Marquez de Barbarena; Sr. Thering—Di- verson generos de abelhas,

A 20 de Fevoreiro—Sr. Araujo Macedo--Continuação do seu trabalho. º

A 5 de Março: Sr. Gomes Ribeiro Batalha de Ttuzaingo.

A 20 de Marços Sr. João Mornes--Factos de memoridade de D. Pedro 1; Se, Wushington Luiz-—Fuga de Pedro Ivo.

A 4 de Abril; Sr. Adolpho Pinto Historia da viação pu— bica de 8, Paulo,

A 20 de Abril! Sr. Araujo Macedo--Batalha de Fiuzaingo ; Sr. Ihering-—Considerações sobre crancos da indigenas.

A 20 de Maio: Sr. Araujo Macedo--Betalha do Passo do Rosario,

A 4 de Julho: Sr. Washington Luiz— Tibiriçá eraguayaná?

A 5 de Agosto: Sr. João Mornes--Proclamação da Repu- blica em 8. Poulo,

A 20 de Agosto! Sr.

A 5 de Setembro

Tuering-— Objectos indigenas, Sr. Thering-— hj i panis da Capitania de S. Vicente,

: Sr. Theodoro Sampaio-Continuação do mesmo trabalho; Sr. Ihoring—-Mumias da tribu dos Mundus rucás,

socos

Durante o anno foram aceeitos SO novos socios, sendo 5 na qualidade de honorarios, 13 na de efectivos e 12 na de cor- respondentes,

De aceôrdo com a vossa deliberação, foram transferidos da categoria de socios correspondentes para a de efectivos os srs. Victor da Silva Freire, Henrique Coelho, Washington Luiz Pe- reira de Souza e Carlos Augusto de Freitas Villalva, e da de effectivo Epis n de correspondente o sr. Antonio Alexandre Bor. ges dos Reis.

Em sossão do 20 de Outubro, em signal de reconhecimento nos bons servicos prestados como thesoureiro, foi transferido da categoria de socio fundador efectivo para a de fundador bere- merito o sr. dr. Carlos Reis.

Posteriormente ao encerramento dos trabalhos do 1908, o Instituto teve a desdita de perder o seu presidente honorario de. Prudente de Moraes e mais Os socios Andadores dr. Ma- noel de Moraes Barros o Jcão Ribeiro de Moura Escobar. No correr do anno de 1903, fulleceram os socios honorarios des, Georges Ritt e Manoel Duarte Moreira de Azevedo, o corres

”,

681

te dr. Ji Mariano de Almeida Moraes e o funda- dr. Luz de Anhaia Mello, Depois de encerrados os tra- balhos, falleceram o dr. Braulio Gomes e José Couto de Maga-

Ante ns suas sepulturas o Instituto curvase reverente o saudoso.

MINLIOTHICA E ARCHIVO

Divorsos o importantes donativos do livros, mappas, jones, podas, medalhas, etc, focam folico doranto o ano 4 bibliodises e no nrehivo do Instituto. Em nome deste, a Directora con- signa um voto de agradecimento a todos aquelles que com tanta generosidade contribuiram para o augmento das suas colecções.

REVISTA

hoje é possivel distribuir o vol. 7.º da Revista, devendo o 8.º em breve entrar para o prelo.

FINANÇAS

Continún lisongeiro o estado das finanças do Instituto, sendo com desvanecimento que u Directoria consigna que à quasi to- talidade dos srs. socios acha-se em dia com as suas annuidades.

No orçamento da receita e despesa do Estado foi consigna- da a verba de 3:6008000 de auxílio no Instituto e mantida a auctorização para a improssão da Revista na typographia do Diario Oficial.

Continia em vigor a lei municipal concedendo o auxilio de 2:0008000 nnnunes á nossa ntilissima associação.

Em nome do Instituto Historico « Geographico de S, Paulo, a Directoria consigna aqui o seu vivo reconhecimento a todor os illustres é dignos membros de ambas as casas do Congresso Legislntivo do Estado e dn Camara Municipal da Capital.

Do balanço annexo apresentado pelo thesonreiro e dos do- eumentos que o acompanham, podereis verificar qual a renda arro-

e u despesa efectuada, cujo resumo é o seguinte

Receita, . . . 29:0018000 Despesa. . 2. 3:9488000 o 0... o 250528500

Ao vosso exame é deliberação submette a Directoria o ba- lanço e as contas do anno passado, com o parecer da respectiva commissho.

522 ConcLUsÃo

Taes são, srs. membros do Instituto Historico e Geographico de 8. Paulo, as informações que a Directoria julgou de maior relevancia trazer ao vosso conhecimento, promptificando-se a fornecer quaesquer esclarecimentos que julgardes necessarios. Ao concluir esta singela exposição, a Directoris cumpre o grato dever de manifestar-vos os seus cordises agradecimentos pela confiança com que foi honrada a administração cujo mandato fia finda.

S. Paulo, 25 de Janeiro de 1904.

Dr. M. 4. Duarte de Azevedo, Presidente.

Dr. A. C. de Miranda Azevedo, Vice-Presidente. Dr. M. Pereira Guimarães, 1.º Secretario. Dyonisio Caio da Fonseca, 2.º Secretario. Carlos Reis, Thesoureiro.

quaDRo

Carlos Paes de Barros De João Coelho Gomes Ribeiro . Antoni

e DOS SOCIOS ACCEITOS EM 1903

Olynto de Magalhães Dr. José Bolteux . .. - Correspond. r- Arnaldo Vieira de Carvalho. -| Effectivo

: . jo de Almeida Cintra . . Correspond, >

José Joaquim de Carvalho . .

Frodorico de Bavros Brotéro. . | Elfvetivo Rino

à NGerrenpond

de Azevedo. .

M. de “Moura Romeiro. . J. de Maces

Aldo «| Monorario

» ida vo

:Coreespond

«+ Monorario

te Henrique Silva, a Ambrosetti

Efectivo

> « | Honorario Effectivo

Correspondl E

De fundador efectivo para fuudador b Dr, Carlos Reis

Dr. Carlos A, de Freitas Villalva De. Henrique Coelho

Dr Washington Ps Pa Peralta de Souza

De cifectivo para correspondente (a pedido) Antonio Alexandre Borges dos Reis

RELAÇÃO GERAL Dos

Membros do instituto Historico e Geographico de S. Paulo Em 31 de Dezembro de 190%

PRESIDENTE HONORARIO Barão do Rio Branco

SOCIOS FUNDADORES FUNDADORES HESEMBRITOS 1 Dr. Carlos Reis 2 Dr Psp José Nogueira Jaguaribe 3 Dr. Orville Der! 4 Dr. Pedro Augusto Gomes Cardim FUNDADORES HONORARIOS 5 Dr. Manoel Alvaro de Souza Vianna 6 De. Niconte Liberalino de Albuquerque YUSDADORES EFFECTIVOS

Dr. Antonio Dino da Costa Bueno Dr. Antonio Francisco de Araujo Cintra Dr. Antonio Francisco de Paula Souza Antonio Moreira da Silva Conselheiro Antonio da Sitva Prado Dr. Antonio de Toledo Piza Professor Arthur Goulart

to Cesar Barjonu Dr. Augusto Cesar de Barros Cruz Dr. Augusto Cesar de Miranda Azevedo Dr. Augusto ds Siqueira Cardoso Dr. Bento Bueno Dr. Bernardino de Campos Dr. Candido aaa N Nogueira da Motta Dr. Carlos de Campos

526

25 Dr. Cincinato Braga 26 Dr. Clementino de Souza e Castro Dr. Constante Afionso Coelho Eduardo Carlos Pereira Emanuel Vanorden Tenente Coronel Dr. Eugenio Alberto Franco Eugenio Hollender Monsenhor Dr. Fergo O'Connor de C. Dauntre Dr. Fortunato Martins de Camargo Dr. Francisco Ferreira Ramos Francisco I. Xavier de Assis Moura Dr. Francisco de Paula Ramos de Azevedo Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves Tenente Coronel Gabriel Prestes Dr. Gabriel de Toledo Piza e Almeida Dr. Gustavo Koenigswald Tenente Coronel Henriqne Affonso de Araujo Macedo Henry Whito Dr. Hermann von Ibering Dr. Horace M. Lane Horacio de Carvalho Dr. Ignacio Wallace da Gama Cochrane Dr. João Alvares Rubião Junior Dr. João Nogueira Jagunribe Dr. Juão Pereira Monteiro Dr. Jonquim de Toledo Piza e Almeida Coronel Joaquim de Toledo Piza e Almeida Dr. Jorge Tibiriçá

Alves de Cerqueira Cesar Alves Guimardes Junior Cardoso do Almeida Eduardo de Macedo Soares José Francisco Soares Romeo Dr. José de Rocha. Conego Dr. José Valois de Castro Dr José Vicente de Azevedo Dr. Julio Cesar Ferreira de Mesquita Dr. Luiz de Toledo Piza e Almeida Dr. Manoel Antonio Daarte de Azevedo Dr. Manoel Ferraz de Campos Salles Dr. Manoel Ferreira Garcia Redondo Munoel Marcellino de Souza Franco Dr. Manoel Pereira Guimarães Dr. Manoet Pessoa de Siqueira Campos

=p =

m Francisco R. de Andrada Sobrinho ho Prado Junior

Dr. Theodoro Dias de Carvalho Junior Dr. Theodoro Sampa

7, Commendador Tiburtino Mondim Pestana Dr. Virgilio do Rosendo

SOCIOS HONORARIOS

Dr. Affonso Celso Junior

Alberto dos Santos Dumont

Dr. Alexandre J. de Mello Mornos Filho Anatole Louis Garrmux

Dr. Antonio Jonquim de Macedo Soares Dr. Aristides Auyrusto Milton

August Heinrich Wieman

Conselhosro Angusto Carlos Teixeira de Aragão Dr. Augusto Preire da Silva

Barão Homem de Mello

Barão de Paranapincaba

Barão de Studmt

Belarmino Carneiro

Dr. Benjamim Franklin Ramiz Galvão Berardo de Azevedo da Silva Ramos Dr. Clovis Beyilaqua

Daque dos Abbrusios

Dr. Emilio A. Goeldi

Dr, Emesto Guilherme Young

20 Dr. Felisberto Freire

General Prancisco Maria da Cunha Dr. Frederic Kermer de Marilaum

Dr. Frederico Augusto Lisboa

Gabriel do Monte Pereira

D. Hevin Riquielme

Henrique Ruifard

Dr. J. Barbosa Rodrigues

Dr. Johto Capistrano de Abreu

Dr, João Ribeiro

Jodo Vieira da Silva

Dr. Jonquim A. Nabuco de Araujo De. Joaquim F. de Assis Brasil

ERSEEESREBonsamautm

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SeEBBENSHEES

528

Dr. John C, Branner Dr. José Calmon N, Valle da Gama Jules Martin Julius Meili Mrs. Marie Robinson Wright D. Martin Garcia Mérou D. Matias Alonso Creado Conselheiro Olegario TH. de Aquino e Castro Dr. Olyntho de Magalhães Po Raphael M. Galantr Dr. Richard Wettstein Conselheiro Rozendo A. Pereira Guimnrhes Dr. Susviela Guareh Dr. Sylvio Romóro Dr. Thomaz Garcez Paranhos Montenegro Conselheiro Tristão de Alencar Araripe Dr. “Tristão de Alencar Araripe Junior D, Veridiana Prado Dr, Victor Schiffiner SOCIOS EFFECTIVOS

Dr. Adolpho Augusto Pinto Dr. Aflonso Arinos de Mello Franco Dr, Affonso de Azevedo Dr. Alftedo Guedes Dr. Alfredo Pujol Dr. Alfredo de Tolodo Dr. Alvaro A. da Costa Carvalho Dr. Alvaro Guerra Dr. Alvaro de Souza Queiroz Dr. Amancio Ramos Freira Dr, Antonio A, Moreira de Toledo Coronel Antonio Borges Sampaio Dr. Antonio Candido Rodrigues Dr. Antonio J, Pinto Ferraz Dr. Arnaldo Vieixa do Caryalbo Augusto A. de Carvalho Aranha Dr. Augusto Carlos da Silva Telles Barão de Rezendo Benedicto Galvão de Moura Lacerda Frei Bernardino de Lavalle

re Brazilio A. Machado de Oliveira Monsenhor Dr, Camillo Passalnequa Dr. Carlos de Arruda Sampaio

= 520 =

eeess

Professor Emílio Mario Arantes Dr. Estevam de Araujo Almeida Dr. Euclydes da Cunha

Cone) bins Galvão da Fontoura Professor Vernando Martins Bonilha Junior De. Francisco de Assis Peixoto Gomide

Dr. Francisco de Campos Andrade

Dr. Francisco Engenio de Toledo

Dr. Francisco Franco da Rocha

Arcedingo Dr, Francisco de Paula Rodrigues Dr. Francisco de Paula Santos Kodrigaes Dr. Francisco de Toledo Malta

BUSERSVESSESSSERRESSEASHESE

Dr. Francisco Xavier Paes de Barros Dr. Frederico de Barros Brotoro

De. Henrigue Coelho

Nomee E. Williams

De. Igancio de Rezonde

Dr. João Antonio de Oliveira Cesar Dr. Jono Baptista de Mello Peixoto Dr. Jono Baptista de Mornes

Dr. João Baptista de Oliveira Penteado Dr. Joho Coelho Gomes Ribeiro Professor João Lourenço Rodrigues Dr. Jono Mendes de Almeida Junior Dr. Jnão Vampró

João Vieira de Almeida

Dr. Jorge Maia

Dr. José Bonifacio de O]

Dr. José de Campos

Dr. Je

ESSREeEs

Desembargador José Maria do Valle Conego José Podro de Araujo Marcondos Dr. José Pereira de Queiros

Torres de Oliveira

Vicenta de Azevedo Sobrinho

canas

580

Dr. José Vieira Couto de Magalhães Sobrinho Leoncio do Amaral Gurgel Dr. Luiz Frederico Rangel de Freitas Dr. Luiz Pereira Barretto Dr. Luiz Porto Moretzsohn de Castro Dr. Manoel Pedro Monteiro Tapajós Dr. Manoel Pedro Villaboim Dr. Manoel Rodrigues Peixoto Monsenhor Manoel Vicente da Silva Dra. Maria Rennotte Dr. Mario Bulcão Octavinno Esselin Coronel Paulo Orosimbo de Azevedo Minjor Paulo Pinto Auto Rangel

r. Pedro Augusto Carneiro Lessa De Plinio de Mendonça Uchôa Dr. Raphael Corrêa de Sampaio Dr. Raymundo P. A. do Sacramento Blake ilvio de Almeida Dr. Tullio de Campos Dr. Victor da Silva Freire Dr. Washington Luiz Pereira de Souza

SOCIOS CORRESPONDENTES

A. Lafone Quevedo D. Abelardo Varella Coronel Agostinho José Moreira Rollo

Dr. Alfredo Rodrigues Jordão

Dr. Alfredo Varella

Dr Alvaro Augusto de Toledo Antonio Alexandre Borges dos Reis Dr. Antonio de Almeida Cintra Dr. Antonio Alvares Lobo

Dr. Antonio Alves de Carvalho

Dr. Antonio Augusto Gomes Nogueira Dr. Antonio Augusto de Lima

Dr. Antonio da Cunha Barbosa Antonio Ferreira Neves Junior

Dr, Antonio M. Bueno de Andrada Dr. Antonio Martins Fontes Junior Dr. Antonio Olyntho dos Santos Pires

ep a

Dr, Antonio de Padua Salles - Aristides Salles Arthur Ferreira Machado Guimarihes Dr Arthur Vautier Ea Marcondes ugusto de Meirellos Reis Belizario Pernambuco lieto Octavio de Oliveira Dr. Bernardino Peixoto de Campos. lheiro Bernardo A. Gaviho Peixoto Dr. Bernardo de Campos Dr. Bernado Morelli Dr. Calixto de Paula Souza Candido de Carvalho Candido Costa Dr. Carlos Ekman De Radoa Porto Leite r. Cleofano Pitagunry de Aruujo Dr. Dinumerico A. do Rego Rangel Dionysio Caio da Fonseca Professor Elias de Figueiredo Nazareth Dr. Ermesto Goulart Penteado Emesto Sena Tenente-coronel Felicio de Campos Cintra ix Pacheco Dr. Fernando de Albuquerque Dr. Fernando Caldeira de Andrade Coronel Fernando Prestes do Albuquerque Filinto de Almeida Dr. Firminno de Mornes Pinto Dr. Florentino Ameghino Francisco Cardona Francisco Corrêa de Almeida Moraes Francisco Gomes de Araujo Góes Dr, Francisco G. de Araujo Góes Filho Dr. Francisco M, do Gouvêa Natividade Francisco Nicolau Baruel General Francisco R. de Mello Rego Dr. Galeno Martins de Almeida Coronel Gregorio Thaumaturgo de Azevedo Henrique do Barcellos Dr. Henrique Coelho Netto Tenente ni ue Silva Dr. Herculano Crispim de Carvalho

542

De. Ignacio Pereira da Rocha

Dr. Isidoro de Campos

Jesuino da Silva Mello

D. Juan Ambroscti

Dr. João Alves de Lima

Professor João von Ateingen

Dr. Jono Cesar Biorrenback

Dr. João Eboli

João Florindo

Dr. Joao Marcondes de Moura Romeiro João Mauricio Sampaio Vinnna

Dr, Jonquim Alvaro de Souza Camargo Dr. Jorge Krichbaum

Dr, José Am Dr. Josá Aristides Monteiro

Dr. José Boiteux

Dr. Josá Custodio Alves de Lima

Dr. José Estanilau de Arruda Botelho «José Gomes dos Santos Guimaries

De, José Joaquim de Carvalho

Dr. José Manoel de Azevedo Marques Dr. José de Mesquita Barros

Dr. José Pinto do Carmo Cintra

Dr. José Rodrigues Peixoto

Dr. José Vieira Fazenda

D. Julin Lopes de Almeida

D. Julio Vicuna Cifuentos

Dr. Luciano Esteves dos Santos Junior Dr. Luiz Gonzaga da Silva Lome Major Luiz do Vasconcellos

Dr. Manoel de Mello Cardozo Barata Dr, Manoel Corrta Dias

Dr. Manoel Dias do Aquino e Castro Dr. Manoel de Oliveira Lima

Max Fleiuss

Dr: Nina Rodrigues

Dr. Odwaldo Pacheco e Silva Ulympio Paranhos

Dr. Pedro Arbues da Silva

Rodolpho Miran Dr. Rodrigo Octavio L. de Menezes Dr. Sebastião Belfort

Dr. Sergio Meira

Dr, Vicente de Carvalho

589

Relação dos socios fall

Ark 91 pe Dezmanro pr 1909

CATEGORIA

Dr. Severino de Freitas Prestes « | Fundador . . Dezemb.'” Aureliano de Sr e O)

rm

| | | yeira Coutinho... | ã De; Martinho de Freitas Vioira de | | Melo . :. ++ «| Honomio. . De. Cosario Motta Junior... | Fundador.

Dr. J, J. do Menezes Vicira . - | Honorario. . | Br. Carlos Daniel Rath +. +) Pandador | José Ferraz de Almeida Junior cl Dr. Adolpho B. Uchôa Cavalesnti | Effectivo . Antonio Augusto da Fonseca + «| Fundador. 10 | Dr. João Francisco Malta Junior . | Corespond.” , |

manada e

12 | Dr. Eduardo da Silva Prado . .| Effectivo . .| 12 | José André do Sacramente Ma- | cuco, |. ... «| Fundador,

18 | Dr. João Diozo Esto | Efeetivo + +] 14 | Dr. Jayme 5 Fundador . | 15 | Dr. Antonio C Carlos R do A. dl. 6 | quim Floriano de Godoy ndento José de Moraos Bar- | | . | Prosid.-Honor. | 1902 Dr. Manoel do Mons Barros | Fund. Honor. | 1902 19 | Dr. João Ribeiro de Moura Es- | | cabur. . É - | Fundador . | 1903

Eitra

da

20 | Dr. Manosl Duarto Moreira de Azevedo . cc aa a +! Honorurios a 21 | Dr. Georges Ritt . 5) 5 22 | Dr. Joaquim Marinno de Almeida

Moraes... «| Corresponds, | ER Ds Lais do Anbeia Melo. | Fandador e o; 24 | Dr. Braulio Gomes . . 25 | José Conto de Magalbaas

1903

Balanço uva receita e despesa do anno de 1903

RECEITA Sano do balanço de 1902 .

Susvenção Do EstaDo:

Recebido do Thesouro do Estado, pe-

la subvenção concedida pelo Con-

grosso Legislativo para o anno 908

SUBVENÇÃO MUNICIPAL: Recebido do Thesouro Munici

1a subvenção concedida pel

mara da Caj ra o anno de

1903, em virtude da lei n. 616

de 10 de Dezembro de 1902 .

Joias E 1.º ANNUIDADES: Recebido de joias de admissão de 7

socios “correspondentes Idem de joias 6 1.º” annuidades de

10 socios effectivos .

ÁANNUIDADES: Recebido do annuidades vencidas até o fim de 1902. . . Idem de annuidades de 1903. .

RECEITA EVENTUAL:

Recebido pela venda de 2 volumes da Revista

Juros da conta corrente do Instituto no Banco do Commercio e Indus- tria de S. Paulo, relativos ao 1.º e 2.º tremostres deste anno

Rs..

=. 186784200

= 80002000 Rr 2:0004000 3509000 7405000 1:0904000

6008000 31688000 3:7684000

128000

4528800 4645800 » 29:001$000

mezes de 908 (1

2, 28,

poteentagem sobre à co-

joias e annuidades et-

durante o auno de 1908 18,

EXPEDIENTE

com o expediente da Se- e Thesonraria do Tnsti- durante o anno de 1903, n

Companhia de Gaz, por véus, ehaminds e bicos (does, ns.

NO geada em 118000

4785600

1145900

1618000

556

Pago por alnguel de cadeiras, lava- gem das salas, flores, ete., para a sessão magna de Novembro

(does. ns. 376 38)... 638000 748000

SALDO: Importancia do saldo nesta data que passa para 1904, sendo: Em conta corrente no Banco do Com- mercio e Industria de S. Panlo, conforme a respectiva caderneta. 24:7064500 Em mão do thesoureiro do Instituto. 3463000 25:0528500

Rs.

PROCESS 4 TE rar fp ita Despesa. ll. lol.

Saldo; caudas pur Elos pra 8. Paulo, 31 de Dezembro de 1903. O thesoureiro, Caros Reis.

(Seguem os documentos da despesa).

PARECER A Commissão de Contas, abaixo assignada, tendo examinado o balanço da receita e despesa do anno proximo findo, apresen tado pelo zeloso Dr. Thesoureiro, tudo achou (como esperava ) na melhor ordem possivel, justificando mais uma vez a compe- tencia e dedicação do nosso atigavel 'Thesoureiro, um dos mais bellos ornamentos dos associados do Instituto Historico. A Commissão de Contas, Exmo. Sur. Dr. Presidente, acceita com especial agrado o trabalho do distincto Thesoureiro Dr. Carlos Reis e propôs um voto de louvor ao mesmo, pelo desempenho do cargo que exerce. S. Paulo, 25 de Janeiro de 1904. J. Florindo. Arthur Vautier. Eugenio A. Franco,

(Approvado em sessão de 5 de Fevereiro de 1904).

Annexos

Nº. 1

Relação dos socios correspondentes que, durante o anno de 1905, satisfizoram a joia de aduussão.

1 Dr. Antonio Alvares Lobo . . . . 508000 o Ra Antonio Cintra . < 50G000 3 Dr. Bernardino P. de Campos S0$000 = Dr. Calixto de Paula Souza + . . 502000 & Francisco Cardona . + 1... + 508000 6 Dr. Isidoro de Campos . = 08000 7 Dr. José Jonquim e Carvalho + 50S000 BaOsDOO

z

. Relação dos socios efectivos que, durante o anno de 190% um a joia e annyi Dr. Alvaro de Souza Queiros . Dr, Carlos Paes de Barros . . Conde de Prates . . e Meira Dr, Francisco Xavier Paes de Barros Dr. Frederico de Barros Brotero . . Dr. Joao C. Gomes Ribeiro -- Desembargador José Maria do Vallo - Dr. José Torres de Oliveira ER Injor Otaviano Esselin . Dr. Plinio do Mendonça Uchôa . .

EEE a

Relação dos socios que satisfizoram annuidades durante o anno de 190%

Dr. Adolpho Auguto Plntós. sustr 1908 248000 Pofgre vo» + + 19026 1903 484000 Alexandre iodo Ed ENTAO 1902 245000

Alfredo Bressor da Silveim . 2. 1903 248000 Dr. Alfrodo Elis. +. cc coco 1408 248000

Dr. Alfredo Guedes . . ..... 1903 Dr. Alfredo Pojol . . ..... 1902e 198 Dr. Alfredo de Toledo . - . .. 1903 Dr. Alvaro Augusto de Toledo . 1. 1992 Dr. Amancio Ramos Freire . . 1902 Dr. Antonio A. Moreira de Toledo. 1903 Coronel Antonio Borges Sampaio . . 1904 Dr. Antonio Dino da C. Bueno . . 1903 Dr. Antouio Francisco de Araujo Cintra 1903 Dr. Antonio Francisco de Paula Souza 1903 Dr. Antonio J. Pinto Ferraz . .. 1903 Dr. Antonio Martins Fontes Junior . 1903 Antonio Moreira da Silva. . . . . 19026 193 Dr. Antonio de Padua Salles . .. 1903 Dr. Antonio da Silva Prado . . .. 1903 Dr. Antonio de Toledo Piza . . .. 1903 Dr. Aristides Salles . ...... 1903 Arthur Goulart. +... 0. 1903 Dr. Arthur Vautier . . é 1903 Dr. Augusto Carlos da Silva Telles a 1903 Dr. Augusto Cesar de Barros Cruz . 1903 Dr. Augusto Meirelles Reis é 1903 Dr. Augusto de Siqueira : 1903 Barão de Rezende PRE 1903 Dr: Bento Buenv . . PN sda 1903 Dr. Bernardino de Campos .. 1903 Dezembargador Bernardo A. G. Peixoto 1903 Dr. Bermurdo Morelli . ..... 1903 Dr. Braulio Gomes . . e 1903 Dr. Brazilio A Machado de Oliveira . 1903 millo Passalnequa. . . 1903

N. da Motta... 1992

Dr. Carlos A. Pereira Guimarães. . . 1903 Dr. Carlos de Campos. +... 1903 Dr. Carlos Ekman 1903 eis 1903

$a 1903

ouza é Castro. . 1903

Dr Constante À. Coelho . E 1903 Dionysio Caio da Fonseco. . 0. 1901 E. Vanorden a Die LD 1903 pinardo Caros Pereira 2 220. 1903 - Eduardo Loschi . . 1408

De Ernesto Goulart Penteado: . . |. 19008 1902

eita dA. Pasto mido - de Campos Andindo o Ferreira Ramos .

Are, Dr. Francisco de P. Padre . Dr, Francisco de P. Rodrigues Alves . Dr. Francisco de Toledo Malta, , « “Tenente Coronel Gubricl Prestes . sa Gabriel de T. Piza e Almeida Dr, Galeno Martius do Almeida

Dr. Gustavo Koenigswald . Dr. H. von Thering .

Teca EsodEe À do A Macedo. red ias news Dr. Horace M. Lane . iva do

de Carvalho

- Cochrane . mior . João Alves de Lima . cs Joho B, de Meilo Peixoto . . . = Jono B. de Momes . . João B, de Oliveira Penteado, Domo Florindo . a RCA Lourenço Rodrigues - dE guris Dr. Jono M. Sampaio Vianna E Dr, Joho Nogueira Jaguaribe . Dr, João Pereira Monteiro . “Coronel Joaquim de 'T, Piza e Almeida

1902 e 1902 e

FERPEEEESESEEEEEE é EEE

248000 218000 us

Dr. Jorge Krichbaum ..... Dr.Jorge Maia ....... Dr.Jorge Tibiriçá. . Ee Dr. José A. de Cerqueira Ceear . . Dr. José A. Guimarães Junior. . . Dr. José Cardoso de Almeida . . - José Conto de Magalhães ado Dr. José E. de Macedo Soares . - does Soares Romeo . . . . .. José Getulio Monteiro . . - E Gomes dos Santos Guimarães . José Hippolyto da Silva Dutra . Dr. José M. de Azevedo Marques. . Conego José Pedro de A. Marcondes Dr. José Pinto do Carmo Cintra . . Dr. José de Rocha . . . . Conego Dr. José Valois de Castro . D. José ente de Azevedo Dr. José Vicente de Azevedo Sobrinho Dr. José V. Couto de Magalhões . . Dr. Julio C. F. de Mesquita . Leoncio do Amaral Gurgel . ... Dr. Luiz de Anhaia Mello, . . .. Dr. Luiz F. Rangel de Freitas . Dr. Luiz G. da Silva Leme . 5d Dr. Luiz de T. Pizac Almeida . . . Major Luiz de Vasconcellos... Dr. Manoel A. Duarte de Azevodo

. Tapajós Manoel P. Guimarães . . . Manoel P de Siqueira Campos . Monsenhor Manoel Vicente da Silva Dra. Maria Rennotte. . . +... Dr. Mario Bulcão . . Dr. Martim F. R. de Andrada Sobrinho Dr. Martinho Prado Junior . . . Dr. Oscar Schwenk d'Horta . . : Coronel Paulo Orosimbo de Azevedo . Major Paulo Pinto Auto Rangel .

. Pedro A. C. Lessa . . Aja sedã Dr. Pedro Vicente de Azevedo... Dr. Raymundo Furtado Filho . . .

1902 e

1902 e

pe

E

ACTAS DAS SESSÕES EM 1903

Messão ordinaria em 25 de Jameiro PRESIDENCIA DO SR. DR. DUARTE DE AZEVEDO

A's 7 e meia horas da noite, no predio onde funcciona o Instituto, á rua General Carneiro n. 1 À, presentes os srs. Duarte de Azevedo, Pereira Guimarães, Arthur Vantier, Eugenio Franco, Carlos Reis, Orvillo Derby, Eduardo Loschi, Dinamerico Rangel, Theodoro Sampaio, Domingos Jaguaribe, Miranda Azeve- do, Alfredo de Toledo, Paulo Rangel, Octaviano Esselin, Araujo Macedo, Joho Vieira, Ernesto Goulart e Dionysio Fonseca, foi aberta a sessão.

O 1.º secretario conta do seguinte

EXPEDIENTE

Officios, cartas de congratulações e ofertas de livros, jornaes é revistas, as quaes são recebidas com especial agrado.

Pelo socio Dr. Carlos Reis é offerecido um documento refe- rente á organização de um batalhão patriotico nesta capital, por occasião da revolta da armada.

ORDEM DO DIA

São approvados os pareceres relativos á acceitação dos srs. r. Olyntho de Magalhães, na qualidade de socio honorario é . José Boiteux, na de correspondente.

São apresentadas, lidas, dispensadas de irem à commissão e approvadas, propostas para a transferencia dos socios Drs. Carlos Augusto de Freitas Villalva, Henrique Coelho, Victor da Silva Freire e Washington Luiz Pereira de Souza da classe de corres- pondentes para a de efectivos.

São apresentadas e vão à respectiva commissão, propostas para admissão de socios.

E” lido o relatorio da Directoria, assim como o balanço do sr. Thesoureiro, relativos no anno de 1902, com o parecer da Commissão de Contas oppinundo pela aprovação do referido

585

balanço. Em discussão e votação. são approvadas is contas prestadas pelo sr. thesoureiro Dr. Carlos Rei,

Obteve a palavra o socio Dr. Pereira Guimarhes e, recor- dando o mento dos socios fundadores Antonio Carlos, Pru- dente de Moraes, Manoel de Morses Barros, Joaquim Floriano de Godoy e João Escobar, pede a consignação de um voto de pezar, acta de hoje, e propõe que seja suspensa a sessão em era de homenagem à memoria de tão ilustres companhoiros,

nanimemente approvada a proposta, é suspensa a sessão, sendo convidados ox socios parn a de 5 de Fevereiro.

sessão ordinaria em 5 de Fevereiro PRESIDENCIA DO SR. DR. DUARTE DE AZEVEDO

A's 7%/s horas da noite, no salão do Instituto, presentes os socios srs. Duarte de Azevedo, Pereira Guimarhes, Carlos Reis, Theodoro Sampaio, Eugenio Franeo, Carlos Villalva, Joho Moraos, E. von Thering, Eduardo Loscbi, Dinunerico Rangel, Tullio de Campos, Hosnce Lane, Orvillo Derby, Antonio Piza, Domingos Jaguaribe, Miranda Azevedo, Ernesto Goulart, Amancio Ramos, Campos Andrade, Luiz Piza, Araujo Macedo, Araujo Marcondes, Auto Rangel, Octavinno Esselin, José Maria do Valle, Assis Moura e Dionysio Fonseca, foi aberta a sessão.

Foi lida é approvada a neta da sessão antecedonte.

O 1.º secretario conhecimento das offertas, que são roce- bidas com especial agrado,

ORDEM DO DIA

Usam da palavm os socios Araujo Macedo e Jono Moraes que tratam da persnalidado e dos feitos do marques de Bar-

a. E lido um trabalho do socio von Thering sobre os diversos generos de abelh Levanta-se à sessão,

Sessão ordinaria em 20 de Fevereiro PRESIDIENCIA DO SR. DR. MIRANDA AZEVEDO

No logar é à hora do costume, prosentas 03 socios srs, Mi- randa Acovedo, desembargador Valle, João Moraes, Campos An-

544

drade, Carlos Reis, Eduardo Loschi, Dinamerico Rangel, Emes- to Goulart, Pereira Guimarães, Amancio Freire, Assis Moura, Araujo Marcondes, Octaviano Esselin e Araujo Macedo, foi aber- ta a sessão.

O 1.º secretario conhecimento das offertas feitas, que são recebidas com especial agrado.

ORDEM DO DIA 1.º PARTE

Foram lidos, postos em discussão e sem debate approvados, diversos pareceres da Commissão de Admissão, sendo aeceitos é proclamados socios do Instituto os srs. drs. Arnaldo Vieira de Car- valbo, Carlos Paes de Barros, João Coelho Gomes Ribeiro, na qustidade de efectivos, Antonio Cintra e Calixto de Panla

uza, na de correspondentes.

E” introduzido e recebido na sala das sessões e toma as- sento na assembléa o novo socio sr. dr. João Coelho Gomes Ribeiro.

2.º PARTE

O socio sr. Araujo Macedo faz a leitura de um seu traba- lho sobre a personalidade do marquez de Barbacena é seu pa- pel na batalha de Ituzaingo.

Levanta-se u sessão.

Sessão ordinaria em 5 de Março PRESIDENCIA DO SR. DR: DUARTE DE AZEVEDO

No logar e ú hora do costume, presentes os socios srs. Duarte de Azevedo, Carlos Reis, Pereira Guimarães, Alfredo de Toledo, Dinamerico Rangel, Antonio Piza, Assis Moura, Miran- da Azevedo, Orvilo Derby, Theodoro Sampaio, João Moraes, Washington Luiz, Goulart Penteado, Eugenio Franco, Adolpho Pinto, desembargador Valle, Araujo Macedo, Octavinno Esselin Auto Rangel, João Vampré e Dionysio Fonseca, foi aberta a sessão.

Foram lidas e aprovadas as actas das sessões de 5 e 20 do Fevereiro.

EXPEDIENTE

- Foram lidos diversos ofícios e apresentadas as offertas de livros, revistas, ete, que são recebidas com especial ngrado.

-— 545

O sr. Orville Derby, em nome do sr. José Feliciano de Oliveira, ofiereco um fragmento de pedra trusido de Nimes e uma photographia do local donde foi axtrabido esse frmgmento de pedra, no qual, segundo o cfiertante, J. J. da Maia e Jet forson meditaram sobre a independencia do Brazil, Esta offerta é recebida com satisfucção.

O sr. Miranda do Azevedo propõe e é aprovado que se Tance na acta um voto de pesar pelo passamento do grande pintor brasileiro Victor Meirelles e que se enviem pezames à fa- milia do illusteo morto e à Academia de Bellas Artes,

ORDEM DO DIA 1.º varre Sao aprosentadas o enviadas á respectiva comissão propos-

tas para admissão do socios, park

Pelo socio sr. dr. Gomes Ribeiro é lido um interessant trabalho sobre a batalha do Itasuingo, assumpto que tem dos- pertado à attenção do Instituto.

Levantase a sessão,

Sessão ordinaria em 20 de Março PRESIDENCIA DO SR, DR. MIRANDA AZEVEDO

No logar e à hom do costume, presentes os socios srs. Miranda Azevedo, Percira Guimarios, Assis Moura, Washington Luiz, Orville Derby, Domingos Jaguaribe, Jorge Krichbaum, Adolpho Pinto, Gomes Ribeiro, João Moraes e Dionysio Fonseca fol aberta a sessão,

Foi lida e approvada a acta da sessão antecedente,

EXPEDIENTE

São presentes a communicação do não comparocimento do soeio sr, Dr. Carlos Reis a esta sessão e as offortas de livros, revistas e jornaes feitus no Instituto, as quacs são recebidas com especial agrado.

O Sr. Dr. Miranda de Azevedo, lembrando o passamento do Dr. Rangel Pestana, indica que se lance na acta um voto de pesar e se dirija um oficio de pesames á fumlia daquele eme- rito cidadao, o que é approyado.

= 46 ORDEM DO DIA + parte

E' posto em disenesão e sem debate pd E) es, Comissão de Admissão, que ficára sobre a mesa, opinmais polpa aeceitação do sr. Dr. José Joaquim de Carenlho, na quali do socio correspondente.

E" enviada respectiva commissão uma proposta para admis- são do socio,

varre

O socio sr. Dr. João Moraes 16 um seu trabalho relativo a fuctos historicos da úpoca da minoridade de D. Pedro II, sa- lientando o papel patriotico de José Bonifacio, o patriareha da independencia.

O socio sr, Dr. Washington Luiz tambem alguns trochos de um interessante manuseripto sobre a fuga de Pedro Ivo da fortaleza de Santa Cruz, manuscripto esse encontrado entre os papeis do Dr. Pedro Luiz.

Levanta-se a sessão,

Sessão ordinaria em 4 de Abril PRESIDENCIA DO Sl. DR. DUANTE DE AZEVEDO

No logar e à hora do costume, presentes os socios sr, Da- arto de Azevedo, Pereira Guimardes, Fhcodoro Sampaio, Antonio Bisa, Adolpho Pinto, Carlos Reis, Desembargador Valle, João Moraes, Domingos Jaguaribe, Washington Luiz, Eduardo Loschi, Eugenio Franco, Orville Derby, Dinamerico Rangel, Amancio Freire, Araujo Mncedo, João Florindo, Auto Rangel, Jules Mar- tin, Couto de Magalhães e Dionysio Fonseca, foi aberta n sessão. Foi lida e approvada a acta da sessão antecedente,

EXPEDIENTE

O secretario conhecimento dos officios e offertas feitas, que são recebidos com eupecial agrado.

O socio sr. Jules Martin oferoce e a mesa agradeco um volume em que estão colleccionndos documentos, desenhos 6 Te tulhos de jornnes sobre o viaducto do Chá.

O socio sr. Dr. Theodoro Sampuio, por parte do Padre Tas ehauer, offsrece o livro « Estudos históricos Cuntribuis prosa « historia da civilização do Estado do Rio Grande '

647

e tambem, em nome do sr. Dr, Francisco Eugenio de To-

ão, o trabalho sobre logia de famílias ilustres, em grande referente a fuctos o documentos de S. Paulo,

São todas as olfrtas recebidas com prazer e agradecidas.

O socio sr. Dr. Adolpho Pinto propõe que se lanze na acta

voto de pesar o cimento do virtuoso bispo desta dio-

ecse, D. Antonio Candido de Alvarenga. Egual proposta faz o

socio sr. Dr. Miranda de Azevedo, em relação ao Dr. Augusto

Victorino Blake, auctor do Diccionario Bibliographico i

Jeíro. Ambas ns propostas são approvadas.

ORDEM DO DIA

, parvo

E! lido e tica sobre a mesa, para exumo dos srs. socios, 0 balonceto da receita e despesa do 1. trimestre do corrente anno, Er lido e fica sobro a mesa, para ser votado na proxima 1 6 parecer sobre a admissão do sr, Dr, Frederico de Barros = Re Praias 4 respectiva commissão propostas para adm lo socios.

panTE

O socio sr. Dr. Adolpho Pinto faz a leitura do prologo e de um dos capitulos da sua importante obra «Historia da Viação Publica de S. Paulo ».

Levantass a sessão.

Sessão ordinaria em 20 de Abril PRESIDENCIA DO BR, DR. MIRANDA AZEVEDO

No logar e à hora do costume, presentes os socios srs, Mi-

| anda Azovedo, Pereira Guimurães, Eugenio Franco, Theodoro Sampaio, Carlos Reis, Amancio Freira, Orvillo Derby, Ernesto

| Goulart, Raymundo Blake, Assis Moura, Desembargador Valle,

| Araujo Macodo, Octaviano Esselin, Auto Rangel, Lhering e Edu-

|] ardo Loschi, foi aberta a sessão.

Foi lida e approvada n acta da sessão anterior.

EXPEDIENTE

Bão recebidas, com especial agrado, as ofertas feitas no In- etituto, entre os quaes salicotam-se as seguintes ;

Apis

Do socio se, Athayde Marcondes—Um y e Primata no IB, ea Constituição do Brasi,

Do sr, Hermelino Martins--Uma colecção de moedas. alhos antigas: E

Do socio sr. dr. [hering--Um folhoto contando o se go «Bl hombre prehistorico del Brazil» publicado na R

nau Obtem a palavra o sr. dr. Gomes Ribeiro e, teve noticia de estar o sr. R. Krone incumbido pelo E austriaco de explorar as cavernas de Yporanga, propõe Instituto, por meio de alguns socios, acompanhe taes e ções, obtendo as informações scientificas nacessarias no cimento dos nossos annaes. O sr. Presidente declara Mesa procurará entonder-se com o Governo, no sentido de e tarse que sejum retirados para fóra do paiz os fosseis e crane que porventara se encontrem nas cavernas a ex| > dem y socio sr. dr. Ihering, à proposito deste assumpto, nhecimonto de um officio que ir ao Governo do Estad 23 de Junho do 1898, em que podia providencias para gars aa Estado do direito de propriadado e de disposição grutas calearens do valle do Ribeira, perto de Yporanga. O sr. Presidente apresenta uma indicação, que 6 da, no sentido de serem lançados na neta votos de ento do digno socio dr. Manosl Duarte Moreira de vedo e do ilustre cidadão dr, Elias Chnves co de se envii pesamos ás suas familias.

ORDEM DO DIA parte pr Pote em discussão e approvado o parecer da Con sto de Admissho que conelie pela neceitação do sr de F) rico de Barros Brotero, na qualidade de socio tivo, o q! & como tal proclamado, e ficam sobre a mesa 03 pareceres tivos às propostas apresentadas na sessão ani

um interessante trabalho so

batalha de Ituzaingo, o socio sr. Coronel Araujo M

| O socio sr. dr. [hering faz algumas considerações de seientifico sobre o estudo dos eransos dos indios corondos

I gangs o conclúo opinando que taes tribus não pertencem & | tupis.

| Lardnta-o6 sorgo,

VBR

Sessão ordinaria em 5 de Maio PRESIDENCIA DO SR. DR. DUARTE DE AZEVEDO “No logar e à hora do costume, prosontos os socios srs. rto do Atevndo, Miranda Azores vrlos Reis, dilreiid qe Clementino Castro, Antonio Piza, Orville Derby, i Auto Rangel, Otaviano Esselin e Araujo Macedo, à” lida e approvada a acta da sessão antocedonte,

EXPEDIENTE

pelo Pará, e vepublicas da Bolivia e Argentina, julga o assampto de importaneia e requor que se) plo Ceila

p que se manifeste a respeito, O sr. Presidente nomêa para essa commissho os socios sra.

ORDEM DO DIA São approvados os respectivos pareceres em que a Commis- de Admissão conclue pela neceitação do sr. Dr. Affonso de ivedo, na qualidade de socio effectvo, e dos srs. Ernesto Sen- e Dr. João Marcondes de Moura Romeiro, na de correspon- Levantuse a sessão. Sessão ordinaria em 20 de Maio PRESIDENCIA DO SR. DR, MIRANDA DE AZEVEDO

“No logar e à born do costune, presentes os socios srs. Mi- Azevedo, Aranjo Macedo, Dinamerico Rangel, Ezechias |

550

Galvão, Pereira Guimarães. José Vicente Sobrinho, Theodoro Sampaio, Leoncio Gurgel, Orville Derby, Antonio Piza, Jules Martin, Carlos Reis e Dionysio Fonseca, foi aberta a sessão. Foi lida e approvada a seta da sessão antecedente. EXPEDIENTE São lidos os ofícios e communicadas as ofertas feitas, io- elusive a de um retrato do finado socio Dr. Georges Ritt, ofe- recido pelo sr. Jules Martin, as quaes são recebidas com especial o.

O sr. José Vicente Sobrinho propõe que se lance na acta um voto de pesar pelo fullecimento do eminente litterato Valen- tim Magalhães, o que é aprovado.

Egual proposta fuz o sr. Presidente, que é tambem approvada, em relação un socio Dr. Joaquim Mariano de Almeida Mormes aos ars. General Innocencio de Queiroz e Dr. Antonio Carlos de

Moraes Salles. ORDEM DO DIA

O socio sr. Araujo Macedo faz a leitura de um seu trabalho em que tracta anida dos actos do Marquez de Barbacena, na batalha de Passo do Rosario, elucidando os factos da passagem bistoriea com um mappa e demoustrando a impossibilidade de ser

Barbacena soccorrido pelo General Bento Manoel. + O socio sr. Washington umas cartas autographas de Mar- tim Francisco e de Tito de Mattos.

Levanta-se a sessão.

se ordinaria em 5 de Junho

PRESIDENCIA DO SR. DR. DUARTE DE AZEVEDO

No logar é á hora do costume, presentes os socios srs. Du- arte de Azevedo, Pereira Guimarães, Carlos Reis, Miranda Aze- vedo, Theodoro Sampaio, Orville Derby. João Morues, Eugenio Franco, Washington Luiz, Euclydes da Cunha, Araujo Macedo, Ezechias Galvão e Gonzaga de Campos, foi aberta a sessão.

E' lida e approvada a acta da sessão antecedente.

EXPEDIENTE

São lidos os officios recebidos e communicadas as ofertas feitas, que são acevitus com especial agrado.

E” proposto e approvado um voto de pesar pelo fallecimento do Conselheiro Joaquim Delphino Ribeiro da Luz e transmissão de pesumes á familia do finado.

Levantu-se a sessão.

55L Sessão ordinaria em 20 de Junho

PRESIDENCIA DO SR, DR DUARTE DE AZEVEDO

No logar e á hora do costume, presentes os socios srs, Du- arte de Azevedo, Miranda Azevedo, Pereira Guimurnes, Domingos Jaguaribe, “Onrlos Campos Andrade, Antonio Piza, Theodoro Sampaio, Dinamerico Rangel, Amancio Freire, Jorge Krichhaum, Octaviano Esselin e Dionysio Fonseca, foi aberta a sessão.

Foi lida e npprovada a neta da sesssão antecedente.

EXPEDIENTE

São recebidas com especial agrado ns offortas feitas ao Ins- tituto.

O socio sr. Dr. Carlos Reis, obtendo a palavra, diz constar- lhe a existencia na municipalidade de Ubatuba de livros e do- «umentos de importancia historica é lembra a conveniencia do Instituto solicitar daquella municipalidade a remessa de taes livros e documentos, com a obrigação de restituil-os, mma vez feitos os estudos necesgarios, O encia sr. Dr. Domingos Jaguaribe, applnn- dindo esta indicação, propõe que egual pedido seja feito E mu- nicipalidade de Itanhacn, ondo sabe existirem documentos e tra- bulhos de Domingos Garcia. São ambas as propostas approvadas e fiea a mesa encarregada do providenciar nesta contidos

ORDEM DO DIA

Sho apresentadas e vão á respectiva comissão propostas para admissão de socios, Levanta-se à sessão.

Sessão ordinaria em 4 de Julho PRESIDENCIA DO Sl DR. MIKANDA AZEVEDO

No logar e à hora do costume, presentes og socios srs. Mi- anda Azevedo, Carlos Reis, Pereira Guimarães, Orvilla Derby, Theodoro Sampaio, Dinameric» Rangel, Washington Luiz, Anto- nio Piza, Alfredo de Toledo, Amancio Ramos, desembargador Valle « Engenio Franco, foi aberta a sossão.

Foi lida e approvada a acta da sessão antecedente,

No expedionte são aprosentadas as ofertas feitas, que são recebidas com especial ngrado.

paRTE ppa Jo um seu trabalho inti iriçá era guayaná !-— dominavam us q pri pr À Levantase 4 sessão. - Sessão ordinaria em 20 de Julho

PRESIDENCIA DO GR. DR, DUAITE DE AZEVEDO

No logar e À hora do zostume, ntes os socios | Duarte de Azevedo, Miranda Azevedo, Pereira Guimardes, doro Sampaio, Carlos Reis, Antonio Piza, Eugenio neo ville Derby, Exechins Galvão, João Moraes, Amancio Alexandre Riedel, Dinamerico Rangel, Carlos Villalva, C drade, Ernesto Goulart, Alfredo de Toledo e Dionysio aberta n sessão. Lida, é approvada n acta da sessão antecedente.

EXPEDIENTE

Sho apresentadas é recebidas com especial mgrado ns 0 tus feitas.

O socio sr. Conego Ezechias, com uia repassad do

profundo sentimento, conhecimento infausta noticia bg poucas horas recebidas nesta capital, qual a do passamento papa Leão XITI, e propõe sejn consignado na seta um voto posar. Igual proposta faz o socio sr. dr. Miranda Azevodo

À relação no ex senador do imperio Castro Carreira. São as propostas approvadas,

ORDEM DO DIA

Posto em discussão o parecer que ficara sobra a mes mesmo approvado e proclamados socios José Torres de Oliveira e Manoel

Í b

888 E' lido, dispensado, do intro, FORA E Antonio o Sou à de “Macedo Rus, na

cor

Ee como tnes são proclamados, uma proposta para admissão do sr, Susviela “como socio honorário; fe: reqaneito e concedida urgencia,

“mesma votada « area: a transferencia do socio efectivo An- orges dos Reis para a classe dos conespon: » conforme “do mesmo, por ter a sua residencia na

Levantase a sessão,

Sessão ordinaria em 5 de Agosto

PRESIDENCIA DO Sit DR. DUARTE DE AZEVEDO

No logar e à hora do costume, presentes os socios srs. de Azevedo, Miranda Azevedo, Carlos Reis, Pereira Gui. João Mornos, A Franco, Carlos Villalva, Eduardo

e quê Bangel, Jos do Valle, Ezeehias Galvão,

onio Piza, Domingos Jaguaribe, Amaneio Freire, Orvilo

by, Theodoro Sampaio, “Alterto Lofgren, Leoncio Gurgel e

nysio Fonsoca, foi aberta n sessão.

oi lida e approvada a neta da sessão antecedente.

EXPEDIENTE

Corta de D. Julio Era pin apostolico, agradecendo as lencias pela morte do

Dita do fa Susvicla Fis agradecendo a sua admissão o socio houorario.

Offartas de livros, revistas e jornaes que sho recebidas com al e

ORDEM DO DIA

O sr. Joho Mormes um substancioso trabalho sobre a pro- ação da republica e factos que se dersm em 8. Paulo de 18 de Novembro 1859.

554 Sessão ordinaria em 20 de Agosto PRESIDENCIA DO SR. DR DUARTE DE AZEVEDO

No logar e á hora do costame, presentes os socios sra. Duarte de Azevedo, Miranda Azevedo, Pereira Guimarães, Amancio Freire, Antonio Piza, Eduardo Loschi, Carlos Reis, Domingos Jaguaribe, Ernesto Goulart, Orville Derby, Ibering, Ezechias Galvão, Octaviano Esselin e Dionysio Fonseca, rta a sessão.

Toma assento na assembléa o novo socio gr. dr. José Torres de Oliveira

Lida, é approvada a acta da sessão antecedente.

EXPEDIENTE

São apresentadas, é recebidas com especial agrado, ofertas de livros, revistas e jornaes, como um manuscripto, offe- recido pelo socio sr. José Couto de Magalhães, contendo muitos vocabulos da lingua brazilica, encontrado fo archivo do general Couto de Magalhães.

O sr. Miranda Azevedo propõe é é aprovado que se con- signe na acta um voto de pesar pelo falecimento dos drs. Jorge ce Miranda c Moreira de Godoy, e que se offície ás familias dos finados dando pesames.

ORDEM DO DIA 1.º ARTE

São apresentadas propostas para admissão de socios, quo vão á respectiva commissho.

B

PARTE

O sr. Ihering disserta sobre os nossos aborigenes, fazendo interessantes considerações a respeito de alguns objectos usuaes dos mesmos, que apresenta, como machados, espheras, almofariz, ornatos, ete.

Levanta-se a sessão.

Sessão ordinaria em 5 de Setembro PRESIDENCIA DO SR, DUARTE DE AZEVEDO

No logar e ú hora do costume, presentes os socios srs, Duarte de Azevedo, Miranda Azevedo, Pereira Guiinardes, Theodoro Sampaio, Octaviano Esselin, Auto Rangel, Orville Derby, Eze- chias Galvão, Ihering, Antonio Piza, Alfredo de Toledo, Joto Vieira, Amancio Freire e Diouysio Fonseca, foi aberta A sessho.

Lida, é approvada a acta da sessão antecedente.

' Ficam sobre a mesa 08 pareceres sobra a admissão de socios nt mente propostos « vai á respectiva commissão uma pro- E apresentada,

parte

O ar. Theodoro Sampuio umas notas explicativas sobre da Capitania de São Vicente, elucidando alguns jo trabalho do digno consocio dr. Washington Luiz. O sr. Ihering, adduzindo considerações a respeito do traba- om lido pelo sr. Theodoro Sampaio, trata ainda do assumpto o se oceupou na sessão passada, apresentando objectos in- novamente adquiriãos, Levantase a sessão.

Sessão ordinaria em 19 de Setembro

PRESIDESCIA DO BH. DI, NINANDA AZEVEDO

No logar e à hora do costume, Ds pa os socios srs, Mi- Azevedo, Washington Luiz, Theodoro Sampaio, Pereira marães, Ibering, José Maria do Valle, Domingos Jaguaribe, Moura, Cumpos Andrade e Orville Derby, foi aberta a sessão. Voi lida e approvada a acta da sessão antecedente.

i que Co “de Maria, missionaris a Est mação do ria, minsonica gm dação no t

usmão. indicação do sr. presidente, é deliberado i veta de posar lo passamento do dr, Frederico im como pelo do dr. Drsenert,

ORDEM DO DIA

São vados Os respectivos pareceres éios ufbetivõs ou ars. Conde do Prátes e dez. Paes de Barros e Plimo de Mendonça Uchôa.

E” lido o fica sobre a mesa o purecer relativo à . do sr, Tenente Henrique Silva,

São enviadas d commissão quatro propostas para ad; de socios.

Levanta-so n sessão,

Sessio ordinaria em 5 de Outubro

FPRESIDENCIA DO Sit DI, DUARIE DE AZEVEDO A No logar « á hora do costume, presentes 05 socios ars. Du: arto de Azovodo, Exechins Galvão, Hrissodoro Sampaio, Ca Rois, Orville Derby, Pereira Guimardes, Eugenio Franco, randa Azevedo, Silvio de Alueida, Assis Moura, Eduardo Loschi, Dinamerico Rangel, Amancio Freire e Dionysio Fonseca, foi aberta a sessão. 4 Foi lida e approvada a acta da sesssão antecedente.

EXPEDIEMTE

e apresentadas ns ofertas feitas « recebidas com espe AD! er aaa iende diversos

to sobre poste e ões a h nesim como autos de de demanda auira (Brno Saba ode Alvares, dos quass se verifica que Rodrigo Alvares era um |

b

Paulo, casado com Catharina Ramalho, o pai de Luiz o

marido de Antonia ni diz o offertan- o arehivo do convento do rd ea de alto

Mirands Azevedo lembra a conveniencia do ser no- uma commissão que se incumba de obter do Convento mo os referidos documentos para o Instituto ou delles

são nomeados esse fim os srs. Miranda Aze- Guimarãos e as Galvão,

ORDEM DO DIA 1.º parTE

E' lido e fes sobre a mesa exame dos ars, socios O mceote da receita o despesa do 3," trimestro do corrento

lido e vai à Commissão de contis o projecto de or- da receita e despesa para 1904 apresentado pelo sr.

aprovado o parecer da Comissão de Admissão em opina pela aceitação do ar. Tenente Henrique Bilva como o correpondente, que como tal é proclamado.

dentes, por Da Err

parto O socio sr. Theodoro Sumpio um interessantissimo tra-

talho sobre a restauração historlca da Villa de Santo André da Borda do Campos.

pos. Levanta-se n sessho,

558 Sessão ordinaria em 20 de Outubro PRESIDENCIA DO SR, Dk DUARTE DE AZEVEDO

No logar e à hora do costume, Duarte de Azevedo, Theodoro Sampaio, Emesto G ra Guimarhes, Miranda Azevedo, Ti Reis, Antonio Piza, Domingos

juerque, Amancio Freire, Orville 'aixoto Gomide, Candido Motta, Haracio

Andrade, Gomes Ribeiro, Eugenio Franco, Thering, João Flo:

de, Leoneio Gurgel e Dionysio Fonseca, foi aberta a sessão,

Foi lida e approvada n acta da sessão antecedente.

EXPEDIENTE

Bão recebidas com especial agrado as ofertas feitas,

O sr. Ihering apresenta um orçamento para explorações nas grutas calenreas do pompa 6 nomeada uma comissão para, estudar o aseumpto.

O sr. Pereira Guimardes lombra a conveniencia de ser no- meada uma commissão para inventariar documentos existentes no arehivo da Ordem Carmelitana. Por proposta do sr. Miran- da Azevedo fica n mesa nuctorizada a nomenr n comissão.

O sr. Carlos Reis propõe o é approvado que se consigno um acta um voto de profundo pezar pelo falecimento do socio fundador dr. Luiz de Anbnia Mello.

ORDEM DO DIA

1.º ranre

Com dispensa do instersticio, são approvados os fuvoraveis ú admissão dos Snrs. Frei Bernardino de Lavalle, na qualidade de socio efectivo, o dr. Rodrigo Octavio Langtard

le Menezes, na de correspondente, os quics sho como tacs

proclamados.

E" apresentada uma nroposta para admissão do er. dr. Nina Rodrigues, na qualidade da socio correspondente; requerida cóndodida urgencia é 4 proposta aprovada e o sr, dr, Nina

Rr socio, Achando-se este na sala immediata, é convida- o a tomar nesento na assembléia, sendo saudado pelo gr, Presi- dente. O sr. dr. Nina agradece a honra com que foi acolhido. e prometto empregar esforços afim de corresponder à alta prova de apreço que acaba de receber.

L |

559

Vai à mesa uma proposta assignada por quasi todos 05 “socios presentes no sentido do ser o socio sr. dr, Carlos Rei transferido para n categoria de socio fundador benemerito ; es! E pd fundamentada pelo sr. dr. Pereira Guimarhes, com mpplausos da casa, é approvada unanimemente.

E! lido, posto em discussão « approvado o parecer da Com- missão de Contas opinando pela adopção do projecto de orça- mento para 1904 apresentado pelo sr, Thesoureiro,

D* paRTR

O se. Theodoro Sampaio n ultima parte do seu trabalho sobro a antiga Villa do Santo Andre da Borba do Campo.

O sr. Ihering fuz considerações n respeito de mumias da tribu dos Mnnduruciis.

Levanta-se à sessão,

Sessão extraordinaria em 2% de Outubro PRESIDENCIA DO SH. DIONYSIO FONSECA

No logar e ú hora do costume, presentes os socios srs. Dionysio Fonseca, Carlos Reis, Antonio Pira, Josê Maria do

; Valle, Ezechias Galvão, Torres de Oliveira, Ernesto Goulart, Liberalino de Albuquerque, Alfredo de Toledo, Bonilha Junior, Eduardo Loschi, Leoncio Gurgel, Theodoro Sampaio, Domi

! gos Jaguaribe, Orvillo Derby, Eugenio Franco, Arthur Vautior, Amancio Preire e Artur Goulart, foi aberta a sessão,

O sr. Presidente declara que a presente assemblén tem, na fórma dos estatutos, de eleger a directoria para o trionnio de 1904 n 1907, n cujo neto vai so passar.

Pede à palayra o sr. Antonio Piza e propõe que a assem- bléa por acelamução, reelegesse a actual diretoria; posta em dis- cussho, é sem debate n proposta approvada, e o sr. Presidente declara reeleitos para os respectivos cargos que actuslmente ve- eupam os srs;

Dr. Manoel A. Duarte de Azevedo Presidente,

Dr. Augusto C. de Miranda Azevedo--Vice-Presidento.

|] Dr. Munoel Pereira Guimardes--1.* Soeretario.

Dionysio Cnio da Fonseca 2.º Secretario,

Dr. Carlos Reis Thesoureiro

Dr. Thendoro Sumpuio Orador.

Arthur Goulart a Dr. Dinuncrico A. do Rego Rangel Sup- plentes do 2.º Secretario,

560 Os srs. Theodoro Sampaio e Dionysio Fonseca,

a sua reeleição, pedem ser dispensados de continuarem nos

A assembléa,

lo, não necoita ns excusas apresentadas. e O sr. Domingos Jaguaribe, salientando os actos iria

propõe e a assembléa approva um voto de louvor á mesma dir

etoria bon ndministração dos negocios do Instituto. Levanta-se a sessão,

Sessão magna deanniversario da fundação do Instituto

No logar e ú hora do costume, presente grande numero de. socios, convidados, senhoras e representantes an sob a presidoncia do sr. Dr. Duarto de Azevedo, foi aberta a sossão, proferindo o sr, Presidente uma allocução e dando a palavra ao. orador official sr. Theodoro Sampaio.

istral trabalho em que é

Sóbe este ú tribuna e um nem rendido preito memoria dos socios fullecidos no correr do sr. Presidente agradeceu a presonça das senhoras e cava- lheiros que vieram abrilhantar osta reunião e leyanta a sessão.

Ha

Relação das offertas recebidas

Cartas da Europa; Discursos—na propaganda—Na Repu- blica A eta e Mensagens; pelo auctor, 0 socio sr. dr, Cam

os.

Compendio de historia do Brazil, volume e 3,º:; pelo auctor o socio sr. Padro Raphncl Galanti.

Parnaso brazileiro, do dr. Mello Moraes Filho; Documentos interessantes, vol. XIl; Processo da monarchia brazileira, por Anfrisio Fialho; Historia da fundação da Republica no Brazil, do mesmo: O Brasil em 1570, de A, do Souza Carvalho: Esphinges, versos, de Francisca Julia da Silva; Pelatorio da

partição de Estutistica e Archivo do Estado de S. Paulo: socio o sr. dr. Antonio Piza.

Confronto da republica o da monarchia, pelo socio sr. dr, Miranda Azevedo.

Rapport sur la premitre exposition réalisde à Ribeirão Pre to, pelo sr, Julio Brandão Sobrinho,

O codigo penal na Camara dos Deputados, pelo sr. Juvenal Pacheco. O edificio da Camara Municipal de S. Pando, pelo sr. Pau. lino Guimarães,

Historia Universal da Companhia de Josus—Tomo 1.º, pelo socio er. dr. Angusto Cardoso.

Vida infantil, pelo socio sr. dr, Mario Bulci

Questão do acre, pelo socio sr. dr. Gomes Ribeiro.

Uma collseção de obras, em allemão, pelo socio sr. dr, Ar- thur Vantier,

Relatorios da Secretaria de Finanças do Estado do Rio de Janeiro--1897 a 1909; Leis e Decretos do Estado do Rio de Janeiro--1889 a 1894; correio da exposição agricola de S. Pau- lo-=1902; pelo sr, Fernando Werneek Junior.

Pequenas telas, pelo auctor o socio sr. Arthur Goulart.

Sinhá, por Antonio de Oliveira; O n lo mesmo; AL manack popular brazileiro--1903 ; pelo socio se, dr, Alfredo de Toledo.

A febre amarelta, polo sr. dr, Arthur de Mendonça.

Quadros do sertão Sul Americano, por Gustavo Edoval.

Egreja Matriz de Uberaba; Relatorio da Casa de Misericor- dia de Uberaba--1899, 1901 o 1902; Juizo da imprensa de

562

Uberaba sobre as culturas da Quinta da Boa Esperança; pelo socio sr. Coronel Antonio Borges Sampaio.

O Sertão, pelo auctor o socio sr. dr. Euclydes da Cunha.

O Kaf de João Ramalho, pelo auctor o socio sr. Horacio de Carvalho.

Questões sociaes, pelo sr. dr. Manoel Rodrigues Peixoto.

Rhipsalis Pilorarpa; Serviço florestal ; pelo auctor o socio sr. Alberto Lófgren.

Poesias do Gonçalves Dias, vertidas para o bespanhol; pelo traductor o socio sr. Julio Vicuiia Cifuentes:

Indicador geral do Estado de Alagoas, pelo socio sr. dr. Car- los Reis.

Paginas contemporaneas; Almanach historico-litterario de 8. Paulo; pelo socio sr. dr. Alvaro de Toledo.

Tricentenario do Ceará; Medalha commemorativa; pelo so- cio sr. Barão de Studart.

Fastos da dictadura militar no Brazil, pelo dr. Eduardo Pra- do; Viagens, pelo mesmo; Ilusão americana, pelo mesmo; pela soeia exma, sra. d. Veridiana Prado.

Leão XIFI— Oração funebre, pelo auctor o socio sr. Conego Ezechias Galvão da Fontoura.

Os indigenas na Bahia, pelo socio sr. A. A. Borges dos Reis.

Monographia de Campinas, pelo auctor o socio sr. Chris- tiano Volkart.

Líbello pamphletario, em homenagem á memoria de Raul Pompéia.

Fidus.-- A' memoria do Conego Bento Antonio de Souza e Almeida.

Cullecção de sermões escolhidos (manuscripto), por Antonio Joaquim de Mello, alferes das Ordenanças da villa de Goyaz.

Moda portugueza, pelo dr. Dunrte do Azevedo.

Mota francezu, pelo menino Arthur, filho do dr. Carlos Reis.

Medalha commemorativa da instalação dos poderes publicos na cidade de La Plata, pelo capitão Pedro Arbues R. Xavier

Annuario da Escola Polytechnica, pelo director da Escola

Rerista da Faculdade de Direito de São Paulo, pelo secre tario da Faculdade.

Revista do Museu Paulista, pelo director do Museu.

Pelas respectivas redacções :

Revista Agricula -- São Paulo.

Revista Militar Rio de Janeiro.

o Paulo Judiciario Educação -- São Paulo. Revista de Ensino São Paulo.

«Tournal Français Sho Le Messager de Saint Paul Sao Paulo. Verdade e Luz —- Sho Paulo.

Cidade de Campinas Campinas,

Jornal de Taubaté = Taubate. Santuario do Tremembé -— Tremembé,

A Estrella Corityba, A Petria— Sho Páulo.

Nota relativa à escriptura de d capella da Graça

Carmo, pediu ao tabelião segundo traslado da eseripturi doação da hormida, alegando que - «a primeiro foi levado p inglezes quando nuns dias atraz, saquearam e roubaram a ter Frei Valentim allude aqui no saque de Santos por Conendish, Não nos consta que exista outra parte diplomatica

importante facto historico. Dr. Maxon, Gurvanhes.

—epoçoe—

A origem dos Sambaquis Por H. VON IHERING

ERRATA

Pag, 452, linha 36, em ve de decoluta, diguse : de Poluta » 45» To > pleitoema, » a AT, o 15» > sumbaguis, »